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Dimensionamento de Câmara Frigorífica para Estocagem de Produtos Congelados na Cidade de Caxias do Sul

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
 
ANDERSON DE OLIVEIRA 
CASSIANO HENRIQUE PEREIRA 
DOLORES YABEN 
RÉGIS MENIN 
RENATO PEGORINI RAFAGNIN 
RODRIGO RECH FABRO 
 
 
 
 
 
DIMENSIONAMENTO DE CÂMARA FRIGORIFICA PARA ESTOCAGEM DE 
PRODUTOS CONGELADOS NA CIDADE DE CAXIAS DO SUL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2016 
2 
 
ANDERSON DE OLIVEIRA 
CASSIANO HENRIQUE PEREIRA 
DOLORES YABEN 
RÉGIS MENIN 
RENATO PEGORINI RAFAGNIN 
RODRIGO RECH FABRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIMENSIONAMENTO DE CÂMARA FRIGORIFICA PARA ESTOCAGEM DE 
PRODUTOS CONGELADOS NA CIDADE DE CAXIAS DO SUL 
 
 
 
 
Trabalho de Aula apresentado à Universidade 
de Caxias do Sul como requisito parcial para a 
aprovação na disciplina de Refrigeração e Ar 
Condicionado MEC0427. 
Área de concentração: Refrigeração e Ar 
Condicionado 
 
Prof. Orientador Me. Eng. Sérgio Machado de 
Godoy 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2016 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4 
1.1 OBJETIVO ........................................................................................................................... 4 
1.2 DADOS ................................................................................................................................ 4 
2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 5 
2.1 ESTIMAR A CARGA TÉRMICA DA CÂMARA ............................................................. 5 
2.1.1 Piso (𝑸𝒑𝒊𝒔) ....................................................................................................................... 5 
2.1.2 Paredes (𝑸𝒑𝒂𝒓) ................................................................................................................ 5 
2.1.3 Teto (𝑸𝒕𝒆𝒕) ....................................................................................................................... 6 
2.1.4 Empilhadeira (𝑸𝒆𝒎𝒑) ..................................................................................................... 6 
2.1.5 Pessoas (𝑸𝒑𝒆𝒔) ................................................................................................................. 6 
2.1.6 Iluminação (𝑸𝒊𝒍𝒖) ............................................................................................................ 6 
2.1.7 Ventilação (𝑸𝒗𝒆𝒏) ........................................................................................................... 6 
2.1.8 Infiltração (𝑸𝒊𝒏𝒇) ............................................................................................................ 7 
2.1.9 Carga térmica total da câmara: ..................................................................................... 8 
2.2 TRAÇAR O FLUXOGRAMA DO SISTEMA FRIGORÍFICO, ESCOLHENDO FLUIDO 
REFRIGERANTE E PRESSÕES DE TRABALHO. ................................................................ 9 
2.2.1 Fluxograma do Sistema Frigorífico ............................................................................... 9 
2.2.2 Fluído Refrigerante ....................................................................................................... 10 
2.2.3 Pressões de Trabalho ..................................................................................................... 10 
2.3 SELECIONAR OS COMPRESSORES E POTÊNCIA DOS MOTORES DE 
ACIONAMENTO .................................................................................................................... 11 
2.4 CÁLCULO DO COP* E COP DO SISTEMA ................................................................... 11 
2.5 DIMENSIONAR A TUBULAÇÃO DE REFRIGERANTE (DIÂMETROS, PARA 
COMPRIMENTOS DE TUBOS ARBITRADOS) .................................................................. 11 
2.6 DIMENSIONAR AS SEGUINTES VÁLVULAS ............................................................. 14 
2.6.1 Válvula de Expansão do Separador de Líquido e do Resfriador Intermediário ..... 14 
2.6.2 Válvulas Solenoides para Controle de Nível dos Vasos ............................................. 15 
2.7 SELECIONAR OS EVAPORADORES ............................................................................ 16 
2.8 SELECIONAR OS CONDENSADORES ......................................................................... 18 
3 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 OBJETIVO 
 
Projetar e dimensionar uma câmara frigorífica para estocagem de produtos 
congelados. 
 
