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Abordagem morfofuncional buco maxilo facial

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1	
  
ANATOMIA BUCOMAXILOFACIAL 
 
 
Djanira Aparecida da Luz Veronez1 
 
INTRODUÇÃO 
 
O complexo bucomaxilofacial se localiza na face, sendo formado por elementos 
anatômicos do esqueleto cefálico, articulação temporomandibular, boca, cavidade 
bucal, dentes, língua, glândulas salivares e musculatura da face. 
 
ESQUELETO CEFÁLICO 
 
O esqueleto cefálico corresponde ao esqueleto da cabeça (ou crânio). Exceto a 
mandíbula, os demais ossos do crânio são articulados entre si por meio de 
articulações do tipo suturas, formadas pela presença de tecido conjuntivo fibroso 
entre os ossos e sincondrose esfenoccipital, constituída por tecido cartilaginoso 
entre os ossos do indivíduo jovem. 
O crânio é subdividido em duas importantes regiões: uma parte superior, que 
envolve a cavidade do crânio contendo o encéfalo (neurocrânio); e uma parte 
inferior, o esqueleto da face (viscerocrânio). 
Os ossos que formam o neurocrânio são: osso frontal (01); ossos parietais (02); 
ossos temporais (02); osso esfenoide (01); osso etmoide (01); osso occipital (01). 
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1	
  Biomédica.	
  Doutora	
  em	
  Ciências	
  Médicas	
  área	
  de	
  concentração	
  Neurociências	
  pela	
  Universidade	
  Estadual	
  de	
  
Campinas.	
  Professora	
  do	
  departamento	
  de	
  anatomia	
  da	
  Universidade	
  Federal	
  do	
  Paraná.	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
2	
  
O neurocrânio apresenta um teto constituído por uma cúpula, a calvária ou calota 
craniana, e um soalho ou base do crânio. Os ossos que formam a calota craniana 
são principalmente ossos planos (osso frontal, ossos parietais e o osso occipital), 
formados por ossificação intramembranosa mesenquimal da crista neural. Os ossos 
que constituem a base do crânio são principalmente ossos irregulares (osso 
esfenoide e ossos temporais) formados por ossificação endocondral da cartilagem. 
O osso etmoide é um osso irregular que apresenta uma contribuição relativamente 
menor na formação do neurocrânio, sendo essencialmente parte do viscerocrânio. A 
Os ossos da calota craniana se articulam por meio de suturas fibrosas, porém, 
durante a infância, alguns ossos como o esfenoide e occipital se apresentam unidos 
por cartilagem hialina. 
No neurocrânio se encontram o encéfalo (formado pelo cérebro, cerebelo e tronco 
encefálico) e suas coberturas membranosas encefálicas, as meninges cranianas 
dura-máter, aracnoide e pia-máter. Contém também partes proximais dos nervos 
cranianos e os vasos sanguíneos encefálicos. A medula espinhal apresenta-se 
contínua com o tronco do encéfalo através do forame magno, uma grande abertura 
na base do crânio. 
Os ossos que formam o esqueleto da face, viscerocrânio, são: ossos nasais (02); 
ossos palatinos (02); ossos lacrimais (02); ossos zigomáticos (02); ossos conchas 
nasais inferiores (02); ossos maxilares (02); osso etmoide (01); osso vômer (02); 
mandíbula (01). 
O viscerocrânio abriga principalmente as vísceras envolvidas com a visão, formação 
do esqueleto do nariz e sua cavidade nasal e limites da cavidade bucal. 
As órbitas são cavidades que alojam os olhos, pequenos músculos, vasos e nervos. 
A parede superior (teto) da órbita é constituída pela parte orbital do osso frontal. A 
parede medial é formada pelo processo maxilar do osso frontal, pelos ossos 
lacrimais e lâmina orbital do osso etmoide. A parede lateral da órbita é constituída 
pelo osso zigomático e por parte da asa maior do osso esfenoide. A parede inferior 
(soalho) da órbita é formada pelo osso maxilar e osso esfenoide. 
	
