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* PECTINASES Enzimas capazes de reconhecer as ligações glicosídicas α-1,4 entre as unidades de ácido galacturônico e seus derivados metoxilados; Produzidas por vegetais e microrganismos; Substrato: polissacarídeos constituintes da lamela média e da parede primária de células vegetais. * Substâncias Pécticas Carboidratos poliméricos componentes da perede celular e da lamela média de vegetais. * Pectina: ácidos galacturônicos e seus derivados metoxilados (>50% esterificação), ligados entre si por ligações α-1,4 – formam géis em meio ácido e na presença de açúcar Ácido pectínico: pectinas com baixo teor de metilação (<50%) – resistentes à precipitação com Ca, aplicadas na confecção de geléias com baixo teor de açúcar Ácido péctico: contém ácidos galacturônicos, contendo quantidades negligenciáveis de metoxilas – precipitam com Ca * ENZIMAS DESMETOXILANTES Pectinaesterases ou pectina-metil-esterases Hidrolases que atacam a ligação éster desmetoxilando ácidos galacturônicos esterificados com metanol Produtos: pectinas com baixo teor de metoxilação ou ácido péctico + metanol Consequências: ↑ suceptibilidade do polissacarídeos ao ataque de enzimas despolimerizantes; ↑ suceptibilidade do polissacarídeo à precipitação na presença de Ca+2 – ácido péctico * ENZIMAS DESPOLIMERIZANTES Hidrolisam ligações glicosídicas α-1,4 entre as unidades constituintes das substâncias pécticas. Poligalacturonases e pectatoliases: atacam preferencialmente ligações entre ácidos galacturônicos (↓ teor metoxilação). Pectinaliases: atacam ácidos galacturônicos metoxilados, ativadas na presença de Ca+2. * Poligalacturonases Pectato liase Pectina esterase Polimetilgalacturonases Polimetilgalacturonato liase (pectina liase) * A hidrólise de pectinas altamente metoxiladas pode ser facilmente alcançada pela ação combinada de pectinaesterases e poligalacturonases ou pectinaliases. Pectinases comerciais: Contêm variedade de enzimas fúngicas Pectinaesterase Poligalacturonase Pectinaliase Aspergillus sp * CELULASES Enzimas hidrolíticas capazes de romper as ligações glicosídicas β-1,4 entre unidades de glicose. Substrato: celulose, polímero presente nas paredes celulares dos vegetais. São produzidas apenas por microrganismos: bactérias do trato gastrintestinal de ruminantes; fungos filamentosos do solo (Aspergillus niger, Penicillium oxalium, Trichoderma viridae) * Estrutura da celulose: polímero de -D-glicose 10.000 a 15.000 D-glicose cadeias lineares alinhadas lado a lado e estabilizadas por ligacões de H intra- e intercadeias Fungos e bactérias possuem celulase: hidrolisam lig. 14 * Tipos de celulases ENDO-1,4- β -GLICANASES (EC 3.2.1.4) – CELULASE: Rompem a celulose desordenadamente, no meio da molécula liberando oligossacarídeos β-1,4 EXO-1,4- β-GLICANASES (EC 3.2.1.91) – CELOBIO-HIDROLASE: Rompem a celulose a partir da extremidade liberando glicose e celobiose (dissacarídeo de glicose β1,4) GLICOHIDROLASES (EC 3.2.1.74): Rompem unidades de glicose da extremidade de polímeros de celulose e oligômeros CELOBIASE (EC 3.2.1.21): Rompem A CELOBIOSE, LIBERANDO GLICOSES. Atuam também como exo enzimas sobre oligossacarídeos beta-1,4. * APLICAÇÃO INDUSTRIAL DAS PECTINASES E CELULASES Enzimas endógenas: Pectinaesterase: Separação de fases em sucos de frutas cítricas: ↑ atividade pectinaesterase ↓ atividade enzimas despolimerizantes A desesterificação da pectina forma ácido péctico que precipita na presença de Ca+2 SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA: adição de pectinaliases ou poligalacturonases. Convertem