1.2 DADOS 
 
 A câmara terá as dimensões de 20 x 25 metros e altura de 12 metros. 
 A câmara será construída com painéis termo isolantes em PUR (poliuretano), com 
espessura 150 mm. 
 As condições de estocagem são: temperatura interna – 20°C, com TBU = 27 °C. A 
antecâmara possui temperatura de 10 °C e umidade relativa de 65%. 
 Considerar uma taxa de renovação de ar (infiltração pela porta), de 7 vezes o volume 
da câmara, por dia. 
 Considerar ainda para a operação da câmara: 
 1 empilhadeira (total 15 kW) 
 4 pessoas 
 20 W/m² de iluminação 
 
Observação: 
 Para estimar a potência de ventilação nos cálculos iniciais, considerar: vazão total de 
ar para uma recirculação de 15 vezes o volume da câmara por hora. 
 Considerar inicialmente 1 cv de ventilação para cada 8000 m³/h de vazão de ar 
 A porta será instalada em uma das paredes de 20 m de comprimento. 
 As demais paredes e teto fazem fronteira com o ambiente externo a 30 °C. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 ESTIMAR A CARGA TÉRMICA DA CÂMARA 
 
Para estimar a carga térmica da câmara frigorífica faz-se necessário realizar a análise 
de todas as fontes de energia conforme à seguir. 
 
2.1.1 Piso (𝑸𝒑𝒊𝒔) 
 
𝑄𝑝𝑖𝑠 = 𝑈 ∗ 𝐴 ∗ (∆𝑇) 
𝑄𝑝𝑖𝑠 = 0,25 ∗ 500 ∗ (15 − (−20)) 
𝑄𝑝𝑖𝑠 = 4375 𝑊 
𝑄𝑝𝑖𝑠 = 4,375 𝑘𝑊 
 
2.1.2 Paredes (𝑸𝒑𝒂𝒓) 
 
Para as paredes externas obtemos: 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑒𝑥𝑡 = 𝑈 ∗ 𝐴 ∗ (∆𝑇 + 3) 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑒𝑥𝑡 = 0,14 ∗ 840 ∗ (30 − (−20) + 3) 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑒𝑥𝑡 = 6232,8 𝑊 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑒𝑥𝑡 = 6,23 𝑘𝑊 
 
Para a parede interna, que faz divisa com a antecâmara, temos: 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑡 = 𝑈 ∗ 𝐴 ∗ (∆𝑇) 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑡 = 0,14 ∗ 240 ∗ (10 − (−20)) 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑡 = 1008 𝑊 
𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑡 = 1,01 𝑘𝑊 
 
𝑄𝑝𝑎𝑟 = 𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑒𝑥𝑡 + 𝑄𝑝𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑡 
𝑄𝑝𝑎𝑟 = 6,23 + 1,01 
𝑄𝑝𝑎𝑟 = 7,24 𝑘𝑊 
 
6 
 
2.1.3 Teto (𝑸𝒕𝒆𝒕) 
 
𝑄𝑡𝑒𝑡 = 𝑈 ∗ 𝐴 ∗ (∆𝑇 + 5) 
𝑄𝑡𝑒𝑡 = 0,14 ∗ 500 ∗ (30 − (−20) + 5) 
𝑄𝑡𝑒𝑡 = 3850 𝑊 
𝑄𝑡𝑒𝑡 = 3,85 𝑘𝑊 
 
2.1.4 Empilhadeira (𝑸𝒆𝒎𝒑) 
 
𝑄𝑒𝑚𝑝 = 𝑁𝑒𝑚𝑝𝑖𝑙ℎ𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ∗ 𝑄𝑒𝑚𝑝 
𝑄𝑒𝑚𝑝 = 1 ∗ 15,00 
𝑄𝑒𝑚𝑝 = 15,00 𝑘𝑊 
 
2.1.5 Pessoas (𝑸𝒑𝒆𝒔) 
 
𝑄𝑝𝑒𝑠 = 𝑁𝑒𝑚𝑝𝑖𝑙ℎ𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ∗ 𝑄𝑝𝑒𝑠 
𝑄𝑝𝑒𝑠 = 4 ∗ 0,2 
𝑄𝑝𝑒𝑠 = 0,8 𝑘𝑊 
 
