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Histologia Junqueira: Órgãos associados ao Trato Digestivo

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Aline Reis Tavares
	FAME
	2017
	
	
	
Órgãos associados ao trato digestivo
Glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar.
Glândulas salivares
Saliva: umidifica, lubrifica a mucosa oral e o alimento ingerido. Inicia a digestão de carboidratos e lipídios. Secreta substancias germicidas protetoras como a IgA, a lisozima e a lactoferrina. Também é importante na manutenção de um pH neutro na cavidade oral (tamponamento/ bicarbonato) e forma uma película sobre os dentes por meio de proteínas salivares ricas em prolina que se ligam ao cálcio. 
Diversos tumores originam-se em glândulas salivares, principalmente na parótida. A hipofunção das glândulas salivares maiores decorrentes de doenças ou radioterapia esta associada a caries, atrofia da mucosa oral e dificuldades na fala.
Pâncreas: produz enzimas digestivas que atuam no intestino delgado e secreta para o sangue hormônios como a insulina e o glucagon. 
Fígado: produz a bile, fluido importante na digestão de gorduras. Papel essencial no metabolismo dos lipídios, carboidratos e proteínas, além de inativar e metabolizar muitas substancias toxicas, medicamentos e drogas. Também participa do metabolismo do ferro, síntese de proteínas do plasma sanguíneo e fatores necessários para a coagulação do sangue.
Vesícula Biliar: absorve agua da bile, armazenando-a em uma forma concentrada.
Glândulas salivares
Exócrinas, produzem saliva. 
Além de glândulas pequenas dispersas pela cavidade oral, existem três pares de glândulas salivares maiores: parótida, submandibular(submaxilar) e sublingual.
As menores são responsáveis por 10% do volume total de saliva e 70% do muco secretado.
Uma capsula de tecido rico em fibras colágenas circunda e reveste as glândulas salivares maiores. O parênquima dessas glândulas consiste em terminações secretoras e em um sistema de ductos ramificados que se arranjam em lóbulos, separados entre si por septos do tecido conjuntivo que se origina da capsula.
Células secretoras: formato piramidal, base larga com microvilos pequenos e irregulares, unidas entre si por complexos juncionais formando uma massa esférica denominada ácino, contendo um lúmen central.
Células mucosas: formato cuboide ou colunar, núcleo oval. Contem glicoproteínas importantes para as funções lubrificantes da saliva.
Glicoproteína: mucina, contem 70 a 80% de cadeias de carboidratos.
As células mucosas formam túbulos, mas no termino deles, existe um grupo de células serosas as semiluas serosas.
Células mioepiteliais: Tem varias características semelhantes as das células musculares, incluindo a contratilidade. Embora a contração dessas células acelere a secreção de saliva sua principal função é a prevenção da distensão excessiva da terminação secretora durante a secreção. 
Glândula parótida
Glândula acinosa composta, porção secretora: células serosas, contendo grânulos de secreção ricos em proteínas e elevada atividade de amilase. Essa atividade é responsável pela hidrólise de boa parte dos carboidratos. O tecido conjuntivo possui muitos plasmócitos e linfócitos. 
Plasmócitos: secretam IgA, que forma um complexo com componente secretor sintetizado pelas células acinosas, células dos ductos intercalares e estriados. O complexo secretor rico em IgA é liberado na saliva, sendo resistente a digestão enzimática e constituindo-se em um mecanismo de defesa imunológica contra patógenos da cavidade oral.
Glândula submandibular (submaxilar)
Glândula túbulo acinosa composta, sua porção secretora contem tanto serosas quanto mucosas.
Nas células secretoras, extensas invaginações voltadas para o plexo vascular aumentam a superfície de transporte de íons, facilitando o transporte de agua e eletrólitos. Células serosas são responsáveis por uma fraca atividade de amilase existente nessa glândula e sua saliva. 
