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DIREITO CIVIL RESUMIDO

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DIREITO CIVIL: Direito Civil
O Direito Civil rege as relações familiares, obrigatórias ou patrimoniais entre os indivíduos (pessoas físicas e jurídicas) da sociedade através de um conjunto de normas. A principal finalidade do direito civil é proteger os direitos pessoais, tanto morais, quanto patrimoniais.
Esse é um dos principais ramos do direito privado e cada indivíduo é reconhecido como sujeito do direito. Ele é baseado no Código Civil e seus princípios também são aplicados em outras áreas do direito.
Princípios do Direito Civil
O direito civil baseia-se nos seguintes princípios:
Personalidade – todo indivíduo possui direitos e obrigações dentro da sociedade.
Autonomia da vontade – o indivíduo, baseado em suas vontades, tem capacidade de praticar ou não determinado ato.
Liberdade de Estipulação Negocial – responsável pela criação do negócio jurídico, esse princípio permite a autorização dos direitos e deveres de acordo com a legislação.
Propriedade Individual – o indivíduo tem direito, através do trabalho, de contrair bens móveis ou imóveis, a fim de constituir seu patrimônio.
Intangibilidade Familiar – a família é conhecida como o símbolo máximo do indivíduo.
Legitimidade da Herança e do Direito de Testar – se as pessoas possuem o direito de contrair bens, elas podem também, transmitir completamente ou não esses bens aos seus herdeiros.
Solidariedade Social – princípio que defende a harmonização entre os interesses particulares e coletivos da sociedade.
Código Civil
O Código Civil Brasileiro é um instrumento legal e importante para a regulação das relações jurídicas da sociedade. É formado pelas leis que tratam de assuntos e negócios pertinentes às relações privadas.
Antes do novo código civil entrar em vigência, no início do século XXI, essas relações eram geridas pelo Código de Bevilacquade 1916, criado pelo célebre jurista Clóvis Bevilacqua. As mudanças sociais foram os principais fatores para mudança do antigo código que vigorou por quase 100 anos e desde 1973, estava no Congresso Nacional, um projeto para implementar o novo código civil. 
Anexo ao Código Civil existe uma lei de introdução, criada pelo decreto Lei 4.657 de 4 de setembro de 1942, editado no governo de Getúlio Vargas.
A href="/ target="_self">Lei de Introdução ao Código Civilfunciona como uma explicação para o entendimento do direito como um todo, mas anteriormente somente estabelecia as diretrizes para a devida compreensão das leis do código.
A Lei de Introdução ao Código Civil (LICC),com nomenclatura modificada para Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é um decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, responsável por ser uma regra/norma obrigatória na regulação das normas jurídicas. É importante ressaltar que essa lei não faz parte do Código Civil, e se trata apenas de um anexo.
Além disso, sua função é permitir a compreensão e aplicação de determinada lei, mostrando soluções para resolução de conflitos entre normas, a fim de recuperar a ordem jurídica. Essa lei é universal e independente e poderá ser aplicada a todos os demais ramos do direito.
Ela é essencial para o entendimento do sistema jurídico brasileiro e também abrange alguns conceitos de direito internacional.
A lei é composta por 19 artigos:
Art. 1º ao 2º, tratam do período de vigência (vacatio legis) e eficiência de uma norma jurídica.
Art. 3º atesta a eficiência global de ordem jurídica, impedindo erros do direito.
Art. 4º trata da integração das normas em caso de lacunas na lei.
Art. 5º define técnicas de interpretação da lei.
Art. 6º mostra soluções aos conflitos entre normas no tempo.
Art. 7º ao 19º mostra soluções dos conflitos de normas no espaço.
Alguns conceitos utilizados na Lei de Introdução ao Código Civil
Decreto-lei
Decreto originado do poder executivo, cuja finalidade é servir de ferramenta para o chefe do executivo cumprir determinado desejo político com efetividade.
Vigência da Lei (Vacatio Legis)
É o período de tempo entre a publicação até entrar em vigor. Durante a sua criação, a lei passa por três etapas: elaboração, promulgação e publicação. De acordo com o artigo 1º, entraria em vigor num prazo de 45 dias após a publicação da lei. E, se caso for válida no exterior, o prazo se estende para três meses após sua publicação oficial.
Revogação
Termo apresentado no art. 2º afirmando que a lei terá validade até o momento que for modificada ou revogada. Nesse caso, existem as revogações podem ser:
Ab-rogada – a nova lei anula completamente a antiga;
Derrogada – a nova lei anula parcialmente a antiga;
Expressa – a própria lei explica o que está sendo anulado;
Tácita – a norma anulada é ocultada.
Lei Obrigatória
Princípio que garante a obrigatoriedade da lei, após a sua publicação, como trata o art. 3º dessa lei.
Integração das Leis
Em caso de omissão ou lacuna na lei, o juiz deverá decidir sob um conflito, conforme os conceitos, costumes e princípios do direito, como trata o art. 4º.
Conflito entre Leis
A lei, quando de sua publicação oficial deverá ser aplicada imediatamente. No art.6º é preciso atentar-se a três casos:
Ato Jurídico Perfeito: ato concluído de acordo com a lei e o tempo, ou seja, quando já se foi possível usufruir dela.
Direito Adquirido: direito que não poderá ser retirado após o sujeito ter incorporado ao patrimônio e a personalidade. Portanto ele deverá estar de acordo com a norma e o sujeito poderá exigí-la no momento oportuno.
Coisa Julgada (Trânsito em Julgado): quando a sentença já foi dada e não será mais sujeita a recursos.
Divisão do Código Civil
Composto por 2046 artigos com assuntos que tratam da relação social e suas normas jurídicas específicas. Ele é dividido em duas partes:
Parte Geral do Código Civil
É composta por três partes que tratam:
Direito Civil - Das Pessoas (Jurídicas e Naturais);
Direito Civil - Dos Bens (Classificação dos Bens);
Direito Civil - Dos Fatos Jurídicos (Atos, Fatos e Negócios Jurídicos).
Parte Especial do Código Civil
É composta por cinco partes que tratam do:
Direito das Obrigações - regula a relação jurídica entre credores e devedores para atender seus interesses baseados na lei;
Direito Empresarial - também conhecido como direito comercial, regula as relações entre empresas, e destas com a sociedade;
Direito das Coisas - trata das relações entre os bens materiais e imateriais e sua apropriação pelo indivíduo;
Direito de Família - trata das relações particulares e patrimoniais entre os membros de uma família;
Direito das Sucessões - conjunto de princípios e normas que regulam a transferência de patrimônio de pessoas falecidas para os seus sucessores.
DAS PESSOAS
Dentro do código civil, a parte que trata dos indivíduos enquanto pessoas físicas ou jurídicas é o livro'Das Pessoas'. As pessoas físicas (natural) são representadas por uma pessoa, já as jurídicas (moral) são empresas constituídas por pessoas e bens.
Personalidade Jurídica
Pessoa Física
Seguindo essa ordem, os indivíduos são classificados de acordo com a personalidade. A personalidade jurídica é a capacidade de uma pessoa obter direitos e obrigações. É uma das características necessárias para o indivíduo ser considerado um sujeito do direito.
Um indivíduo adquire essa característica após o seu nascimento com vida (nascituro), ou seja, mesmo que o recém-nascido sobreviva ou não após ter saído do ventre de sua mãe, tornou-se um sujeito do direito.
Capacidade
Após o indivíduo adquirir a personalidade, ele adquire a capacidade. Mas, isso não significa que ele poderá usufruir dessa capacidade. Existe, portanto, a capacidade de direito (gozo) que é o poder de adquirir direitos e todo ser humano possui. E, a capacidade de fato (exercício), quando o indivíduo tem o poder de exercer os seus atos e se responsabilizar por eles.
Ter capacidade, significa que o indivíduo estará apto em exercer seus direitos e adquirir obrigações sozinho em sua vida civil. Porém, nem todos estão aptos para tal e, por esse motivo, surgiu o sistema de incapacidades.
No Brasil,a maioridade de uma pessoa física só poderá ser conquistada ao completar 18 anos. Caso contrário, será considerada relativamente ou absolutamente incapaz.
Absolutamente Incapazes
Ser menor de 16 anos;
Enfermidade ou deficiência mental;
Aqueles que por causa transitória não puderem expor a sua vontade. Ex.: pessoas em estado de coma, após um acidente.
Relativamente Incapazes
Maior de 16 e menor de 18 anos;
Viciados em drogas, álcool ou deficiente mental com 'discernimento reduzido';
Os excepcionais, com desenvolvimento mental incompleto. Ex. Portadores da Síndrome de Down;
Os pródigos (aqueles com desvio de comportamento que gastam seu patrimônio desordenadamente).