  
	
  
	
  
	
  
3	
  
As cavidades nasais participam das partes superiores do trato respiratório, sendo 
encontradas medialmente às órbitas. Tem paredes, assoalhos e tetos, compostos 
predominantemente por ossos e cartilagens. As aberturas anteriores das cavidades 
nasais são as narinas, sendo as aberturas posteriores as coanas (aberturas nasais 
posteriores). Continuamente com as cavidades nasais há extensões preenchidas por 
ar - que se projetam lateralmente, superiormente e posteriormente aos ossos ao seu 
redor, denominados de seios paranasais. Os seios paranasais são cavidades 
existentes no osso frontal, osso etmoide, osso esfenoide e ossos maxilares. 
Os seios paranasais, seio frontal, seios maxilares, seio esfenoidal e células 
etmoidais têm como função dar leveza à face, atuar como câmaras de ressonância 
de som e contribuir com o aquecimento do ar inspirado. O volume total dos espaços 
aéreos nos seios paranasais aumenta com a idade. 
A cavidade oral apresenta, como limites ósseos, os processos palatinos dos ossos 
maxilares; e lâmina transversal dos ossos palatinos como limite ósseo superior, e a 
mandíbula como limite ósseo inferior. 
Tanto nos ossos maxilares, como na mandíbula se encontram os alvéolos dentários, 
com o objetivo de fornecer a base e os ossos de sustentação dos dentes das 
arcadas dentárias superiores e inferiores. 
 
DESCRIÇÃO DA VISTA ANTERIOR DOS OSSOS DA FACE 
 
A fronte, ou região frontal, consiste no território do osso frontal, que também forma a 
parte superior da margem de cada órbita, a margem supra-orbital. 
Imediatamente superior á órbita, a cada lado, se encontra os salientes arcos 
superciliares. Estes são mais pronunciados nos homens que nas mulheres. Entre 
estes arcos, há uma pequena depressão, a glabela. 
Na parte medial da margem supra-orbital se encontra o forame supra-orbital ou a 
incisura supra-orbital. 
	
  
	
  
	
  
	
  
4	
  
O osso frontal projeta-se medialmente e inferiormente, formando uma parte da 
margem medial de cada órbita. Lateralmente, o processo zigomático do osso frontal 
projeta-se inferiormente formando a margem lateral superior de cada órbita. 
O osso frontal também se articula com o lacrimal, etmoidal e esfenoides; uma 
porção horizontal do osso auxilia na formação do teto das órbitas e parte do 
assoalho da parte anterior da cavidade craniana. 
Os ossos zigomáticos são ossos classificados como planos. Têm forma 
quadrangular, apresentando duas faces, quatro bordas e quatro ângulos. Formam 
parte da parede lateral de cada órbita. 
Um pequeno forame zigomático facial perfura a face lateral de cada osso 
zigomático. 
Os ossos zigomáticos se articulam com o osso frontal, esfenoide e temporal e as 
maxilas. Está situado superiormente e lateralmente na face. Forma a proeminência 
da bochecha, parte da parede lateral e assoalho da órbita, e partes das fossas 
temporais e infratemporal. 
Localizada inferiormente aos ossos nasais, a abertura piriforme corresponde à 
abertura nasal anterior no crânio. Na vista interna da abertura piriforme se encontra 
o septo nasal ósseo, dividindo a cavidade nasal em duas fossas nasais, direita e 
esquerda. Na parede lateral de cada fossa nasal se encontram projeções curvas das 
placas ósseas, as chamadas conchas nasais superiores, médias e inferiores. 
A parte do viscerocrânio na face, entre a órbita e os dentes da arcada dentária 
superior, é formada pelo par de ossos maxilares. Superiormente, cada osso maxilar 
contribui para a formação das margens inferior e medial das órbitas. Lateralmente, 
o processo zigomático de cada osso maxilar se articula com o osso zigomático e, 
medialmente, o processo frontal de cada osso maxilar se articula com o osso frontal. 
Na superfície anterior do corpo da maxila, imediatamente abaixo da margem infra-orbital, localiza-se o forame infra-orbital. Inferiormente, cada osso maxilar termina 
como processos alveolares e alvéolos dentários que contem os dentes da arcada 
dentária superior. 
	
