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ORgAnIZAçãO: Grupo iMasters ILuSTRAçãO: André Luiz Massayuki Ota e Victor de Bone edITORA ZuPI: A revista E-commerce Brasil é uma publicação da Editora Zupi em parceria com site iMaster > 4.000 EXEMPLARES > ISSN 2179-7315 PubLICIdAde +55 (11) 8515 3020 contato@ecommercebrasil.com.br www.ecommercebrasil.com.br Twitter: @Ecommerce_Br Facebook: www.facebook.com/EcommerceBrasil endeReçO Av. Fernando Ferrari 1080, sala 502, Ed. América Centro Empresarial - Torre Norte Vitória - ES - Brasil CEP 29066-380 CGP Gráfica e Editora entReVista Vitor mesquita Vendas Vendendo para pessoas, e não para computadores capa conteúdo: o grande aliado gestão Web analytics atendimento o atendimento (online) na loja virtual como fundamental gestão as múltiplas possibilidades do comércio eletrônico – novos modelos especial uma amostra da realidade do comércio eletrônico brasileiro tendÊncias e-commerce 3.0: a Websemântica planejamento planejamento estratégico: a importância do contrato no e-commerce case e-commerce e futebol: um gol de placa Vendas 8 maneiras de aumentar a conversão no carrinho de compras gestão seu preço é competitivo? entReVista daniel couto meRcado ecossistema de negócios platafoRma plataforma magento: desafi os e atualizações logística a importância do estoque estRatégia estratégias e métricas operacionais para e-commerce consUmo já fez alguma compra pelo seu smartphone hoje? opinião como será o desenvolvimento do mobile commerce no Brasil? gestão a transparência é a melhor estratégia diRetóRio catálogo de fornecedores 4 Editorial Em 2011 nós falamos sobre abandono do carrinho, estoque, social commerce, a linguagem das vendas, monitoramento de campanhas, preços de venda, planejamento para o Natal, logística, link building e fechamos o ano compartilhando dicas para aumentar a taxa de conversão da sua loja virtual. Para 2012 propomos um jeito novo para continuar compartilhando e disseminando conhecimento relevante sobre o e-commerce: vamos trabalhar com um calendário temático quinzenal, levando em consideração as sugestões que você, leitor, nos mandou no redacao@ecommercebrasil.com.br e claro, a busca pela excelência no e-commerce. Ao todo teremos mais de 40 atividades que vai resultar em conteúdo muito mais relevante para ser compartilhado na nossa revista. Dentro de cada uma dessas quinzenas teremos workshops, webinars, grupos de estudos, visitas técnicas, entrevistas na nossa WebTV e diversas outras atividades. Para que você possa se organizar e participar dos nossos eventos, já disponibilizamos o calendário anual com as atividades do E-commerce Brasil. Acesse em www.ecommercebrasil.com.br/calendario e programe-se! E nesta primeira revista do ano - já estamos na sétima edição! - trazemos, na matéria de capa, um assunto que muitas vezes é deixado de lado por muitos lojistas virtuais: o Conteudo. O que é, sua importância e como utilizar melhor estratégias de conteúdo para atingir metas de vendas são alguns dos pontos abordados. Além disso, falamos também de Estoque, que pode ser um grande problema se mal administrado, entre outros temas, em diversos artigos escritos por especialistas do mercado. Espero, este ano, ter uma caminhada com direito a aquisição e compartilhamento de muitoconhecimento, bons negócios e boas parcerias, tendo sempre em mente a busca pela excelência em e-commerce. Conto com sua participação nessa caminhada, seja dando opiniões e sugestões para a revista e o Portal, pelo email redacao@ecommercebrasil.com.br, nos acompanhando e compartilhando conteúdo no Twitter e no Facebook, ou presencialmente, em nossos eventos. Um 2012 de sucesso para você! Vivianne Vilela Diretora Executiva – E-Commerce Brasil 6 entReVista entrevistA Por Mariana Anselmo e Rina Noronha Lançada no início de 2011, a Dafiti tinha uma meta agressiva: ser a líder em comércio eletrônico de moda no Brasil. Em menos de um ano, a empresa já apresentava o maior crescimento no mercado de e-commerce brasileiro e já estava entre as maiores do seu setor. Nesta entrevista, Vitor de Mesquita, VP de Marketing, conta como a filosofia centrada no consumidor e o aprendizado com as grandes americanas, como Zappos e Amazon, têm levado a Dafiti ao sucesso atual. Como foi para vocês entrar nesse mercado com uma meta tão ambiciosa, tendo que competir com concorrentes experientes, com mais tempo de mercado e até mesmo que contam com o suporte e a tradição das lojas físicas? O competidor mais novo da Dafiti tem 10 anos de mercado, entre online e offline. Outros têm 30, 40 anos de empresa, porque começaram como lojas físicas e depois chegaram ao online. Só que nós temos um grande diferencial que é uma equipe com um grande conhecimento das estratégias online. Eu mesmo já dei consultoria para algumas dessas empresas que hoje são minha concorrência, sobre como melhorar, como se estruturar ambiente digital. Mas acredito que o perfil do empreendedor online ainda venha muito do offline, então não se conhece direito o ambiente, as estratégias específicas do online. Não se tem muito esse costume. E a Dafiti, por ter começado no online, com uma equipe que já conhecia bem esse canal, foi muito beneficiada, nesse sentido. A empresa já nasceu sabendo o que precisava ser feito para o posto que nós queríamos. Já sabíamos como o meio online é rápido, e isso foi um dos nossos focos para atingir a meta proposta. A dafiti começou vendendo apenas sapatos. em pouco tempo, começou a ampliar o leque de produtos do site, chegando mais perto do objetivo inicial de se tornar líder no segmento. Vocês já alcançaram isso? Aonde a empresa quer chegar? Nós já somos hoje a maior loja de moda feminina no país. A gente trabalha para que o cliente encontre algo que seja parecido com ele, que atenda aos seus gostos. Não necessariamente é o melhor preço, mas é aquilo que ele, o cliente, quer. Então, não importa se você quer roupas com estampa de onça, no estilo vintage ou tradicional, você vai achar ali o que procura, o que combina com você. É uma forma de proporcionar uma experiência positiva para qualquer pessoa. Paraalcançar isso, oferecemos no site desde marcas mais populares até as mais premium, ou seja, que vão atender a um público muito variado. Somos, no Brasil, a única loja online realmente multilabel. E esse tem sido um grande diferencial. Você falou que a dafiti tem um público muito variado. Como é o trabalho com públicos diferentes, mas mantendo o mesmo foco e um ambiente único? Uma das coisas que descobrimos ao longo desse primeiro ano é que a Dafiti tem sido a porta de entrada nas compras online para muita gente. Então, além de oferecermos um serviço rápido, ágil e efetivo, com a cara do comprador, independentemente do que ele queira, a gente ainda consegue trabalhar essa questão de democratizar o e-commerce. Nosso trabalho não é só vender moda, é também ensinar o consumidor a comprar online. Para isso, oferecemos um site simples, muito claro para quem talvez nunca comprou online. Nosso foco é na navegabilidade. Então, não colocamos muitos banners no site, e os que estão ali são trabalhados junto com a nossa equipe de estilo, tudo está integrado no objetivo de oferecer o que o cliente procura. Há uma comunicação muito estruturada para que nenhum ponto se perca. Por outro lado, aquele cliente que já está acostumado com o ambiente de compras online não perde em nada, pois da mesma forma encontra uma loja fácil de navegar e na qual ele acha o que procura. 8 entReVista A dafiti está presente em diversos sites através da publicidade, das redes sociais, e também em mídias offline, como propaganda na televisão. Como é esse trabalho de marketing e publicidade de vocês? Tudo na nossa empresa gira em torno do online, inclusive as ações offline. Logo, a forma como escolhemos o sortimento de mídia no qual estaremos, tem que, necessariamente, mostrar resultado no online. Para isso, a nossa seleção é fruto de muita pesquisa, para não haver gasto desnecessário e também para que a gente alcance o cliente onde quer que ele esteja, no melhor momento possível. Então, se o consumidor está propenso a ter um comportamento favorável à nossa ideia durante o intervalo da novela, nós vamos até lá. É fazer uma publicidade assertiva e no momento de interesse do usuário. Porque é isso que vai levar à fidelização, e não o “aparecer em qualquer lugar, a qualquer hora”. É preciso saber exatamente onde, como e quando estar presente na vida do consumidor, para que ele sinta vontade de ir ao site e fazer a compra não apenas uma vez, mas sempre, com satisfação. Falando em fidelização, quais são as estratégias da dafiti para estreitar esse laço com seu público? A gente tem uma estratégia de CRM muito grande, porque a gente atinge públicos muito diferentes. Nosso e-mail marketing não é o mesmo para todos os clientes. Não tem como ser. É preciso personalização. Para este ano, a gente quer segmentar ainda mais o site, oferecendo uma personalização ainda maior. Então, o cliente não vai precisar passar pelo site todo. Quem mora no nordeste, por exemplo, não costuma comprar botas, porque lá é sempre muito calor. A gente não quer e não vai mostra botas para quem mora por lá. Não faz sentido. Uma cliente que nunca compra salto alto, que não usa, não vai ver calçados de salto alto em sua busca. O nosso segredo é segmentação, é fazer o cliente se sentir