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Políticas Públicas da Educação Básica - Forum - 100% Online 
O conhecimento nessa sociedade é poder, e a ideologia impingida por essa sociedade, refletirá na reprodução das idéias e de estrutura social da classe dominante. Segundo Moreira e Silva (2005) a noção de ideologia está vinculada com o poder e interesse, por isso as políticas educacionais destinadas para os professores acabam afetando não apenas estes, mas também aos alunos e a sociedade. Dessa forma, o estudo sobre as condições de trabalho do docente da educação básica torna-se importante para se entender como os governos atuam na disputa por uma ideologia. 
O Plano Nacional da Educação é o resultado da pressão da sociedade, que por iniciativa pública de sindicatos, professores, estudantes, pais, comunidade e com o apoio de alguns parlamentares elaboraram o seu plano de educação, conhecido com PNE da Sociedade Brasileira, e o enviaram para o Congresso. O PNE do governo era a expressão da política capitalista e da classe dominante, enquanto que o da Sociedade Brasileira buscava fortalecer a escola pública e a democratização da gestão escolar entre outros. 
O PNE não expressou a preocupação com o profissional de educação como um todo, mas evidencia e tende a discutir a formação desse profissional. A formação profissional inicial e continuada impõe limites à atuação dos profissionais leigos e de curso médio, estipulando prazos para que estes se ajustem ao novo desígnio do curso superior. Ao tratar de pendências como as condições de trabalho, piso salarial e carreira, não firma prazos, não estipula valores/percentuais apenas faz menção sobre o assunto, deixando em aberto e transferindo suas obrigações
Na década de 1990, as reformas educacionais na America Latina, focalizaram a educação básica, mas, os compromissos firmados em Jomtien não abrangiam um atendimento amplo como estava previsto na legislação brasileira. Essas reformas reforçavam a educação formal, geral e a escolarização, sem observar os novos modelos de organização e gestão do trabalho, que requer uma formação mais sólida e geral deste trabalhador, desenvolvendo, também, suas competências e habilidades que fossem próprias a essa dinâmica atual dos processos produtivos. Isso deu para a educação duas direções: uma voltada para a formação do trabalhador e a outra para a gestão ou disciplina da pobreza, marcando as reformas pela padronização e massificação de alguns processos, que visam diminuir custos e tornar possível o controle das políticas que são implementadas.
A escola se instituiu como um espaço importante de socialização e com isso de regulação social, o que a colocou em conflito com a sua identidade (espaço de políticas públicas) e condição geral de ampliação da produção, cumprindo de certa forma um papel de agência estatal.
A escola, contudo, não se curvou ante aos mandos e desmandos do Estado e do capital. O seu espaço foi e é tomado de tensão e disputa de seu conteúdo e objetivo. Para o capitalismo, a escola deve formar trabalhadores que estejam capacitados para cumprir seu papel no mercado de trabalho, mesmo que este mercado não exista muitas vezes de fato. Ao Estado, coube regular a escola por meio de políticas educacionais para atender a essa exigência do capital. 
A infra-estrutura educacional é um dos componentes fundamental no resultado da qualidade da educação como um todo. E quando essa questão básica não é preenchida, ou mesmo deixada de lado, além de acarretar aos profissionais da educação certo desconforto para realização do seu trabalho, os mantém de “mãos atadas” para o efetivo exercício do ensino.
A escola não funciona como deveria e as crianças são as que mais perdem. Perdem a possibilidade de desenvolver suas capacidades cognitivas, quando não se encontra um ambiente com uma estrutura sólida e adequada para usufruir a competência docente e perdem por não terem todas as suas necessidades atendidas.
Muito se fala em educação de qualidade. A sociedade a exige e aos professores cabe a responsabilidade de efetuá-la. 
“Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, aberto, participativo; com infra-estrutura adequada, atualizada confortável; com tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas. Uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente; bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los.” [2] (MORAN, 2000, p. 14).
