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3) O Município A resolveu aumentar a alíquota do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), tendo publicado a Lei autorizadora aprovada pela Câmara de Vereadores em 04/12/2017. Qual a data em que o Município poderá estar exigindo o tributo com a nova alíquota? Fundamente a resposta com os dispositivos constitucionais aplicáveis. Publicada em 04/12/2017 conta 90 dias, excluindo o primeiro e incluindo o último poderá ser exigido em 05/03/2018 O art. 156, III da CF estabelece que cabe aos Municípios, mediante a edição de uma lei ordinária, a instituição do ISS. Ademais, é bom lembrar que, na condição de imposto municipal, o ISS poderá ser instituído igualmente pelo Distrito Federal, no exercício da competência tributária cumulativa ou múltipla (art. 147, parte final, CF). Conforme prescreve a Constituição Federal, dois são os parâmetros temporais de efetivação dessa norma tributária: a anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal, com previsão no art. 150, III, b e c, da Carta Magna. Conforme se extrai da leitura dos dispositivos, não existe menção ao ISS entre os impostos que excepcionam as regras da anterioridade. Portanto, utilizar-se-á, conforme o caso, a regra mais benéfica ao contribuinte, em virtude da aplicação cumulativa das anterioridades anual e nonagesimal. Assim, por exemplo, uma lei municipal reguladora do ISS publicada em dezembro de 2017, só teria eficácia depois de 90 dias, visto que tal período tem maior amplitude em relação à anterioridade anual. Do mesmo modo, se uma lei, nos mesmos moldes, é publicada em julho, a anterioridade anual se revela mais benéfica, devendo ser aplicada sua regra. 4) Quais os impostos que são exceção ao Princípio da Legalidade? Fundamente de acordo com a Constituição Federal. Primeira exceção: art 153 § 1, que faculta ao poder executivo alterar as alíquotas sobre o II, IE, IPI e o IOF (denominados tributos regulatórios do comércio exterior). Foi dada a faculdade ao poder Executivo de alterar as alíquotas de tais impostos, pois estes protegem a indústria Nacional e excepcionalmente precisam de maior rapidez para o seu processo normativo, porém não significa que estes impostos não obedecem a legalidade, pois como nota-se no § 1 do art 153, só é possível a alteração, se o decreto obedecer as condições e limites estabelecidos em lei. O ato normativo é o decreto presidencial, ou portaria do ministro da fazenda. Segunda exceção: art 177 § 4º, I, b: está indiretamente posto no artigo, que possibilita ao executivo reduzir ou restabelecer a alíquota da contribuição de intervenção e domínio econômico (CIDE), relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus 1) Aponte e explique as diferenças entre princípios e normas em matéria de Direito Tributário. O Ordenamento Jurídico Tributário é composto de Princípios Constitucionais, expressos e implícitos, que sustentam todo Sistema Tributário Nacional. O Direito Tributário possui princípios específicos e normas próprias. Os princípios são orientadores na interpretação das normas jurídicas, são norteadores da aplicação e no âmbito de abrangência, são limitações ao poder de tributar expressos na CF. Princípio é o alicerce, o pilar que fundamenta as demais normas jurídicas positivas que compõem o sistema. As normas gerais do Direito Tributário estão estabelecidas no Código Tributário Nacional (CTN), além das prescrições e restrições emanadas da Constituição Federal/1988. As normas são descritas do modo “mais determinada possível” e os princípios que são descritos de forma “indeterminada”. 2) Explique o Princípio da Legalidade, fundamentando-o com o dispositivo constitucional atinente. - Princípio da legalidade na Constituição Federal, no art. 150, I, estabelece limitações ao poder de tributar, vedando os entes políticos, titulares de competência tributária de exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; - Princípio da Reserva Legal ou também conhecido como Princípio da Legalidade Tributária impõe ao Estado a sua atuação incondicionalmente na lei. A legalidade tributária ganha reforço em relação a uma legalidade apenas formal, sendo tal reforço informado pela tipicidade, que encerra uma formulação legal extremamente rígida, onde os elementos constitutivos são taxativamente escolhidos pelo legislador, com exclusão de quaisquer outros, além de seus respectivos conteúdos serem determinados na própria lei, restando ao aplicador uma mera operação de subsunção autônoma. derivados, gás e seus derivados e álcool combustível. O ato normativo é o decreto presidencial. Estas duas primeiras exceções passaram a ter previsão no texto constitucional com a emenda nº 33 de 2001. Terceira exceção: art 155, IV, que permite aos estados e ao DF, definir as alíquotas do ICMS monofásico incidente sobre combustíveis, importante observar que a lei não diz alterar as alíquotas, mas definir, o que pressupõe maior poder dos estados e do DF. O ato normativo é o convênio do CONFAZ. Só para não deixar de mencionar as exceções do Código Tributário Nacional e da Súmula 160 do STJ: Quarta exceção: Esta exceção