Os indivíduos incapazes devem ter alguém que lhe ofereça proteção. Assim, os absolutamente incapazes possuem como representantes os pais ou curador (indivíduo que de acordo com a lei, administra os bens do incapaz), já os relativamente incapazes seriam assistidos pelos pais ou tutor. Caso contrário, entre 16 e 18 anos, o menor somente poderá adquirir sua capacidade de fato quando:
Emancipação Voluntária, quando o menor com16 anos receber autorização dos pais;
Emancipação Judicial,quando o menor com 16 anos de acordo com o juiz for autorizado pelo tutor;
Emancipação Legal:
» Casamento, através do matrimônio o menor adquire plena capacidade jurídica; 
» Emprego Público Efetivo, cargo em órgão público;
» Colação de Grau, quando o menor faz colação de grau no nível superior ele poderá ser emancipado; 
» Estabelecimento Civil/Comercial ou Relação de Emprego, desde que o menor consiga se manter financeiramente.
Extinção de Pessoa Física ou Natural
A extinção das pessoas físicas terminam com o falecimento. Além da morte natural, o Novo Código Civil, permite a morte presumida, quando uma pessoa ausente, por força de lei, é dada como morta. Ex.: sequestro, desaparecimento, acidentes, cujo corpo não tenha sido encontrado (considera-se morte presumida, apenas após dois anos e quando esgotadas as possibilidades de busca) ou quando é possível provar a morte de uma pessoa que corria perigo de vida.
Já em casos de morte simultânea (comoriência), é quando duas ou mais pessoas com relação de parentesco morrem simultaneamente ou mesmo se desconhece quem morreu primeiro. Quando isso ocorre, o direito civil considera que essas pessoas morreram no mesmo instante. Esse tipo de morte é interessante para o direito das sucessões, a fim de decidir sobre o destino do patrimônio dos falecidos.
Pessoas Jurídicas
Uma pessoa jurídica só possuirá personalidade, a partir do momento em que seus atos constitutivos forem registrados em local específico e de acordo com a lei, devendo respeitar o seu tipo de sociedade, evitando a atividade ilícita. Ela possui personalidade, patrimônio e vida próprios, assim como os sócios, enquanto pessoa física e deve cumprir todos os atos da vida civil. Existem quatro tipos de pessoas jurídicas:
Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno
É composto pela União, os municípios, os Estados, o Distrito Federal e os territórios, autarquias, incluindo as associações públicas e outras entidades consideradas públicas, de acordo com a lei.
Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo
É composto pelos Estados estrangeiros e todas os indivíduos governados pelo direito internacional público.
Pessoas Jurídicas de Direito Privado
É composta por associações (organização de pessoas para fins não econômicos), sociedades (fins econômicos) e fundações (se desenvolve em cima de um patrimônio, apenas para fins religiosos, culturais, morais ou assistenciais).
Extinção de Pessoa Jurídica
A extinção de uma pessoa jurídica dar-se-á por:
dissolução proveniente da vontade dos sócios ou por morte ou incapacidade de sócio;
falência da empresa;
pelo governo, etc.
Assim, seu patrimônio, quando a empresa for uma sociedade será dividida entre os sócios. Em caso de associação, o patrimônio será devolvido a uma pessoa responsável de acordo com o estatuto. Já numa fundação, será dado a uma fundação semelhante a anterior.
Conheça mais sobre Pessoa Jurídica acessando o site Sociedade Limitada.
Domicílio de Pessoa Física e Jurídica
O domicílio é o local onde reside uma pessoa física ou jurídica. A importância desse conceito na área jurídica é essencial, pois será esse o local em que serão endereçados os processos relativos as suas obrigações policiais, militares, fiscais e políticas.
Para pessoa natural, o domicílio é o local em que ela residirá definitivamente. Já para pessoas que vivem de passagem (circenses), o seu domicílio será considerado a sua habitação atual, ou seja, o local onde ela for encontrada.
Para pessoa jurídica de direito público interno, será considerado seu domicílio especificado em lei no art. 75 do Código Civil (da União, o DF; dos Estados e territórios, suas capitais; do Município, na administração municipal). Já de direito público privado será o local de funcionamento de suas diretorias e administrações.
O Código Civil, também considera a pluralidade de domicílios, ou seja, quando o indivíduo possui várias residências (escritório, consultório ou outro endereço) cada um desses lugares será considerado seus domicílios.
 DOS BENS
Os bens são definidos como coisas ou objetos que possuem utilidade e servem para atender uma necessidade humana. Eles podem ser trocados/vendidos numa relação jurídica por causa de seu valor econômico ou pelo interesse que desperta. Eles são classificados dentro do Código Civil dentro do livro  'Dos Bens'.
Além de ser apresentado no Código Civil, os bens são objetos de estudo importantes para as suas diferentes classificações, pois não se pode aplicar uma mesma regra a todos os bens, mas cada divisão possui uma lei específica.
O Código Civil classifica os bens como 'Bens Considerados em Si Mesmos', que por sua vez, dividem-se em:
Bens Considerados em Si Mesmos
Bens Móveis
Os bens móveis são aqueles que podem ser deslocados, sem prejuízos em sua estrutura. Eles podem ser adquiridos por herança, comprados. Ex.: livros, eletrodomésticos, celular, etc. Podem ser classificados em:
Bens móveis por natureza – são bens que podem ser transportados naturalmente ou por uma pessoa. Ex.: animais, materiais que ainda não foram utilizados para construção ou os materiais provenientes da demolição de algum prédio.
Bens móveis por determinação legal – móveis com fins legais, como as energias com valor econômico, direitos pessoais patrimoniais e suas ações, direitos reais sobre os objetos móveis e suas ações. Ex.: o direito autorial sobre um objeto móvel, ou seja, todos a produção intelectual, como patentes, desenho industrial, obras artísticas, etc.
Bens por antecipação – aqueles incorporados ao solo, mas com objetivo de transformá-los em móveis, como por exemplo, as árvores cortadas para a produção de uma determinado produto.
Bens Imóveis
Os bens imóveis são aqueles que não podem ser deslocados, sem que haja danos em sua estrutura. Eles precisam ter uma escritura e registro em cartório. Ex.: Apartamento, casa, etc. Os bens imóveis podem ser divididos em:
Bens imóveis por natureza – o solo, a superfície com todos os seus elementos, como as árvores; Imóveis por acessão física industrial ou artificial – são aquelas adquiridas por meio do trabalho humano e incorporadas ao solo. Ex.: plantações, construções, etc.
Bens imóveis por acessão intelectual – são aqueles que se mantém imóveis pela vontade do proprietário. Ex.: objetos de decoração, máquinas, etc.
Bens imóveis por determinação legal – são direito que não podem ser móveis ou imóveis, mas para fins de segurança jurídica o legislador considera imóvel. Ex.: penhor agrícola, apólices da dívida pública, etc.
Bens Fungíveis
Os bens fungíveis são aqueles que podem ser trocados por outros semelhantes, conforme a qualidade e a quantidade. Ex.: dinheiro, roupa, gado, etc.
Bens Infungíveis
Os bens infungíveis não podem ser trocados, pois são únicos. Ex.: uma escultura, um quadro famoso, etc.
É importante destacar que um bem fungível poderárapidamente se tornar infungível em determinada situação. Por exemplo, como foi dito, o dinheiro é um bem fungível, mas se o indivíduo for um colecionador ele se tornará infungível, pois esse indivíduo irá considerá-lo único.
Bens Consumíveis
Os bens consumíveis são aqueles são rapidamente eliminados ou consumidos. Ex.: alimentos, bebidas, etc.
Bens Inconsumíveis
Os bens inconsumíveis são aqueles que podem ser usados por um longo período, pois não se destroem rapidamente. Ex.: cds, roupas, etc.
Bens Divisíveis
Os bens divisíveis são aqueles que podem ser repartidos, sendo que após essa fragmentação será possível, apenas ter a parte econômica do todo. Ex.: terreno, barra de ouro, etc.
Bens Indivisíveis
Os bens indivisíveis são aqueles que não podem ser repartidos, caso contrário, o bem perderá o seu valor econômico. Ex.: animal, navio (deverá ser hipotecado), relógio, etc.
Bens Singulares
São bens, mesmo reunido, são considerados individuais e independentes. Ex.: um boi, um carro, mesmo fazendo parte de outra coisa maior (boiada, concessionária), podem ser vendidos separadamente.
Bens Coletivos
São bens considerados universais de fato (rebanho) ou de direito (patrimônio). Outro exemplo é uma biblioteca, que não estaria seria uma se estivesse apenas um livro.
Bens Reciprocamente Considerados
Bens Principais
São bens que são independentes de outros. Ex.: um terreno.
Bens Acessórios
São aqueles que dependem do principal para existir. Ex.: as plantações que precisam de um terreno. Os acessórios, por sua vez, dos art. 95 a 97 do Código Civil, classificam-se em:
Frutos – aqueles produzidos em um período, sendo que se retirados não irão afetar o valor da coisa.
Produtos – aqueles que são extraídos de algo diminuindo a sua quantidade.
Benfeitorias – podem ser necessárias, quando feitas para conservação (obras, pagamento de impostos, etc.); úteis, quando servem para otimizar o uso de algo (adubação); voluptuárias, utilizadas para fins de beleza, como jardins, fontes, etc.
