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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III, Prof. Daisson

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Anotações da aula do Prof. Daisson
O Link para DOWNLOAD deste arquivo em formato WORD está no final do texto.
PARTE 1	3
1	Aula 28/03/2017	3
Execução Civil	3
Efetividade	3
Adequação	4
Tempestividade	4
2	Aula 04/04/2017	5
Atividade Executiva no CPC 2015	5
Condições para a promoção de um Título Executivo	6
3	Aula 11/04/2017	6
Cumprimento de Sentença	6
Títulos Executivos Judiciais	6
4	Aula 18/04/2017	7
Princípios da Execução	8
5	Aula 25/04/2017	9
Tutela dos direitos mediante imposição de fazer, não fazer ou entregar coisa	9
6	Aula 02/05/2017	10
Cumprimento das Decisões que Impõem fazer, não fazer ou entregar coisa	10
7	Aula 09/05/2017	12
Sentença Genérica e Liquidação	12
Execução Definitiva e Execução Provisória das Sentenças Condenatórias	13
8	Aula 16/05/2017	14
Cumprimento de Sentença & Pagamento de Quantia	14
PARTE 2	15
9	Aula 30/05/2017	15
Cumprimento da decisão que reconhece a obrigação de pagar alimentos	15
10	Aula 06/06/2017	16
Defesa do executado no cumprimento de sentença	16
11	Aula 13/06/2017	18
Efeitos da Impugnação	19
12	Aula 18/06/2017	19
Cumprimento de sentença condenatória contra a fazenda pública	19
13	Aula 27/06/2017	20
Execução de título extrajudicial (Livro 2 do CPC)	20
14	Aula 04/07/2017	22
15	Aula 11/07/2017	23
Formas de Expropriação (Art. 825)	23
PARTE 1
Aula 28/03/2017
MARINONI, Luiz Guilherme, Arenhart, Sérgio Cruz, MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil. Volume 1. São Paulo: RT, 2015.
__________Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: RT, 2015.
P1: 23/05/2017
P2: 18/07/2017
Rec. (substitui a nota mais baixa - diminui a nota se for menor): 01/08/2017
Execução Civil
Noção de execução (atividade executiva) => concretização de realização material dos direitos (fazer que direitos atribuídos/reconhecidos pela ordem jurídica sejam efetivados/”atuados concretamente”).
Instrumentos que garantam a tutela dos bens jurídicos (tutela adequada, aderente às necessidades concretas) => pode ser preventiva: multa pecuniária, redução de direitos, etc. A tutela deve ser temporal (tempestiva).
Necessário diálogo/correlação entre direito material e processo. Desde o direito constitucional até legislação esparsa.
3 dimensões: Direito Fundamental à Tutela Adequada, Efetiva e Tempestiva dos Direitos
Art. 5º, XXXV, CF. Efetividade, Adequação da Tutela.
Art. 5º, LXXVIII, CF. Tempestividade (direito à tutela sem dilações indevidas).
No meio social, direitos são realizados em harmonia com a ordem jurídica (os sujeitos exercem as posições jurídicas que lhe são próprias). Os entraves/crises para a execução do direito podem ensejar a intervenção jurisdicional do Estado, nos termos mencionados acima.
O processo está montado a partir da noção de tutela jurisdicional (para além de o Estado reconhecer o Direito, também deve estar aparelhado para realizá-los - “realização efetiva dos direitos” - mandado de otimização jurisdicional, mostrando eficiência na prestação jurisdicional, devendo os operadores do direito - agentes do Estado - legislativo e judiciário criarem técnicas/meios/mecanismos/”ordem processual” que tornem aptos a chegar nos resultados esperados pela sociedade). => CRIAR e OPERACIONALIZAR.
Teoria do Processo => pensamento em cima dos princípios processuais (direitos fundamentais processuais).
Efetividade
Toda a teoria do processo civil brasileiro parte de uma perspectiva constitucional.
Art. 5º, inciso 35 CP. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça ao direito (Direito Fundamental de Acesso à Justiça). Além do acesso propriamente dito, há um direito fundamental a uma tutela efetiva no âmbito da execução.
Legislativo => introdução no sistema de um comando expresso, infraconstitucional (afirma a densidade da ordem jurídica).
Judiciário => medidas coercitivas, mandamentais, indutivas, sub-rogatórias, etc.
Adequação
Diz respeito à correta correlação entre direito material e processo/técnica processual (poderes do juiz e tratamento legislativo). O processo deve oferecer soluções aderentes às necessidades da tutela do direito material (o direito material deve ser tutelado de acordo com sua verdadeira natureza - tutela preventiva para um caso de segredo empresarial; recomposição de um bem jurídico no caso de um reflorestamento). A interface não é permanente, mas de instrumentalidade do processo com relação ao direito material.
Tutela preventiva => evita a violação de um direito, impondo à outra parte a obrigação de não fazer.
Tempestividade
Art. 78, inciso 8, CF. O direito à tutela sem dilações indevidas (direito constitucional sobre a celeridade da tramitação). Tempo de resposta do Estado tendo em vista a efetivação sobre o caso concreto (a primeira opção é a tutela preventiva, caso não for tempestiva, então resta a tutela reparatória).
Processo trivial (exige menor tempo, sem demoras injustificáveis) X Processo complexo (perícias, prova oral, um conjunto muito maior de atos processuais).
Técnicas legislativas: antecipação de tutela (desde logo, permitam atos destinados a tutela de um direito).
Tutela Liminar => distribui de forma justa o tempo do processo. Tutela de urgência (risco de perecimento de um direito) X Tutela da evidência (distribuição justa de suportar o tempo do processo - não se deve levar um direito de defesa a um limite tal que aniquile a tutela tempestiva de um exercício de um direito).
Os Direitos Fundamentais Processuais e as Tutelas têm efeitos na estrutura do sistema processual: atos executivos podem ocorrer antes mesmo da citação ou iniciar a atividade instrutória (entrega-se o mandado e a citação); Disposição de um arsenal de técnicas tendo em vista às tutelas; poderes, deveres, ônus (cabe o autor a discriminação dos valores devidos, sob pena de o juiz não dar impulso à demanda), prerrogativas, etc. das partes e do juiz (este deve lançar mão das técnicas).
Aula 04/04/2017
A Constituição é o norte de todo o sistema jurídico, inclusive do sistema processual, neste caso, deve ser entendida em referência à tutela, inclusive à efetividade.
Atividade dos sujeitos: sob o ponto de vista da dinâmica processual, os direitos fundamentais se projetam sobre a forma de atuar dos sujeitos do processo, definindo dinamicamente suas posições jurídicas (disciplina seus direitos, prerrogativas, deveres ,ônus, faculdades, etc.).
Ônus da parte: se o autor não fornecer alguma informação para o processo pode perder um direito. Ex. ônus do autor de trazer no pedido de execução por quantia, o cálculo atualizado do débito; ônus do executado em prestar informações sobre o bem a ser substituído para penhora.
Prerrogativa: opção do autor em executar um bem na jurisdição do foro de litígio (facilita a execução) ou no domicílio do réu (precisa encaminhamento de precatório para um foro desta cidade).