o ácido péctico em oligômeros não sensíveis ao Ca+2. Ocorre diminuição da viscosidade do suco. * APLICAÇÃO INDUSTRIAL DAS PECTINASES E CELULASES Pectinaesterase e poligalacturonase: Tomate: alto teor de enzimas pectinolíticas – causa rápido amolecimento pós-colheita TOMATE LONGA-VIDA: variedade geneticamente modificada, para menor produção de enzimas (poligalacturonase e pectinesterase) e de etileno Maior “tempo de prateleira”. * PRODUTOS DO TOMATE: Pastas viscosas (ketchup, sopas e molhos): Processo Hot break (90o C) - inativação térmica das pectinases imediatamente após o despolpamento. Sucos poucos viscosos: Processo Cold Break (40o C) – processo de depende de um período de repouso após o despolpamento, garantindo atividade das enzimas nativas. Após concentrar os sucos são utilizados como corantes e flavorizantes. * APLICAÇÃO INDUSTRIAL DAS PECTINASES E CELULASES Enzimas exógenas: Clarificação de sucos e frutas: Sucos após a extração: turvação e alta viscosidade Pectina em suspensão devido à repulsão eletrostática proteína pectina + + + + + + + + + + + + _ _ _ - - - - - - - Ação de enzimas pectinolíticas Exposição das superfícies de cargas opostas Aglomeração por atração eletrostática SUCO TURVO: PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO ↓ viscosidade * APLICAÇÃO INDUSTRIAL DAS PECTINASES E CELULASES Enzimas exógenas: Extração de sucos: Separação da parte líquida da polpa. Uso de pectinases facilita o processo – facilita o rompimento das paredes e aumenta o rendimento da extração por prensagem. Liquefação : Processo de transformação da polpa em suco que independe da prensagem. Solubilização das partes insolúveis da polpa, transformando-a em parte integrante do suco. Aumenta o teor de sólidos no suco; Não há produção de resíduos; Produção de sucos de frutas que não se adaptam ao processo de prensagem: banana, goiaba, manga etc. * Ou β-galactosidases são enzimas que reconhecem e hidrolisam ligações glicosídicas do tipo β que envolvem galactoses e arabinoses; Principal substrato: lactose LACTASES (EC 3.2.1.23) * Lactose Carboidrato dominante no leite – 5% leite bovino, 7% leite humano Açúcar pouco solúvel – cristaliza em concentrações superiores a 18% - sensação de arenosidade indesejável Apresenta poder de dulçor menor que a sacarose (16%) Altamente higroscópica – pode causar empedramento em produtos lácteos em pó * Fontes e principais características das lactases Produzidas pelo intestino de mamíferos – alta concentração após o nascimento; Os adultos normalmente perdem a capacidade de hidrolisar a lactose devido a uma diminuição drástica da produção de enzimas; Acúmulo de lactose não digerida: multiplicação de microrganismos – gases e diarréia Pequena fração de crianças nascem com intolerância à lactose * Fontes e principais características das lactases Vegetais produtores: pêssego, damasco, café e amêndoa – não são comercializadas para uso industrial Origem microbiana: Aspergillus niger, A. oryzae, Candida pseudotropicalis e Kluvermyces lactis. Enzimas de origem fúngica: pH 2,5 a 4,5 e tpt 50o C– hidrólise da lactose do soro Enzimas de leveduras: pH 6,0 a 7,0 e tpt 30-40o C– hidrólise da lactose do leite * Aplicações industriais das lactases Ingestão ou aplicação doméstica: cápsulas de lactase (ingestão das cápsulas ou adicionar ao leite ou produto lácteo antes da ingestão) Leites com baixo teor de lactose – para intolerantes à lactose - leite tipo UHT - lactase comercial de Kluyvermyces lactis - Aumenta a doçura do leite (glicose + galactose é cerca de 4 a 5 vezes mais doce que a lactose) PRODUTOS PARA