especial, é mostrar para ele que a gente se preocupa com ele. E essa preocupação cativa, o que gera vendas para Dafiti. Mas o cliente muda, e a empresa precisa acompanhar isso, é preciso estar antenado para essa mudança. E é isso que a gente procura sempre. Como funciona a relação de vocês com os clientes nas redes sociais? Nós estamos presentes nas redes sociais e trabalhamos ali como uma forma de informar sobre moda. Então, a gente não necessariamente faz venda, e não são canais oficiais de SAC. Mas, por exemplo, se um cliente vai na nossa fanpage no Facebook e posta alguma reclamação, isso é encaminhado para o atendimento e o problema é resolvido da melhor maneira possível, e o mais importante, rápido! A gente entende que o público é o nosso maior publicitário – para o bem, ou para o mal. Então, fazemos tudo para que a propaganda seja mais positiva, claro. Se o problema se estende ali na rede social, por algum motivo, tentamos tirar aquilo dali – não deletando os comentários, mas direcionando o cliente para o atendimento, apenas para que aquilo não vire um canal de discussão e fuja dos nossos propósitos. Queremos que o cliente Dafiti veja nossa página do Facebook, nosso Twitter, o blog, o canal do YouTube, como lugares de informação, onde ele pode buscar dados confiáveis. Falando de estratégia empresarial, do que um e-commerce precisa hoje? não só no setor de moda, como construir uma loja que realmente funcione e alcance seus objetivos? Eu acredito que estratégia é mais uma questão de atitude da gerência da empresa do que decidir “onde colocar o seu orçamento”. O gestor online precisa saber que a atitude dele vai influenciar diretamente o que a empresa é e como ela cresce. É preciso estar antenando e à frente do mercado. Quando eu falo em “ser rápido”, não é apenas responder uma dúvida do cliente rapidamente, ou enviar o produto no menor prazo possível. Ser rápido também é uma questão de adoção de tecnologias, de saber o que vem pela frente e chegar antes, de entender que o diferencial de hoje é o pré-requisito de amanhã. O gestor precisa estar à frente, para que a empresa esteja à frente. Quem faz mais do mesmo já está para trás. Além disso, é preciso entender que gerir uma loja virtual é entender do mercado como um todo. Não é apenas saber de administração e gestão. O bom gestor online é um “faz tudo”, ele tem que entender desde a parte de otimização até a negociação de mídia, online e offline. O que falta nas empresas online hoje? Falta gente. Gente capacitada, especializada, mas, acima de tudo, pessoas inteligentes, que queiram aprender. Esse é um mercado novo, que tem muito a ser desvendado e ainda há muito o que fazer. E uma empresa só consegue resultados bons com um time forte. Eu acredito que a nossa empresa está ajudando muito nisso: formando profissionais qualificados para o online. E os gestores de e-commerce precisam entender que o mercado tem muito poucos profissionais já preparados. É preciso investir em treinamento, em qualificação, porque falta muito isso, falta gente que realmente entenda o que é o comércio online, porque o profissional pode ser muito bom no offline, mas, se ele não entende o online, não vai conseguir o mesmo sucesso. Então, precisa ter gente com vontade de aprender e empresas que se interessem em ensinar. Como você acredita que será o ano de 2012 para o mercado online? Acho que a palavra do ano será “profissionalização”. Tanto para o profissional como para as empresas. Os bons profissionais brasileiros vão despontar, e isso será um grande desafio para os e-commerces. O nosso mercado tem sido muito visado por empresas de fora, tem muita gente interessada em investir aqui. E a profissionalização é um passo muito importante para que o mercado realmente amadureça e seja competitivo. Quem não conseguir superar esse desafio não vai se consolidar e vai sair perdendo. 10 Vendas vendendo pArA pessoAs, e não pArA computAdores Imagine uma loja virtual cuja página inicial (home) possui vitrines que sabem quem você é, o que você procura e o que você já comprou. Imagine entrar numa página de produtos e junto com aquele produto visualizado há vitrines que mostram produtos relacionados, produtos que foram comprados em conjunto com aquele e produtos que são exatamente o que você procura. Imagine fechar uma compra e se deparar com mais uma vitrine personalizada... Agora pare de imaginare seja bem vindo ao E-commerce 3.0, o novo e-commerce que conhece cada cliente individualmente, que envolve, que vende mais! O ecossistema do e-commerce e a realidade brasileira atual O comércio eletrônico é um dos setores da economia que mais crescem no Brasil. Apesar da taxa de crescimento acelerado, é fato que o setor ainda tem muito para crescer e, mais importante, ainda vende pouco e mal. Para entendermos como vender mais e melhor, é preciso antes conhecer o ecossistema do comércio eletrônico. O e-commerce constitui-se de um ecossistema amplo e complexo, envolvendo comparadores de preços, e-mail marketing, ERP/backoffice, logística, mídias sociais, meios de pagamento online, segurança, web analytics, plataformas de e-commerce, SEO/SEM e ferramentas de conversão. Ao analisar as lojas virtuais brasileiras, é perceptível a necessidade de dar um passo rumo à maturidade e à diferenciação. Percebe-se uma boa execução nas ações tradicionais, desde as relacionadas à logística até os investimentos em buscadores, comparadores e redes sociais. Entretanto, existe um elo perdido nessa cadeia que são as ferramentas de conversão, ou seja, uma vez que o usuário entrou na sua loja, é preciso vender para ele! E vender significa transformar visitantes em clientes compradores! Principais desafios das lojas virtuais Quando vamos a uma loja física comprar um produto, invariavelmente temos um vendedor questionando sobre nossas necessidades e mapeando, dentro do portfólio de produtos dele, quais seriam mais adequados para cada cliente. Se possível, o vendedor nos oferece um produto de maior valor do que aquele que pensávamos levar, promovendo um up-sell. Além disso, um bom vendedor sabe quais produtos geram uma venda casada (cross- sell) e consegue, ao final de todo o processo, garantir a venda e aumentar o valor do pedido do cliente. No ambiente virtual, não apenas falta esse personagem, como também a competitividade é muito maior. No comércio eletrônico, é bem mais fácil comparar preços, iniciar uma compra e não finalizar o processo (por exemplo, não pagando um boleto), e comparar especificações de produtos. Somado a isso, há o fator psicológico de comprar um produto e não saber se ou quando ele será entregue; se o produto apresentar defeito, como acionar a garantia, e muitas outras dúvidas que surgem na cabeça dos compradores virtuais. Os números crescentes do e-commerce brasileiro chamam a atenção, mas quando analisados com mais detalhes e comparados a referências internacionais nos revelam que se vende pouco e mal por aqui. Para se ter uma ideia da nossa realidade, vamos conhecer as 10 maiores taxas de conversão dos EUA (visualwebsiteoptimizer.com): Schwans (40,6%), Woman Within (25,3%), Blair (20,4%), 1800PetMeds (17,7%), VitaCost (16,4%), QVC (16%), Pro Flowers (15,8%), Office Depot (15,4%), Oriental Trading Company (14,9%) e Roamans (14,4%). Esses números não seriam surpreendentes se não fosse o fato de que a taxa média de conversão do e-commerce Leandro Nunes de Castro e Helder Knidel sócios-diretores da tuilux personalizada levou ao surgimento de empresas específicas para esse segmento, são os chamados serviços de recomendação ou serviços de personalização dinâmica de lojas e sites. Dentro das lojas virtuais, o objetivo de um serviço de recomendação é gerar vitrines personalizadas de forma dinâmica para cada cliente, em cada momento de sua navegação pela loja, melhorando sua experiência de compra e maximizando sua probabilidade de efetuar uma compra que será, de fato, consolidada. Há três passos importantes nesse processo: 1. Conhecer os clientes e os produtos da loja: para entender as necessidades de cada cliente, é preciso identificar quem está dentro da loja, quais são os produtos disponíveis e, com base em dados históricos deste e de outros usuários, conhecer seus hábitos de consumo, preferências e entender suas necessidades. Para isso, os serviços de recomendação monitoram toda a experiência de compra e navegação dos usuários; 2. Análise de dados: capturadas as informações sobre os clientes e os produtos das lojas, conhecimentos profundos de estatística e das mais avançadas técnicas de análise de dados são necessários para se definir o produto certo para cada cliente no momento certo de sua experiência de compra; 3. Interface com os usuários: o último passo, dependente dos anteriores, é apresentar as recomendações personalizadas. Essa apresentação, dentro da loja, se dá sob a forma de vitrines inteligentes e adaptativas estrategicamente posicionadas dentro da loja virtual. brasileiro gira entre 0,5% e 1,0%. A taxa de conversão média do e-commerce americano varia entre 2% e 3% e na Inglaterra está em aproximadamente 3,8% (ecommercenews.com. br). A diferença entre o caso brasileiro e os outros pode parecer pequena, mas, no pior caso, eles são 2x mais efetivos em vendas do que nós. Assim, em um mercado que dobra de tamanho a cada dois anos e meio, e que vem se tornando cada vez mais competitivo, a