E como podem os educadores concretizar tal educação se a infra-estrutura é inadequada. As salas de aula estão lotadas, expressão de um ensino de massa, com alunos espremidos em carteiras que não estão de acordo com seu tamanho, peso e idade, fazendo com que estes não se sintam confortáveis, interferindo diretamente no seu comportamento, na sua atenção ou falta dela. Exigindo do docente uma habilidade a mais para saber contornar a situação de forma que não prejudique a aprendizagem dos educandos.
Outra questão diz respeito ao material didático que o professor tem tido acesso, isso quando os tem. Não é raro encontrarmos livros que estão fora da realidade tanto dos alunos quanto dos professores causando um choque em ambos. 
Para Arroyo (2000), a reinvenção do ofício de mestre que ao longo de todo esse período de transformações sociais e educacionais tem sofrido para se auto-definir, para construir sua própria identidade. Esse tipo de material didático reflete a falta de interesse do governo, instituição responsável pela confecção dos mesmos, em incitar a reflexão e a criatividade dos alunos e que vem de geração em geração contaminando a educação e promovendo a apatia tanto de professores como da sociedade em geral para com o ensino de qualidade.
Além dessas questões existem outras que devem ser pensadas. A valorização docente, sua motivação e remuneração. Como o profissional da educação pode ter motivação para o ensino, se não há uma valorização de sua profissão, se além das infra-estruturas inadequadas, ainda não recebem o devido valor como agente de transformação social. Quando são mal remunerados e para estabilizar a sua situação financeira são “obrigados” a trabalhar em tempo integral, não raro, em várias instituições, não possuindo assim tempo para a sua formação, tempo para dedicar-se aos alunos como indivíduos com especificidade, para o lazer, o descanso.
As condições de trabalho desfavoráveis e as competências, cada vez maiores, exigidas do educador, tem lhe custado à saúde. 
Entre suas finalidades estão a de agregação dos educadores de todas as áreas, busca por pela solução dos problemas destes, tendo como alvo a dignidade e valorização profissional, defender a escola pública, gratuita e laica, bem como, que na minha concepção possui grande importância, a luta por condições dignas de trabalho e melhorias das condições financeiras, que também influenciam no desenvolvimento do trabalho docente.
É possível perceber que os educadores não estão passíveis ante todas as transformações sociais. Não são e não estão neutros, alheios aos mandos e desmandos do capital, tornando-se assim incessíveis às necessidades de crianças e jovens que vão às escolas em busca de uma vida melhor.
Por outro lado, também existem muitos que não se deixam abater e estão a todo custo, envolvidos em estudos, pesquisas e qualificação, ou mesmo suportando os maus tratos de uma desvalorização que pesa-lhes na identidade e no bolso, ainda procuram tornar essa utopia de educação transformadora, reflexiva e de qualidade em realidade, buscam, desejam e lutam por uma escola melhor, por uma sociedade transformada e transformadora, por verem seus esforços recompensados nas condições de trabalho, de valorização e também na forma de uma melhor remuneração.
Fórum resposta um:
É preciso que os professores possam vislumbrar perspectivas de crescimento profissional e de continuidade de seu processo de formação. Se, de um lado, há que se repensara própria formação, em vista dos desafios presentes e das novas exigências no campo da educação, que exige profissionais cada vez mais qualificados e permanentemente atualizados, desde a educação infantil até a educação superior O Plano de Desenvolvimento Educacional - PDE proposta do segundo mandato do governo Lula se justifica como uma política para a melhoria da educação brasileira. Entre suas prioridades:
“Uma educação básica de qualidade. Essa é a prioridade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Investir na educação básica significa investir na educação profissional e na educação superior, porque elas estão ligadas, direta ou indiretamente. Significa também envolver todos, pais, alunos, professores e gestores, em iniciativas que busquem o sucesso e a permanência do aluno na escola” (PDE, 2007).
As respostas para essas questões não são tão simples. É preciso voltar um pouco e analisar como a educação chegou ao contexto atual para que então possamos vislumbrar alguma saída para esse labirinto que tem se tornado o trabalho docente.

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