está disposta no art 97, § 2º, do CTN que diz não constituir majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Para entender esta exceção pode-se pensar na atualização da base de cálculo do IPTU. O valor de mercado obedece a uma tabela de valores disposta pelo município a indicar o valor da área construída em determinada região, porém esse valor com o passar do tempo sofre depreciação em razão da inflação, necessário então se faz a atualização monetária. A atualização monetária realizada pelo município, não representa um aumento real da base de cálculo, mas um aumento fictício, facultando ao município realiza- la por meio de decreto do prefeito. Contudo esta atualização deve ter limites de modo a não caracterizar um aumento na base de cálculo, revestido de atualização monetária. O Superior Tribunal de Justiça na súmula 160 se firmou para esclarecer quaisquer dúvidas: É defeso ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. A atualização se realiza por meio do decreto do prefeito. 5) Fale sobre o Princípio da Vedação de Confisco e diga se existe previsão explícita de tal princípio na Constituição Federal? O princípio da vedação ao confisco determina que a imposição de um determinado tributo não pode ter por consequência o desaparecimento total de um determinado bem. Em outras palavras, o valor de uma exação deve ser razoável e observar a capacidade contributiva e o sujeito passivo. Tem-se como exemplos de condutas vedadas o tributo sobre patrimônio que acarreta a inutilização de uma propriedade e o imposto sobre a renda que impossibilite o sujeito passivo de auferi-la. Este princípio encontra fundamento jurídico na Constituição Federal, art. 150, IV: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (...) utilizar tributo com efeito de confisco. 6) Explique o que são fontes de Direito Tributário. Enumere os tipos de fontes e subtipos. Fonte significa nascente, vertente, onde se origina, causa... As fontes do direito tributário se dividem em fontes FORMAIS e MATERIAIS. FONTES MATERIAIS ou REAIS: são os atos e situações que dão origem à obrigação tributária. Também, segundo alguns autores, são o conjunto de órgãos habilitados pelo sistema para a produção de normas tributárias (Congresso Nacional em nível federal, Assembleias Legislativas em nível estadual, Câmaras de Vereadores em nível municipal, Presidência da República em casos de medida provisória). Ex: propriedade de um veículoautomotor, a propriedade de um imóvel, a circulação de mercadorias ou serviços, etc. FONTES FORMAIS: são o conjunto de normas que incidem sobre atos e situações, atos normativos que introduzem as regras tributárias, tais como, as leis ordinárias, as leis complementares, as medidas provisórias, a Constituição Federal, etc. Podem ser PRIMÁRIAS ou SECUNDÁRIAS. Fontes FORMAIS PRIMÁRIAS CF, Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória, Lei Delegada, Decretos Legislativos, Resoluções. SECUNDÁRIAS São os atos administrativos normativos, como decretos, regulamentos, atos, instruções, circulares, portarias, ordens de serviço, costues administrativos e os convêncios entre órgãos públicos. Só existem porque as fontes primárias necessitam de complementações MATERIAIS Atos e situações que dão origem à obrigação tributária. NÃO FORMAIS Costumes, doutrina, jurisprudência. 7) Indique as diferenças entre receitas originárias e receitas derivadas. São receitas públicas as entradas definitivas de todo e qualquer dinheiro nos cofres públicos. Em relação à origem, podem ser classificadas em: a) Receitas públicas originárias: também chamadas de receitas não tributárias, são as que decorrem da exploração do bem público. Podemos citar como exemplos as atividades do Estado submetidas ao direito privado (contratos, herança vacante, doações etc.), a exploração do patrimônio do Estado (vias públicas, mercados, espaços em aeroportos etc.) ou em decorrência de serviços públicos prestados por concessionário (preço público). b) Receitas derivadas: são as que provêm do constrangimento sobre o patrimônio particular. São os tributos (com exceção dos empréstimos compulsórios, pois estes constituem entradas provisórias) e as penalidades (pecuniárias - multa - ou não - perdimento e apreensão de bens etc.). Existe também as receitas transferidas que são aquelas decorrentes da transferência entre os entes da Federação. A hipótese mais comum é a repartição da arrecadação tributária, realizada nos termos dos artigos 157 a 162 da CF. A despeito de ser uma receita cuja origem é o pagamento de tributos, trata-se de receita transferida, pois não decorre da competência tributária da entidade política que a recebe. As receitas originárias, o Estado as obtém de seu próprio patrimônio, de seus bens e empresas comerciais ou industriais. Caracterizam-se pelo fato de o Estado não necessitar valer-se do seu poder de império sobre os cidadãos para arrecadá-las. As receitas derivadas, ao revés, são obtidas pelo Estado valendo-se do seu poder de autoridade – sempre exercido na forma de lei – para extraí-las do patrimônio ou da renda dos particulares.
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