As células que constituem as semiluas na glândulas secretam lisozima, cuja atividade principal é hidrolisar as paredes de determinadas bactérias. Algumas acinosas também secretam lactoferrina, que se liga ao ferro, nutriente essencial para o crescimento bacteriano. 
Glândula sublingual
Túbulo acinosa composta formada por serosas e mucosas. As mucosas predominam; as serosas secretam lisozima. 
Glândulas salivares menores
Não encapsuladas e distribuídas em toda a mucosa e submucosa oral, normalmente produzem muco. Agregados de linfócitos podem ser encontrados nas gl salivares menores, associadas a secreção de IgA.
Xerostomia (boca seca): condição associada a dificuldade em mascar, engolir, saborear e falar, assim como a cáries dentárias e atrofia da mucosa oral.
Sindrome de Sjogren: 
Tem origem autoimune e é caracterizada pela infiltração linfocitária em glândulas exócrinas salivares e lacrimais. 
Pâncreas
Glândula mista exócrina e endócrina, que produz enzimas digestivas e hormônios. As enzimas são armazenadas e secretadas por células da porção exócrina. Os hormônios são sintetizados nas Ilhotas pancreáticas(células epiteliais endócrinas, de Langerhans). Uma cápsula delgada de tecido conjuntivo reveste o pâncreas e envia septos para o seu interior, separando-o em lóbulos. O pâncreas possui uma rede capilar extensa, essencial para o processo de secreção. 
Além de água e íons são secretadas diversas proteinases (tripsinogênio 1, 2 e 3, quimiotripsinogênio, pré-elastases 1 e 2...) lipases, amilase, fofoslipase e nuclease. A maioria das enzimas é armazenada na forma inativa, protegendo o pâncreas da ação enzimática, sendo ativadas no lúmen do intestino delgado. 
Células serosas: típicas secretoras de proteínas, o número de grânulos de secreção varia de acordo com a fase digestiva, sendo máxima em animais em jejum. 
Pancreatite hemorrágica aguda: As pré-enzimas podem ser ativadas e digerir todo o pâncreas, levando a complicações. Esse quadro pode ser provocado por alcoolismo, fatores metabólicos, cálculos biliares, trauma, infecção e uso de fármacos e drogas.
Secreção exócrina: controlada pelos hormônios secretina e colecistoquinina, que são produzidos pelas células enteroendócrinas na mucosa intestinal (jejuno e duodeno). O estímulo do nervo vago aumenta a secreção. 
Secretina: ácido no lúmen intestinal estimula sua secreção, esse hormônio promove uma secreção fluida abundante, pobre em atividade enzimática e rica em bicarbonato. É produzida nas células dos ductos intercalares e serve para neutralizar o quimo, para o funcionamento adequando das enzimas pancreáticas. 
Colecistoquinina: estimulada por ácidos graxos de cadeia longa, ácido gástrico e alguns aminoácidos essenciais, promove uma secreção pouco abundante e rica em enzimas. Este hormônio atua principalmente na extrusão dos grânulos de zimogênio. 
Kwashiorkor:
Condição de desnutrição extrema, nela as células acinosas pancreáticas e células secretoras de proteínas sofrem atrofia e perdem parte do seu retículo endoplasmático granuloso, prejudicando a produção de enzimas digestivas. 
Fígado
Segundo maior órgão do corpo e maior glândula. Está localizado na cavidade abdominal abaixo do diafragma. É o órgão no qual os nutrientes absorvidos no trato digestivo são processados e armazenados, é uma interface entre o sistema digestório e o sangue. Revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo.
O sangue chega pela via porta e pela artéria hepática, a posição do fígado no sistema circulatório é ideal para captar, transformar e acumular metabólitos e para a neutralização e eliminação de substâncias tóxicas. Também exerce função importante na produção de proteínas plasmáticas como a albumina.
Os nutrientes absorvidos no intestino são acumulados e transformados no fígado, no qual substâncias tóxicas também são neutralizadas e eliminadas.
Bile: secreção exócrina do fígado, importante para a digestão de lipídios.