Bens Públicos
Os bens públicos são aqueles que pertencem a órgãos públicos, ou seja, da União, dos Estados e Municípios. São classificados em:
Bem de uso comum – é aberto e é de livre acesso a todas as pessoas. Ex.: praia, ruas, praças, etc.
Bem de uso especial – quando tem um fim específico. Ex.: escolas públicas, quarteis, etc.
Bens dominicais – responsáveis por formar o patrimônio do órgão público. Ex.: terrenos que fazem parte dos órgão públicos e constituem seu patrimônio.
Bens Particulares
Os bens particulares serão aqueles usufruídos por pessoas ou empresas.
 DOS FATOS JURIDICOS
Os fatos jurídicos são ações que surgem quer seja provenientes da atividade humana, quer sejam naturais capazes de criar, transformar, transferir ou eliminar direitos. Eles são tratados dentro do Código Civil, no livro 'Dos Fatos Jurídicos'e para que esses fatos produzam efeito no campo jurídico é necessário que estejam presentes:
o agente capaz;
objeto lícito, possível, determinável ou indeterminável;
determinação ou liberação pela lei.
Se não houverem esses elementos, o ato não será aceito, mas nulo. Por exemplo, se uma mulher decide cozinhar e utiliza os fósforos para acender o fogão, isso não tem efeito na área jurídica, mas se esta mesma mulher que acendeu o fogão colaborar para a explosão de gás de cozinha, acarretando danos materiais e até morte a terceiros, esse fato terá influência no campo jurídico. Assim, todo ato lícito ou ilícito poderá influenciar dentro do campo jurídico. Ex.: desastres naturais, perda de propriedade, etc.
Os fatos jurídicos são classificados em Naturais e Humanos.
Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu)
Os fatos naturais são acontecimentos provenientes da natureza e não precisam da vontade humana para que sejam manifestados ou mesmo quando o homem colabora indiretamente para a sua ocorrência. Eles podem ser divididos em:
Fatos Naturais Ordinários – quando são esperados, como por exemplo, a morte, o nascimento, etc.;
Fatos Naturais Extraordinários – aqueles que são imprevisíveis, como terremotos, enchentes, raios, etc., que serão considerados apenas se gerarem consequências jurídicas. Ex.: Avião é atingido por um raio e todos os passageiros morrem.
Fatos Humanos (Fatos Jurídicos Latu Sensu)
Os fatos humanos são acontecimentos provenientes das atividades humanas. Estas ações são dependentes ou independentes da vontade humana e podem criar, modificar ou retirar direitos humanos e afetar a esfera jurídica. Elas são classificadas em atos lícitos e atos ilícitos.
Atos Lícitos
São ações realizadas pelo homem que estão em conformidade com as normas jurídicas, produzindo os efeitos desejados pelo agente. Eles podem ser classificados em:
Ato jurídico em sentido estrito – podem ser chamados de atos meramente lícitos e são cometidos pelo homem sem o interesse de influenciar na esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei. Ex.: teste de DNA para reconhecer a paternidade.
Negócio Jurídico – proveniente da relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem podem ocasionar em efeitos jurídicos. Ex.: um contrato de aluguel.
Ato-fato jurídico – é todo aquele que considera o ato produzido em si e não pela vontade humana, ou seja, o ato terá maior relevância para a área jurídica do que o agente que pode ser um incapaz. Ex.: um menor de idade achar um tesouro. O agente não é importante no primeiro momento, mas sim o ato, apesar de ser menor, este terá uma parte daquilo que foi achado.
Atos Ilícitos
Os atos ilícitos são aqueles atos danosos que um indivíduo causa sobre outra pessoa que vão contra as normas jurídicas, assim, ele é obrigado a reparar os danos através da indenização. Nessa relação devem existir os seguintes elementos:
Agente
Indivíduo responsável por causar o dano. Há casos em que a lei considera vários responsáveis, um exemplo disso é quando os pais respondem pelos atos do filho menor de idade.
Dano
Prejuízo moral ou material sofrido pela vítima. Ex.: os danos morais, são lesões que atingem a personalidade da vítima, em situações de constrangimentos e dores que atinjam a sua moral.
No Brasil, a indenização por dano moral é decidida pelo juiz que analisará o fato.
Nexo Causal
É a relação jurídica entre o fato e o dano, ou seja, é o vínculo existente entre a ação do agente com as consequências por ele ocasionadas.
Dolo
É o desejo ou a intenção de causar danos a outrem.
Culpa
É quando mesmo sem intenção, o agente agir de forma a causar danos por negligência (quando o agente não teve precaução), imperícia (impossibilidade de exercer profissão ou arte) ou imprudência (pratica considerada perigosa pelo agente).
Há casos em que a indenização é cobrada, mesmo que a culpa não seja do agente, como acidentes de avião, desastres nucleares, danos ao consumidor e em casos em que o Estado seja responsável.
Obs.: A indenização só não ocorrerá se a vítima tiver culpa. Se a culpa recair sobre os dois, a indenização será reduzida.
Outro fato também é o descumprimento de contrato. O agente é obrigado a reparar o prejuízo, pois existe um documento que comprova a relação entre os sujeitos. Além disso, poderá ser extracontratual (aquiliana), ou seja, quando na lei civil, o agente deverá indenizar a vítima, já na lei penal, o agente sofre uma pena.
Prescrição
É quando há perda do direito subjetivo acionado em determinado período de tempo, ou seja, é quando um indivíduo perde o direito de reivindicar judicialmente após ter passado o período de tempo (prazo) imposto pela lei. Esse direito poderá ser oficializado pelo juiz.
A prescrição é eliminada pela presunção. A prescrição é renunciável, salvo os casos após sua consumação e ainda poderá ser suspensa, impedida ou interrompida.
Os prazos de prescrição, conforme art. 197 a 198 do Código Civil, não ocorrem quando os sujeitos forem:
cônjuges, no casamento;
ascendentes e descendentes, em poder familiar;
tutor e tutelado, curador e curatelado;
absolutamente incapazes;
ausentes do país por prestar serviço público;
pessoasservindo as forças armadas em guerra.
O prazo pode ser de 10 anos e de 1 a 5 anos em casos especiais, decididos por lei.
Decadência
A decadência é responsável por eliminar completamente o próprio direito, ou seja, não será possível exercer o direito de ação se o prazo tiver esgotado.
O prazo de decadência poderá ser legal quando declarada pelo juiz, sendo este irrenunciável; e convencional, quando for estipulado pelas partes.
Não será possível recorrer a decadência, exceto em casos especiais (art. 26, § 2º – Código de Defesa do Consumidor).
 DIREITO DAS COISAS
O Direito das Coisas ou Direito Real é responsável por regular as relações entre as pessoas e os seus bens.
Bem é tudo aquilo que surgiu para satisfazer uma necessidade humana ou apenas o interesse econômico de uma pessoa. Assim, durante a história, foi necessária a criação de regras que disciplinassem as relações das coisas.
Para saber mais sobre os bens e suas classificações, leia o artigo “Direito Civil – Dos Bens”.
Direito de Propriedade
Desde a Roma Antiga, o conceito de propriedade tem sido defendido pelos romanos e perdura até os dias atuais. Assim ela pode ser dividida em três poderes:
Usar - quando uma pessoa utiliza o bem;
Fruir - retirar benefícios ou frutos do bem;
Dispor - é o direito de alienar ou destruir o bem.
Ex.: Quando compro um carro, adquiro o poder de usá-lo. Quando utilizo o carro em beneficio da empresa, estou utilizando-o para adquirir outros bens e realizar outras atividades. Quando o carro está velho ou quebrado, dispor dele seria destruí-lo ou vendê-lo.
Quando uma pessoa adquire esses poderes é chamado de proprietário pleno e este tem o direito de recuperá-lo caso esteja sendo utilizado por outra pessoa indevidamente. O direito de propriedade é limitado, isso significa que, apesar da posse, o proprietário não poderá fazer tudo o que quiser com o seu bem.
Limite Físico da Propriedade
Os romanos classificavam o limite da propriedade para cima até o céu e para baixo até o inferno. Eles tinham uma visão individualista e se fosse aplicada essa regra hoje, todo avião que passasse acima da propriedade alheia deveria pagar um aluguel, caso quisesse voar sob território.
Como a lei evoluiu, o limite físico da propriedade foi considerado vertical, ou seja, até o local que permite o interesse do proprietário. Ex.: Se um proprietário constrói uma garagem subterrânea, dependendo da profundidade que atingiu, ali será considerado o seu limite físico. Além desse limite, esse bem não é do proprietário por falta de interesse.
Benfeitorias
As benfeitorias são definidas como aperfeiçoar a 'coisa', ou seja, preservar ou valorizá-la. Essas benfeitorias podem ser classificadas em:
Benfeitorias Necessárias - quando é feita para preservação do bem pelo desgaste que adquiriu com o tempo. Ex.: fazer uma nova pintura da parede da casa.
