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POLITICAS DE Saúde

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POLÍTICAS DE SAÚDE
NO BRASIL
2016
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INTRODUÇÃO
Preocupação com a saúde da população vem desde a antiguidade.
Séc. XIX  a Medicina Social já dizia que as medidas para promover saúde e combater doenças deveriam ser tanto sociais quanto médicas.
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INTRODUÇÃO
Segunda metade do séc. XX  sistematização da POLÍTICA DE SAÚDE como disciplina acadêmica e como âmbito de intervenção social  criação da OMS (1946).
Devido à crise constatada do setor saúde é que se propõe a ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS DE SAÚDE, o PLANEJAMENTO e a FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS.
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Importante
Perfil epidemiológico
Contexto histórico
Como o setor saúde se organiza
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I- REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930)
# QUADRO EPIDEMIOLÓGICO: predomínio das doenças transmissíveis:
Febre amarela
Varíola
Tuberculose
Sífilis
Endemias rurais.
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# Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR  intervenção do Estado => organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias;
# Os serviços eram organizados de acordo com essa necessidade e não em relação aos problemas da população;
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# A população não tinha acesso à saúde (assistência)  atendimento particular ou de caridade.
# IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo.
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 República velha = instalação do capitalismo no Brasil  excedente econômico permitiu a criação das primeiras indústrias  atraindo investimento estrangeiro.
 Com o aparecimento das indústrias, as precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas  surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária;
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LEI ELOY CHAVES (1923)
Organização das CAP (Caixas de Aposentadorias e Pensões) – por instituição ou empresa.
1923 – CAP dos Ferroviários
1926 – Portuários e Marítimos
marco inicial da Previdência Social no Brasil.
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Dicotomia da saúde no Brasil
Saúde Pública: prevenção e controle das doenças;
Previdência Social: medicina individual (assistência).
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II - “ERA VARGAS” (1930 – 1964)
# Predomínio das doenças da pobreza (DIP) e aparecimento das doenças da modernidade.
# Início da transição demográfica: diminuição da mortalidade e envelhecimento da população.
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REVOLUÇÃO DE 30
Autonomia relativa do Estado  mudanças no seu aparelho e ampliação de suas bases sociais, emergindo condições para uma POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE.
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TRIFURCAÇÃO DO ÂMBITO ESTATAL
SAÚDE PÚBLICA Min. Educação e Saúde
MEDICINA PREVENTIVA Min. Trabalho
SAÚDE OCUPACIONAL Min. Trabalho
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TRIFURCAÇÃO DO ÂMBITO PRIVADO
# Fracionamento da assistência:
 Medicina liberal
 Hospital beneficente ou filantrópico
Hospital lucrativo (empresas médicas). 
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# Os serviços de saúde passaram para além da ação de polícia e das campanhas sanitárias da República Velha  a educação sanitária e a institucionalização das campanhas de controle das doenças, merecendo destaque:
Serviço de Combate às Endemias (1941);
Serviço Especial de Saúde Pública (SESP);
Deptº Nacional de Endemias Rurais (1956).
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 Previdência social para trabalhadores urbanos formais;
 Por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE);
 Estimulou o crescimento da medicina previdenciária na primeira metade do século, garantindo acesso desses trabalhadores e seus familiares à assistência médico-hospitalar (excluindo o restante da população).
Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões)
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III - AUTORITARISMO (1964 – 1984)
Condições de saúde continuam críticas: mortalidade infantil (que tinha diminuído entre as décadas de 40 e 60) sofreu um aumento após 1964, juntamente com a tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc.
Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP.
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 Mesmo com o “MILAGRE BRASILEIRO” (1968 – 1973)  não houve melhora no quadro sanitário.
 Após 1974  há uma queda das doenças transmissíveis, principalmente as imunopreviníveis.
 Aumenta as tensões sociais reivindicando melhoria nas condições de vida = reforma de base  dificultando a manipulação das massas.
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GOLPE MILITAR EM 1964
# Regime autoritário (21 anos)
# Privilegia o setor privado: compra de serviços, apoio aos investimentos e empréstimos com subsídios.
# Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966  INPS (Instituto Nacional de Previdência Social):
 Aposentadoria e pensões;
 Assistência médica dos contribuintes e familiares.
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# 1973 = estendeu a medicina previdenciária aos trabalhadores rurais  FUNRURAL (só que de forma diferenciada).