  
	
  
	
  
	
  
5	
  
As maxilas estão unidas pela sutura intermaxilar no plano mediano. As maxilas 
contornam a maior parte da abertura piriforme e formam a margem infra-orbital 
média. Eles têm uma conexão ampla com os ossos zigomáticos lateralmente e um 
forame infra-orbital inferior para a passagem do nervo infra-orbital e vasos 
sanguíneos. 
Na vista anterior do crânio (Figura 1), a mandíbula é a estrutura óssea com forma de 
ferradura mais inferior. Consiste em corpo da mandíbula anteriormente e ramo da 
mandíbula, posteriormente. Estes se unem posteriormente, no ângulo da mandíbula. 
O corpo da mandíbula é dividido em duas partes: a parte inferior, base da 
mandíbula; e a parte superior, parte alveolar da mandíbula. A parte alveolar da 
mandíbula contém os dentes da arcada dentária inferior. A base da mandíbula tem 
uma protuberância, a protuberância mental em sua superfície anterior, onde os dois 
lados da mandíbula se unem. Imediatamente lateral à protuberância mental, a cada 
lado, identificam-se protuberâncias mais pronunciadas, os tubérculos mentais. 
Lateralmente aos tubérculos mentais, se encontram os forames mentais, entre a 
margem superior da parte alveolar da mandíbula e a margem inferior da base da 
mandíbula. 
 
DESCRIÇÃO DA VISTA LATERAL DO VISCEROCRÂNIO 
 
Os ossos da face observados em uma vista lateral do crânio incluem os ossos 
nasais, os ossos maxilares e os ossos zigomáticos. 
Os ossos nasais se apresentam como pequenos ossos classificados como 
laminares (planos), encontrados dispostos superiormente à abertura piriforme. 
Os ossos maxilares apresentam inferiormente os processos alveolares e alvélo-
dentários que contêm os dentes. Superiormente, contribui para a formação das 
margens inferior e medial das órbitas. Medialmente, os processos frontais dos ossos 
maxilares se articulam com o osso frontal. Lateralmente, os processos zigomáticos 
dos ossos maxilares se articulam com o osso zigomático. 
	
  
	
  
	
  
	
  
6	
  
Os ossos zigomáticos apresentam forma irregular, contendo a superfície lateral 
arredondada para formar a proeminência da face. Medialmente, auxilia na formação 
da margem inferior das órbitas por meio de sua articulação com o processo 
zigomático do osso maxilar. Superiormente, os processos frontais dos ossos 
zigomáticos se articulam com os processos zigomáticos dos ossos frontais, 
auxiliando na formação da margem lateral da órbita. Lateralmente, os processos 
temporais dos ossos zigomáticos projetam-se posteriormente para se articular com o 
processo zigomático do osso temporal e, assim, formar o arco zigomático. 
O arco zigomático é formado pela união do processo temporal do osso zigomático e 
o processo zigomático do osso temporal. 
Outra importante estrutura do viscerocrânio é a fossa infratemporal. A fossa 
infratemporal apresenta-se como um espaço irregular e profundo inferior ao arco 
zigomático e a mandíbula e posterior à maxila. 
	
  
	
  
	
  
	
  
7	
  
 
Figura 1. Vista anterior do crânio 
MANDÍBULA 
 
A estrutura óssea inferior e final na vista lateral do crânio é a mandíbula. 
Inferiormente, identificam-se o corpo da mandíbula (anterior), um ramo da mandíbula 
	
  
	
  
	
  
	
  
8	
  
(posterior) e o ângulo da mandíbula - onde a margem inferior do corpo da mandíbula 
se encontra com a margem posterior do ramo da mandíbula. 
Os dentes da arcada dentária inferior se encontram na parede alveolar do corpo da 
mandíbula. 
O forame mental encontra-se na superfície lateral do corpo na mandíbula e, na parte 
superior do ramo, os processos condilar e coronoide estendem-se superiormente. O 
processo condilar apresenta-se envolvido na articulação formada entre a mandíbula 
e o osso temporal (Figura 2). 
 