estratégia atual do e-commerce brasileiro de atrair tráfego já não se mostra mais suficiente para sobreviver no mercado, muito menos se diferenciar. Chegou a hora de aumentar significativamente as taxas de conversão, de criar envolvimento com o cliente. Um cliente satisfeito é um cliente envolvido, aquele que sempre consulta sua loja antes de fazer uma compra, aquele que dá preferência a você. Portanto, dois grandes desafios do e-commerce brasileiro hoje são aumentar as taxas de conversão e o envolvimento com os clientes. Para entender melhor o que é preciso fazer para superá- los, vamos falar de ferramentas de conversão, mais especificamente de personalização da experiência de compra. Personalização da experiência de compra Algo em comum nas lojas com maiores conversões nos EUA é o fato de que todas elas usam alguma ferramenta otimizada de conversão, especificamente um serviço de recomendação personalizada. Personalizar a experiência de compra de cada cliente de uma loja virtual é uma etapa essencial para aumentar o envolvimento e as taxas de conversão. Os serviços de recomendação personalizada formam um guia indispensável no processo de escolha de produtos em um e-commerce e visam sugerir o produto mais atraente para cada cliente, em cada contexto, antes da perda de sua atenção. Essa sugestão pode ser feita através de vitrines personalizadas dentro da loja ou disparando e-mails com produtos selecionados exclusivamente para cada cliente. Neste artigo, vamos focar três aspectos importantes das ferramentas de recomendação personalizada: 1) Quais são seus passos de desenvolvimento; 2) Como elas funcionam; e 3) Como integrá-las em sua loja virtual. - desenvolvimento O desenvolvimento de sistemas de recomendação 12 Vendas comprou X, também comprou Y” geralmente é a mais efetiva no carrinho de compras. - Integração A integração de um sistema de recomendação na loja virtual é um processo muito simples dividido em somente duas etapas: 1. Acesso ao catálogo de produtos: os produtos da loja podem ser conhecidos através do envio de um arquivo XML ou uso de algum crawler capaz de capturar essas informações; 2. Inserção de scripts na loja: um conjunto de scripts (códigos similares aos do Google Analytics) é inserido dentro da loja virtual a fim de monitorar o comportamento dos clientes e de renderizar as vitrines personalizadas. Vendendo para pessoas Uma loja virtual cujas vitrines são montadas dinamicamente para cada cliente em função de seu perfil, de sua navegação e da experiência de compra dele e de outras pessoas que compartilham hábitos e preferências é uma loja virtual que vende para pessoas, e não para computadores.Vender para pessoas significa maior taxa de conversão, maior tíquete médio e melhor envolvimento com os clientes; é um diferencial competitivo que só agora começa a ganhar espaço no Brasil e a mostrar resultados. Em mercados mais amadurecidos, como os EUA e a Europa, as principais lojas (algumas listadas aqui) possuem ferramentas de recomendação personalizada. Enfocamos aqui os conceitos centrais sobre sistemas de recomendação, o que são, como funcionam e como se integram em sua loja virtual. Outro canal importante de personalização para aumento de conversão e envolvimento são os e-mails. Os resultados de toda essa personalização são uma conversão de até 20% a mais, aumento do tíquete médio de até 15% e maior tempo na loja. Em um próximo artigo falaremos de dois elementos centrais da recomendação personalizada: 1) Quais são os principais resultados, obtidos a partir de cases reais, de uso dos serviços de recomendação personalizada; e 2) Como comparar as diferentes ferramentas existentes no mercado. Como funciona A personalização da experiência de compra se materializa, dentro da loja virtual, sob a forma de vitrines personalizadas e dinâmicas colocadas em locais estratégicos e que trazem as melhores ofertas de produtos para o cliente nos diversos momentos de sua navegação, da página inicial (home), passando pelas páginas de produto e indo até o carrinho de compras ou depois dele: 1. Home da loja: no e-commerce 3.0, as vitrines personalizadas criam uma dinâmica para a home, elas se adaptam, são aderentes ao perfil do usuário, buscando sempre apresentar produtos relacionados à sua interação com a loja, facilitando seu processo de compra, melhorando a experiência e criando um maior envolvimento. 2. Páginas de produto: um dos locais mais importantes no processo de compra, pois a chegada nelas implica num grande interesse naquele tipo de produto. Entretanto, em várias ocasiões, o consumidor, por falta de opção, sai sem comprar, deixa de comprar mais ou deixa de comprar um produto mais aderente às suas necessidades. É importante ressaltar que a relação entre produtos vai muito além da categoria: há produtos relacionados em diferentes categorias e há também uma seleção comportamental por parte dos clientes da loja, que fornece informações claras sobre quais outros produtos podem ser comprados em conjunto com aquele sendo visualizado. Portanto, numa página de produtos, há duas vitrines estratégicas a serem colocadas: a) “Produtos Relacionados”; e b) “Quem viu X, comprou Y”. Esse segundo tipo de vitrine é gerado através de ferramentas de marketing comportamental (behavioral targeting) e pode assumir muitas outras formas, como “Quem viu X, também viu Y”, “Quem comprou X, também comprou Y” etc. O importante é que os serviços de recomendação personalizada são capazes de identificar essas relações com base nos hábitos de consumo dos usuários de sua loja, maximizando a conversão. 3. Carrinho de compras: a recomendação de produtos na página de carrinho de compras deve trazer vitrines baseadas em marketing comportamental, pois são essas vitrines que promovem cross-sell. No carrinho, não devemos distrair o cliente com produtos relacionados, mas sim recomendar-lhe produtos que possam ser comprados em conjunto com aquele que já foi escolhido. Por isso, uma vitrine do tipo “Quem 14 capa “Logística é o fator fundamental para o sucesso de um e-commerce”. “Preocupe-se com a apresentação da sua vitrine”. “Fique de olho nas datas especiais”. “Personalizar o atendimento vai melhorar o relacionamento com seu cliente”. Com certeza você já ouviu todas essas frases, e elas trazem alertas importantes para qualquer operação de e-commerce. Fazer com que uma loja virtual alcance um patamar sólido de sucesso é uma tarefa complexa e que demanda ações consistentes nas mais diversas áreas, desde o e-mail marketing enviado para o cliente até o pacote da entrega (feita no dia correto), passando por vitrine e carrinho de compras. No entanto, muitas vezes uma “área” fica bastante esquecida, ou até deixada de lado: o conteúdo. Mas por que o conteúdo é tão importante quando se fala de um site de e-commerce? Afinal, se você, lojista, oferece produtos ou serviços para pessoas que querem comprar, fazer com que o processo de compra seja fácil deve ser sua maior meta, certo? Não necessariamente. Além de ter bons produtos, sua loja online precisa apresentar um conteúdo interessante, que desperte no cliente sentimentos variados, que levarão, no final, à compra. Mas, afinal, o que é conteúdo, quando falamos de e-commerce? Para Mauro Amaral, diretor de criação da Contém Conteúdo, “conteúdo é a informação trabalhada sob o aspecto da relevância”. Magerson Bilibio, diretor da Feed Consultoria, complementa que é preciso “considerar todos os elementos como parte do conteúdo de um site: textos, imagens, funcionalidades, informações técnicas e de preço de um produto, comentários e notas dos usuários.” Esses elementos precisam ser combinados de forma amigável e convidativa, com um toque publicitário, já que o papel deles, no final das contas, é o de vendedor. O conteúdo está em todo lugar em uma loja online. Ele pode aparecer em um blog da empresa, como notícias relevantes ao público-alvo e aos produtos vendidos, na descrição de produtos, que, apesar de conter muitos aspectos técnicos e pré-definidos, pode ser melhorada a partir de uma boa apresentação. “A diferenciação entre produtos é muito complicada, o conteúdo se torna fundamental”, explica Amaral. Magerson complementa: “não devemos pensar apenas no texto que descreve um produto, mas também nas frases que orientam o usuário em todo o processo. As informações devem ser claras, não dar margem para dúvidas e, principalmente, ter uma linguagem coloquial”. Conteúdo que gera venda Sim, o seu produto ainda é a principal atração de sua loja virtual. Sim, preocupar- se com a vitrine, com a qualidade das fotos, com o processo de entrega não vai deixar de ser importante. Mas vale lembrar que a interação do consumidor com a sua loja, com o produto, é feita inteiramente através de partículas de conteúdo. “Um site de e-commerce não pode mais ser pensado apenas como uma plataforma de venda e exposição de produtos. Ele não é uma mídia”, afirma Bilibio, que explica que o ambiente virtual deve promover um relacionamento com os clientes. Como exemplo disso, podemos observar os portais de vendas americanos, que têm grandes relações de hiperlinks e muito conteúdo. “No Brasil, trabalhamos mais o design como um todo”, explica Charlley dos Santos Luz, também diretor da Feed Consultoria. “O ideal é a combinação dos dois, trabalhando para conteúdo: o grAnde AliAdo Por Rina Noronha o processo de “selling”, que é a