Benfeitorias Úteis - é quando há um aumento ou ampliação o uso do bem. Ex.: construção de outro quarto dentro da casa.
Benfeitorias Voluptuária - é feita para atender as vontades do titular, sendo de origem supérflua. Ex.: construção de uma fonte ou um jardim para ornamentar a casa.
Modos de Aquisição da Propriedade
A propriedade pode ser adquirida de quatro formas:
Usucapião
É quando o proprietário adquire o bem por longos anos, sem que haja interrupção ou existência de contrato. É o caso do bem imóvel que pode ser conquistado após 15 anos, exceto se for seu local de habitação ou trabalho, reduzindo para dez anos, se o titular tiver 'justo título' (documento que comprove a posse) e 'boa-fé' (desconhece o risco de adquirir algo).
Há também, a usucapião especial, que é aquisição da posse de terra rural inferior a 50 hectares após cinco anos, e que pode ser produtiva para o trabalho ou urbana até 250 metros quadrados.
Já a usucapião de um bem móvel é conquistado após três anos se existir justo título e boa-fé, e cinco anos independente de título e boa-fé.
Esse reconhecimento só é adquirido em uma ação judicial para essa finalidade.
Acessão
É acrescentar algo mais na propriedade. Ela pode acontecer por:
Formação de Ilhas;
Aluvião - formados por depósitos e aterros naturais nas margens de correntes ou desvios destas e fazem parte dos donos de terrenos nessas margens, sem que hajam indenização;
Avulsão - quando uma porção de terra se desloca e se junta a outra;
Abandono de Álveo;
Plantações ou construções.
Transcrição
Para que haja transcrição é necessário que o comprador registre o imóvel, para assim tomar posse do título de transferência da propriedade, caso contrário, ela continuará sendo do vendedor.
Sucessão
A sucessão acontece quando o antigo titular falece, os seus herdeiros adquirem a propriedade.
Perda de Propriedade
A perda de propriedade acontece pelos seguintes critérios:
Renúncia;
Abandono;
Perecimento da Coisa;
Alienação - quando o bem é vendido pelo seu titular. Quando o bem é móvel, essa transferência dar-se-á por meio de tradição (entrega), se o bem é imóvel deve haver um registro do título no Registro Geral de Imóveis (RGI);
Desapropriação - é quando uma instituição pública, por força jurídica, retira de uma particular contra a sua vontade um bem móvel ou imóvel. Deve ser dado um pagamento justo para o antigo proprietário, apesar da obrigação de tomar o bem. Toda desapropriação deve ser feita sob um decreto que definirá a utilidade pública da propriedade a ser retirada. 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
ODireito das Obrigações ou Direito Pessoal é formado por um conjunto de normas que regulamentam as relações jurídicas, no que diz respeito ao patrimônio. Ele é um livro especial que faz parte do Código Civil.
Nesse direito há uma relação de troca entre credores e devedores. O credor tem o direito de exigir que seja cumprida a obrigação. Se o devedor, não quiser cumpri-la, o credor poderá procurar o poder judiciário e reivindicar os seus direitos.
Pelo sistema capitalista existente no mundo, esse direito torna-se essencial para resolução de relações obrigacionais definindo suas características, consequências e extinção. Por esse fato foram criadas regras que equilibrassem as relações entre os sujeitos.
Para reforçar, dentro do direito obrigacional deve existir uma relação entre:
Credor → Prestação ← Devedor 
Vínculo Jurídico
Saiba a definição de cada um:
Credor e Devedor (Sujeito Ativo e Passivo) - representado por uma pessoa física ou jurídica na relação obrigacional;
Objeto - a prestação;
Vínculo Jurídico - é a relação entre o credor e o devedor.
Esta relação poderá ser obrigação de dar, obrigação de fazer e obrigação de não fazer.
Classificação das Obrigações
Obrigação de dar
É a obrigação de entregar uma quantia de dinheiro ou algo a alguém ou simplesmente dar. Aqui uma pessoa poderá restituir a dívida que deve. Assim é preciso dar (nos casos em que a prestação é essencial para pagamento da dívida), entregar (nos casos em que a prestação é o usufruto da coisa) ou restituir (quando o devedor devolve algo que recebeu do credor). Essa obrigação poderá ser dividida em:
Obrigação de dar coisa certa - o devedor entrega um bem com características individuais, específico. Ex.: Empréstimo de carro, sendo que a devolução deve ser um mesmo carro, com cor, ano, marca, etc., iguais ao anterior.
Obrigação de dar coisa incerta - o devedor deverá pagar um bem que não, necessariamente, precisa ser semelhante, mas com mesma quantidade e gênero. Ex.: No empréstimo do carro deverá devolver um com o mesmo valor, não importando as outras características.
Obrigação de fazer
É quando uma pessoa se compromete a pagar uma dívida em prol da atividade profissional desejada. Ex.: pintura de um quadro. Pode ser classificada como:
Obrigação de fazer fungível - aquela dívida que pode ser paga por outra pessoa que não seja o devedor.
Obrigação de fazer infungível - dívida que somente pode ser paga pelo devedor.
Obrigação de fazer declaração de vontade - quando há um contrato de compromisso entre o credor e o devedor e existe um adiantamento em dinheiro/bemchamado de 'arras'. Esse contrato pode ser retratável (arrependimento), caso o comprador desista da compra há uma perda do dinheiro/bem, mas caso o vendedor desista, este deverá dar uma indenização em dobro ao valor do adiantamento; o contrato poderá ser também irretratável, ambas as partes não poderão se arrepender do acordo.
Obrigação de não fazer
É quando o devedor se compromete a não realizar determinado ato, em função do vínculo estabelecido com o credor. Ex.: direitos de imagem de um artista, que só poderá aparecer com exclusividade em determinada emissora.
Com relação ao modo de execução as obrigações são classificadas em:
Obrigações Simples - quando existe um credor e um devedor. Ex.: Obrigação de dar, de fazer e de não fazer.
Obrigações Complexas - quando há mais de um credor/devedor ou mais de um objeto. Podem ser:
Cumulativas ou Conjuntas - quando há mais de uma obrigação e o devedor só se livrará da dívida se cumprir todas as obrigações.
Alternativas - quando há mais de uma obrigação e o devedor poderá optar por livrar-se apenas de uma.
Facultativas - quando é definida uma obrigação, porém o devedor poderá, a seu critério, realizar o pagamento de outra prestação.
Descumprimento das Obrigações
Na relação obrigacional, se há um cumprimento daquilo que fora combinado entre os sujeitos, há uma extinção pelo cumprimento não gerando consequências para o campo jurídico. Mas, se essas obrigações são descumpridas, a vítima que foi lesada deverá recorrer a justiça que tal obrigação seja cumprida.
Na obrigação de dar é possível exigir esse direito através da força legal, ou seja, se o devedor não pagou a dívida ou entregou o bem como havia definido, estes poderão ser tomados, numa ação judicial, para penhora ou vendidos para pagamento da dívida.
Já a obrigação de fazer, quando não é cumprida tem uma solução diferente. Em casos em que há obrigações de fazer infungível, o credor poderá requisitar perdas e danos ou ainda executar uma ação judicial reivindicando um prazo para o cumprimento da dívida.
Se as obrigações de fazer forem fungíveis, o credor poderá requerer perdas e danos, mas também o poderá contratar outros serviços às custas do devedor.
Quanto a obrigação de não fazer, se ela for descumprida, o devedor deverá abster-se daquilo que foi comprometido. Ele pode requerer perdas e danos ou se possível, desfazer o acordo.
Cláusula Penal
É uma cláusula que está presente no contrato relacionada a perdas e danos.
Se houver um descumprimento no contrato, a vítima já poderá recorrer a perdas e danos, mas se as partes interessadas decidirem, já poderá constar no contrato uma cláusula com o valor das perdas e danos caso haja esse descumprimento total ou parcial da obrigação. Essa cláusula pode ser moratória (quando houver mora) ou compensatória (quando houver inadimplemento).
Mora: é quando há uma demora no cumprimento do contrato. Assim, a multa cobrada é de 2% nas obrigações.
Inadimplemento: é quando há o descumprimento total do contrato.
Essa cláusula não poderá ser superior ao valor da obrigação principal; e a moratória não poderá ultrapassar 2%.
Saiba mais 
Indenização por perdas e danos são os prejuízos que um terceiro sofre, por um ato ou fato, cuja responsabilidade de pagamento é do credor. De acordo com o Código Civil art. 402 o credor sofre pelo 'que ele perdeu e o que ele deixou de lucrar'.
Em linhas gerais, a indenização é formada pelo: dano emergente, ou seja, há uma redução do patrimônio do credor, sendo ele o responsável pelo que perdeu, como por exemplo, em um acidente de carro, o devedor deverá ser ressarcido através da reparação de seu veículo; e, lucros cessantes, é aquilo que o credor deixou de lucrar com essa perda.