Figura 2. Vista lateral do crânio 
 
DESCRIÇÃO DA BASE DO CRÂNIO 
 
	
  
	
  
	
  
	
  
9	
  
Denomina-se base do crânio a porção inferior do esqueleto cefálico formado pelo 
soalho da cavidade craniana do neurocrânio e pela parte inferior do viscerocrânio, 
exceto a mandíbula. 
Na vista externa e inferior da base do crânio identificam-se os ossos maxilares, 
ossos palatinos, o osso vômer, parte do osso esfenoide, osso temporal e o osso 
occipital. 
Na margem anterolateral do teto da cavidade oral localizam-se os processos 
alveolares e alvéolos dentários que abrigam a arcada dentária superior. 
O teto da cavidade oral, constituído pelo palato ósseo (palato duro), é formado pelos 
processos palatinos dos ossos maxilares, localizados anteriormente às placas 
horizontais dos ossos palatinos, posteriormente. 
No término do palato duro, posteriormente, identificam-se duas aberturas 
denominadas de coanas ou abertura nasal posterior. 
Na face inferior do crânio, o osso temporal apresenta os tubérculos articulares e as 
fossas mandibulares, onde os côndilos mandibulares se juntam para constituir a 
articulação temporomandibular. 
Na face inferior do crânio (Figura 3), o osso occipital apresenta um grande orifício 
denominado de forame magno. O forame magno serve como passagem para a 
medula espinhal, radículas nervosas dos nervos espinhais e meninges. 
Lateralmente ao forame magno do osso occipital encontram-se duas protuberâncias 
ósseas, chamadas de côndilos occipitais, que se articulam com a primeira vértebra 
cervical, atlas. 
	
  
	
  
	
  
	
  
10	
  
 
Figura 3. Vista inferior da base do crânio 
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 
 
A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação que se encontra entre a 
parte escamosa do osso temporal e o processo condilar da mandíbula. Esta 
compreende dois tipos de articulação sinoviais classificadas como dobradiça e 
	
  
	
  
	
  
	
  
11	
  
deslizamento. É formada pelo disco articular, processo condilar da mandíbula, 
ligamentos e a parte escamosa do osso temporal (Figura 4). 
 
 
Figura 4. Articulação temporomandibular 
Na parte escamosa do temporal, há uma superfície avascular composta de tecido 
conectivo fibroso em vez de cartilagem hialina. As principais áreas de suporte de 
	
  
	
  
	
  
	
  
12	
  
carga localizam-se na vista lateral da parte escamosa, a cabeça da mandíbula e o 
disco articular. 
O denso tecido conectivo fibroso é mais espesso nas áreas de suporte de carga. 
Anteriormente, a parte escamosa do temporal se relaciona com a eminência 
articular, tornando-se o tubérculo articular; numa parte intermediária, com a fossa 
mandibular e posteriormente a parte timpânica, que se afila na direção do tubérculo 
articular. 
A eminência articular é uma proeminência óssea na base do processo zigomático. O 
tubérculo articular está localizado na parte lateral da eminência articular e fornece 
fixação para a cápsula articular e para o ligamento lateral. 
A fossa mandibular é uma depressão na qual se localiza o processo condilar da 
mandíbula. Superiormente a esta fina lâmina de osso encontra-se a fossa média do 
crânio. Parte timpânica é uma lâmina vertical localizada anteriormente ao meato 
acústico externo. O tubérculo articular posterior é uma extensão inferior da parte 
escamosa do temporal; forma a face posterior da fossa mandibular e fornece fixação 
para a cápsula articular. 
O disco articular apresenta-se vascularizado e inervado nas áreas periféricas, sendo 
que na parte central é avascular e aneural. Ele está dividido em três porções, 
anterior - espessa porção se localiza anteriormenteao processo condilar da 
mandíbula com a boca fechada; intermédiaria, está localizada ao longo do tubérculo 
articular com a boca fechada; posterior, localizada superiormente ao processo 
condilar da mandíbula com a boca fechada. 
O disco articular divide a ATM em compartimentos superior e inferior. A superfície 
interna dos dois compartimentos forma um revestimento sinovial que produz um 
líquido sinovial, tornando a ATM uma articulação sinovial. 
O líquido sinovial atua como um lubrificante e também fornece as necessidades 
metabólicas para as superfícies articulares da articulação temporomandibular. 
A cápsula articular circunda completamente a superfície articular do osso temporal e 
do processo condilar da mandíbula. Composta por tecido conjuntivo fibroso e 
	
  
	
  
	
  
	
