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TÓPICOS EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO Renata de Britto Barboza Camargo renatabbarboza@gmail.com FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO FILIAÇÃO De acordo com o art. 20 do RPS, “é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações.” DIREITOS Estar sob o manto protetivo do SISTEMA e receber prestações previdenciárias, quando da ocorrência de alguma contingência ou evento que seja considerado por lei como pressuposto para a sua concessão. OBRIGAÇÕES Contribuir para o financiamento do SISTEMA. Em decorrência do Princípio da Universalidade, o sistema previdenciário pátrio admite segurados obrigatórios e facultativos, que já falamos. Para os segurados obrigatórios A filiação decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada. OBS.: A filiação antecede a inscrição. OBS.: Caso alguém comece a trabalhar em uma empresa, na condição de empregado, o que o qualifica como obrigatório, estará, desde o primeiro instante desse fato, vinculado ao RGPS, sendo sujeito de direitos e obrigações, mesmo que a empresa somente faça sua inscrição dias após esse fato. Assim, se sofrer um acidente em seu primeiro dia de trabalho, já terá direito a uma aposentadoria por invalidez, pois essa prestação não necessita de um número de contribuições para ser deferida. Para os segurados facultativos A filiação decorre da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição. De acordo com o art. 18 do RPS, “é o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral da Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização.” OBS.: É um ato administrativo, necessário para que a relação jurídica passe a produzir efeitos. Inscrição I – Empregado – pelo preenchimento dos documentos que o habilite ao exercício da atividade, formalizada pelo contrato de trabalho na empresa. II – Trabalhador Avulso – pelo avulso e registro no sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra. III – Contribuinte Individual – pela apresentação de documento que caracterize a sua condição ou exercício de atividade profissional, liberal ou não, no INSS. IV – Segurado Especial – pela apresentação de documento que comprove o exercício de atividade rural, no INSS. V – Empregado Domestico – pela apresentação de documento que comprove a existência de contrato de trabalho no INSS. VI – Facultativo – pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa de que não exerce atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório, no INSS. A inscrição se dá da seguinte forma § 1º A inscrição do segurado de que trata o inciso I será efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra e a dos demais no Instituto Nacional do Seguro Social. § 2º A inscrição do segurado em qualquer categoria mencionada neste artigo exige a idade mínima de dezesseis anos. § 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social será obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma delas. • OBS.: O RPS exige idade mínina de 16 anos para inscrição em qualquer categoria de segurado. • OBS.: A lei nº 10.097/2000, que regulamenta o contrato de aprendizagem, permite a contratação de menor aprendiz com idade a partir de 14 anos, garantindo-lhe direitos previdenciários. Esse menor, portanto, desde que sujeito a formação profissional metódica do ofício em que exerça o seu trabalho deve ser considerado segurado empregado. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO = período de graça É o período em que esse continua filiado ao sistema. É o chamado período de graça, em que o segurado continua tendo direito a benefícios, embora não recolha contribuições. Deixando o segurado de exercer atividade abrangida pelo regime de previdência social, ou ficando desempregado, poderá conservar essa qualidade independentemente de contribuições (art. 13 do RPS). Permanece em período de graça: I - Sem limite de prazo, para quem estiver em gozo de beneficio; II - Até 12 meses após a cessação por incapacidade; II - Até 12 meses para o segurado que deixar de exercer atividade remunerada; II - Até 12 meses para o segurado que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III - Até 12 meses após cessar a segregação, para segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - Até 12 meses após o livramento, para segurado detido ou recluso; V - Até 3 meses após o licenciamento, para segurado incorporado às forças armadas; VI - Até 6 meses após a cessação das contribuições, dos segurados facultativos. • O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. * Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social. * A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO Segurado Obrigatório Importa em caducidade e ocorrerá a perda no dia posterior ao vencimento do segundo mês seguinte ao da contribuição. Para reativar a qualidade de segurado é necessário cumprir novo prazo de carência. Segurado Facultativo Ocorrerá a perda após 30 dias do mês seguinte ao da contribuição. Para reativar a qualidade de segurado é necessário cumprir novo prazo de carência. ** Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao Regime Geral de Previdência Social, com, no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida no art. 29 (por enquanto, lembrar apenas que há requisitos para preencher quando o segurado quiser computar contribuição anteriores a perda da qualidade de segurado – veremos detalhes quando estudarmos os benefícios) Dependente Quando se dá a inscrição??? quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante apresentação dos documentos que comprovem sua condição de dependente/beneficiário e/ou de dependência econômica com o segurado. art. 22 do RPS. * É possível e importante o segurado declarar logo a existência de dependentes • DEPENDENTES •CLASSE 1 - O (a) cônjuge, a companheira (o), filho (natural, adotivo, equiparado), não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave •CLASSE 2 - Os pais •CLASSE 3 – O irmão, não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. OBS.: O inválido, filho ou irmão, mesmo que seja emancipado será considerado dependente (art.16 da lei 8.213/91) OBS.: A dependência econômica das pessoas elencadas na classe 1 é presumida e a das demais será comprovadas OBS.: A existência de dependentes de uma classe exclui do direito as prestações das classes seguintes. OBS.: Equiparados a filhos: enteado e menor que seja sob tutela e curatela. Tutela = a) falecendo os pais ou com a sua ausência. b) decaindo os pais do poder familiar PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE 1 = Cônjuge = pela separação judicial ou divorcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento ou sentença judicial transitada em julgado; 2 = Companheiro (a) = pela cessação da união estável com o segurado(a), enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos. Assegurada a prestação de alimentos, o companheiro (a) volta a serdependente; 3 = filho e irmão de qualquer condição, ao completarem 21 nos de idade, salvo se inválido, desde que a invalidez tenha ocorrido antes: a) de completarem vinte e um anos de idade b) do casamento; c) do início do exercício de emprego público efetivo; d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou ( e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e 4 = Para os dependentes em geral a) pela cessação da invalidez b) pelo falecimento Perderá também a qualidade de dependente o menor (filho ou irmão) que for emancipado. A emancipação ocorre: a) por concessão dos pais, ou um deles na falta de outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos; b) pelo casamento; c) pelo exercício de emprego publico efetivo; d) pela colação de graus em curso superior; e) pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria
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