relação do usuário com um metaproduto. A definição de metadados e de tagueamento também é muito importante e faz parte do processo de pensar o conteúdo como um todo”, continua. O que acontece atualmente é que o consumidor chega até a loja, muitas vezes, por meio de um buscador, ou através de um link em alguma rede social (link este que foi acompanhado de um bom... conteúdo!). Dessa forma, ele está totalmente dependente do que a loja tem a “dizer” para ele – resenhas, opiniões etc. Somente após isso ele vai se decidir pela compra ou não. Também é esse tipo de conteúdo que vai fazer com que o cliente se torne um usuário ativo da loja, participando, criando engajamento e levando outros com ele. Sem falar no conteúdo gerado a partir da finalização da compra, entrega do produto e pós-venda. “Em cada momento desse fluxo, o conteúdo assumiu a função de fio condutor da relação do cliente com o produto e a marca”,explica Mauro Amaral. Além de ser um ótimo auxílio na relação com o cliente, o conteúdo é uma excelente “arma” para a otimização do site junto aos buscadores, já que os textos precisam ser escritos para serem facilmente encontrados pelos clientes (a grande maioria deles chega às lojas online através dos mecanismos de busca). Dessa forma, um conteúdo bem construído com possíveis termos de uma busca pode ajudar durante o processo do “crawler”. Charlley lembra que o trabalho de tagueamento é importante nesse sentido. Mas é preciso ter cuidado para que o trabalho de conteúdo seja uma arma, e não uma armadilha para o SEO. “Muitas vezes percebemos que a ‘linha editorial’ do e-commerce acaba sendo colocada de lado em função do receituário de SEO. Títulos de um jeito, links de outro, quantidade de palavras medidas em balanças de precisão. Errar a mão nesse direcionamento é transformar seu projeto de conteúdo em uma commodity em função das regras dos buscadores”, conta Amaral. Para evitar esse problema, os especialistas são unânimes: é preciso haver equilíbrio e não só na “busca pelo PageRank”, mas também na escolha de que tipo de conteúdo disponibilizar para o cliente. É preciso saber dosar quando a resenha de um produto está muito tendenciosa, até onde usar um vocabulário mais ou menos coloquial e também a quantidade de texto usado em cada situação. Esse equilíbrio é parte da garantia de que o cliente não perderá o interesse e continuará no seu site. Muito além do texto O conteúdo jamais é dispensável. É como pensar num site sem design ou sem tecnologia. Mas é preciso pensar em conteúdo como mais do que apenas editorial. “Não se entra num site de e-commerce para ler artigos. Quem entra quer pesquisar e comprar. Não vejo muito sentido em agregar conteúdo editorial a produtos como uma geladeira ou uma televisão. Mas, na venda de pacotes turísticos, na qual o consumidor está mais propenso a receber dicas de viagem, um conteúdo editorial faz mais sentido e pode ser um diferencial de venda”, diz Magerson. Isso significa que conteúdo não é apenas o que está disposto em texto. A loja pode ter um blog para falar de seus produtos e serviços, utilizar de white papers para conteúdos mais técnicos, mas também pode agregar valor ao disponibilizar vídeos, podcasts e até mesmo imagens que levem o consumidor a se sentir mais próximo da marca. 16 capa Em tempos de redes sociais, o relacionamento tem se mostrado um dos fatores mais importantes na decisão de compra. E não há vitrine bem pensada, texto bem construído e nem entrega no prazo que vá fazer com que o seu cliente seja fiel à marca se não houver essa proximidade. Estabeleça o seu público-alvo, crie uma linha editorial para a sua loja online e o conteúdo que será oferecido, coloque as medidas certas de “informação”, “marketing” e “otimização” e parta para criar esse relacionamento com o seu cliente. “O principal, acredito, é que conteúdo é o idioma da web. Ela foi criada para conteúdo e, uma vez social, move-se através desse conteúdo, gerado pelo usuário ou não. Então, o grande benefício é estabelecer presença onde seu concorrente ainda não chegou. Se hoje é o blog e o videocast, amanhã pode ser um aplicativo. O importante é estar sempre à frente. Em texto, imagem, vídeo, gênero, número e grau”, finaliza Amaral. Bons exemplos – o que você pode fazer para melhorar a parte de conteúdo do seu e-commerce - trechos de livros (se esse for o seu negócio) - Uma lista com os “10 mais” e/ou “100 mais” com updates regulares e frequentes - Resenhas tanto de profi ssionais especialistas como dos próprios clientes - entrevistas com especialistas, falando sobre o produto - concursos e promoções, tanto no site como em redes sociais - links para outros sites que tenham informações relevantes sobre aquele produto/serviço - Videocasts e/ou podcasts que falem não dos produtos, mas dos interesses do seu público 18 gestão Web AnAlytics: mAis receitA e mAis economiA pArA o seu e-commerce Gerson Ribeiro Head da dp6 Antes de começarmos a nos aprofundar em como o Web Analytics pode ajudar uma empresa a aumentar o seu lucro, gostaria de fazer uma breve equalização para todos os leitores: afinal, o que é Web Analytics? Segundo a WAA (Web Analytics Association), Web Analytics é o monitoramento objetivo, coleta, medição, relatório e análise dos dados quantitativos da internet para otimizar os websites e as iniciativas de marketing na web. Uau, mas, o que isso tudo quer dizer na prática? Basicamente, eu não consigo enxergar uma empresa online ou uma que possua uma estratégia digital obter sucesso sem o uso de Web Analytics. Seria algo como dirigir vendado, ou tomar decisões estratégicas sem um embasamento em números e resultados. O grande diferencial da internet é este: permitir que consigamos medir cada ação do usuário em nosso website ou cada interação dele com nossa mídia. Algo quase impossível em meios offline, não? “Bacana! Quero começar a usar Web Analytics e inserir análises em meu dia a dia agora!”. Como que eu começo? Bom, a primeira pergunta que parece bastante simples e vai balisar todo o trabalho de Web Analytics é: qual o objetivo do seu website? Apesar de parecer uma pergunta simples, muitas pessoas possuem dificuldades em respondê-la. Lembrando apenas que: receber visitas, volume de page views ou tempo de navegação no website não são e nunca devem ser um objetivo. Estamos falando no seu objetivo macro do negócio, que basicamente vai girar em torno de três frentes: Vendas: um website de e-commerce ou um varejista convencional que criou uma página com o objetivo de aumentar o seu volume de vendas na loja fisica. Venda de publicidade: nossos tradicionais veículos/portais. Atendimento: websites que foram criados com o objetivo de atender seus usuários online. Definido o objetivo macro, agora nós iremos determinar as métricas importantes para analisarmos em nosso dia a dia, que irão gerar insumos para tomada de decisão, nossos famosos KPIs (key performance indicators). Quais são os KPIs mais importantes para um e-commerce? Taxa de Conversão: dos usuários que entraram em nosso website, quantos efetivamente finalizaram a compra. Funil de Conversão: qual o caminho do usuário em nosso website? Por que eles não estão finalizando a compra? Onde eles estão parando? Uma configuração avançada do Web Analytics permite inclusive sabermos em qual campo do cadastro o usuário está parando o processo de compra. Bacana, não? Top Vendas: os produtos mais vendidos no website. Top Receita: os produtos que geram maior volume de receita. ROI de Mídia: gastei R$ 100K em mídia. Quanto que essa mídia me trouxe de retorno? Isso está alinhado com meus cálculos financeiros? É muito importante analisarmos a margem do produto que estamos trabalhando e quanto precisaremos faturar para trazermos um resultado positivo com a nossa mídia. Isso pode ser óbvio para muitos, mas por incrivel que pareça ainda vemos muitas empresas analisando suas campanhas através de cliques, CTR etc... O que mostrei acima são alguns dos que podem ser os principais KPIs de um e-commerce. Cada um deles vai gerar muitos outros números interessantes, como taxa de conversão por fonte de tráfego, taxa de conversão por browser, por sistema operacional, por estado, cidade etc... ou seja, teremos inúmeras variáveis para tomarmos decisões estratégicas, como reduzir o frete em determinada região, ou mesmo cortar os investimentos em determinada mídia. Bom, este é apenas o primeiro passo do nosso processo para implementação de Web Analytics, mas certamente é o mais importante, pois irá balisar todo o restantedo trabalho. Agora que já temos nossos KPIs definidos, qual ferramenta utilizar? Sim, não existe apenas o Google Analytics. Temos inúmeras ferramentas disponíveis no mercado e não existe a “melhor”, mas sim qual se adequará melhor aos seus objetivos (KPIs). Um ponto muito importante na escolha da ferramenta é o quão avançada na cultura de Web Analytics sua empresa está (todos olham para os números? Sabem diferenciar visitas de unique visitors?) e, principalmente, quantas pessoas irão trabalhar no dia a dia de Web Analytics. Avinash Kaushik (um dos gurus em Web Analytics) foi muito feliz em uma de suas frases no livro “Web Analytics: uma hora por dia”: “Siga a regra 10/90, colocando 90% do seu budget em pessoas e 10% em ferramenta”. Interessante, não? Basicamente, o que ele quis dizer foi que o maior valor do Web Analytics está nas pessoas e não