INTOLERANTES À LACTOSE * Aplicações industriais das lactases Leite congelado: hidrólise da lactose diminui desestabilização do leite pois não forma cristais de lactose que rompem o glóbulo de gordura. Doce de leite, leite condensado e sorvete Diminuição da arenosidade causada pela lactose PRÉ-TRATAMENTO DO LEITE PARA OBTENÇÃO DE DIVERSOS PRODUTOS * Aplicações industriais das lactases Iogurte: hidrólise da lactose aumenta a doçura do produto final sem aumentar valor calórico. Redução tempo fermentação Melhoria da textura Redução dessora Queijo Queijo Cheddar- redução tempo de produção e maturação PRÉ-TRATAMENTO DO LEITE PARA OBTENÇÃO DE DIVERSOS PRODUTOS * Aplicações industriais das lactases Ação transferase: podem ligar uma unidade de galactose a outra unidade de galactose livre ou da lactose por ligação β-1,6. PRODUÇÃO DE GALACTOLIGOSSACARÍDEOS PRÉ-BIÓTICOS Japão e Europa: principais ingredientes pré-bióticos utilizados: 15.000 ton/ano LACTOTRIOSE * Oligossacarídeos bifidogênicos Compostos que não são digeridos no trato digestório humano, capazes de atingir o cólon sem alterações. Favorecem o crescimento de populações microbianas benéficas (Bifidobacterium) em detrimento de bactérias putretativas (Enterobacteriaceae) PRÉ-BIOTÍCOS * INVERTASES (β-frutofuranosidases, EC 3.2.1.26) Hidrólise da sacarose em glicose + frutose. Hidrólise da sacarose leva à inversão da rotação óptica específica do meio reacional quando observado em polarímetro. Produto: xarope de glicose+frutose – açúcar invertido * Açúcar invertido Apresenta maior poder edulcorante (devido à presença de frutose) Maior possibilidade de concentração – os monossacarídeos são mais solúveis do que o dissacarídeo original Ponto de ebulição mais alto e ponto de congelamento mais baixo – maior pressão osmótica A hidrólise é facilmente alcançada pelo uso de resinas catalíticas (hidrólise ácida) – hidrólise enzimática é pouco utilizada * SUBSTRATO Sacarose Dissacarídeo não-redutor formado por glicose e frutose ligadas β-1,2. É o principal açúcar comercializado no mundo Fontes: beterraba e cana-de açúcar É considerada o padrão de doçura na indústria de alimentos * Fontes e principais características das invertases Amplamente distribuídas na natureza – vegetais, microrganismos e animais. Industrialmente as mais importantes – Saccharomyces sp e Kluyveromyces sp – leveduras Fungos filamentosos: Aspergillus sp Fontes vegetais: aspargos, beterraba, chicória Além da atividade hidrolítica podem apresentar atividade de transferases – removem uma unidade de frutose do substrato e ligam a diferentes aceptores em diferentes posições. * Aplicação industrial das invertases Uso de invertases na obtenção de açúcar comercial não é muito difundido – hidrólise ácida com resinas catalíticas, já que a sacarose utilizada é bastante pura. Principal aplicação: atividade de transferase - obtenção de oligossacaríderos bifidogênicos * Oligossacarídeos bifidogênicos Lactossacarose: tranferência de uma frutose para o aceptor lactose (frutose se liga à glicose da lactose por ligação β-1,2). Frutoligossacarídeos: Produzidos por empresas européias e japonesas – 12.000 ton/ano * Frutoligossacarídeos: transfrutosilação por invertases Unidades de sacarose ligadas por ligações β-1,2 a 1, 2 ou 3 unidades de frutose 1-questose 1-nistose 1-frutofuranosilnistose * Frutoligossacarídeos: transfrutosilação por invertases Comercializadas no japão com o nome de “Neosugar” e “Meioligo” – marca registrada Invertase de Aspergillus niger – pH 5,0, tpt= 40o C por 72 horas *
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