Ao judiciário é disponibilizado um arsenal de técnicas jurídicas, mas também é impelido que o use (o juiz não pode declarar falta de condições ou meios para sua manifestação).
Estruturação do processo: o processo tem as fases postulatória, de saneamento, instrutória, decisória, impugnativa, executória. Antes desta última fase, é contemplada a fase cognitiva (se chamando de prévia, plena e exauriente; nos planos horizontal - temas a serem discutidos na área jurídica, e vertival - profundidade da discussão).
Critério do plano horizontal (cognição plena ou limitada): Na questão possessória, quando se discute a posse, não se pode discutir o domínio da coisa.
Critério do plano vertical: exaurir determinada questão, como por exemplo possibilitar todas as vias de defesa. A cognição sumária é incompleta (não exauriu todas as possibilidades). Muitas vezes não é facultado ao juiz a rigidez de necessitar de uma instrução do processo e análise exauriente, sob o risco de perecimento de um direito.
Atividade Executiva no CPC 2015
- Modelo Sincrético (admite a intercalação de diferentes funções - cognitiva, cautelar e executiva -, realizadas dentro de ummesmo processo). Configuração fásica de um mesmo processo (fase de conhecimento e fase de cumprimento de quaisquer atos decisórios passíveis de execução - atos instrutórios também podem possuir natureza executiva, busca e apreensão de um documento ou um bem para ser submentido a uma perícia).
Título executivo judicial (resultado da atividade jurisdicional - decisão interlocutória ou sentença)=> cumprimento de sentença (Livro I da Parte Especial - Título II), em regra a produção de efeitos é no mesmo processo (ver exceções) => fase do processo em que se produziu o título
EXCEÇÕES (são produzidas em outras esferas que não a cível):
Sentença Penal Condenatória (produz efeitos cíveis, como a necessidade de reparação do dano causado, abrindo um novo processo na esfera cível - transpor a sentença penal condenatória para o cível).
Sentença Arbitral (arbitragem como forma de heterocomposição não estatal - jurisdição não estatal -, uma vez prolatada a sentença arbitral, o árbitro não possui os poderes para forçar a decisão coercitivamente, por isso deve-se demandar uma sentença executiva).
Sentença e decisão interlocutória estrangeiras (a sentença precisa ser internalizada mediante homologação do STJ, então se promove a execução ajuizando-se uma demanda executiva). O exequatum é uma homologação para que uma decisão estrangeira tenha eficácia no Brasil.
Título executivo extrajudicial (representação documental típica de um direito a uma prestação - pecuniária ou um não fazer/fazer - é tipificado na legislação, que prevê diversas espécies -, mas que não são frutos da atividade jurisdicional) => processo de execução (Livro II da Parte Especial)
Ex. de Título Executivo Extrajudicial: um contrato que resulta de uma atividade negocial; pode ser de natureza cambial (cheque, nota promissória, letra de câmbio, cédula de crédito rural, Termo de Ajustamento de Conduta impelido pelo Ministério Público, etc.).
Art. 513 e 771 => aplicam-se em caráter subsidiário ou residual as normas do Livro I (título II) no Livro II, e vice-versa.
Condições para a promoção de um Título Executivo
Inadimplemento (ou não observância/cumprimento de um preceito - “recomendação do juiz”)
Legitimação
Aula 11/04/2017
Cumprimento de Sentença
De acordo com o Art. 203 do NOVO CPC, os pronunciamentos judiciais (não TODOS os atos - Ex. inquirição de uma testemunha; toma o depoimento da parte; realiza um vistoria; não são pronunciamentos judiciais) são classificados em três categorias:
Sentenças: põe fim à fase de conhecimento/cognitiva do processo, ou extingue o processo de execução.
Decisões Interlocutórias: todo pronunciamento do juiz, que não for sentença (“despacho saneador” é uma decisão interlocutória).
Despachos: pronunciamento com conteúdo decisório rarefeito (não corresponde ao cerne do ato - é um mero impulso processual. Ex. ordenar que enumerem as folhas do processo).
Títulos Executivos Judiciais
Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de uma obrigação de fazer ou não fazer (mandamental), pagar quantia (condenatório), ou entregar coisa (executivo lato senso). Ou seja, estas decisões são NÃO autossuficientes - não se produz a tutela do direito concomitantemente à tutela executiva.
Diferente das decisões declaratórias (elimina estado de dúvida de uma relação jurídica; toda a sentença improcedente é declaratória) e das (des)constitutivas (celebração de casamento ou decreto de divórcio), que independem de alteração material (o efeito se produz essencialmente na esfera jurídica).
Ex. o autor pretende que uma cláusula que o obriga o pagamento seja nula, mas o juiz declara que a cláusula não é nula. Há autores que defendem essa sentença como sendo executiva (título executivo para executar o crédito). O prof. é resistente a este entendimento... (se o suposto credor não pediu a tutela do seu crédito, ele não tem título).
Aula 18/04/2017
Estado Legislativo (juízes são a boca da lei) ===[passagem]====> Estado Constitucional (separação de poderes)
Princípios do Estado Constitucional
- Dignidade da pessoa humana => IGUALDADE;
- Segurança jurídica (escolhas juridicamente orientadas - previsibilidade do futuro) => LIBERDADE.
O FIM do Estado Constitucional é a tutela dos direitos através do processo (a sentença não é auto-suficiente).
Teoria dos Princípios (Humberto Ávila e Alexy)
Modelo Kelsen-Borja (2015), LINK: <https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/co5F38SEMrY>
A sentença é um direito subjetivo, que pode ser efetivado com a execução (provisória - pende de recurso no juízo ou tribunal de apelação ou dos superiores- ou definitiva - não possui mais recurso cabível).
Atualmente (NOVO CPC), a sentença com execução de julgamento definitivo e o provisório de mérito, se não cumprido, incide multa e honorários.
Na execução provisória há o efeito suspensivo quando houver recurso, mas depois incide a multa.
O direito potestativo é um direito que não adentra na esfera de outrem, no sentido de requerer uma obrigação deste. Ex. o juiz cria ou extingue uma relação jurídica.
A partir dessa constituição pode se ter uma via de possível execução de um direito.
Nulla Executio Sine Titulo: proteção contra a arbitrariedade do juiz (muito útil no caso do Estado Legislativo, em que o juiz deveria aplicar a letra da lei).
Tipicidade (executiva - execução extrajudicial ou com título - procedimento com segurança jurídica. Ex. contrato de compra e venda) e Atipicidade (judicial - NOVO CPC, Art. 139, IV, causando certa obsolecência no quesito da tipicidade - o juiz deve determinar todas as medidas que forem necessárias, indutivas ou coercitivas para que se cumpra uma obrigação).
Cognição - preenchimento dos pressupostos processuais para que a execução esteja apta.
Mérito - análise do pedido.
Coisa Julgada - abrange a cognição, o mérito, e a execução definitiva (material ou imaterial).
Princípios da Execução
=> retornam o estado natural das coisas (como elas devem ser); princípios balizares.
Art. 1º, LIV, CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. => Princípio da Efetividade (vai além da sentença).