  
13	
  
reforçada ao longo das faces medial e lateral por ligamentos. Revestida por uma 
membrana sinovial altamente vascularizada. 
Os ligamentos colaterais são o ligamento colateral medial e ligamento colateral 
lateral. O ligamento colateral medial conecta a face medial do disco articular ao polo 
medial do processo condilar da mandíbula. O Ligamento colateral lateral conecta a 
face lateral do disco articular ao polo lateral do processo condilar. Os dois são 
compostos por tecido conectivo colagenoso. 
O ligamento lateral apresenta-se espesso na face lateral da cápsula articular e 
impede o deslocamento lateral e posterior do processo condilar da mandíbula. É 
composto por duas porções separadas, a parte oblíqua externa e a parte horizontal 
interna. A parte oblíqua externa é a maior porção; presa ao tubérculo articular, 
cursa póstero-inferiormente para se fixar em uma região imediatamente inferior ao 
processo condilar da mandíbula. Isto limita a abertura da mandíbula. A parte 
horizontal interna é a menor porção; está presa ao tubérculo articular cursando 
horizontalmente para se fixar à parte lateral do processo condilar da mandíbula e 
disco articular. Isto limita o movimento posterior do disco articular e do processo 
condilar. 
O ligamento estilomandibular é composto por um espessamento da fáscia cervical 
profunda. Estende-se do processo estiloide para a margem posterior do ângulo e 
ramo da mandíbula. Auxilia a limitar a protusão anterior da mandíbula. 
O ligamento esfenomandibular estende-se da espinha do osso esfenoide até a 
língua da mandíbula. 
A zona bilaminar localiza-se posteriormente ao disco articular. É composta pela 
lâmina posterior, que contém fibras elásticas e ancora a face superior da porção 
posterior do disco articular à cápsula articular e ao osso temporal, no tubérculo 
articular posterior e parte timpânica. 
O coxim retrodiscal corresponde à porção altamente vascularizada e inervada da 
ATM, formado por colágeno, fibras elásticas, tecido adiposo, nervos e vasos 
sanguíneos. 
 
	
  
	
  
	
  
	
  
14	
  
BOCA E CAVIDADE BUCAL 
 
A boca é a primeira porção do canal alimentar, comunicando-se anteriormente com 
o meio externo por meio de uma abertura na forma de uma fenda transversal 
mediana limitada pelos lábios superior e inferior e a rima bucal (Figura 5). 
 
 
Figura 5. Boca 
A cavidade da boca (cavidade oral ou bucal) é uma cavidade com forma semi-oval, 
delimitada lateralmente pelos dentes e bochechas, superiormente pelos palatos duro 
e mole, inferiormente pela língua e posteriormente pelo istmo das fauces (ou istmo 
da garganta). 
	
  
	
  
	
  
	
  
15	
  
A cavidade bucal apresenta-se dividida em dois compartimentos, um externo e outro 
interno. A parte externa, menor, corresponde ao vestíbulo bucal, e a outra interna, 
maior, é a cavidade bucal propriamente dita. 
O vestíbulo é um espaço em forma de fenda, cujo limite externo é feito pelos lábios e 
bochechas e internamente pelas gengivas e dentes. A cavidade bucal propriamente 
dita possui seu teto formado pelos palatos duro e mole, seu assoalho formado pela 
língua e sua parede anterolateral pelas arcadas dentárias, superior e inferior. 
Os lábios correspondem a duas pregas carnosas ao redor da abertura da boca. São 
revestidos externamente pela pele e internamente por mucosa. Assim como as 
bochechas, os lábios auxiliam na manutenção do alimento entre os dentes 
superiores e inferiores. 
O palato separa a cavidade nasal da cavidade oral (Figura 6). É formado pelo palato 
duro, constituído por parte uma dos ossos maxilares e ossos palatinos, e pelo palato 
mole formado por tecido muscular. Do palato mole, no plano mediano, projeta-se 
uma saliência cônica denominada úvula palatina. Posteriormente ao palato mole, a 
cavidade bucal comunica-se com a parte oral da faringe por meio de uma abertura 
chamada de istmo das fauces (ou istmo da garganta). Lateralmente a úvula ocorre à 
projeção de pregas musculomembranosas revestidas por mucosa chamadas de 
prega palatoglosso e prega palatofaríngea. Entre estas se identificam as fossas 
tonsilares preenchidas pelas tonsilas palatinas. 
	
  
	
  
	
  
	
  
16	
  
 
Figura 6. Boca e cavidade bucal. 
As bochechas encontram-se constituindo as paredes laterais da cavidade bucal, 
sendo revestidas por epitélio pavimentoso estratificado. São formadas por alguns 
músculos acessórios da mastigação, entre os quais se destacam os músculos 
bucinadores, que impedem o alimento de escapar da ação trituradora dos dentes. 
 