2.1.6 Iluminação (𝑸𝒊𝒍𝒖) 
 
𝑄𝑖𝑙𝑢 = 𝑄𝑖𝑙𝑢 ∗ 𝐴 
𝑄𝑖𝑙𝑢 = 20 ∗ 500 
𝑄𝑖𝑙𝑢 = 10000 𝑊 
𝑄𝑖𝑙𝑢 = 10 𝑘𝑊 
 
2.1.7 Ventilação (𝑸𝒗𝒆𝒏) 
 
𝑄 = 𝑅 ∗ 𝑉 
𝑄 = 15 ∗ 6000 
𝑄 = 9000 𝑚3/ℎ 
 
7 
 
𝑃 =
𝑄
8000
 
𝑃 =
90000
8000
 
𝑃 = 11,25 𝑐𝑣 
 
𝑄𝑣𝑒𝑛 = 𝑃 ∗ 735,499 
𝑄𝑣𝑒𝑛 = 11,25 ∗ 735,499 
𝑄𝑣𝑒𝑛= 8.274,36 𝑊 
𝑄𝑣𝑒𝑛 = 8,27 𝑘𝑊 
 
2.1.8 Infiltração (𝑸𝒊𝒏𝒇) 
 
Tabela 1 - Valores para determinação 
da entalpia da câmara 
𝑇 -20 °C 
𝑃𝑠𝑎𝑡 0,1032 kPa 
𝑃𝑎𝑡𝑚 101,325 kPa 
𝐶𝑝𝑎𝑟 1 KJ/KgK 
𝐻𝑠𝑎𝑡 2464 KJ/Kg 
∅ 0,85 [-] 
Fonte: Stoecker (2006) 
 
∅ =
𝑃𝑣
𝑃𝑠𝑎𝑡
 
𝑃𝑣 = ∅ ∗ 𝑃𝑠𝑎𝑡 
𝑃𝑣 = 0,85 ∗ 0,1032 
𝑃𝑣 = 0,08772 𝑘𝑃𝑎 
 
𝑊 = 0,622 ∗
𝑃𝑣
𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑣
 
𝑊 = 0,622 ∗
0,08772
101,325 − 0,08772
 
𝑊 = 0,000539 𝑘𝑔/𝑘𝑔 
 
ℎ = 𝐶𝑝 + 𝑡 ∗ 𝑊 ∗ ℎ𝑣,𝑠𝑎𝑡 
ℎ𝑐 = 1 ∗ (−20) + 0,000539 ∗ 2464 
ℎ𝑐 = −18,672 𝑘𝐽/𝑘𝑔 
Tabela 2 - Valores para determinação 
da entalpia da antecâmara 
𝑇 10 °C 
𝑃𝑠𝑎𝑡 1,227 kPa 
𝑃𝑎𝑡𝑚 101,325 kPa 
𝐶𝑝𝑎𝑟 1 KJ/KgK 
𝐻𝑠𝑎𝑡 2520 KJ/kg 
∅ 0,65 [-] 
Fonte: Stoecker (2006) 
 
∅ =
𝑃𝑣
𝑃𝑠𝑎𝑡
 
𝑃𝑣 = ∅ ∗ 𝑃𝑠𝑎𝑡 
𝑃𝑣 = 0,65 ∗ 1,227 
𝑃𝑣 = 0,79755 𝑘𝑃𝑎 
 
𝑊 = 0,622 ∗
𝑃𝑣
𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑣
 
𝑊 = 0,622 ∗
0,79755
101,325 − 0,79755
 
𝑊 = 0,004935 𝑘𝑔/𝑘𝑔 
 
ℎ = 𝐶𝑝 + 𝑡 ∗ 𝑊 ∗ ℎ𝑣,𝑠𝑎𝑡 
ℎ𝑎𝑐 = 1 ∗ (10) + 0,004935 ∗ 2520 
ℎ𝑎𝑐 = 22,4355 𝑘𝐽/𝑘𝑔
8 
 
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 ∗ 𝑁𝑑𝑖𝑎𝑠 
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 25 ∗ 20 ∗ 12 ∗ 7 
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 42000 𝑚
3/𝑑𝑖𝑎 
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,4861 𝑚
3/𝑠 
 