Art. 5º, LIV, CF - Art. 5º XXXV, CF: inafastabilidade da atividade judicial => Princípio da Tipicidade (vigora nas execuções extrajudiciais - segurança jurídica, com previsibilidade).
Michele Taruffo => evoluí o princípio da tipicidade no princípio da adequação aos procedimentos, a fim de dispor de instrumentos de tornar efetivos os direitos não previstos de modo expresso. Medidas cabíveis para efetivação do caso concreto.
Princípio da adequação
Princípio da boa fé processual (que vige nas execuções). Deve haver lealdade entre os litigantes (Ex. o credor é obrigado a indicar bens à penhora; ainda deve haver uma cooperação das partes com o juiz).
Princípio da responsabilidade patrimonial (devedor; terceiro responsável): o credor responde por suas dívidas com todo o seu patrimônio. A prisão civil com relação à pensão alimentícia é tipificada, mas com o NOVO CPC teoricamente se poderia mandar prender como uma atitude preventiva ou coercitiva, mas ainda há de se ter a jurisprudência para esses meios atípicos.
Evolução deste princípio com o direito romano (as dívidas são pessoais - levavam à escravidão para pagamento) - III das XII tabulas.
Princípio da tutela específica (especificidade no que se deseja) ou Princípio do resultado (resultado perante ao direito pretendido).
Princípio do contraditório (cooperação entre os sujeitos interessados no procedimento).
O réu pode impugnar uma cobrança de dívida, por exemplo, com prazo antes da etapa executiva de cobrança.
Princípio da cooperação
Princípio ou Postulado da Proporcionalidade? (‘postulado’ é uma meta-norma: diz como devem funcionar as outras normas) => menor sacrifício possível para os bens jurídicos de ambas as partes.
Efetividade (ação do juiz para que se cumpra um direito) X Dignidade da Pessoa Humana (falta de razoabilidade da decisão judicial);
Segurança jurídica (escolhas juridicamenteorientadas para a vida) X Atipicidade (não se sabe o procedimento que o juiz tomará - normalmente a coação é uma surpresa);
Harmonização
Disponibilidade da execução: verificação se o credor possui bens para serem expropriados. A execução pode ser suspensa até que o credor disponha de algum bem. É um princípio amigável, desde que não haja fraudes à execução.
Responsabilidade objetiva exequente: o credor exequente tem uma responsabilidade objetiva perante os bens executados de algum credor, caso haja algum engano ou caso se force a venda de um bem essencial como meio de produção quando se poderia vender outro.
Aplicação subsidiária do Princípio de Conhecimento: quando o código de processo civil possui alguma lacuna, outra norma pode ser subsidiária.
Aula 25/04/2017
Tutela dos direitos mediante imposição de fazer, não fazer ou entregar coisa
Classificação das formas de tutela no Plano Material
A resposta do direito formal em relação ao plano material deve estar em harmonia com a tutela adequada.
“Nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluído do Poder Judiciário” (tutela que busca a correção ou à prevenção e uma ameaça à direito);
O que se pretende como resultado da demanda (petição inicial) - indicação do tipo de tutela que se precisa, a fim de buscar no direito material os mecanismos de efetivação da tutela.
Tutela Preventiva - tutela inibitória que se projeta para o futuro (tutela prospectiva)
Tutela Repressiva - tutela reativa (busca consertar as violações já consumadas no passado), busca uma reação na ordem jurídica para tentar reestabelecer o estado anterior (tutela retrospectiva).
EM FACE DO ATO ILÍCITO
Insuficiência do modelo reativo: Tutela preventiva como conteúdo do direito fundamental
Tutela inibitória (PREVENTIVA) - busca impedir a prática, a continuação ou a reiteração de ato contrário ao direito (ilícito). A categoria do dano é irrelevante para a tutela inibitória. A simples violação da ordem jurídica já possibilita a tutela inibitória. Independe de dolo ou culpa, e também não se exige a formação de prova para ensejar uma tutela inibitória.
Art. 497 - sentença (inibitória) que impõe ato (ou se eximir de ato) a um sujeito destinatário da ordem.
A tutela é em face de um ilícito, mas nada impede que seja protelada em face de um dano.
Tutela de remoção do ilícito (REPRESSIVA) - busca sustar (não se trata de uma mensuração e reparação do dano - Ex. fazer cessar um vazamento de petróleo no mar, e minorar o dano com obrigação de contenção do óleo) efeitos de uma ato ilícito já praticado e consumado.
EM FACE DO DANO
Tutelas reparatórias/ressarcitórias.
Tutela de reparação pelo equivalente pecuniário - tutela realizada mediante transferência patrimonial. Transforma o réu em devedor e o demandante em credor. Utiliza o princípio da patrimonialidade da execução, porém esse princípio não deve ser utilizado de modo desgastante, então a reparação deve priorizar a reparação na tutela específica (visa a reparação do dano ao bem jurídico em si - (ver tópico seguinte).
Tutela de reparação na forma específica - Ex. não aplicar apenas uma multa em favor dos cofres públicos quando se cauda dano ao meio ambiente, mas se buscar uma tutela de reparação que recomponha o bem jurídico violado; Ex. reparação de um dano jornalístico com uma reparação na forma específica.
EM FACE DO ADIMPLEMENTO NA FORMA ESPECÍFICA
A prestação pode ser com relação ao desenvolvimento de certa atividade, bem como de transferência de tecnologia. Pode até ser omissiva (Ex. cláusula de não reestabelecimento no mesmo ramo de um empresário que aliena suas quotas), ou deter uma cláusula de segredo/sigilo (quem possui o vínculo contratual deve se manter em silêncio sobre o contrato).
Diante da ameaça de inadimplemento, pode se exigir o cumprimento específico do contrato (Ex. cumprimento compulsório da cláusula de sigilo).
EM FACE DE (TUTELA REIPERSECUTÓRIA E TUTELA POSSESSÓRIA)
Relacionadas à COISA. Em relação à vínculo de natureza contratual (entrega de coisa), ou relação derivada do exercício da posse (contra quem embarace o exercício da posse).
EM FACE DA PRESTAÇÃO POSITIVA DO ESTADO
Em razão da contraprestação de serviços hospitalares estatais. Ou em relação à efetivação das políticas de ações afirmativas nas universidades. Tema novo: o dever de prestação ao refugiado.
Corolário da Tutela Adequada => plano do direito material (tutelas específicas)
Multifuncionalidade da Imposição de Fazer, Não fazer, ou Entregar coisa => buscar instrumentalizar o conjunto das tutelas do plano material, através das disciplinas do plano formal.
Art. 497 - o juiz pode se valer de um tutela específica ou tomar via/modo alternativo (técnica processual para a IMPOSIÇÃO de um fazer) que chegue a um resultado prático equivalente. (Ver Art. 139, IV; Art. 536; Art. 805)
Ex. se pede para o juiz que ordene a parte que FAÇA (entregar o bem/coisa); ou que o juiz ordene o FAZER sob pena de multa.