nas ferramentas. Uma ferramenta parruda e cara não será nada se deixarmos um profissional despreparado analisando os dados extraídos dessa ferramenta. Definidos os KPIs e escolhida a ferramenta, chegou a hora de implementar a ferramenta em nosso website. Afinal, como funciona isso? Como os dados de nossos usuários vão parar dentro de uma ferramenta? Basicamente, o tagueamento do website (nome dado para a implementação da ferramenta) se resume em incluir uma tag (código JavaScript) no html do website. Existem configurações básicas, que irão coletar as métricas básicas de um website, e configurações customizadas, que irão mensurar detalhes de cada página que podem fazer uma grande diferença em nosso dia a dia. Mais uma vez, o tipo de configuração/implementação da ferramenta vai depender dos seus objetivos e do quão avançado você e sua empresa estão em relação a métricas de Web Analytics. Não adianta querermos tudo, se não sabemos nem o volume de visitas do nosso website e o que cada visitante está fazendo nele. Ferramenta implementada, chegou a hora da diversão! Antes, vamos apenas relembrar o passo a passo de um projeto de Web Analytics e depois entraremos no detalhe das análises e como nossos números podem render milhões a mais no final do mês! - Definição dos KPIs - Escolha da Ferramenta - Implementação da TAG - Configuração da Ferramenta - Coleta de Dados - Otimização do website - Otimização da Mídia É nesses dois últimos itens que vamos nos aprofundar agora! O que significa otimizar um website, quando estamos falando de um e-commerce? Falamos um pouco sobre esse item na definição dos KPIs. Basicamente, a otimização do website irá contribuir com uma melhor navegação do usuário, pois iremos entender o comportamento dele em nosso website e o que podemos fazer de melhor para facilitar essa navegação – destacar produtos mais buscados no momento, avaliar a exibição desses produtos e estratégias de vendas como preço e frete por estado, avaliar textos dos call to action etc... e, claro, a otimização do nosso funil de conversão. Nesse momento, estamos falando de aumento no volume de vendas. Em qual página do processo de compras os usuários estão parando? Onde estamos perdendo nossos usuários? Em qual campo do cadastro? Com essas respostas em mãos, temos a oportunidade de otimizar nosso processo de compras, aumentar 20 gestão a taxa de conversão e por consequência o volume de vendas e faturamento. Um outro ponto bastante importante quando falamos de otimização de websites é a compatibilidade com novas tecnologias. Por muito tempo falamos sobre sistemas operacionais, em um passado mais recente foi a vez dos browsers, e agora estamos vivendo a onda dos mobiles, tablets etc. Avaliar se o nosso website está compatível com todas as tecnologias e dispositivos de acesso é crucial para o sucesso do nosso website. Podemos fazer uma análise como: cruzar a taxa de conversão de cada um dos itens citados acima x região de acesso. Com isso, além de ver a compatibilidade técnica do website, conseguiremos visualizar como está o volume de acessos por browser e/ou tablets e mobile em cada região do Brasil, permitindo fazer campanhas ou entregas através de behavioral target em nossos websites para cada tipo de público, o que certamente aumentará nossa taxa de conversão, ou seja, vendas. Já em otimização de mídia, o ponto crucial para o sucesso dessa mídia é mais uma vez a definição de KPIs. O que eu quero efetivamente com essa mídia? Fazer uma campanha para aumentar o número de fans em minha Fan Page no Facebook e analisar que o ROI da campanha foi ruim porque não gerou vendas está completamente errado. Vendas não era o objetivo dessa campanha. Com a definição do objetivo, teremos inúmeras métricas de performance que serão estrapoladas no decorrer da campanha, permitindo que façamos otimizações diárias e que tenhamos incremento em nossos resultados. Uma campanha com foco em venda, por exemplo, possui algumas métricas básicas e que nem sempre são seguidas ou compreendidas por quem está gerenciando essa mídia. Abaixo, algumas das métricas que consideramos importante analisar para o sucesso de uma campanha com foco em vendas: ROI -> Esta é basica e sem dúvida uma das mais importantes. Para saber o ROI ideal de nossa campanha, é muito importante estudar financeiramente os produtos que iremos trabalhar e identificar qual a margem que teremos em cada produto ou cada categoria de produto. Com isso, conseguiremos setar como meta o ROI ideal para cada frente da nossa campanha, e ir otimizando esse ROI conforme os resultados forem aparecendo. Margem -> Apesar de já ter citado a margem acima, esta é uma métrica muito importante para analisar a qualidade e o retorno de uma campanha de mídia e que muitas vezes é esquecida. Do que adianta termos um ROI de 10 se a nossa margem for de 5%? Estamos tendo um belo prejuizo com essa mídia, nesse cenário. Taxa de Conversão -> A taxa de conversão da campanha é uma métrica muito boa para analisarmos no dia a dia, permitindo cruzamentos interessantes com a região que o usuário está navegando, tecnologias utilizadas etc, permitindo um potencial de otimização grande em nossa mídia. Caminho para Conversão -> Cada ferramenta de Web Analytics possui um nome para este relatório, mas basicamente é analisar quais mídias os usuários foram impactados antes de gerar uma conversão. Com isso, não daremos peso apenas ao last click, ou seja, ao cara que clicou e converteu, mas sim para todos os impactos de mídia que esse usuário recebeu antes de gerar uma conversão. Existem outras métricas secundárias, mas, se começarmos com as citadas acima, já daremos um grande passo para termos sucesso em nossa mídia. Como vocês observaram, métricas como posição média, CTR, frequência etc não foram citadas, pois não são métricas cruciais para o sucesso de uma campanha com foco em vendas. Bom, claro que não podemos nos esquecer de outras frentes importantes quando falamos em Web Analytics: uma boa estratégia de search (SEO e PPC), estratégia em redes sociais, usabilidade etc, mas, certamente com um trabalho de mensuração efetivo e eficaz, você já estará dando um grande passo para o sucesso de sua loja online! 22 atendimento o Atendimento (online) nA lojA virtuAl como fundAmentAl Albert Deweik diretor de Vendas da neoassist Com o aquecimento do comércio eletrônico a ascensão das classes C e D e a consolidação das redes sociais como um efetivo canal de propagação de experiências, juntamente com a realização de um bom atendimento ao cliente vêm ganhando cada vez mais importância. As lojas virtuais buscam se movimentar cada vez mais para atender os clientes de forma mais eficiente e no maior número de canais possível. No entanto, é preciso ir por partes. Primeiro, ouvimos muitosobre as empresas falando de atendimento em redes sociais. Porém, representativamente a parcela dos usuários que utilizam Facebook, Twitter, dentre outras mídias como o canal principal para se comunicar com a empresa (ainda) é muito pequena. De acordo com um recente estudo da Forrester Research, apenas 1% dos e-consumidores são atendidos via Twitter. Outros estudos comportamentais mostram que o cliente inicia o atendimento (geralmente reclamações) em redes sociais após tentar contato com a empresa pelos canais tradicionais e não receber uma resposta com tempo e qualidade satisfatórios. As empresas devem ter como prioridade os canais de atendimento na matriz, na loja virtual, no local que ela quer que o cliente compre. Muitas empresas estão deixando o trabalho de dentro de casa de lado, e isso é preocupante. Segundo um estudo realizado em 2011 pela consultoria Demandware, 67% das pessoas recomendam a marca quando há um bom atendimento e 70% dos consumidores vão para o concorrente, caso haja alguma experiência negativa no atendimento. Mais dados que também apontam a importância desse atendimento dentro do próprio site vêm do “Variance in the Social Brand Experience”, análise que mostra que os consumidores esperam soluções ágeis no atendimento online, sendo que 22% dos usuários esperam que as solicitações sejam atendidas imediatamente, e 19% dentro de um período de uma hora, enquanto 47% aguardam por um retorno no prazo de 24 horas e 12% estão dispostos a esperar até alguns dias. O último estudo realizado sobre esse assunto no Brasil, em 2004, apontava que 80% dos e-consumidores aguardavam até 48 horas para uma resposta de e-mail. Números da Forrester ainda mostram que os canais de FAQs/Ajuda no Site foram os mais utilizados em 2010 pelos clientes que gostariam de sanar dúvidas, com 66%, contra 61% de e-mails e 50% de telefone. Isso mostra a importância de oferecer o autoatendimento. Porém, depondo contra os FAQs/Ajuda no Site vem o índice de usuários satisfeitos com o atendimento prestado. Enquanto 74% das pessoas colocaram o atendimento via telefone como satisfatório, apenas 57% se contentaram com as respostas obtidas nos FAQs. Esses números, mais do que nunca, apresentam a necessidade de ter uma forma ágil de atendimento, mas que seja inteligente. Ou seja, isso é bem claro, o cliente quer ter o problema resolvido e não ficar batendo papo. Com esse cenário, a melhor opção, em termos de disponibilidade e agilidade, são os sistemas inteligentes de atendimento. Os sistemas inteligentes, a partir de uma base de dados bem estruturada e busca semântica, trazem respostas rápidas para uma série de perguntas comuns que são definidas pela própria loja virtual, baseada na experiência de navegação do e-consumidor dentro do site. Conhecendo o cliente como se deve, os lojistas virtuais deverão estruturar uma base de dados inteligente. Assim, por que não implantar um sistema que consiga identificar e responder as dúvidas de forma rápida e automática? O cliente tem a dúvida e instantaneamente a sana, sem colocar a compra e a reputação da empresa em risco. 