𝑣 =
𝑅𝑎𝑣 ∗ 𝑇
𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑣
 
𝑣 =
0,287 ∗ (10 + 273,15)
101,325 − 0,79755
 
𝑣 = 0,8084 𝑚3/𝑘𝑔 
 
𝑚𝑎𝑟 =
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑣
 
𝑚𝑎𝑟 =
0,4861
0,80838
 
𝑚𝑎𝑟 = 0,6013 𝑘𝑔/𝑠 
 
Determinação da carga térmica de infiltração: 
 
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 𝑚𝑎𝑟 ∗ (ℎantecâmara − ℎ𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎) 
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 0,60133 ∗ (22,4355 − (−18,672)) 
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 24,719 𝑘𝑊 
 
2.1.9 Carga térmica total da câmara: 
 
 A carga térmica total da câmara é então obtida pelo somatório de todas as cargas 
analisadas anteriormente. 
 
𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄𝑝𝑖𝑠 + 𝑄𝑝𝑎𝑟 + 𝑄𝑡𝑒𝑡 + 𝑄𝑒𝑚𝑝 + 𝑄𝑝𝑒𝑠 + 𝑄𝑖𝑙𝑢 + 𝑄𝑣𝑒𝑛 + 𝑄𝑖𝑛𝑓 
𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4,375 + 7,24 + 3,85 + 15,00 + 0,80 + 10,00 + 8,27 + 24,72 
𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 74,26 𝑘𝑊 
 
9 
 
 Esta carga foi calculada antes de selecionar os ventiladores dos evaporadores. 
Conforme a seleção houve um aumento de 8,27 kW para 10,41 kW na carga térmica devido 
aos motores, sendo assim a carga térmica total passa a ser 76,40 kW. 
 
2.2 TRAÇAR O FLUXOGRAMA DO SISTEMA FRIGORÍFICO, ESCOLHENDO FLUIDO 
REFRIGERANTE E PRESSÕES DE TRABALHO. 
 
2.2.1 Fluxograma do Sistema Frigorífico 
 
O fluxograma do sistema frigorífico foi elaborado conforme apresenta a Figura 1. 
 
Figura 1 – Fluxograma do sistema 
Fonte: Os Autores (2016) 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2.2.2 Fluído Refrigerante 
 
Para o sistema a ser projetado foi selecionado a amônia (R717) como fluido 
refrigerante. A amônia é considerada um importante fluido refrigerante uma vez que possui 
um valor 0.00 de ozone depletion potential (ODP) quando liberado para a atmosfera e não 
contribui para o aquecimento global (GWP). Também possui características termodinâmicas 
favoráveis como: baixo ponto de ebulição e alto calor latente de vaporização. Estas 
características fazem com que a amônia possua características de alta eficiência energética e 
mínimo potencial para causar problemas ambientais. 
Além disso, a amônia possui estabilidade química, não é inflamável, mas, em 
contrapartida tem o problema da toxicidade. Isto restringe bastante o seu uso e exige cuidados 
uma vez que pode ocasionar até a morte quando inalada em grande quantidade. 
 
2.2.3 Pressões de Trabalho 
 
 As pressões de trabalho foram obtidas através do software Mycom sendo elas: 138 kPa 
para o compressor de baixa e 1350 kPa para o compressor de alta, conforme pode ser 
verificado na Figura 2. 
 
Figura 2 - Dados do compressor 
 
Fonte: Mycom (2016) 
11 
 
2.3 SELECIONAR OS COMPRESSORES E POTÊNCIA DOS MOTORES DE 
ACIONAMENTO 
 
 Para a seleção dos compressores foi utilizado o software Mycom, os compressores 
foram selecionados conforme a Figura 2. Serão utilizados dois compressores de duplo estágio, 
ou seja dois estágios em um único equipamento. 
Compressores de duplo estágio são projetados com câmara de sucção dupla e duas 
zonas de descarga, em seu interior existem duas divisões de forma que cada uma realiza a 
função dos compressores de simples estágio, dois cilindros do compressor funcionam no 
estágio de alta pressão, dependendo do tipo de compressor os outros 04 ou 06 trabalham no 
estágio de baixa pressão (no caso dos compressores selecionados são 04). 
Foi definido colocar dois equipamentos para evitar parada total no sistema quando for 
necessário realizar manutenções preventivas e corretivas. Reduziu-se a rotação para 900 rpm a 
fim de diminuir a capacidade do compressor. Maiores capacidades exigem também maior 
potência de compressão o que onera mais o processo tanto em equipamentos e materiais 
quanto em consumo energético. Para o acionamento destes serão utilizados dois motores de 
30 cv. 
 