# 1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS):
 Plano de Pronta Ação (PPA) - 1974  ampliação do atendimento de urgência a população não segurada nas clínicas e hospitais particulares contratados.
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# V Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1975:
Diagnóstico do Setor saúde: insuficiente, descoordenado, má distribuição de recursos, inadequação e ineficácia.
Proposta do Governo: SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE - explicitava as atribuições dos diversos ministérios e das responsabilidades dos governos federal, estadual e municipal.
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# Os empresários da saúde se opuseram, fazendo com que o governo concentrasse sua ação em um conjunto de programas verticais, tais como:
- Programa Nacional de Saúde Materno-infantil
- Campanha de Meningite
- Programa Nacional de Imunização (PNI)
- Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN), etc.
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# 1975:
criação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica;
criação do regime de Vigilância Sanitária;
# 1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social):
MS: prevenção (universal: ações higienistas e atenção primária);
MPAS: curativas de diagnóstico, tratamento e reabilitação (trabalhadores formais)
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# Estreita relação Estado e segmento privado  contratos e convênios;
# Privatização das ações curativas  pagamento por quantidade de atos médicos;
# Quase inexistia controle ou regulação  “cheque em branco”.
FAS (Fundo de Assistência social)/Caixa Econômica Federal: financiou a ampliação da rede privada (fornecedor privado, político e funcionários do governo)  juros mínimos e prazo a perder de vista.
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# FIGUEREDO
 Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE):
iniciativa de reorganização do Sistema de Saúde (maior integração dos dois ministérios e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde);
diretrizes que reforçavam a atenção primária da saúde;
participação da comunidade;
regionalização e hierarquização dos serviços;
referência e contra-referência;
integração de ações curativas e preventivas.
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# Resistência dos “anéis tecnoburocráticos”: interesse do setor privado, políticos e boicote dos dirigentes do INAMPS.
POLÍTICOS
FUNCIONÁRIOS
 PÚBLICOS
“tecnocratas”
EMPRESÁRIOS
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AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE) - 1982 
 Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da rede de saúde);
 Tentativa incipiente de descentralização do poder;
 Gestão ainda no nível federal.
 Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO CONTRIBUINTE.
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Esses avanços não foram suficientes para alterar significativamente as condições de saúde da população nem para reorientar o modelo médico-assistencial privatista 
de interesse das empresas médicas, empresas multinacionais de medicamentos e equipamentos médico-hospitalares
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Organização da classe operária do ABC
Movimento Sanitário
Sociedade organizada
Mobilização pelas “DIRETAS JÁ”
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA
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IV – “NOVA REPÚBLICA” (1985 – 1988)
 Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis;
 Manutenção das
doenças da modernidade (aumento das causas externas);
 Crescimento da AIDS;
 Epidemias de dengue (vários municípios e inclusive capitais).
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Interrupção da recessão econômica do início da déc. 80 e a conquista da democracia
resgate da “dívida social” acumulada no período autoritário
colocaram a saúde na agenda política
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Conceito ampliado de saúde;
Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado;
Criação do Sistema única de Saúde (SUS);
Participação popular (controle social);
Constituição e ampliação do orçamento social.
Difusão da proposta da Reforma Sanitária:
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A REFORMA REPRESENTAVA DOIS PONTOS:
Indignação contra precárias condições de saúde, o descaso acumulado, a mercantilização do setor saúde, a incompetência e o atraso;
A possibilidade da existência de uma viabilidade técnica e uma possibilidade política de enfrentar o problema.
# 1986 = Eleições diretas para Governador dos estados (novo ator fortalecido na cena política).
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AIS  SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987
“Estratégia ponte” para instalação do SUS;
Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado;
Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI);
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SUDS - 1987
Criaram-se os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde: paritários e deliberativos (estímulo a participação da sociedade civil);
Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados;
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SUDS - 1987
Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à Secretaria Estadual de Saúde;
Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado:
1980: público absorvia apenas 28,7%;
1987: público absorveu 54,1%.
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V – PÓS-CONSTITUINTE (1989 – 1992)
 Epidemia de cólera em 1991 no Brasil;
 Mortalidade:
Agravamento por causas externas (homicídios > acidentes trânsito);
DCV - Causas externas – Neoplasias;
Queda na mortalidade infantil.
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 Morbidade:
Erradicação da poliomielite;
persistência da tuberculose; 
estabilização das taxas de AIDS;
expansão da dengue (inclusive a hemorrágica);
incremento das taxas de leshmaniose visceral;
incremento da malária;
diminuição da hanseníase e diminuição das doenças imunopreviníveis.