- Se a parte pedir que o juiz ordene a entrega de um bem sob pena de multa, mas o juiz ordena, ao invés disso, uma busca e apreensão em favor do demandante, então ALCANÇOU A TUTELA requerida, ainda que por outra forma concebida pelo juiz em vista das circunstâncias do caso concreto.
- Possibilidade de execução de ofício das medidas. O juiz determina as medidas necessárias à efetivação da decisão (aqui não se fala em um processo separado de execução). Art. 536, §1º (medidas sugestionadas - rol aberto de técnicas executivas, atipicidade dos meios executivos).
- No caso de uma hipótese que não seja essencialmente pecuniária, assumirá um caráter residual (opção manifesta do exequente).
Aula 02/05/2017
Cumprimento das Decisões que Impõem fazer, não fazer ou entregar coisa
Aspectos da Decisão: Impulso oficial e utilização de meios executivos na perspectiva do direito à tutela adequada e efetiva.
Atipicidade dos Meios Executivos: Quando o próprio juiz decide uma imposição a um réu, de ofício, deve disciplinar os meios executivos. Ao proceder com isto, o juiz não está limitado/adstrito ao meio executivo pelo qual a parte tenha postulado em sua petição inicial (o princípio de congruência entre pedido e causa do pedir - Art. 141, Art. 492, princípio dispositivo do meio material, dispõe dos limites jurisdicionais - encontra aqui um espaço com liberdade de atuação jurisdicional).
Ver medidas executivas atípicas Art. 536 e Art. 497...
Multa Coercitiva (Astreintes): parâmetros de utilização da técnica.
Execução Direta aquela em que os atos executivos voltados à efetivação da tutela são realizados diretamente pelo Estado, com auxílio/recurso dos Auxiliares da Justiça (Oficial de Justiça; Depositário; Avaliador; etc.). Neste tipo de execução, nenhum comportamento do executado é essencial para a efetivação da tutela, sendo-lhe tão somente imposto que não crie obstáculos à efetivação das medidas executivas. Ex. busca e apreensão; remoção de pessoas ou coisas; demolição de obras; penhora, avaliação e alienação de bens - excepcionalmente, podem ser levados à efeito pela parte autora.
Execução Indireta: aquela em que o cumprimento da decisão depende de ato comissivo ou omissivo, ou seja, ato ou omissão, do próprio demandado, mediante utilização de técnicas executivas voltadas à moldar o comportamento do executado. Ex. multa coercitiva (astreintes); prisão civil do devedor de alimentos; restrição de direitos (medida controversa na doutrina - apreensão da carteira de motorista/suspensão do passaporte - suspensão de direito de ir e vir).
=> pode fixar de ofício, mas nada obsta que adote o proposto pelo autor, sendo que ainda pode alterar seu valor e periodicidade caso se mostrem insuficientes ou excessivas.
=> podem ser aplicadas na fase de conhecimento (para que o réu mostre algum documento, por exemplo).
=> o destinatário da multa é sempre o exequente, que promove a execução. É possível promover a execução provisória das astreintes (neste caso o exequente não pode levantar os valores respectivos - ficam depositados em uma conta até que a execuçãose torne definitiva).
Momento da incidência das astreintes (a partir de quando se esgota o tempo/fluido o prazo instituído pelo juiz para o cumprimento da ordem, desde que devidamente intimada a parte - no dia seguinte ao prazo, incide as astreintes) e o momento de sua exigibilidade (a partir do momento em que a decisão as fixasse definitivamente e não comportasse mais recurso com efeito suspensivo - agora se pode executar as astreites desde logo - o executado deve depositar na conta específica, ou é penhorado se não o fizer -, mas só não pode o exequente levantar os valores até decisão definitiva).
=> Astreinte em Parcela Única para evitar a prática de um ato ilícito (ato contrário ao direito).
Ex. caso viole a ordem, paga-se R$ 200,00.
=> O juiz deve manter um controle da efetivação da técnica, senão pode vir a se tornar uma situação irrazoável (pode ser revisto pelo próprio juiz ou pelo tribunal, piorando no sentido da segurança jurídica), com multa totalmente desproporcional em relação à prestação devida (o autor já nem vai preferir que se cumpra a obrigação fruto da demanda).
É razoável ao juiz que se demarque um tempo de aplicação (duração da incidência), daí, caso não funcione a técnica utilizada, deve-se retornar aos autos para nova avaliação sobre as novas medidas executivas a serem tomadas.
=> No que diz respeito às decisões que determinam entrega de coisa, sendo possível a utilização de multa coercitiva, ainda assim, a técnica que se afigura mais efetiva é aquela prevista no Art. 538, qual seja a imissão na posse no caso de bem imóvel e a expedição de mandado de busca e apreensão quando se tratar de coisa móvel. A possibilidade de utilização das astreintes deve ser sempre examinada a partir da efetividade dos atos executivos, quando se vislumbrar condições efetivas para que a pressão patrimonial possa levar ao cumprimento da decisão.
=> Poderá haver revisão, como técnica processual que é, mesmo após o trânsito em julgado. O valor das astreites não está coberto pela imutabilidade própria da coisa julgada.
As astreites são instrumento/técnica processual. A coisa julgada abrange o mérito da demanda, mas não às técnicas utilizadas.
As astreites (técnica processual executiva - não possui uma função reparatória) não se confundem com indenização ou pena. Eventuais danos causados à parte autora podem gerar indenização cumulável com as astreites, com elas não se confundindo.
Aula 09/05/2017
Sentença Genérica e Liquidação
=> O objeto da execução deve ser líquido/determinada, certo (especificar o que pretende) e exigível (não esteja submentido a alguma condição).
Art. 491 (Ato sentencial). O juiz deve prolatar, na medida do possível, sentenças líquidas/determinadas, ou seja, sendo estabelecido o quantum debeatur (quanto o réu deve). A liquidação (Art. 509-512 CPC) é uma fase cognitiva (depois da de conhecimento e antes da de execução) voltada à quantificar a obrigação (extensão do dano).
An debeatur: o juiz deve prolatar a existência do dever de pagar a quantia/ou outra obrigação (condições que preenchem a reparibilidade: nexo de causalidade, existência do dano, etc.).
Além do valor devido, a sentença deve disciplinar todos os parâmetros de atualização (índices de correção; juros de mora/moratórios; juros remuneratórios - quando há um empréstimo; etc.). Efeitos anexos da sentença (derivam de lei) incidem independente do pedido (Ex. juros legais, correção monetária, verbas de sucumbência - custas e honorários).
À um pedido certo e determinado, necessariamente a sentença (resposta) deve ser líquida (diz que o réu deve, e quanto o réu deve, e ainda os juros incidentes).
É facultativo ao autor formular um pedido genérico (Ex. petição de herança, em que o patrimônio não é conhecido de imediato; demanda pela reparação de algum dano que, desde logo não pode ser mensurado), então, nada obsta que a sentença seja genérica ou líquida (a decisão determina a natureza da obrigação).
=> uma sentença pode ter capítulos (definições/subdecisões trazidas pela sentença/decisão - Ex. no caso de pedidos cumulados) líquidos (define a extensão da obrigação - quantum debeatur) e outros ilíquidos (sentença genérica - o juiz foi capaz de definir o dano moral mas não o dano material - este deverá ser posteriormente submetido à liquidação - “autos apartados”, liquidação simultânea à uma medida de execução nos próprios autos).