24 gestão A compreensão do varejo eletrônico, em todas as atividades abrangidas pela cadeia de negócios, bem como os diversos modelos de operação que podem daí derivar, é requisito fundamental para quem quer se posicionar de forma clara e estratégica em negócios digitais. É importante entender cada um dos macro- processos envolvidos, bem como suas evoluções e novas oportunidades que surgem em um ambiente ainda em consolidação. A partir dessa compreensão, pode-se ter um posicionamento maios claro quanto ao(s) modelo(s) de negócio que se pretenda adotar ou focalizar. Em uma primeira visão geral, podemos entender o comércio eletrônico como composto pelos seguintes macro-processos: Pré-Compra; Compra; e Fullfilment (cumprimento/atendimento do pedido). É, especialmente, no macro-processo de Compra que podemos analisar os modelos alternativos de varejo eletrônico. No entanto, abordaremos aqui também os outros dois macro-processos. Toda a discussão deste artigo gira em torno, especialmente, do varejo eletrônico (B2C), mas as ideias gerais aplicam-se, também, a operações B2B. PRé-COMPRA - CRIAçãO de deMAndA A Pré-Compra inclui todas as atividades e interações anteriores ao momento em que o cliente realiza um pedido em uma operação virtual de compra. A partir de iniciativas próprias ou estimuladas (marketing) e interações por qualquer dos canais disponíveis, o comprador realiza atividades de busca do que deseja comprar, faz comparações de produtos e ofertantes, analisa experiências de compras de outros clientes, estabelece e explora relacionamentos em redes sociais, etc. O principal resultado de todo o processo de Pré-Compra é a criação das condições para a realização de uma compra. O macro-processo de Pré-Compra é abrangente e não será muito detalhado neste artigo. Focaremos apenas nos canais de interação e nos modelos de negócio. Canais de interação Um aspecto importante em todo o processo de relacionamento entre compradores e vendedores é o que se refere aos canais de interação. Eles podem ser tradicionais (lojas físicas, shopping centers, telefone, fax, correio) ou virtuais (internet, aparelhos móveis, internet TV, quiosques e pontos de venda eletrônicos). É possível utilizar apenas um modelo ou vários, juntos, criando um relacionamento multicanal, que pressupõe que as interações possam ocorrer envolvendo vários canais, do início ao final processo de compra. Assim, podemos, em linhas gerais, classificar as transações de comércio eletrônico multicanal em: - Criação de demanda por lojas físicas: - Transação por loja física (comércio tradicional). - Transação por meio virtual. - Criação de demanda por meios virtuais: - Transação por loja física. - Transação por meio virtual (comércio eletrônico puro). O comércio atual está todo interconectado. Seja na web, em um dispositivo móvel ou um PDV eletrônico (touch-screen), o cliente está conectado e atua por meio de vários canais. É difícil saber por qual canal o cliente irá finalizar a sua escolha, mas, em qualquer dos casos, a experiência de compra deve ser consistente e fácil para ele. Os múltiplos canais de interação devem ser viabilizados em todas as etapas do processo de compra, desde as fases iniciais de informações sobre produtos e serviços, passando pela compra, pelo processo de atendimento e o pós-compra. Oferecer uma experiência consistente de compras requer uma visão unificada do cliente. Isto exige um sistema As múltiplAs possibilidAdes do comércio eletrônico – novos modelos Norberto Torres sócio-diretor da Uniconsult unificado de informação em todos os canais, no front-office, middle-office e back-office. Para tanto, é preciso garantir coerência na exposição da empresa e suas ofertas ao mercado, através da experiência do cliente nos diferentes canais e dispositivos, além de ter uma transação de negócios unificada (preço, disponibilidade, lealdade, histórico do cliente, etc.). Os sistemas de informação são diretamente afetados, pois processos integrados são necessários para fornecer uma experiência consistente em todos os canais e durante toda a interação com o cliente. Modelos de negócios no Pré-Compra Tomando como base os métodos de interação entre compradores e vendedores ainda na fase de Pré- Compra, podemos considerar os seguintes modelos de varejo eletrônico: - E-Commerce tradicional, quando realizado por meio de interações web tradicionais (acesso a websites e lojas virtuais). - M-Commerce (Mobile Commerce), quando as interações são realizadas por meios móveis (mobile). - S-Commerce (Social Commerce), quandoas interações são iniciadas ou promovidas em redes sociais (Social Commerce). - F-Commerce (Facebook Commerce), um dos modelos específicos de S-Commerce, que vem recebendo muita atenção recentemente, é o comércio eletrônico promovido por meio do Facebook. - T-Commerce (Television Commerce), quando as interações são realizadas por meio de TV Digital interativa, com aplicativos especiais para este fim, ou mesmo quando a TV digital é utilizada como um terminal para acesso à Internet. COMPRA É no macro-processo de Compra que se iniciam efetivamente as transações do comércio eletrônico, sendo concretizadas/finalizadas pelo processo de Fulfillment (Cumprimento/Atendimento). Ao analisar a Compra, podemos entender melhor os diversos modelos de varejo eletrônico, apresentados a seguir. 1. Modelo Tradicional de varejo eletrônico Seja por meio de buscas, indicações em redes sociais, estímulos por e-mails ou SMS, enfim, por qualquer dos processos específicos de Pré-Compra, o modelo mais tradicional de varejo eletrônico é aquele em que o comprador chega à loja virtual (web store), por qualquer canal que esteja utilizando (internet, mobile, internet TV, etc.), e ali inicia o processo de compra propriamente dito. O fechamento desse sub- processo é a colocação dos produtos desejados em um “carrinho de compras” e sua confirmação. Há variações de funcionalidades e complexidade no Modelo Tradicional, que pode ser dividido em grande varejo, lojas pequenas e médias, conforme o volume de vendas. Há, também, modelos específicos baseados nesse modelo geral, para atender a categorias especiais de produtos, como, por exemplo, o caso de medicamentos (que pode ser estendido aos itens de beleza), em que há particularidades como o pagamento contra a entrega, necessidade de receita médica para realização da venda, atendimento a partir de pontos de venda, e não de um armazém central; praticamente não há controle de estoque, e o transporte é gerenciado por cada ponto de entrega. Outra derivação do Modelo Tradicional é a compra virtual de itens de supermercados (higiene e limpeza, horti-fruti, carnes e frios), em que os pedidos envolvem muitos itens, produtos perecíveis, clientes fiéis e de alta renda e frequentes alterações nos pedidos. 2. Shopping Virtual Neste modelo, um agente intermediário - o operador/ gestor do Shopping Virtual - cuida das ações de marketing, fornece integração com meios de pagamento, oferece recursos para a criação de lojas virtuais de forma rápida e fácil, com componentes configuráveis, além de infraestrutura para a operação dessas lojas (processamento, armazenamento de informações, comunicações, segurança, etc.); o contato do cliente pode ser por meio do portal do Shopping Virtual, ou diretamente a alguma de suas lojas, mas sempre com o suporte integrado acima descrito. 3. O Portal de Compras Muitos agentes de grande expressão no mercado mantêm contato direto com milhões de clientes, tais como operadores de cartões de crédito, bancos e seguradoras, entre outros, que têm, em suas mãos, o ativo mais valioso: os clientes. Esses agentes têm todo interesse em atuar diretamente sobre suas bases de clientes, e, em seu nome e com sua relação direta com tais clientes, intermediar suas compras e, com isto, ampliar enormemente suas receitas, retirando dos grandes varejistas eletrônicos (e mesmo dos menores) essa prerrogativa. Assim, é esperado que o mercado de varejo eletrônico se reconfigure de forma muito expressiva, surgindo novos e grandes agentes intermediários agregadores de varejistas eletrônicos (mesmo grandes), retirando, destes, parte de sua margem, passando a deter maior controle nas relações com o mercado. Nesse novo modelo, o cliente/comprador mantém relacionamento direto com o agente intermediário (Portal), que, por sua vez, se integra a vários varejistas eletrônicos, buscando, nestes, a melhor oferta para o cliente. Após a colocação do pedido, o comprador pode continuar a ser atendido pelo agente do Portal, ou, em um modelo alternativo, passar a ser atendido pelo varejista selecionado para a transação. Esse novo panorama se apresenta ainda de forma sutil, mas certamente vai prosperar e mudar radicalmente a estrutura econômica do varejo eletrônico, exigindo soluções muito mais sofisticadas de interoperabilidade, para viabilizar operações mais complexas