A veia porta e a artéria hepática penetram o fígado pelo hilo, que também é canal de saída dos ductos hepáticos e linfáticos.
Lóbulo hepático
Hepatócito: componente estrutural básico do fígado, agrupadas em placas interconectadas. 
Veia porta: contém sangueproveniente do trato digestivo, pâncreas e baço (sangue pouco oxigenado e rico em nutrientes).
Artéria hepática: sangue proveniente do tronco celíaco da aorta abdominal (sangue muito oxigenado).
Ducto: transporta bile sintetizada pelos hepatócitos.
Capilares sinusoides: vasos compostos por uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas. 
Fluidos do sangue percolam rapidamente a parede endotelial e fazem um contato muito próximo com a parede dos hepatócitos, o que possibilita uma troca fácil de macromoléculas. 
Espaço de Disse(perissinusoidal): está entre as células endoteliais e os hepatócitos. 
Células de Ito: armazenadoras de lipídios, contem inclusões lipídicas ricas em vit A, captam, armazenam e liberam retinoides, além de sintetizar e secretar várias proteínas, proteoglicanos, fatores de crescimento e citocinas.
No fígado cronicamente doente as células de Ito proliferam e adquirem características de miofibroblastos auxiliando no desenvolvimento de fibroses, inclusive fibrose secundária à doença alcoólica do fígado.
Células de Kupffer: macrófagos encontrados nos sinusoides, metabolizam hemácias velhas, digerem hemoglobina, secretam proteínas relacionadas aos processos imunológicos e destroem bactérias.
Sistema portal venoso
Veia porta -> vênulas portais(interlobulares) -> vênulas distribuidoras -> capilares sinusoides -> veia central ou veia centrolobular ->veia sublobular -> veias hepáticas.
Sistema arterial
Artéria hepática -> arteríolas lobulares.
Algumas dessas arteríolas irrigam as estruturas do espaço porta e outras desembocam diretamente nos sinusoides, provendo uma mistura de sangue arterial e venoso portal nesses capilares.
A principal função do sistema arterial é suprir os hepatócitos de oxigênio. 
Oxigênio e metabólitos, assim como todas as substâncias tóxicas absorvidas no intestino alcançam primeiro as células periféricas e posteriormente as células centrais do lóbulo. 
Hepatócito
Citoplasma eosinófilo, devido ao grande número de mitocôndrias e retículo endoplasmático. Também contém lisossomos, peroxissomos e complexo de Golgi abundantes. Hepatócitos localizados a distâncias variáveis dos espaços porta mostram diferença em suas características estruturais, histoquímicas e bioquímicas. 
Diversas proteínas(albumina e fibrinogênio) são sintetizadas em polirribossomos dos hepatócitos. É também o principal local de desaminação de aminoácidos, processo que resulta na produção de ureia, que é transportada para os rins pelo sangue e secretada a urina.
Retículo endoplasmático liso: processos de oxidação, metilação e conjugação requeridos para a inativação ou detoxicação de substâncias. Há conjugação da bilirrubina tóxica e hidrofóbica em glucuronoato de bilirrubina, não tóxico e solúvel em água. 
Muitas substâncias tóxicas são lipofílicas, capazes de atravessar a MB. Nos hepatócitos, estas substâncias tornam-se mais hidrofílicas por meio de processos oxidativos. A excreção é feita pelos rins ou no trato intestinal. 
Bile: água, eletrólitos, ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol e bilirrubina. Deriva de absorção pelo eptélio intestinal no íleo e é sintetizada no REL por meio de conjugação do ácido cólico com os aminoácidos glicina ou taurina. Ácidos biliares desempenham papel importante na emulsificação de lipídeos no trato digestivo, facilitando a digestão pelas lipases e sua absorção.
Proporções anormais de ácidos biliares leva a formação de cálculos na vesícula, que podem bloquear o fluxo de bile e provocar icterícia, devido a ruptura das junções oclusivas ao redor dos canalículos biliares.
Bilirrubina: resulta da quebra de hemoglobina, formada pelo sistema mononuclear fagocitário (Kupffer). 