=> a decisão sobre a liquidação (fase cognitiva ou de execução) é uma decisão interlocutória, sendo impugnável mediante agravo de instrumento.
Modalidades de Liquidação
Liquidação por Arbitramento (Art. 509, I e 510): informe ao juiz do valor a reparar, por um perito com conhecimento técnico especializado. É restrita à definição do quantum dedeatur.
Liquidação pelo Procedimento comum (Art. 509, II e 511): quando se é necessário a realização de prova por fato novo (fatos cronologicamente relevantes; fatos relevantes para a determinação do quantum debeatur que não foram analisados no decorrer do processo - na fase de conhecimento do processo (o juiz conhece a demanda), cabe trazer provas de modo sucinto ou por amostra, para depois fazer uma exposição mais completa na fase cognitiva).
Apresentação do cálculo e providências relacionadas
O pedido de cumprimento deve vir acompanhado do cálculo do valor (parâmetros e índices à usar) à ser executado. Então, o autor, no pedido de cumprimento da sentença, deve apresentar o resultado do cálculo. A elaboração do cálculo às vezes demanda informações do próprio demandado (Art. 524 §4º).
Princípio da Fidelidade ao Título na atividade “liquidatória” (o cálculo não prepondera uma atividade instrutória com fatos novos a serem comprovados, mas uma aferição/afetação de parâmetros já dados pela própria decisão): a liquidação deve incidir nos parâmetros fixados no título executivo. Se o autor apresentar cálculo que transborda as condições do título executivo, o juiz pode se socorrer de contabilista para aferir a fidelidade do cálculo apresentado. Se houver excesso no cálculo apresentado, os atos de constrição patrimonial terão como valor a definição do contabilista e não do exequente.
A pendência de recurso relativo à decisão liquidanda não impede a liquidação, nem mesmo nas hipóteses de recurso com efeito suspensivo.
Execução Definitiva e Execução Provisória das Sentenças Condenatórias
Na execução provisória, trata-se de uma decisão provisória, enquanto a definitiva é voltada ao encerramento do processo (trânsito em julgado - não é mais impugnável).
Se uma decisão é impugnada mediante recurso (ou é impugnável - pendência de análise de recurso já fora do período de suspensão da eficácia da decisão), diz-se que a execução é provisória.
Todas as decisões fundadas em cognição incompleta (o próprio juiz pode revogá-la de ofício) são decisões provisórias/precárias por natureza.
Regime jurídico da execução
Art. 520-522. Corre por conta e risco do exequente, que assume a responsabilidade objetiva (independe da prova de dolo ou culpa) de reparar danos causados ao executado na hipótese de modificação ou de anulação da decisão. Exige-se do exequente a prestação de caução idônea para predizer atos de penhora, etc (Art. 521 - hipóteses de dispensa da caução - Ex. verba de natureza alimentar; situação de necessidade - mas ainda assim, por seu arbítrio, pode fixar a caução - mas em tese é incompatível com a tutela que se visa!).
No caso de fracionamento da causa (Art. 356. em que um dos pedidos cumulados já está maduro para ser julgado), é possível que uma decisão dispense a caução (isto é uma incongruência no código!).
Em uma execução provisória, o juiz determina a multa, e o juro, a serem pagos caso a medida não for cumprida.
Art. 522. Requisitos formais do pedido para a decisão provisória. O que difere das decisões provisória e definitiva, são a caução e a reparabilidade objetiva no caso daquela.
Aula 16/05/2017
Cumprimento de Sentença & Pagamento de Quantia
Técnica Expropriatória - Patrimonialidade da Execução
=> Executado X Exequente: atividadeexecutiva estritamente patrimonial (se busca a transferência de patrimônio).
=> Técnica Expropriatória: conjunto de instrumentos e institutos jurídicos encarregados de promover (Ex. penhora, avaliação de bens, depósito, alienação em hasta pública ou por iniciativa particular). A doutrina sempre reclamou a ampliação do arsenal de técnicas processuais/meios executivos.
Penhora: ato de natureza executiva mediante o qual bens existentes no patrimônio do executado são afetados à satisfação do crédito exequendo (a penhora destaca bens do devedor e os vincula/os afeta à execução). Pela adjudicação, o exequendo pode pedir que os bens sejam transferidos diretamente à ele.
Fases do procedimento voltado à expropriação (conjunto de atos, desencadeados de modo progressivo para redundar na transferência patrimonial desejada): é necessário que o titular (exequente do título de execução) postule - Art. 524 - o cumprimento da decisão. Depois de intimado (ação executiva - ou citado, título extrajudicial) o réu tem 15 dias para cumprir; se não cumprir incide multa de 10% + honorários de 10% e ainda o juiz determina a expedição de um mandado de penhora e avaliação (o executado pode fazer a impugnação da decisão, com prazo de 15 dias após o exaurimento do prazo de pagamento). O Executado pode fazer um depósito judicial + a multa de 10% (se passar o tempo) para garantir a execução, e entrar com impugnação (não possui efeito suspensivo); se ganhar, então não precisa pagar o valor nem a multa. Isto é diferente de decisões provisórias/precárias, pois nelas, depositando o valor, é eximido de pagar a multa.
Medidas Indutivas e Coercitivas e sua viabilidade na execução por quantia
A única técnica até então, sem envolver patrimônio, era a prisão por dever pensão alimentícia (prisão civil - execução indireta, buscando atuar no comportamento do executado para que ele desenvolva o esforço necessário para o adimplemento da obrigação alimentar).
Procedimento e multa do Art. 523
Principais fases da execução por expropriação: Visão Geral
Pedido de cumprimento e intimação do executado
Penhora e arresto executivo
Avaliação
Adjudicação e Alienação
Pagamento
PARTE 2
Aula 30/05/2017
Cumprimento da decisão que reconhece a obrigação de pagar alimentos
A obrigação alimentar está no âmago do princípio de dignidade da pessoa humana. É a única forma autorizada pela Constituição (tolerada pela Ordem Jurídica brasileira), pois já decidiu o STF que a prisão do depositário infiel é inconstitucional. Art. 528, prisão civil (no código de 73 essa técnica se dava mediante uma ação de execução - não podia ser no mesmo processo em que os alimentos foram fixados num modelo sincrético de procedimentos).
Técnicas executivas diferenciadas: Prisão civil; Desconto em folha; Constituição de capital.
Há outras formas de se buscar a pensão alimentar, como o desconto em folha do salário (exceção à impenhorabilidade do soldo - das verbas remuneratórias pelo salário).
“Alimentos provisórios” => alimentos fixados em decisão interlocutória (provisória), então chama-se a execução provisória (neste caso, a caução deve ser dispensada - situação de necessidade do alimentando). O executado deve justificar a impossibilidade ABSOLUTA de pagar, em até 3 dias - justificativa cabal (pode pagar parte do valor e dizer que tem outros dependentes - impossibilidade PARCIAL). A atividade do cumprimento de sentença deve ter requerimento do exequente (mesmo assim, devido à necessidade, poderá o juiz verificar estado de necessidade e desencadear a execução de ofício - o legislador, neste artigo, indica que o juiz pode ter maior pró-atividade em situação alimentícia).