Efeitos das Obrigações
O devedor deve pagar a dívida para o credor. Ele tem a obrigação de receber um recibo para constar que o pagamento foi feito conforme o acordo. O recibo é o principal instrumento para comprovar que foi cumprida determinada obrigação e, o sujeito fica livre de pagá-la novamente.
Mas, se o devedor paga para a pessoa errada ou o valor é incorreto, ela deverá efetuar um novo pagamento. Apesar disso, ela poderá abrir uma 'ação de repetição de indébito' e receber o valor que pagou erroneamente. Fazer um pagamento, torna a obrigação concluída, perfeita, já existem casos em que a obrigação é imperfeita,veja:
Dação em pagamento - quando o credor aceita receber outra coisa no lugar do pagamento. Mas isso só será permitido se houver uma permissão prévia do credor.
Novação - é quando é criado uma dívida nova para eliminar e suprir a dívida anterior. Ex.: se o sujeito deve ao banco R$ 10.000,00 e não tem condições de realizar o pagamento, a instituição reúne-se com esse devedor a fim de saldar a dívida, o credor reduz o valor da dívida e se esse valor for pago pelo devedor ocorre uma novação. Assim, se o nome do devedor estiver com restrição de crédito, ao pagar a dívida, ele limpa o seu nome.
Compensação - quando ambos (devedor e credor) tem uma dívida um com o outro, eles podem utilizar os 'créditos recíprocos'. Essa obrigação somente deve ser aceita se a dívida estiver vencida. Se um sujeito deve R$ 500,00 para outro, e este deve R$ 300,00 para o primeiro, ao invés de um pagar para o outro, compensa-se os créditos e , somente o primeiro sujeito pagará R$ 200,00 para o segundo.
Transação - concordância de ambas as partes para encerrar um conflito. Ex.: em um processo trabalhista, a empresa estipula um valor para o ex-funcionário que se sentiu lesado e em concordância com ele encerra um conflito que poderia demorar, representando riscos para a empresa.
Remissão das dívidas - é quando o credor perdoa a dívida. Esse ato é chamado de 'ato voluntário de liberalidade'.
DIREITO DAS SUCESSÕES
O Direito das Sucessões, presente no Direito Civil, é o conjunto de normas e princípios que disciplinam e tratam da transmissão ou transferência do patrimônio de alguém que morreu aos sucessores, seja por força da lei ou por testamento. O direito à sucessão é garantida pela constituição e implica no sujeito – herdeiro, que assumirá os direitos e obrigações de seu antigo titular; isto é, não se trata da extinção da relação jurídica do falecido, e sim da substituição de direitos, não vigorando o princípio de que “a morte dissolve tudo”.
Tendo a morte como principal desencadeadora da sucessão, os bens se transmitem de forma instantânea para os herdeiros. Aberta a sucessão, é formado um condomínio forçado, desfeito apenas com a sentença de partilha, podendo funcionar após isso de forma voluntária, sendo mantido pelos herdeiros. O patrimônio a ser transmitido consiste na totalidade dos bens pertencentes ao falecido, podendo ser móveis, imóveis, direitos e ações, dinheiro, jóias etc. As dívidas também são transmissíveis, porém os herdeiros só serão obrigados a arcar com as dívidas até o limite da herança.
Algumas terminologias referentes ao Direito de Sucessões são:
Herança: é o total do patrimônio transmitido, também chamado de acervo, massa ou monte hereditário;
Autor da Herança: é o falecido.
Sucessor: são aqueles que dão continuidade às relações jurídicas do falecido.
Herança e Legado: constituem o patrimônio transmissível. A diferença é que o legado consiste na individualização de bens pelo falecido conferidos a determinada pessoa, e na herança não há tal individualização, pois o herdeiro recebe uma porcentagem não especificada;
Legítima e Porção Disponível: O herdeiro legítimo é contemplado na ordem hereditária, ou seja, legítima é a parte do patrimônio que será transferida aos ascendentes e descendentes referidos na lei, mesmo que esta não fosse a vontade do falecido. Porção Disponível é a parcela do acervo em que o indivíduo poderá dispor de forma livre, como por exemplo, contemplando parentes, estranhos, instituições etc. Na porção disponível domina a liberdade de acordo com a vontade própria; na legítima, impera a vontade da lei;
Inventário: é o processo judicial que divide o patrimônio entre os sucessores, podendo ser substituídopor arrolamento sumário, que é uma processo mais simplificado e ocorre quando os herdeiros são maior de idade, capazes e estão de acordo com a partilha de bens;
Herança Jacente e Herança Vacante: herança jacente ocorre quando uma pessoa falece e deixa um patrimônio sem herdeiros ou há uma expectativa de herdeiros de existência ignorada. Quando isso acontece, o Estado arrecada os bens e realiza um inventário. Após um ano da conclusão do inventário e sem aparecer nenhum herdeiro, a herança é declarada vacante. Cinco dias após a abertura da sucessão, a herança vacante é revertida ao domínio público.
Determinados institutos fogem à regra do Direito de Sucessões, pois possuem suas próprias regras sucessórias. Alguns deles são:
Direito Autoral: o patrimônio 'transmitido por meio de um sistema sucessório próprio, não segue a regra do Código Civil. Após aberta a sucessão, é transmitido aos herdeiros no prazo de 70 anos a contar do primeiro dia da morte do autor. Ao final deste prazo, a obra cai em domínio público;
Bens do Estrangeiro: quando situados no Brasil, a sucessão dá-se de acordo com a lei mais favorável aos herdeiros brasileiros;
Enfiteuse: este bem possui uma sucessão diferenciada e é transmitido de forma livre. Caso não haja herdeiros nem legatários, a enfiteuse é extinta e a propriedade é consolidada na mão do senhorio;
Alvará Judicial: segundo a lei 6.858/80 e o Decreto 85845/81, a sucessão de pequenos valores monetários é isenta de inventário e independe de recolhimento tributário.
Ordem de Vocação Hereditária
1º Descendentes;
2º Ascendentes;
3º Cônjuge Sobrevivente;
4º Colaterais;
5º Estados, Distrito Federal, União.
Existem três situações em que o sucessor é privado de assumir a transferência do patrimônio; são a incapacidade, a indignidade e a deserdação:
Incapacidade de suceder
Se enquadram nesta categoria os indivíduos que não se encontrarem na ordem de vocação hereditária ou disposição testamentária; ou quando o indivíduo escreve o testamento a pedido do testador; quando são testemunhas do testamento, pois interferem no ato, e a concubina do testador casado, por exemplo.
Indignidade
Neste caso, apesar de o sucessor possuir as qualidades hereditária ou testamentária, ele será privado, por meio da lei, de tais direitos por cometer atos ofensivos ao falecido ou aos interesses do mesmo. Por exemplo, os autores ou cúmplices em crime de homicídio voluntário. A indignidade é declarada por sentença por meio de ação movida por qualquer interessado na sucessão.
Deserdação
Ocorre exclusivamente por vontade do testador na sucessão testamentária. Para ser validada, é necessário que seja ordenada em testamento com declaração da causa e consiste na perda legítima da sucessão. Podem ser deserdados os indivíduos nos casos de indignidade, ofensas físicas, injúria, desamparo etc. Os efeitos da deserdação afetam não somente o sucessor, como também seus descendentes. A deserdação e a indignidade são ações distintas, mas causam o mesmo efeito. Ambas funcionam como punição, pois são impostas àqueles que apresentarem comportamento indecoroso.
Codicilo
Codicilo é um documento testado pelo codicilante, em que é possível dispor vontades especiais acerca de seu enterro, esmolas de pequena monta e destinação legal de móveis, jóias ou roupas de uso pessoal e pouco valor. O codicilo é semelhante ao testamento, porém mais informal, como uma carta escrita, datada e assinada pelo finado.
"Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal. " Lei Nº 10.406/2002
DIREITO DE FAMÍLIA
O Direito de Família é um segmento do Direito Civil que regulamenta e disciplina, através de um conjunto de princípios e regras, as relações pessoais originarias do matrimônio, união estável ou parentesco, além de institutos complementares da tutela e curatela. Família é uma realidade social e compõe a base do Estado, merecendo a mais ampla proteção do mesmo. Atualmente o Direito de Família é dividido em quatro grandes grupos:
Paternal;
Matrimonial;
Extramatrimonial;
Assistencial.
De acordo com Rodrigo da Cunha Pereira, autor do livro Direito de família e o novo Código Civil:
A partir do momento em que família deixou de ser o núcleo econômico e de reprodução para ser o espaço do afeto e do amor, surgiram novas e várias representações sociais para ela.
 A família pode ser definida como a grande célula da sociedade, estabelecida pelo vínculo de afetividade que une os indivíduos, não cabendo ao Estado definir, mas reconhecer tais núcleos. Em meados do século XX, o Estado e a Igreja começaram a perder força como “legitimadoras” e, desta forma, outras maneiras de se enxergar a união ganharam força. O estado de família possui três características: indivisibilidade (pois é singular), indisponibilidade (pois não é suscetível a renúncia) e imprescritibilidade (pois não se desfaz). Com base na igualdade jurídica dos cônjuges, o poder e autocracia do chefe de família cede espaço a um processo no qual as decisões e atitudes são tomadas a partir de um comum acordo entre marido e mulher, pois com o avanço da sociedade, a mulher deixou de ser apenas uma subordinada do homem para ser uma colaboradora, atuando lado a lado através da parceria e cumplicidade.