2.4 CÁLCULO DO COP* E COP DO SISTEMA 
 
 𝐶𝑂𝑃 ∗=
𝑇𝐹
𝑇𝑞 − 𝑇𝐹
 𝐶𝑂𝑃 =
𝑄𝑒𝑣
𝑊𝐵 + 𝑊𝐴
 
𝐶𝑂𝑃 ∗=
−20 + 273,15
30 − (−20)
 𝐶𝑂𝑃 =
76,40
17,1 + 17,1
 
 
 𝐶𝑂𝑃 ∗= 5,06 𝐶𝑂𝑃 = 2,23 
 
2.5 DIMENSIONAR A TUBULAÇÃO DE REFRIGERANTE (DIÂMETROS, PARA 
COMPRIMENTOS DE TUBOS ARBITRADOS) 
 
 O dimensionamento das tubulações foi realizado através de recursos computacionais, 
sendo que o Software utilizado é fornecido pelo fabricante Danfoss, respeitando as perdas 
estabelecidas pela AS HRAE. 
12 
 
 Determinação das tubulações, material utilizado para os tubos aço com perda de 0,01 
K/m de acordo com a ASHRAE: 
 
 Figura 3 - Desenho esquemático para o dimensionamento das tubulações 
 
Fonte: Os autores (2016) 
 
Abaixo seguem duas imagens que foram retiradas do Software da Danfoss para o 
dimensionamento dos diâmetros das tubulações, como o padrão de análise é bastante 
semelhante para todas as tubulações achou-se necessário apresentar as imagens da tubulação 1 
de baixa e da tubulação 6 de alta, sendo que a numeração referente a cada tubulação está 
apresentada esquematicamente no desenho anterior. 
 
13 
 
Figura 4 - Dimensionamento da tubulação 1 de baixa 
 
Fonte: Danfoss (2016) 
 
Figura 5 - Dimensionamento da tubulação 6 de alta 
 
Fonte: Danfoss (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Tabela 3 - Dimensões das tubulações que compõem o sistema 
Número da 
tubulação Localização no sistema 
Diâmetro em 
Pol. 
Comprimento dos tubos em 
metros 
1 Sucção da baixa 2 1/2 2 
2 Descarga da baixa 2 3 
3 Linha de líquido 3/4 3 
4 Linha de líquido 1 15 (3x) 
5 Linha de vapor + líquido 3 15 (3x) 
6 Sucção da alta 2 2 
7 Descarga da alta 1 1/4 5 
8 Linha de líquido 1/2 5 
Fonte: Autores (2016) 
 
2.6 DIMENSIONAR AS SEGUINTES VÁLVULAS 
 
2.6.1 Válvula de Expansão do Separador de Líquido e do Resfriador Intermediário 
 
As válvulas de expansão foram determinadas através do Software fornecido pelo 
fabricante Danfoss. 
 
Figura 6 - Válvula de expansão do resfriador intermediário 
 
Fonte: Danfoss (2016) 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Figura 7 - Válvula de expansão do separador de líquido 
 
Fonte: Danfoss (2016) 
 
Tabela 4 - Modelos das válvulas de expansão utilizadas no sistema 
Descrição no desenho Descrição da válvula Modelo 
VE 1 Válvula Resf. Int. REG 15-A straight 
VE 2 Válvula Sep. De Liq. REG 15-A straightFonte: Os autores (2016) 
 
2.6.2 Válvulas Solenoides para Controle de Nível dos Vasos 
 
As válvulas solenoide foram escolhidas para o sistema de acordo com sugestão 
fornecida pelo Software do fabricante Danfoss. 
 