Necessidade (alimentando) X Impossibilidade (é matéria de defesa, de modo corriqueiro, mas quando da execução, de modo oportunista, ainda pode alegar - ninguém pode ser preso por ser pobre).
Comprovada a impossibilidade, é possível redirecionar para outros familiares na linha ascendente ou descendente.
A prisão só pode ser decretada em razão das três últimas mensalidades não cumpridas consecutivamente. Se não for recente o não pagamento, pode ser executado por outro meio. O exequendo pode se eximir do direito de que o juiz utilize o mecanismo da prisão por dívidas, preferindo a execução patrimonial, mas que pode ser muito mais lenta.
Prisão de 1-3 meses em regime fechado (esse prazo pode ser reiterado - mas quem não se mobilizou para pagar em 3 meses, há de se haver que se tenha que reavaliar a situação do devedor), mas o ideal é que fique apartado aos presos comuns.
Desconto em Folha (Art. 529 c/c 912): são penhoráveis os rendimentos, as remunerações, etc. A poupança, acima de 40 salários mínimos é penhorável.
Se fixa a obrigação mensal de depósito em uma conta específica. Quando do dimensionamento dos descontos em folha, o plano de desconto pode incluir forma de adimplemento de prestações vencidas (pelo novo CPC, Art. 529, §3º), não devendo ultrapassar de 50% dos ganhos líquidos (valor da remuneração menos os descontos obrigatórios - não inclui depósitos consignados sobre a folha que por ventura tenha, mas pode incluir pensionamentos à outros alimentados).
Constituição de Capital (Art. 533): alimentos derivados de ato ilícito (alimentos indenizatórios - Ex. atropelou um pai que tinha filhos), se um determinado bem foi posto de forma a garantir o pagamento de pensão futuras (lastro de garantia), este bem se torna inalienável e impenhorável.
Os bens não constituem capital do exequente, mas uma garantia de cumprimento da obrigação de pensão alimentícia (se apresenta como uma garantia).
O juiz pode substituir esta obrigação pelo desconto em folha ou por garantia de fiança ou por garantia real.
Art. 532 CPC c/c Art. 244 CP, crime de abandono material => o juiz deve acionar o Ministério Público para que denuncie o executado procrastinador por este crime.
Coisa julgada => A decisão que fixa alimentos se torna contínua no tempo, sem que se possa revisar sem que tenha havido alguma alteração patrimonial do executado ou condição do exequente. Pelo contrário, haverá uma nova causa de pedir, em uma demanda diversa, solicitando uma outra sentença (fatos não foram analisados na primeira demanda).
STJ => pode o ascendente postular a pensão em razão de morte de filho menor que ainda não tenha capacidade de produção, em virtude da morte deste, ou sua incapacitação por outrem (o filho seria uma garantidor para os pais quando estivessem idosos).
“...caso típico em que a criança vale mais morta do que viva!”
Aula 06/06/2017
Defesa do executado no cumprimento de sentença
Formas de defesa: Exceção de pré-executividade; Ações autônomas com possibilidade de impactar a execução; Impugnação.
No código de 1973, para o exercício da defesa, havia uma necessidade de ação (“embargos à execução”) para se contrapor à ação de execução.
A medida que a fase executiva passa a ser parte do mesmo processo (modelo sincrético), a defesa do executado também passou a ser endoprocessual. Então, a defesa do executado assume o nome de “impugnação ao cumprimento de sentença”.
Exceção de pré-executividade
Antes de se poder manejar a ação de embargos (código de 1973), o executado deveria oferecer bens à garantia da execução (oferecer bens à penhora). 
Algumas questões podem ser requeridas a qualquer tempo do processo (questões de ordem pública, bem como outras em matéria de prescrição, decadência, carência de condição da ação ou outros pressupostos processuais como: incompetência do juízo ou ausência de capacidade postulatória, etc. - podem inviabilizar o andamento regular do processo, ou encobrir a eficácia da decisão). Sendo assim, não se fazia justo que o executado, para interpor uma dessas questões, tivesse de garantir previamente a execução. Então, permitiu-se que a defesa pudesse interpor por simples petição uma dessas matérias, sem precisar se submeter à constrição patrimonial. Esta possibilidade passou a se alargar para outras matérias, como forma de defesa no caso de dilações probatórias (a defesamostra de plano a prova. Ex. mostra um recibo de um pagamento - prova de que já pagou; ou uma nulidade grave do título de cobrança). Assim sendo, passa a ser a exceção de pré-executividade uma forma endoprocessual de contraditório.
Se verificou que as ações autônomas passaram a ser desnecessárias, somente a execução contra a fazenda pública ainda vigorava. Mas agora todas elas são postuladas no mesmo processo (antes elas deveriam ser acatadas pelo juízo - “prévia garantia do juízo” - para o exercício do direito de defesa, pois não eram previstas em lei, ainda assim que em larga doutrina), e ainda, a impugnação dispensa a necessidade de prévia garantia para a impugnação.
EXEMPLO de exceção de pré-executividade: Na fase de cumprimento de uma sentença (à revelia, sem que o réu tenha sido citado), chega a intimação para o autor cumprir a medida. Se o réu perde o prazo de cumprimento, ainda pode impugnar pela falta de citação na fase de conhecimento (o título é nulo - a matéria não preclui, pois é de ordem pública, pode suscitar em qualquer grau de decisão). Pode ser apresentada mediante simples petição nos autos (não depende de custas, não tem efeito suspensivo - mas o que se observa na prática é que o juiz fique atento a examinar antes de proceder a execução).
É possível apresentar a exceção de pré-executividade, que não altera o prazo para impugnar, e também não pode ser remanejada com a mesma matéria que já tenha sido decidida.
Se extingue o processo na fase de execução, há efeito de sentença (cabem honorários em favor do impetrante - se não surtir efeito, então demandará maior trabalho do advogado do exequente, podendo haver majoração dos honorários de cumprimento, que inicialmente é de 10%). Mas se não extingue, a decisão será interlocutória (impugnável mediante agravo de instrumento), caso acolhida.
Ações autônomas com possibilidade de impactar a execução
Instrumentos extraprocessuais (formas externas de elementos processuais que podem impactar a decisão). Ex. ação rescisória (busca desconstituir a ação transitada em julgado): o manejo dessa ação não suspende os efeitos da ação rescindendo - é possível buscar sustar esse efeito, ver Art. 966 CPC.
Ação anulatória, mandado de segurança, etc.
A principal forma de defesa do executado no cumprimento de sentença é a impugnação.
Impugnação
Art. 525. Possui a natureza jurídica de defesa endoprocessual, que tem lugar na fase de cumprimento de sentença.
O prazo para impugnar é de 15 dias, contados a partir do final do prazo dito no Art. 523 CPC.
A parte tem 15 dias para pagar, caso não pague, incide a multa, os 10% de honorários, e então se abre a contagem do prazo para impugnar.