Dentes 
 
Para que o alimento sólido seja reduzido a pequenas partículas, anteriormente à 
ação das enzimas digestivas liberadas junto ao processo de insalivação, os dentes 
promovem essa função através do processo da mastigação. 
	
  
	
  
	
  
	
  
17	
  
Os dentes são estruturas acessórias do sistema digestório. São elementos rijos, 
esbranquiçados, implantados em cavidades da maxila e da mandíbula denominados 
de alvéolos dentários. 
Em cada dente distinguem-se três partes, a coroa, que corresponde à parte exposta 
livre; a raiz, que consiste de uma a três projeções implantadas no alvéolo e o colo, 
zona estreitada circundada pela gengiva. 
Durante a vida do indivíduo surgem duas dentições, a decídua, ou temporária, e a 
permanente. A dentição decídua, existente principalmente na primeira década de 
vida, é constituída por 20 dentes, sendo 08 incisivos, 04 caninos e 08 molares. A 
substituição dos dentes decíduos pelos dentes permanentes ocorre a partir de seis 
ou sete anos de idade, podendo se estender até 25 anos de idade. 
Na dentição permanente do indivíduo adulto há trinta e dois dentes, sendo oito 
incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e doze molares. 
Os seres humanos possuem diferentes dentes que desempenham diferentes 
funções. Os incisivos são destinados a cortar os alimentos, por terem uma forma de 
bisel. Os caninos situados posteriormente aos incisivos possuem uma superfície 
pontiaguda favorável para lacerar e rasgar o alimento. Os dentes pré-molares e 
molares apresentam classicamente duas e três cúspides, respectivamente, para 
triturar e esmagar o alimento. 
Língua 
	
  
	
  
	
  
	
  
18	
  
 
Figura 7. Língua. 
A língua é uma estrutura muscular revestida por mucosa situada no assoalho da 
boca. É o principal órgão gustativo, além de auxiliar na mastigação, deglutição dos 
alimentos e na articulação da fala. É uma estrutura acessória do sistema digestório, 
composta de músculos estriados esqueléticos divididos em dois grupos (Figura 7), 
músculos intrínsecos da língua (formando a língua propriamente dita) e os músculos 
extrínsecos (constituintes do assoalho da mandíbula). 
Entre os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua encontra-se o frênulo da 
língua, caracterizado como uma prega de túnicamucosa localizada na face inferior e 
mediana da língua. É responsável pelo limite dos movimentos da língua no sentido 
posterior. 
Na face superior e nas margens anterolaterais da língua são encontradas projeções 
denominadas de papilas linguais. Atuam como receptores para o paladar doce, 
salgado, azedo e amargo. 
	
  
	
  
	
  
	
  
19	
  
A língua contribui para a mistura da saliva com o alimento, mantém o bolo alimentar 
pressionado entre os dentes para a mastigação e auxilia no mecanismo de 
deglutição. 
 
Glândulas Salivares 
 
As glândulas salivares são responsáveis pela secreção de um líquido denominado 
saliva. 
O mecanismo de salivação apresenta-se totalmente controlado pelo sistema 
nervoso. O alimento, sentido pelo olfato ou pelo paladar quando ingerido, estimula 
as glândulas salivares a secretarem intensamente. Ou mesmo quando pensado, 
impulsos parassimpáticos aumentam a secreção da saliva. 
As glândulas salivares são divididas em glândulas maiores e menores. Sua função é 
a produção e secreção de saliva para a cavidade bucal, auxiliando na digestão. 
O corpo humano possui seis glândulas maiores, três de cada lado da face e 
pescoço. São elas, glândula parótida, glândula submandibular e glândula sublingual. 
As glândulas menores, normalmente entre seiscentas e mil, são distribuídas 
aleatoriamente dentro da cavidade oral. 
 
Glândula parótida 
 
É a maior glândula salivar (Figura 8). Localiza-se anteriormente à orelha e atrás do 
ramo da mandíbula, pesa 14 g a 28 g, sendo intimamente associada aos ramos 
periféricos do nervo facial (VII). Seu ducto dirige-se anteriormente sobre o músculo 
masseter e atravessa a bochecha, podendo ser facilmente palpado com o dedo no 
interior da boca, quando ela está entreaberta. O ducto internaliza-se e se abre na 
cavidade oral na papila parotídea próximo ao segundo molar superior. 
 