Tabela 5 - Modelos das válvulas de expansão utilizadas no sistema 
Descrição no desenho Descrição da válvula Modelo 
VS 1 Válvula Resf. Int. EVRA 10 
VES2 Válvula Sep. De Liq. EVRAT 10 
Fonte: Os autores (2016) 
 
 
 
 
 
16 
 
Figura 8 - Válvula solenoide para o resfriador intermediário 
 
Fonte: Os autores (2016) 
 
Figura 9 - Válvula solenoide para o separador de liquido 
 
Fonte: Os autores (2016) 
 
2.7 SELECIONAR OS EVAPORADORES 
 
 Os evaporadores serão alocados na parede de 25 metros devido à flecha de ar ser 
menor. Foram selecionados evaporadores de tubos de inox e aletas de alumínio. O 
espaçamento entre aletas escolhido foi de 12 mm devido a temperatura da câmara. A prática 
recomenda para este volume de câmara uma recirculação de ar mínima de 15 e máxima de 25 
17 
 
recirculações por hora. O volume da câmara é de 6.000 m³, então, teremos 90.000 m³/h de 
recirculação de ar mínima. 
 Através do software UNILAB SRL foram selecionados 03 evaporadores Mebrafe 
código 04.12.416.39, ou seja, 04 tubos na passagem de ar, 12 mm de separação de aletas, 04 
ventiladores, 16 tubos na altura e 3940 mm de comprimento aletado. 
 Conforme folha de dados abaixo, cada evaporador possui 27,32 KW de capacidade, 
sendo que no total de 03 equipamentos atende a capacidade de 81,96 KW. Foi deixada uma 
folga pois na maioria das vezes o usuário ultrapassa na prática as condições definidas em 
projeto. 
 O motor selecionado para atender o projeto é de 1,18 cv. Sendo 04 ventiladores por 
evaporador teremos uma potência de 14,16 cv ou 10,41 kW. 
 
Figura 10 – Folha de dados evaporador 
 
Fonte: UNILAB SRL 
 
18 
 
2.8 SELECIONAR OS CONDENSADORES 
 
 Para selecionar o condensador consideramos a carga térmica da câmara mais 86% da 
potência dos compressores, o restante da potência é dissipada com a água de resfriamento de 
cabeçote dos compressores. Esta porcentagem é um dado prático. 
 
𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = 76,40 + 37,95 
𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = 114,35 𝑘𝑊 
𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = 98.341,00 𝐾𝑐𝑎𝑙/ℎ 
 
 Considerando que o TBU de 27°C e que a temperatura de condensação é de 35°C, será 
necessário fazer a correção da capacidade do equipamento. 
Pelo gráfico abaixo extraído do catálogo da Mebrafe, temos que o fator de correção é 
aproximadamente de 0,75. 
 
Figura 11 - Gráfico Fator de correção 
 
Fonte: Mebrafe (2016) 
 
O cálculo a ser efetuado para corrigir o calor dissipado é o seguinte: 
𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜
=
98341,00
0,75
 
𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜
= 131121,33 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ 
 
 
19 
 
Pelo catálogo da Mebrafe o condensador selecionado é um CETF 190. O condensador 
precisa ter folga devido aproximadamente 15% para quando trabalhar fora do regime. 
 
Figura 12- Catálogo Mebrafe Condensadores 
 
Fonte: Mebrafe (2016) 
 
3 CONCLUSÃO 
 
 O presente trabalho possibilitou que os conhecimentos teóricos adquiridos em aula 
fossem colocados em prática facilitando o entendimento sobre os sistemas de refrigeração 
industrial. 
 Para o dimensionamento e seleção dos equipamentos foram utilizados dados teóricos, 
práticos, de fabricantes, bem como software específico para cada componente. Foi possível 
verificar que a mesma câmara pode ser projetada de diversas formas e o funcionamento ser 
semelhante. No entanto o custo do projeto, o COP e o consumo energético podem ser 
fortemente afetados. Cabe ao engenheiro escolher a melhor solução buscando o melhor custo 
benefício para o seu cliente. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS 
 
MAYEKAWA DO BRASIL. Unidade Compressor Alternativo. Disponível em: 
http://mayekawa.com.br/wp/wp-content/uploads/2016/02/compressor-alternativo-serie-w-
mayekawa.pdf. Acesso em: 27/06/2016. 
 
 
MEBRAFE INST. E EQUIP. FRIGORÍFICOS LTDA, Condensadores Evaporativos. 
Disponível em: http://www.mebrafe.com.br/uploads/docs/5412f84a9fadb.pdf. Acesso em: 
27/06/2016.

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