Os princípios do Direito de Família são:
Dignidade da pessoa humana, que corresponde ao amparo de cada um dos membros da família;
Igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros, no que diz respeito aos direitos, deveres e o emprego das mesmas regras e princípios que serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher;
Igualdade jurídica de todos os filhos, tendo sido eles concebidos no casamento, fora dele ou por meio de adoção. Todos terão os mesmos direitos, sendo proibido qualquer tipo de discriminação;
Paternidade responsável e planejamento familiar, no que diz respeito à liberdade do casal em constituir uma comunhão familiar, seja pelo casamento ou pela união estável;
Princípio da comunhão plena e afetividade baseado no vínculo solidário entre os membros da família.
A família funciona como intermédio entre o indivíduo e o Estado. Ela é a junção natural humana, pois é nela que o homem nasce, vive e se reproduz; e o estudo da mesma engloba aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos, morais e religiosos que formam laços entre si e tal combinação contribui para que a estrutura orgânica familiar seja regida pelas normas jurídicas, cujo conjunto constitui o Direito de Família.
Saiba mais acessando a página do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM)
Casamento
Os conceitos e formas do casamento sofrem muitas variações culturais, mas de uma forma geral, é a união estabelecida pela comunhão de vida baseada na igualdade de direitos e obrigações legais. No Brasil, a idade mínima permitida para o casamento é de 16 anos, mas como nesta idade ainda não há a capacidade plena, necessitam da autorização dos pais ou responsáveis legais.
Dos impossibilitados de casar, alguns exemplos são:
ascendentes com descendentes, seja por parentesco biológico ou civil;
adotado com o filho do pai adotivo;
o viúvo com o condenado por homicídio contra o cônjuge falecido.
Separação e Divórcio
Qualquer um dos cônjuges pode propor a separação judicial ao atribuir ao outro alguma situação que impossibilite a vida em comum, como por exemplo:
adultério;
agressão;
abandono do lar por no mínimo um ano seguido;
conduta desonrosa.
A separação judicial pode ser classificada como uma fase do divórcio. Nos dois casos, separação ou divórcio, os indivíduos ficam isentos dos deveres do casamento, como a fidelidade, vida em comum e assistência mútua; mas a principal diferença entre ambos é que apenas com o divórcio é possível casar-se novamente. O divórcio pode ser permitido um ano após a separação judicialou dois anos após a comprovação da separação em si. 
Regime de Bens
Atualmente, existem os seguintes regimes patrimoniais:
comunhão total de bens: todos os bens, tanto passados, como atuais e futuros, pertencem igualmente a ambos os cônjuges;
comunhão parcial de bens: os bens adquiridos após o casamento pertencem a ambos os cônjuges (exceto recebimento de herança);
participação final nos aquestos: durante o casamento, os bens passados e futuros são próprios de cada um, como em separação total de bens, mas ao seu término, os bens adquiridos em sua duração serão partilhados em comum;
separação total de bens: não há compartilhamento de patrimônio, sejam passados ou futuros. 
O regime de separação total de bens é obrigatório aos noivos menores de 16 anos e aos maiores de 70 anos.
União Estável
A união estável é classificada como a entidade familiar estabelecida através da vontade de se constituir uma família, formada pela convivência pública, contínua e durável. Tal relação deverá obedecer os mesmos deveres de uma união civil, como lealdade, respeito, sustento e educação dos filhos. Exceto quando houver um contrato escrito em concordância mútua entre os companheiros, em caso de término da união estável, é aplicado o regime da comunhão parcial de bens.
DIREITO EMPRESARIAL
Esse ramo do direito trabalha com as regras e normas que envolvem a relação entre comerciantes. O direito empresarial aborda a eficiência e simplicidade necessária nas operações de negócio. 
Empresários: Um empresário é toda pessoa que realiza uma atividade econômica para produzir bens e serviços no intuito de obter lucro. A atividade empresarial não pode ser exercida por funcionários públicos, militares da ativa, deputados e senadores, pessoas que trabalham como despachantes, leiloeiros, corretores e pessoas falidas. No entanto, as pessoas impedidas podem ser acionistas ou quotistas nas organizações. 
O empresário deve possuir as seguintes funções:
deve-se registrar;
fazer um balanço anual;
guardar os livros comerciais.
Requisitos para ser Empresário:
Intermediação: ocorre quando o empresário desempenha o papel entre o produtor e o consumidor final. Ele gera muitos empregados realizando esse trabalhointermediador.
Intuito lucrativo: o empresário deve pensar no seu lucro;
Habitualidade: o comércio exercido pelo empresário é praticado diariamente em sua vida tornando-se um hábito.
Pessoa Jurídica
 
Empresa: é uma atividade executada por um empresário que auxilia na circulação de bens e serviços. Uma empresa pode ser mantida por uma pessoa física ou jurídica.
Pessoa Jurídica= pessoas+bens/vontade
Após a criação da pessoa jurídica ela possui uma personalidade própria e por isso adquire o caráter de devedora ou credora nas operações comerciais. Ou seja, não serão os representantes físicos da empresa os responsáveis por compra e venda, por exemplo, e sim a pessoa jurídica. Uma vida jurídica começa a se formar inicialmente na Junta Comercial com o registro do contrato social da empresa. Esse contrato deve ter os seguintes pontos importantes:
nome, nacionalidade, estado civil, profissão e endereço dos sócios;
designação, objeto, sede e prazo da sociedade;
dinheiro da sociedade, expresso em moeda corrente;
a cota de cada sócio;
caso o sócio preste serviço na empresa é necessário saber qual será essa contribuição;
quem ficará responsável pela administração da sociedade e quais serão suas funções;
a cooperação de cada sócio nos lucros e perdas; se os sócios são responsáveis pelas obrigações sociais.
Caso haja mudanças posteriores elas deverão ser especificadas por meio de alterações contratuais que serão arquivadas no mesmo documento. O Contrato Social é um documento público e qualquer pessoa pode solicitá-lo na Junta Comercial.
Tipos de Sociedade
Um contrato de sociedade ocorre quando duas partes colaboram, usando bens ou serviços, para uma atividade econômica e dividem os resultados. Há vários tipos de sociedades e conforme o Código Civil os tipos de sociedade são:
sociedade em comum: é um tipo de sociedade não personificada que não pode ser considerada pessoa jurídica;
sociedade em conta de participação: é um estilo de sociedade que não necessita de um documento específico e verdadeiramente não se trata de uma sociedade. Não possui caráter jurídico e nela existem dois tipos de sócios: o ostensivo, que é aquele que trabalha na administração e possui responsabilidades ilimitadas diante de terceiros; e os ocultos, cujos deveres não vão além do que foi estabelecido pelo contrato. sociedade simples;
sociedade em nome coletivo: Essa espécie de sociedade é regulada pelo Código Civil nos artigos 1.039 a 1.044. Os sócios possuem responsabilidade ilimitada, atendem pelo nome da razão social, formada por um grupo de pessoas e estabelecida de forma contratual.
sociedade em comandita simples: tipo de sociedade regulada pelo Código Civil e estabelecido por pessoas. É uma sociedade mista formada pelos sócios comanditários (quem investiu o capital) e os sócios comanditados (pessoas físicas). O sócio comanditado é responsável pela administração. É uma sociedade contratual.
sociedade em comandita por ações: sociedade regulada através do Código Civil e instituída pela Lei nº 6.404/76. É um tipo de sociedade mista e de capital. É uma sociedade institucional.
sociedade cooperativa: esse tipo de sociedade reúne um grupo de pessoas  com objetivos comuns. Não possui fins lucrativos.
No entanto, as sociedades mais utilizadas são a sociedade anônima (S.A) e a sociedade por cotas de responsabilidade limitada (Ltda.). Nas empresas Ltda existem os cotistas e na S.A existem os acionistas. Quando uma empresa é uma sociedade anônima ela poderá lançar suas ações na bolsa de valores se tornando uma sociedade aberta com a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Sociedade Limitada
É o tipo de sociedade em que o capital é dividido em quotas. Para criar uma sociedade limitada é necessário a criação de um contrato social com os interesses de todas as partes envolvidas. Nesses casos é necessário a escolha de um nome empresarial por meio de uma denominação ou firma/razão social.
A firma possui o nome de um ou mais sócios contendo a expressão limitada por extenso ou abreviada.
Ex: Gonçalves e Oliveira Ltda.
A denominação é usada quando o nome não corresponde ao nome dos sócios, mas deverá conter qual será o trabalho da sociedade
Ex: Supermecado Ltda.