multiagentes integrados. Clubes de Compras: uma variação desse modelo são os Clubes de Compras, nos quais o agente intermediário congrega o interesse de muitos compradores, consolida as vendas e realiza as compras junto aos fornecedores (venda antes da compra). O principal patrimônio dos Clubes de Compras são seus associados, com os é estabelecido um relacionamento estreito e personalizado, já que, para participar, o associado precisa estar cadastrado. Lojas Virtuais Privadas: este é um modelo ainda pouco explorado. É utilizado quando a loja virtual decide “queimar” seus estoques, mas sem impacto sobre sua imagem na loja virtual normal, fazendo-o de forma privada, criando sites fechados, onde somente um grupo seleto de usuários de seu site aberto tem a possibilidade de acessar. Compras Coletivas: nesta derivação do Portal de Compras as compras somente se realizam por um valor muito vantajoso, quando a quantidade de compradores atinge um determinado limite mínimo, obtendo-se descontos por quantidade por conta do poder de compra do agente intermediário (o operador das compras coletivas). Prêmios: outro tipo de agente intermediário que pode exercer o papel de um portal de compras são as empresas que tratam de sistemas de premiação, pois também mantêm contato direto com grandes bases de compradores, podendo trazer para elas o processamento central de transações. Marketplaces: este é um dos mais antigos modelos de comércio eletrônico e coloca compradores e vendedores em contato direto, de forma semelhante ao do Portal de Compras, mas sem um papel maior que não seja o desse contato. Há, também, os marketplaces para realização de leilões virtuais (leilões de oferta e leilões de compra). Outro modelo específico de marketplace é o Portal Vertical, que possibilita a interação entre empresas do mesmo setor de negócio e incentiva a realização de transações por meio de negociação direta ou leilões. Vários operadores de marketplaces estão ampliando suas operações para o modelo mais abrangente de Portal de Compras, servindo como uma interface única para capturar o interesse de compradores e cuidando de toda a relação com eles, ainda que utilizando muitos provedores (varejistas) dos produtos. 4. Link direto com Pedido (compra pelo item, sem passar por uma loja) Outro modelo que vem crescendo, principalmente por causa das redes sociais (mas que pode ser aplicado, também, em buscas feitas pelo comprador), é aquele em que os links de acesso não remetem o comprador a uma loja, mas diretamente à colocação de um pedido para o item específico de seu interesse, de forma direta e rápida. Estudos constatam que, quanto mais curto e rápido for o processo entre o interesse detectado e a compra realizada, maior é a chance da venda. Neste modelo, seja vindo de um processo de busca ou de uma rede social, o comprador encontra um link que o remete diretamente a um serviço eletrônico de colocação direta do pedido. É de se esperar que avancem, no mercado, soluções de gerenciamento de links diretos, em que os vendedores interessados depositem seus links nesse ambiente - o Shopping de Links -, o qual, por sua vez, cuida de todo o registro e disponibilização dos links, eventualmente assumindo, também, funções de divulgação e suporte, como no caso do Shopping Virtual. FuLFILLMenT (CuMPRIMenTO/ATendIMenTO dO PedIdO) A compra efetivamentesó será realizada quando os produtos/serviços adquiridos forem entregues e aceitos, e aqui é que ocorrem os sub-processos mais complexos, a partir da integração do Carrinho de Compras: gestão de estoques atuais ou futuros, gestão de suprimentos, dos armazéns, de transportes, atendimento ao cliente (pós pedido). No cerne deste processo está o “back-office” de comércio eletrônico, que preferimos chamar de “Motor de E-Commerce”, pois essa estrutura central de operações é o que garante a realização das transações. Os temas Fulfillment e “Back-Office” (Motor) de E-Commerce demandam grande atenção e aprofundamento, e estão presentes em todos os possíveis modelos de comércio eletrônico. 26 gestão VISãO geRAL dOS MOdeLOS A figura a seguir resume as diversas alternativas apresentadas neste artigo. Note que, em todas elas, o produto final do processo de Compra é a colocação dos itens desejados no “Carrinho de Compras”, a partir do que, então, o processo de Fulfillment assume a sequência das operações até a finalização da transação. A colocação dos itens pedidos e sua confirmação no “Carrinho de Compras” implicam em diversas integrações com processos do Fulfillment, entre as quais estoques, disponibilidade futura, suprimentos, meios de pagamento, análise de riscos e fraudes e transportes. A separação da cadeia de negócios nos três macro- processos (Pré-Compra, Compra e Fulfillment) é didática, mas há muitas interações entre esses macro-processos. OuTROS MOdeLOS Há, ainda, que considerar outras dimensões para avaliação das possibilidades de composição de novos modelos de varejo eletrônico. A partir daqui, apresento um resumo e adaptação do artigo “Os vários modelos de negócios do e-commerce”, de Fernando Di Giorgi, também sócio-diretor da Uniconsult e que foi publicado no portal E-Commerce Brasil em http://bit.ly/modelosecommerce Multimarcas e multicompanhias: podemos usar um “hub” para operação multimarcas que usam a mesma loja e o mesmo fulfillment. Um exemplo é o ramo de vestuário, em que é comum ter marcas distintas, uma para venda de coleção em curso e outra para ponta de estoque. Outro exemplo é o caso de fusão de lojas famosas, em que é conveniente manter as marcas separadas, aproveitando-se da penetração de cada uma delas no mercado. As diferentes marcas podem contar com estoques exclusivos ou compartilhá-los. Também podemos ter o caso de estabelecimentos (companhias) distintos de comércio eletrônico, compartilhando a mesma loja virtual e sistema de back-office, caso em que todas as transações e mercadorias devem ser perfeitamente diferenciadas por companhia. Modalidades de estoques: a categorização operacional do comércio eletrônico também pode ser feita sob a ótica do acesso da loja a diferentes modalidades de estoques. Embora a esmagadora maioria das pequenas e médias lojas virtuais opere desvinculada do estoque físico (uma das razões da perda de credibilidade), as lojas mais respeitáveis de mercado controlam, obrigatoriamente, o estoque próprio. Todavia, há outras modalidades de estoque a considerar, como cross-docking, integração com o Centro de Distribuição, estoque de terceiros (em tempo real), e estoque as lojas (residente nas lojas físicas e no centro de distribuição). Produtos virtuais: Todas as considerações sobre logística, que tornam o fulfillment o macro- processo mais crítico em toda a operação de comércio eletrônico, deixam de ser importantes quando os produtos comercializados são virtuais, como filmes, jogos, softwares, livros. Os tablets e e-readers estão contribuindo para o crescimento desse mercado. Outra tecnologia que vai intensificar o comércio de produtos virtuais é a imersão sensorial, que é a imersão experimentada através de estímulossensoriais, com a representação da mensagem atuando diretamente nossentidos do receptor de maneira realista e convincente, imitando a realidadenos aspectos da visão, audição, tato, olfato e paladar (fonte: http://bit.ly/wciOOE). 28 HubS de VARejO eLeTRônICO Além dos modelos apresentados, e incorporando o processo de Fulfillment, novos, desafiadores e muito promissores modelos podem ser imaginados, em que a plataforma de comércio eletrônico seja baseada na integração de muitos agentes, cada qual com suas operações independentes, mas, para o comprador, apresentando-se como um único ambiente. Nesse tipo de combinação, parcerias de negócio são estabelecidas para criar um operador integrado com os seguintes componentes centrais: - Dezenas, centenas ou até milhares de varejistas ou fabricantes que queiram se integrar ao “hub” de comércio eletrônico. - Loja virtual (ou lojas virtuais). - Sistema integrado de back-office de comércio eletrônico (motor de comércio eletrônico). - Integração com meios de pagamento e agentes de análise de riscos e fraudes. - Operador(es) logístico(s), responsável(is) por armazéns, transportes, entregas, etc. - Gerenciamento integrado de toda a cadeia de negócios. - Outras funcionalidades para o ciclo completo de e-commerce. O “e-hub” pode ser somente um disponibilizador da integração dos serviços, ou ir além e cuidar de toda a operação integrada. Há, também, o “hub logístico”, que cuida somente da integração dos agentes logísticos (armazéns, transporte, rotas). Além disso, há o VRM – Vendor Relationship Management, ou gestão de relacionamento com fornecedores, uma categoria de ferramentas de software que proporciona aos compradores a independência de fornecedores e melhores meios para com eles se relacionarem. É como se fosse um Portal de Compras, mas invertido: em vez de o comprador chegar ao portal por meio de buscas ou redes sociais, ele utiliza essa ferramenta para que ela busque as melhores ofertas para determinada necessidade sua, cuidando de todo o processo de relacionamento com os varejistas, indo bastante além das tradicionais ferramentas de pesquisa de preços. gestão Impressão 3D: Como uma extensão dos produtos virtuais, uma tecnologia recente que vai provocar profundas transformações no comércio eletrônico é a impressão 