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Regulamentação do SUS:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988) – “Constituição cidadã”:
 Saúde como direito de todos e dever do Estado;
 Ampliação do conceito de saúde.
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LEI ORGÂNICA DA SAÚDE (Lei 8.080/ 90):
 Condições para promoção, proteção e recuperação da saúde;
 Organização e funcionamento dos serviços;
Todos os prestadores de saúde estão subordinados, não só os serviços integrantes do SUS.
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LEI COMPLEMENTAR DA SAÚDE (Lei 8.142/ 90):
Participação da comunidade (Conselho e Conferência de Saúde);
Transferências intergovernamentais de recursos financeiros.
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Apesar da universalização da saúde
“CAOS DO SUS” no seu nascimento e sucateamento dos serviços públicos
Collor reduziu em quase a metade os recursos para a saúde
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# O processo de Reforma Sanitária deparou-se no período de 1988 a 1992 com políticas, que se caracterizavam:
Apoio ao modelo médico-assistencial privatista reciclado (expansão da assistência médica supletiva);
Reforço à centralização decisória e ao controle burocrático;
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Desmonte do SUDS e “operação descrédito” da Reforma Sanitária;
Municipalização discriminatória (“presente de grego”);
Implantação distorcida do SUS;
Lógica da produtividade nos serviços públicos através do SIH e SIA. 
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Permitiu a transição dos municípios de prestador a executor do sistema de saúde.
O SUS enfrentou a descontinuidade administrativa do Ministério da Saúde, com perdas importantes de verbas, embora alguns fatos o tenha reforçado:
- influência da sociedade civil na política de saúde por intermédio dos Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais de Saúde;
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municipalização da saúde reconhecendo a diversidade das situações;
experimentação de modelos assistenciais alternativos por governos estaduais e municipais;
certos movimentos de cidadania (luta contra fome e a miséria, defesa da vida e contra a violência, etc.);
No setor privado houve expansão da Assistência Médica supletiva;
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GOVERNO DE FHC
# PLANO REAL (1994): resultou, com a expansão do neoliberalismo, em mais desajuste social: desemprego, violência e piora das condições de vida.
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Segmentos da classe média e trabalhadores de melhor nível  seguros ou planos de saúde à medida que se deterioravam os serviços públicos de saúde e a mídia desqualificava os esforços de construção do SUS;
- Os demais cidadãos usuários do SUS, apesar do direito à saúde, eram repelidos dos serviços de saúde pelas filas, maus tratos, burocracia, humilhações, greves e baixa qualidade dos serviços.
Acesso aos serviços de saúde:
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# Apesar das dificuldades, ocorreu uma extensão de cobertura dos serviços no final do séc. XX no Brasil.
“(...) o que temos hoje se distancia daquele que foi consagrado na constituição cidadã, sua existência é essencial num país que apresenta enormes disparidades regionais e sociais (...)”.
“(...) onde deu SUS, deu certo (...)”.
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FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE NO BRASIL”
Comprometendo-se com a mudança do modelo de atenção através do PSF;
Proposta de 847 para 3.500 Equipes de saúde da Família (ESF); hoje temos cobertura de 80%
Foi implantado o PAB (Piso de Atenção Básico) para custear ações de atenção básica (valor fixo per capta x população), além de outros incentivos financeiros;
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FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE NO BRASIL”
O Ministério da Saúde estabeleceu orientações para a organização da atenção básica de saúde, explicitando as responsabilidades dos municípios, ações, atividades, resultados e impactos esperados;
Em 2002 alcançou-se 17.000 ESF e uma cobertura de cerca de 50 milhões de usuários do SUS;
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FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE NO BRASIL”
O Ministério da Saúde estabeleceu orientações para a organização da atenção básica de saúde, explicitando as responsabilidades dos municípios, ações, atividades, resultados e impactos esperados;
# 2000 = criou-se a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização de planos ou seguros de saúde.
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ANTES DO SUS
centralização dos recursos e do poder na esfera federal;
 ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa;
 serviços exclusivos para contribuintes;
 não participação da comunidade;
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HOJE COM O SUS
Sistema único de saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios);
 Ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde;
 Investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL);
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HOJE COM O SUS
Controle social: Conselhos e Conferências de Saúde;
 Processo de MUNICIPALIZAÇÃO;
 Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).
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