O nome escolhido não pode ser copiado e é protegido em caráter administrativo e judicial. Ou seja, não se pode copiar o nome de um estabelecimento do mesmo segmento, mas podem existir homônimos que trabalhem em segmentos distintos.
Capital Social: O capital social é fragmentado em quotas que poderão ser dadas em dinheiro ou na forma de bens. O capital da sociedade pode aumentar desde que os sócios tenham a preferência para adquirir as novas quotas.
Assembleia e Reunião
São os principais órgãos de uma sociedade e podem deliberar uma lei para alterar o contrato social. Quando o encontro com os quotistas tiver um número maior de dez participantes será uma assembleia e com menos de dez membros se chamará reunião. Uma assembleia ou reunião devem ser realizadas ao menos uma vez no ano e a convocação deve ser feita por meio do Diário Oficial e em jornais de grande circulação com uma antecedência de no mínimo 5 dias.
Conselho Fiscal
O conselho fiscal é um órgão que pode existir ou não na sociedade limitada e possui três membros escolhidos pela assembleia anual. O conselho fiscal analisa as contas dos administradores, fiscaliza a administração e as contas da sociedade, apresenta um relatório para a assembleia e denuncia fraudes e crimes praticados por funcionários ou administradores.
Sociedades Anônimas
As sociedades anônimas estão previstas pela Lei nº 6.404/76 e é uma sociedade empresária em que o capital social (número total de recursos e bens) é separado em ações. As sociedades anônimas podem contar com pessoas que estejam interessadas em participar da sociedade e podemconseguir uma parte das ações da empresa.
O nome da S.A somente pode ser realizado por meio de denominação e deve ser inserida a expressão Sociedade Anônima ou Companhia.
Ex: S. A. Supermercado Ok Concursos, Supermercado Ok Concursos S.A.
Também não tem necessidade de constar qual é o objeto da empresa ficando facultativo aos sócios. É comum o uso de nome fantasia.
Tipos de Sociedades Anônimas
Companhias Abertas: Instituições em que os valores são aceitos na Bolsa de Valores e busca capital junto ao público. O governo possui controle sobre as companhias abertas como medida de segurança.
Companhias Fechadas: São empresas que não divulgam suas ações no mercado de capital e costumam ser de pequeno e médio porte.
Companhias Mistas: São as empresas que captam capital privado e público. Possui controle acionário do Estado.
Mudança na Organização das Empresas
As empresas podem sofrer muitas alterações como fusão e incorporação. Veja as principais mudanças em uma empresa:
Fusão
Quando duas empresas se unem para formar uma nova instituição;
Cisão
É quando uma empresa é dividida para que seja utilizada de maneira mais eficaz economicamente;
Incorporação
Quando uma empresa adquire uma empresa;
Transformação
Quando ocorrem mudanças na estrutura jurídica quando por exemplo uma empresa passa de sociedade por cotas para sociedade anônima.
Dissolução da Sociedade
Uma sociedade pode ser finalizada nos seguintes casos:
caso o prazo de duração tenha vencido;
se os sócios entrarem em consenso;
fim da pluralidade dos sócios não restaurada em até 180 dias;
caso perca a autorização de funcionamento.
Falência de Empresas
Uma falência acontece quando uma empresa fecha mediante uma determinação judicial. Isso ocorre quando ela não paga seus débitos e deixa de quitar suas dívidas. Dessa forma a empresa decreta falência, torna-se uma massa falida e os sócios saem da administração. Um juiz fica responsável pela verificação do ativo e passivo da massa falida. As filiais da empresa são fechadas e os credores devem apresentar seus créditos e os pagamentos são feitos por meio de ordem da lei.
Títulos de Crédito
Os títulos de crédito representam uma certa quantia de dinheiro. Confira as especificidades dos títulos de crédito:
-Cartularidade: os títulos devem ser transformados em documentos;
-Literalidade: é estabelecido o que está escrito no documento;
-Abstração: depois da emissão do título de crédito ele separa-se de sua origem;
-Autonomia: o atos realizados com o título se tornam independentes no decorrer do tempo;
-Circulabilidade: o nome do título e o crédito são transferíveis;
-Força executiva: caso esse título não seja pago ele poderá ser exigido na justiça.
Endosso
Quando uma pessoa transfere o nome do título referente ao crédito ele está realizando um endosso. Quem transfere recebe o nome de endossante e quem se torna o novo credor recebe o nome de endossatário. Esse processo transfere a titularidade do crédito que fica obrigado a realizar o pagamento. O endosso pode ser branco quando não mostra quem é o endossatário e em preto quando o identifica.
Tipos de Endosso
Endosso impróprio: é quando o crédito não foi transferido e a pessoa possui apenas a posse do título de crédito.
Endosso caução: quando há mudança da posse de um título para garantir seu pagamento. Quando o débito é quitado os títulos retornam ao titular.
Aval
É uma garantia de pagamento que acontece quando uma pessoa concorda em ser o fiador de uma dívida consciente de que poderá ser responsabilizado caso a dívida não seja paga. Esse avalista se torna o principal devedor da dívida. Assim como o endosso esse aval pode ser branco ou preto. O aval também está relacionado ao caráter conjugal da pessoa que se for casado deverá ter assinatura do marido ou da esposa.
Protesto
É uma forma de comprovar de que o título de crédito não foi pago. Para declarar falência é necessário protestar o título. O protesto é feito por pessoa física ou jurídica em que o credor vai até um cartório de protesto de títulos e documentos com o título para protesto. O cartório irá intimar o devedor para:
pagar o débito;
comprovar o pagamento;
justificar o motivo pelo qual não pagou.
Caso o devedor não se manifeste o título é protestado e o credor recebe uma certidão.
Títulos de Crédito em Espécie
Nota Promissória
Literalmente é uma promessa de que um pagamento será efetuado futuramente. Esse tipo de título de crédito caracteriza duas pessoas: o sacador (quem emite) e o sacado (quem recebe). Quando é efetuado o pagamento do valor devido o sacador o credor pega de volta o título. As notas promissórias prescrevem em três anos contado a partir da data de vencimento.
Características da Nota Promissória
deve conter a expressão nota promissória;
nome do beneficiário;
data do saque; promessa do pagamento;
local do saque;
assinatura do sacador e sua identificação;
local e data do pagamento.
Cheque
Forma de pagamento à vista que deve ter a denominação cheque no título de crédito, uma denominação de quantia a ser paga, o nome do banco em que o valor será sacado, o local em que o pagamento será feito, a data e o local da emissão do cheque e a assinatura do sacador. Conforme a lei não existe o cheque pós-datado, também chamado de pré-datado.
Muitas lojas tem enviado o cheque para compensação em data errada causando diversos problemas para o consumidor. No entanto o cheque pré-datado é uma prática muito comum no comércio e apresenta mais facilidades do que uma nota promissória. No cheque existe a figura do banco, que possui os recursos, o sacador, aquele que emite o cheque, e o beneficiário, o credor do cheque.
O banco não é uma garantia de pagamento e dependerá se o sacador tiver esse dinheiro em sua conta. Nenhum estabelecimento é obrigado a receber o cheque. Existe também a sustação, que é uma forma de impedir o pagamento de um cheque.
DIREITO IMOBILIARIO
O Brasil tem passado por um grande “boom imobiliário”. Casas e vilas estão cedendo espaço aos luxuosos condomínios, que incluem piscinas, quadras esportivas, salão de festa, academia, espaço para as crianças, churrasqueiras etc. Nos jornais, outdoors e outros meios de veiculação publicitária não faltam anúncios dos lançamentos imobiliários. O número de pessoas se mudando para os condomínios, proporcional ao crescimento da construção civil, bate recordes de faturamento, fazendo movimentar o promissor mercado imobiliário.
O Direito Imobiliário é o ramo do Direito Privado, com raízes no Direito de Propriedade, responsável por tratar e regulamentar aspectos da vida privada, como a posse, aquisição de bens, perda da propriedade, financiamento da casa própria, aluguel, direito de vizinhança, entre outros.
Para saber mais sobre Direito de Propriedade, acesse a página de Direito das Coisas.
Há diversas leis que amparam o direito imobiliário; como por exemplo, a Lei nº 8.245/91, que trata das locações, Lei nº 4.380/64, que trata do sistema financeiro de habitação, e a Lei nº 6.015/73, que trata dos registros públicos.
Locação
O processo de locação de imóveis, residenciais ou não residencias, trata-se de uma associação jurídica muito relevante à sociedade atual; e tal relevância contribuiu para a criação de uma lei específica a tratar do assunto, a Lei nº 8.245/91.
A locação pode ter qualquer tempo de duração, porém quando por fins residenciais, é incentivada por lei uma locação por prazo mais longo. Desta forma, se por exemplo, um imóvel for alugado por no mínimo 30 meses, ao final do contrato, o proprietário poderá realizar a chamada denúncia vazia, que é o rompimento do acerto por parte do locador, sendo dispensável a apresentação de justificativa para tal.