Icterícia: 
Pigmentos biliares no sangue, devido a não excreção da bilirrubina ou do glucuronato de bilirrubina. O estado subdesenvolvido do REL dos hepatócitos (hiperbilirrubinemia neonatal) causa icterícia nos recém-nascidos. O tratamento é a exposição à luz azul de lâmpadas fluorescentes comuns, procedimento que transforma a bilirrubina não conjugada em um fotoisômero solúvel em água que pode ser excretado pelos rins.
Canalículo biliar: encontro entre dois hepatócitos, formam uma rede complexa que se anastomosa. 
Dúctulos biliares (Canais de Hering): canais periféricos de passagem da bile.
A superfície do hepatócito voltada para o espaço Disse contém muitos microvilos.
O hepatócito contém glicogênio(lipídios e carboidratos), que é um depósito de glicose mobilizado quando há queda de glicose sanguínea para manter a glicemia estável. A quantidade de glicogênio varia de acordo com o ciclo circadiano e depende do estado nutricional do indivíduo. 
Algumas substâncias podem ser tóxicas para o fígado e lesionam hepatócitos, causando um quadro clinico semelhante a hepatite viral, caracterizada por mal-estar súbito e icterícia, associada a atividade elevada de amino-transferases. A falência hepática pode ocorrer dentro de uma semana ou mais, principalmente se o paciente persistir na utilização da medicação após o início dos sintomas.
Uma variedade de doença genética que envolve os peroxissomos em virtude de mutações em enzimas dessa organela é a adrenoleucodistrofia ligada ao cromossomo X (X-ALD) e resulta na incapacidade de metabolizar ácidos graxos corretamente, resultando na deterioração das bainhas de mielina dos neurônios. 
O hepatócito é a célula mais versátil do organismo, possui funções endócrinas e exócrinas, acumula, detoxifica e transporta diversas substâncias. Além de sintetizar proteínas para sua própria manutenção e para exportação (albumina, protombina, fibrinogênio e lipoproteínas). O hepatócito não armazena proteínas em grânulos de secreção no citoplasma, mas secreta continuamente na circulação sanguínea.
Regeneração hepática: ritmo lento de renovação celular, no entanto alta capacidade de regeneração. 
Quando os hepatócitos são repetidamente agredidos sua multiplicação é seguida de um aumento na quantidade de tecido conjuntivo, ocorre a formação de nódulos desiguais denominada cirrose. É um processo progressivo e irreversível levando a falência do órgão e até a óbito, trata-se de uma fibrose difusa. Pode ser causada por etanol, fármacos, drogas, hepatite viral ou doença hepática autoimune. 
Em algumas regiões a infecção pelo Schistosoma causa cirrose, o ovos desse parasita são transportados pelo sangue venoso e ficam retido nos sinusoides, lesionando os hepatócitos. 
Alguns dos mecanismos patogênicos na lesão hepática induzida pelo álcool são a formação de radicais livres, geração de acetaldeído, citocinas pró-inflamatórias e citocinas com ação fibrogênica. 
Trato Biliar
Hepatócitos: bile -> canalículos biliares -> canais de Hering -> ductos biliares -> ductos hepáticos -> ducto colédoco (biliar comum) -> esfíncter de Oddi.
Vesícula Biliar
Órgão oco, mucosa composta por epitélio colunar simples, lâmina própria, músculo liso, tecido conjuntivo perimuscular e membrana serosa. 
Função de armazenar a bile, concentrá-la por meio da absorção da água e secretá-la no trato digestivo. Sua contração é induzida pela colecistoquinina. 
Tumores das glândulas digestivas
Carcinoma hepatocelular: tumor maligno do fígado, derivado do parênquima hepático ou das células epiteliais dos ductos biliares, associado a hepatite viral crônica, cirrose etc.
No pâncreas exócrino tumores se originam das células epiteliais dos ductos, a taxa de mortalidade associada a esses tumores é elevada.

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