No CPC 1973 haviam as hipóteses para impugnar, de modo taxativo e exaustivo. Mas no CPC 2015 há uma regra geral que subjaz a definição das matérias que podem ser tratadas na impugnação.
Não se pode rediscutir a decisão que se está executado (ou outras questões já tratadas na fase de conhecimento).
São relativas à atividade executiva propriamente dita. Ou, eventualmente, relativas à validade do processo ou dos atos executivos. Mas isto não impede que se discuta questões ou causas modificativas, impeditivas ou extintivas (questões NOVAS), posteriores à formação do título executivo (Ex. remissão, prescrição intercorrente, etc.).
Aula 13/06/2017
Hipótese do dispositivo do §10º e seguintes na disciplina da IMPUGNAÇÃO.
§12º. “Se a norma segundo a qual é inexigível...” Se esta norma já estava vigente quando haja uma declaração de inconstitucionalidade pelo STF (controle concentrado - em abstrato), ou pelo controle difuso (em concreto), torna inexigível a decisão do efeito rescisório, por exemplo (a declaração de inconstitucionalidade retroage - porém há o limite da coisa julgada em alguns casos, que não se pode retroagir, ver §15º). No momento do cumprimento da execução, é possível examiná-la em favor de decisões já proferidas com relação ao controle de constitucionalidade, que possui uma força expansiva/vinculante (enfrenta casos paradigmáticos), conforme estabelecido no NOVO CPC.
§13º. No caso do parágrafo anterior, os efeitos da decisão poderão ter de ser chancelados pelo STF. => Esta norma parece ter sido endereçada ao STF, mas ele não é o juiz da causa, ele apenas atuou ou outra causa semelhante. O fato é que o STF é um modelador de efeitos (pode dizer se a norma é retroativa ou qual é o prazo de início de uma norma) da constitucionalidade, que é retroativa e fomenta a segurança jurídica, por isso esta proposição da norma. Ex. de uma modelação de efeitos realizada pelo STF é o de quando foi determinado que os acidentes de trabalho eram matéria da justiça do trabalho, para não causar uma enxurrada de processos, modulou que apenas os processos ainda sem uma sentença de primeiro grau migrariam da justiça civil para a justiça do trabalho.
§14º. A declaração de inconstitucionalidade teria efeito rescisório. §15º. Se o trânsito em julgado da decisão exequenda for anterior a declaração de inconstitucionalidade, não se pode aplicar o § 12º, mas ainda cabe a ação rescisória da declaração de inconstitucionalidade superveniente (há um prazo de 2 anos a partir da decisão de inconstitucionalidade do STF - mesmo para decisões transitadas em julgado há muitos anos atrás).
Atos de penhora e avaliação executados, com já escoado o prazo para a impugnação: então, quaisquer questões posteriores ao momento da impugnação poderão ser arguidas mediante simples petição (possui função de impugnação).
Questões que precluem são diferentes daquelas que podem ser conhecidas de ofício.
A incompetência relativa não suscitada em impugnação não preclui, mas se prorroga (não pode ser alegada em qualquer momento - somente a absoluta pode).
Não precluem fatos modificativos posteriores a decisão exequenda. É o limite geral passível de impuganação, ou seja, não permite a discussão do título (decisão exequenda - tem suas formas próprias de impugnação via recurso, salvo o valor das astreintes que não se estabiliza nunca). A impugnação serve como exercício de defesa em relação à regularidade da ação executiva (legitimidade, competência, problema da exegibilidade da obrigação consubstanciada no título executivo, causas impeditivas e modificativas posteriores à decisão - não anteriores -, que já deveriam ter sido discutidas).
Efeitos da Impugnação
Efeito suspensivo: como regra geral, a impugnação não tem efeito suspensivo (salvo se em face a grave dano, no caso de determinados atos executivos - atos de alienação de bens). De forma alguma impede efeitos de penhora e avaliação. É uma suspensão determinada por critério judicial, desde que se observe algumas exigências: Garantia de juízo prévio; Relevância dos fundamentos da impugnação (pode haver sanção processual no caso de intento a embaraço à atividade executiva); Risco de dano ou prejuízo.
=> Efetuada a transferência patrimonial pode não haver a possibilidade de reversão ao status quo ante. Ex. necessidades de manutenção familiar; reserva de caixa de uma empresa destinada ao pagamento de salários.
Pode o exequente postular o prosseguimento da execução, mesmo se tiver sido atribuído o efeito suspensivo da execução (não pode levantar os valores), desde que ofereça garantia ao executado da reversibilidade dos efeitos da atividade executiva, mediante garantia real ou fidejussória.
A impugnação é resolvida por sentença (se extingue a execução e, como consequência, o processo) ou por decisão interlocutória (é agravável de instrumento).
Aula 18/06/2017
Cumprimento de sentença condenatória contra a fazenda pública
Dupla Sistemática: Requisição de pequeno valor (RPV) e Precatório (comum ou alimentar).
Quando se tem como devedor a fazenda pública (poderes públicos da União, estados e municípios, autarquias, etc.). => Os bens públicos são impenhoráveis (não é possível destacá-lo do patrimônio público para suprir o credor).
A base que disciplina é constitucional (Art. 100 CF), e em nível infraconstitucional há disposições contidas no CPC(Art. 534 e 535). E ainda algumas normas esparsas (Art. 13 da Lei 10.259 - dos Juizados Especiais Federais, que trabalha com valores de até 60 salários mínimos para sistemática RPV - neste caso são créditos realizados pela fazenda para o poder judiciário, para este fim).
Art. 100 CF. Os pagamentos devidos pelas fazendas públicas. Uma vez transitadas em julgados as sentenças condenatórias contra a fazenda pública, o juiz determina a expedição do precatório ou da requisição de pequeno valor conforme o caso (RPV ou precatório - são ordens de pagamento).
A requisição de pequeno valor funciona de modo diferente do precatório, a medida que não precisa se submeter ao processo de prévia dotação orçamentária. No caso, os entes federados fazem dotações diretamente aos entes judiciários (podem ser pagos em tempo bem mais restrito, com até 60 dias).
Para valores acima de 60 salários mínimos impõe-se a demanda por precatório (neste caso, deve-se organizar cronologicamente a lista de expedições de precatório, fiscalizando-se as justiças que expediram, através dos tribunais regionais ou federais).
Os precatórios alimentares (Art. 100, §1º CF, indenizações por morte, salários, etc. - os honorários advocatícios também -, §2º os titulares com 60 anos ou mais são prioritários, e recebem uma quantia inicial de até o triplo do valor fixado em lei para a RPV) têm preferência sobre os precatórios comuns, sendo este quesito preponderando sobre a ordem cronológica. Deve ser feita a previsão orçamentária (do ente federativo em questão) de todos os pagamentos que serão pagos no exercício seguinte (se o precatório for expedido até o dia 1º de julho, poderá ser retirado no ano seguinte - ainda, poderá haver cessão do crédito, transferindo esse direito para outro com algum deságio). Os precatórios não adimplidos, ou seja, se não pagos em exercício anterior, detêm primeira prioridade (o Estado do Rio Grande do Sul possui uma defasagem de 15 anos!).