Se tanto o inquilino (locatário) como o proprietário (locador), em determinado período da locação, não considerarem o valor locatício justo, poderão solicitar judicialmente uma revisão, para mais ou para menos, a depender do interessado.
A sublocação é quando o locatário aluga o imóvel, que já etá locado por ele, a terceiro, em sua totalidadeou parcialmente; e depende do consentimento por escrito do locador.
Dos deveres e obrigações do locador, pode-se listar:
garantir que a utilização do imóvel locado ocorra de forma pacífica;
preservar a forma e o destino do imóvel durante o período de locação;
se responsabilizar pelo defeitos antecedentes à locação e fornecer ao locatário, caso solicitado, um relato preciso do estado do imóvel quanto às falhas existentes;
fornecer ao inquilino os recibos referentes aos pagamentos;
arcar com os gastos extraordinários de condomínio; entre outros.
Dos deveres e obrigações do locatário, pode-se listar:
é imprescindível que seja respeitado o prazo estipulado para o aluguel e encargos da locação, devendo ser pagos pontualmente;
ao final da locação, deve-se devolver o imóvel nas mesmas condições em que recebeu, salvo os danos resultantes do uso comum com o passar do tempo;
reformar imediatamente qualquer deterioração no imóvel ou suas instalações provocada pelo próprio inquilino, familiares ou visitantes;
não alterar a parte interna ou externa do imóvel sem a autorização, prévia e por escrito, do locador;
permitir que o locador examine o imóvel mediante acordo de dia e horário;
obedecer aos regulamentos do condomínio;
arcar com os gastos ordinários do condomínio; entre outros.
Direito de Preferência
Em casos de venda do imóvel, o locatário terá preferência para adquirir o imóvel locado, sob condições iguais com terceiros. Além disso, o locador deverá disponibilizar ao locatário conhecimento do negócio e valor pretendido mediante uma notificação judicial, devendo o processo durar o prazo máximo de 30 dias.
Término da Locação
Uma locação pode ser desfeita sob as seguintes condições:
acordo mútuo;
ocorrência de infração legal ou contratual;
ausência de pagamento no aluguel;
necessidade de alguma reparação urgente determinada pelo poder público, que não possam ocorrer com a permanência do locatário no imóvel, ou que ele se recuse a permanecer;
se o imóvel for vendido durante a locação.
OUTROS DIREITOS REAIS
O Direito das coisas ou Direito Real é uma área de estudo ampla dentro do Direito Civil. Por esse motivo, os conceitos abordados a seguir serão apenas uma introdução aos demais assuntos.
Direito de Vizinhança
O direito de vizinhança é aquele utilizado para impedir interferências que possam afetar o sossego, a segurança e a saúde dos habitantes do local. Ex.: Se houver uma árvore dividindo o terreno de ambos os vizinhos, essa árvore pertencerá aos dois. Os frutos que caem de árvore do terreno vizinho é pertencente ao dono do solo onde caíram, se for propriedade particular.
Outro requisito é que não deve ser despejada água sob o prédio/casa de um vizinho e tão pouco construídas janelas, varandas ou terraço que ultrapassem o limite de um metro e meio do terreno alheio.
Condomínio
O condomínio é uma propriedade pertencente e dividida por mais de uma pessoa. Todos os condôminos serão considerados proprietários de tudo. Porém, nos condomínios de apartamento, cada pessoa é proprietária de um apartamento, já a garagem, a área de lazer, as escadas, etc., são partes comuns de um condomínio que pertencem a todos. Assim, aos condôminos não é permitido:
modificar área externa da fachada;
ornamentar ou pintar a área externa do edifício com cores diferentes das que foram utilizadas para o conjunto de edificações;
usar o condomínio para propósitos diferentes de sua finalidade ou que causam perigos à segurança dos demais condôminos;
perturbar a paz dos outros condôminos.
Já os direitos dos condôminos são:
utilizar, fruir e dispor livremente de sua propriedade;
participar e aceitar as decisões das assembleias dos condôminos;
poderá utilizar as áreas do seu condomínio, contanto que não inviabilize a sua utilização pelos outros condôminos.
Os deveres dos condôminos são:
ajudar nas despesas do condomínio, conforme a sua parte ideal;
não fazer construções que coloquem em risco as edificações;
não modificar forma ou cor da fachada, 'das partes' e esquadrias externas;
utilizar a edificação de acordo com a sua finalidade, evitando perturbação da paz e praticando os bons costumes.
Para administração do condomínio é eleito um sindico escolhido em assembleia. Este poderá atuar por até dois anos até que seja renomeado. É dever do síndico: realizar assembleia com os condôminos; ser representante e agir na defesa dos interesses comuns; dar andamento a processo judicial ou administrativo se for de interesse coletivo; obedecer e fazer obedecer o regimento interno e as decisões tomadas em assembleia, etc.
Posse
A posse é adquirida por uma pessoa que tem o direito de exercer determinada coisa, tendo capacidade plena de exercer ou não os poderes garantidos por uma propriedade. Assim, nem toda pessoa que possui algo é proprietário. Já quando a posse de algo é de duas ou mais pessoas é chamado de composse. A posse pode ser classificada em:
Posse Direta e Indireta - a direta acontece quando o sujeito é o possuidor de algo, exercitando os poderes de proprietário; já a indireta acontece quando o sujeito não possui a posse, mas ele poderá adquiri-la, caso deseje.
Posse de Boa-fé e de Má-fé - a boa-fé acontece quando o possuidor ignora o risco de adquirir tal coisa; já a posse de má-fé é quando ele conhece esse risco, porém mesmo assim toma posse.
Posse Nova e Velha - a nova é aquela que possui um ano e um dia; já a velha é aquela que tem mais de um ano e um dia. Essas posses são válidas para algumas determinações judiciais.
Posse Justa e Injusta - posse justa  é aquela em que não foi adquirida de forma violenta ou ilegal; já a injusta será aquela adquirida por um desses meios citados.
Perturbação da Posse
Turbação e Esbulho
A turbação ocorre quando algo incomoda o possuidor. Ex.: Quando alguém joga lixo, no seu terreno trazendo-lhe aborrecimento. Já o esbulho, acontece quando o possuidor, se sente lesado injustamente na sua propriedade. É o caso de invasões ilegais.
Nos dois casos, o possuidor poderá recorrer a justiça para que sejam resolvidas essas questões através das ações de reintegração de posse (para esbulho) ou manutenção de posse (para turbação).
Servidão
É quando outra pessoa tem direitos sobre o imóvel, ocorrendo assim a relação entre serviente (imóvel que aceita a servidão) e dominante (aquele que é beneficiado pelo imóvel). Mesmo que o imóvel seja comprado, ele deverá obrigatoriamente respeitar a servidão. Ex.: quando há servidão de água, em que é preciso que pessoas transitem pelo seu terreno para chegar ao local.
Usufruto
O usufruto é quando um dos poderes de uma propriedade (usar, fruir e dispor) são repassados para um terceiro. Ou seja, o chamado usufrutuário, poderá usar e fruir do bem, enquanto que o proprietário (ou nu-proprietário) permanece com o direito de dispor do bem. Ex.: Em caso de aluguel, o usufrutuário será a pessoa que usa e frui do imóvel, mas este não poderá vendê-lo, pois não dispõe desse direito.
Se o nu-proprietário vende o bem a outrem, este comprador deverá ainda, respeitar o direito do usufrutuário. O direito de usufruto pode recair sobre bens móveis, imóveis, direitos autorais, fundo de comércio, etc.
Esse direito poderá ser por prazo determinado ou perpétuo, até que o usufrutuário esteja vivo. Em caso de morte do usufrutuário, os direitos plenos passam para o nu-proprietário.
Uso
É um direito restrito, em que o usuário poderá apenas utilizar o bem de acordo com as suas necessidades e de sua família (cônjuge, filhos solteiros). Assim, o nu-proprietário terá o direito de fruir e dispor do bem.
Penhor
É o direito sobre alguma coisa alheia do devedor que coloca como garantia um bem móvel para pagamento de um dívida ao credor. Ex.: Penhor de Jóias ou bens de valor pela Caixa Econômica Federal.
Quando o devedor pagar a dívida ele resgatará o bem, caso contrário o bem será levado à venda pública para pagamento da dívida para o credor. Há uma cláusula, que impede que o credor fique com o bem em garantia após o vencimento, portanto, ele deveráser penhorado.
Hipoteca
É quando um bem imóvel é usado como garantia para pagamento de uma dívida. Os bem hipotecados podem ser:
Imóveis e seus acessórios;
Domínio direto;
Domínio Útil;
Estradas de Ferro;
Recursos Naturais, como jazidas, minas, etc.
Navios;
Aeronaves.
Todo bem hipotecado deverá ser registrado no cartório do lugar do imóvel. É anulado o direito de hipoteca quando:
o credor renunciá-lo;
em resolução da propriedade;
o bem sucumbir;
houver extinção da obrigação principal;
houver remissão;
houver arrematação ou adjudicação;
for cancelado o registro.

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