3D, que é uma forma de tecnologia de fabricação aditiva, em que um objeto tridimensional é criado por sucessivas camadas de materiais, possibilitando imitar com precisão quase exata a aparência e funcionalidades de protótipos de produtos. Ainda se dá pouca importância para esta tecnologia, mas ela será de cada vez maior no futuro. Segundo um dos mais reconhecidos cientistas atuais, Ray Kurzwell, com impressão 3D será possível criar aviões, barcos, automóveis, casas, objetos em geral, com produção em escala e com precisão. Operações complementares: Não é nosso objetivo, neste artigo, explorar todas as operações envolvidas no comércio eletrônico, por isto não foram tratados diversos sub-processos complementares, que fazem parte da cadeia de negócios, mas suportando os processos centrais. Entre eles, podem ser citados: gerenciamento de catálogos, provedor de conteúdos, information broker, transaction broker. ALguMAS TendênCIAS IMPORTAnTeS Com as possibilidades de integração em toda a cadeia de negócios em varejo digital, podemos vislumbrar algumas tendências importantes. Uma delas é que grandes varejistas vão eliminar ou absorver operadores (varejistas) menores, especialmente não especializados, integrando diversas soluções para toda a cadeia de negócios em e-business. Ao mesmo tempo, novos “players” assumirão o papel de e-hubs para atender empresas de pequeno e médio porte, incorporando sistemas, logística, relacionamento com mercado e operações de lojas virtuais e shoppings virtuais. Há diversas empresas (especialmente nos EUA) oferecendo o ciclo completo do e-commerce (e-hubs) com acordos de parceria, cobrindo, emgeral com uma solução como serviço (SaaS). Também novas tecnologias possibilitarão construções e adequações/customizações mais rápidas de sistemas para e-commerce, o que viabilizará novos modelos, mais ágeis e flexíveis. Espera-se, também, que mais “inteligência” venha a ser incorporada nos sistemas de informações, especialmente gerenciamento de catálogos, personalização e operação multicanal, bem como aumento no grau de automação de todo o processo de retaguarda (atendimento, logística, pagamentos, etc.). Outra expectativa é que cresça o modelo F2C (Fabricante-Consumidor). Principais marcas distribuídas pelos intermediários tradicionais querem se envolver no comércio on-line para estar mais perto de seus clientes e capturar valor (Apple, Nestlé, etc.), e fabricantes de produtos de baixa margem de lucro terão a mesma tentação. A necessidade de terceirizar é outra grande questão. Para gerenciar a explosão no número de habilidades exigidas para operar em e-commerce multicanal, e, mais ainda, considerando sua volatilidade, a terceirização será uma solução que as organizações serão forçadas a adotar. As empresas precisarão identificar quais as competências que são realmente essenciais e devem ser supridas internamente, e aquelas que podem ser terceirizadas para empresas especializadas. Os modelos existentes buscam incessantemente alargar suas fronteiras operacionais. A experiência tem mostrado que esta estratégia pode ser muito arriscada, a ponto de comprometer as atividades mais rentáveis, se não for levada em conta a complexidade computacional implícita nos processos. indicAdores e-commerce brAsil: umA AmostrA dA reAlidAde do comércio eletrônico brAsileiro Muitas vezes, o e-consumidor, já tão acostumado com as facilidades de comprar online, não sabe os processos pelos quais as empresas precisam passar para oferecer um serviço de qualidade. Não costumam saber, também, das dificuldades e medos que assombram os empresários de comércio eletrônico. Existe uma série de fatores sobre os quais é preciso analisar opções, decidir qual a melhor para o seu negócio, o melhor meio de colocar em prática e como tudo isso, ao final, vai oferecer uma melhor experiência de compra para o cliente. É preciso estruturar um estoque eficiente e um back-office robusto, que mantenha todo o seu sistema integrado (como você pode ver na matéria sobre o assunto, nesta edição). Estruturar um estoque significa também ter que pensar na logística do seu e-commerce: fornecedores, armazenamento, distribuição e entrega são alguns dos pontos que envolvem a logística. Além disso, há que se escolher a melhor plataforma e os serviços que ela oferecerá, e o melhor design - que permita uma navegação mais otimizada pelo site. E esses são apenas alguns dos fatores que precisam ser pensados e decididos. Existem, ainda, os medos e os fantasmas que cercam o lojista online. Um dos mais recorrentes - e também, o mais combatido – é o do abandono do carrinho de compras. Os motivos que levam um cliente a iniciar uma compra e não fechá-la são muitos: há quem monte um carrinho apenas para verificar o valor do frete, ou para comparar o preço final da compra com outras lojas virtuais, e ainda existe a simples desistência da compra. Outro fantasma, que assombra também os clientes de lojas virtuais, é o do cumprimento do prazo de entrega. Em um país onde algumas regiões são de difícil acesso e nas quais existem poucas empresas que realizam esse tipo de serviço, entregar dentro do prazo estabelecido é um desafio. Mas a pergunta que sempre fica martelando na cabeça do cliente é: “então, por que estabelecer aquele prazo?”. A verdade é que nem sempre a culpa é da falta de estradas – ou de suas péssimas condições, ou do número reduzido de empresas que atendam as regiões mais afastadas dos Centros de Distribuição das lojas. Muitas vezes, a falta de planejamento, uma logística falha e um estoque mal estruturado são os responsáveis pelo atraso e pela insatisfação do cliente. Além disso, há a questão do atendimento ao cliente. Qual é a melhor estratégia? Transformar as redes sociais em canais de SAC resolve? Formulários de contato? Atendimento online? Como otimizar e melhorar o atendimento é, sem dúvida, uma questão chave – e, talvez, a grande discussão que teremos para o ano de 2012. Da mesma forma que um só tipo de plataforma, ou de estrutura logística, não serve para os inúmeros formatos de e-commerce, não existe uma solução mágica para acabar com esses fantasmas. E, se existisse, provavelmente ela também não serviria para todos os casos. Mas é preciso entender esses processos que envolvem a implementação de um e-commerce e a importância de cada um para que, dessa forma, seja possível encontrar a solução adequada para os possíveis fantasmas que possam assombrar a sua loja. Ao analisar todos esses fatores, no entanto, muitos tomam por base números de pesquisas estrangeiras, que falam de uma realidade muito diversa da brasileira. Tendo como objetivo criar indicadores que retratem a totalidade da realidade local, o Projeto E-Commerce Brasil realizou uma pesquisa com as maiores lojas de comércio eletrônico do país, envolvendo três das principais áreas do negócio: logística, carrinho de compras e plataforma. Os dados coletados foram analisados e relacionados, mostrando alguns fatores que podem ajudar a escapar de armadilhas e revelando algumas tendências do mercado. O resultado dessa pesquisa gerou os Indicadores E-Commerce Brasil, que você lê agora, na íntegra. Por Mariana Anselmo 30 especial Carrinho de compras Um dos fatores que mais influenciam a realização de uma venda pela internet é a facilidade com que o consumidor pode fazê-la. Para averiguar o quanto os e-commerces observam esse quesito, um dos pontos da pesquisa foi analisar quantos passos o cliente precisava dar dentro do site até chegar ao fechamento da compra. A maioria dos sites - um total de 36,67% - trabalha com três passos, tornando, assim, o processo de compra mais ágil para o cliente. Os consumidores de 23,33% das lojas virtuais precisam de apenas dois passos para finalizar uma compra. E apenas uma pequena parcela das lojas trabalha com um número maior de etapas para conclusão da venda: 6,66% dos sites utilizam entre cinco e sete etapas. Um total de 20% trabalha com um e quatro passos. Já 13,33% das lojas preferiram não informar. A pesquisa constatou, também, que as lojas virtuais com mais de cinco anos de existência possuem de dois a quatro passos nos processo de compra, enquanto as lojas que estão no mercado há quatro anos, em média, possuem um processo de compra menor: de uma a duas etapas. Para Pedro Donati, Superintendente de Internet do Itaú-Unibanco, isso se deve ao fato de que os e-commerces mais antigos tiveram que construir sua plataforma, enquanto os mais novos contrataram um serviço especializado, ajustando o processo de compra em busca de uma maior conversão. Já para o diretor de Marketing e Novos Negócios da Rakuten Brasil, Alessandro Gil, não é necessariamente a quantidade de passos que influencia o número de venda de um site, e sim o quão amigável eles são para o consumidor. Trabalhando com pontos ainda mais específicos, observou-se a quantidade de carrinhos pagos, ou seja, usuários que finalizam suas compras e realizam o pagamento. Os números para os carrinhos pagos são animadores. Metade dos sites tem de 50% a 70% de suas compras concluídas pelos clientes. Um número um pouco menor, 26,67%, tem um aproveitamento maior: de 70% a 90% de seus carrinhos são fechados e pagos. Com 6,67% ficaram os sites com menos de 50% de aproveitamento e também os com mais de 90%. 10% dos sites preferiram não informar tal quesito. Entre
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