	
  
	
  
	
  
	
  
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Figura 8. Glândula parótida. 
 
Glândula submandibular 
 
É a segunda glândula em tamanho (Figura 9). Situada na porção posterior do 
assoalho da boca, dobra-se contra a face medial da mandíbula e pesa, em média, 
entre 10g e 15 g, apresentando um ducto excretor que se abre na boca, abaixo da 
	
  
	
  
	
  
	
  
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língua, através de um pequeno orifício lateral ao frênulo lingual. Contém tanto 
células serosas, quanto células mucosas. 
 
Figura 9. Glândula submandibular. 
Glândula sublingual 
 
A glândula sublingual, em forma de amêndoa, é a menor dos três pares de glândulas 
salivares maiores, pesando cerca de 2 g e estando situada no assoalho da boca, 
entre a porção lateral da língua e os dentes. Sua secreção é eliminada para o meio 
	
  
	
  
	
  
	
  
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bucal por meio de um número variável de pequenos ductos que se abrem numa 
elevação da prega sublingual. 
Frequentemente, porções das glândulas sublinguais e submandibulares humanas 
misturam-se para formar um complexo sublingual-submandibular. 
 
Glândula salivar menor 
 
São numerosas glândulas salivares menores; existem como pequenas massas 
discretas que ocupam a submucosa na maior parte da cavidade oral. Os únicos 
locais onde elas não se encontram são a gengiva aderida, face dorsal do terço 
anterior da língua e a porção do terço anterior do palato duro. 
 
GRUPAMENTOS MUSCULARES DA FACE 
 
Os principais grupos musculares na face incluem: 
• Músculos da face (determinam a expressão facial); 
• Músculos da mastigação (movimentam a mandíbula – relacionam-se com a 
articulação temporomandibular); 
• Músculos do palato mole (elevam e deprimem o palato); 
• Músculos da língua (movimentam e alteram a forma da língua). 
Os principais músculos da face são: músculo occipitofrontal (ou músculo do 
epicrânio), músculo prócero, músculo nasal, músculo orbicular do olho, músculo 
orbicular da boca, músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz, músculo 
levantador do lábio superior, músculo zigomático maior, músculo zigomático menor, 
músculo risório, músculo bucinador, músculo depressor do ângulo da boca, músculo 
depressor do lábio inferior e músculo mental. 
	
  
	
  
	
  
	
  
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Os músculos da mastigação são: músculo masseter, músculo temporal, músculo 
pterigoideo medial e músculo pterigoideo lateral. 
Os músculos do palato mole são: músculo da úvula, músculo levantador do véu 
palatino, músculo palatoglosso e músculo palatofaríngeo. 
Os músculos da língua são: músculo longitudinal superior, músculo vertical da língua 
e músculo longitudinal inferior. 
 
 
Referências: 
1. DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e 
Segmentar. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu, 2005. 
 
2. ELIS, H., LOGAN, B., DIXON, A. Anatomia Seccional Humana. São Paulo, 
Editora Santos, 2001. 
 
3. FLECKENSTEIN, P.; TRANUM-JENSEN, J. Anatomia em Diagnóstico por 
Imagens. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2004. 
 
4. GUYTON AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier; 2006. 
5. Gray, Tratado de Anatomia Humana. 36ª Edição, Guanabara Koogan, 2000. 
6. MOORE, K. L., DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª 
Edição. Editora Guanabara Koogan 2007. 
7. NETTER, F. Atlas de Anatomia Humana. Editora Artmed. 2004. 
 
8. SOBOTTA. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara-
Koogan, 2006. 
 
9. SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1991. 
	
  
	
  
	
  
	
  
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10. ROHEN, J. W. Y., YOKOCHI, C. Atlas Fotográfico de Anatomia Humana. 
Editora Manole.2004. 
 
11. Van de Graaff KM. Anatomia Humana. 6ª ed. São Paulo: Manole, 2003. 
12. WEIR, J.; ABRAHAMS, P.H. Atlas de Anatomia Humana em Imagens. 2ª 
ed. São Paulo: Manole,2000. 
 
13. WOLF-HEIDEGGER, G. Atlas de Anatomia Humana. 2ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2004.

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