=> Ver artigo sobre a dívida do Estado do Rio Grande do Sul
<https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/JmSpqfPPr6U>
Art. 534-535. O NOVO CPC inova em relação ao anterior, pois permite que a execução em face da fazenda se realize no mesmo processo (antes precisava de uma demanda executiva autônoma). Assim, deve-se formular um pedido expresso, com a memória de cálculo, daí, se intima a fazenda para que possa apresentar sua impugnação em 30 dias sem incidir multa contra a fazenda (esta impugnação, enquanto não apreciada, suspende o efeito da execução).
Se há uma impugnação parcial, se a execução contra a fazenda for inferior a 60 salários mínimos, poderá ser feita por RPV, senão por precatório, esperando o julgamento da impugnação parcial.
Em sendo extinta a execução, será apelável, senão será agravável.
No caso de coisa julgada, se preserva no prazo de 2 anos, com possibilidade de ação rescisória.
=> O STF decidiu inconstitucional a correção dos precatórios pelo índice TR, dizendo que não era um índice de correção condigno com a correção do poder de compra. Sendo assim, não há um índice definido, por hora (a partir de 2013). Ainda, isto ensejou diversas ações com relação aos rendimentos do FGTS (recentemente o governo permitiu a retirada desses recursos do banco, antevendo ações nesse sentido), e com os débitos trabalhistas, que “têm” a TR como índice de correção.
Aula 27/06/2017
Execução de título extrajudicial (Livro 2 do CPC)
Aspectos Gerais
O procedimento de execução implica a necessidade de ter uma demanda executiva (ação de execução - postula-se a citação do executado mediante petição inicial, Art. 827), instaurada para satisfazer a pretensão do exequente. A demanda não tem por escopo a declaração de direito, mas satisfazer a demanda de quem tiver o título executivo.
Art. 783. A prestação devida pode ser de qualquer natureza: um título executivo extrajudicial pode impor um fazer, um não fazer, um pagamento de quantia, definir direitos de prestações de quaisquer naturezas (Art. 784 e legislação esparsa).
Um contrato civil é um título executivo extrajudicial, que pode ter uma cláusula de sigilo, etc.
Origem: atividade negocial (contratos típicos e não típicos); atividade tributária, administrativa ou sancionadora do Estado (Ex. certidão de dívida ativa; multa administrativa); oriundas do Ministério Público (Termo de Ajustamento de Conduta); títulos de crédito/cambiários (nota promissória, debêntures, duplicata mercantil); débito condominial (obrigações relativas à coisa); termos de transação (chancelados por procuradores, defensores públicos ou MP); oriundos de direitos reais (hipoteca, penhor); emolumentos (natureza notarial).
Honorários dos auxiliares da justiça (avaliador, perito, etc. ) quando fixados judicialmente, constituem título judicial (não mais extrajudicial).
Título executivo extrajudicial oriundos de países estrangeiros não dependem de homologação para serem executados (devem ser verificados se tem o Brasil como local de cumprimento; além de que deve ser um título extrajudicial no país de origem).
Abstração do Título => se provando a liquidez de um direito (certo e exigível) e todos os requisitos para que constitua título extrajudicial (petição - Art. 798), pode ser aberta demanda executiva (mesmo que a obrigação não seja pertinente - o que será contestado durante a ação, frustrando a atividade executiva).
Princípio da menor onerosidade X Princípio da efetividade (direito fundamental a tutela adequada e efetiva) => a execução deve ser realizada pelo meio menos gravoso/oneroso para o executado, desde que efetiva.
Art. 805. No caso de não haver bens disponíveis (insolvência do executado), realizam-se os bens disponíveis.
Quando se tratar da obrigação da entrega de coisa incerta, na hipótese de caber ao exequente a escolha, ele deve indicar já na petição inicial a sua escolha. Se nada tiver escrito, a escolha é do executado, já se é do exequente a escolha, ele deve indicar individualmente o bem a ser executado.
Propositura da demanda executiva
Fases da execução por expropriação
Art. 827. Incide a multa de 10% a respeito do cumprimento de sentença, mais a fixação de honorários de 10% se não cumprir (se cumprir é 5%; se parcial, incide honorários sobre o valor não pago).
Penhora e avaliação
A penhora individualiza bens no patrimônio do executado, que serão responsáveis para o pagamento do exequente. Tem como efeito a afetação dos bens à execução, de modo que ficaram reservados à satisfação do crédito; pode acarretar em restrições à plena disponibilidade do bem, tendo em vista que qualquer ato de alienação ou de constituição de gravames sobre os bens penhorados será considerado ineficaz em relação ao exequente, sendo tidos como praticado como fraude à execução (a medida que o patrimônio é destacado do patrimônio e elencado à atividade executiva, não se pode, por ex. alienar à terceiro; atribuir um usufruto para um terceiro - essas medidas são ineficazes/desprovidas de efeitos ao exequente). No caso de alienar a terceiro, não se pode reduzir o patrimônio útil a ser penhorado, então se entrega o valor requisitado para o exequente (isto não é fraude à credores). Não necessariamente a penhora torna o bem indisponível, mas no caso de bens móveis, normalmente são retirados da posse do executado.
Expropriação propriamente dita (transferência de patrimônio)
Art. 825. Adjudicação (se transfere o próprio bem penhorado para o exequente), Alienação (por iniciativa do exequente ou com auxílio de corretor - ao invés de levar o bem à leilão), ou apropriação em frutos e rendimentos.
Pagamento e extinção
Aula 04/07/2017
Dívidas propter rem (da própria coisa) afastam a impenhorabilidade => é possível penhorar um bem de família caso a dívida for de condomínio, financiamento habitacional, IPTU, etc.
Art. 854. Penhora online, utiliza o sistema BacenJud do Banco Central, em que o juiz pode ser auxiliado para obter informações sobre bens penhoráveis, e podendo bloquear/indisponibilizar valores. O executado pode alegar posteriormente que as quantiassão impenhoráveis, mas não sendo acolhida a alegação os bens são penhoráveis para a satisfação do credor.
Se alegava uma inconstitucionalidade da penhora online, pois estaria se violando o sigilo bancário. Mas o STF decidiu que não há inconstitucionalidade, pois não há informação sobre movimentação financeira (vida financeira do executado), mas somente a existência ou inexistência de valores.
A ordem do juiz é construída substancialmente no interesse do exequente (é o primeiro a indicar a ordenação), por isso o executado não pode objetar a ordenação dos bens penhoráveis, conforme na facilidade de adjudicação, somente se provar que há uma ordenação menos onerosa para ele e ainda assim de fácil adjudicação (a ordem em dinheiro é prioritária, ou operação de crédito de fiança ou seguro de crédito com valor em 30% superior ao valor da execução - Art. 835 - pois é apenas uma garantia de pagamento, mas não ele em si, então deve-se cobrir os possíveis juros que rolem em decorrência do tempo da ação).
Art. 848. Possibilidade de substituição da penhora. A penhora não precisa obedecer a ordem legal (esta regra foi construída em favor do exequente, conforme visto anteriormente).
O demandado pode indicar/oferecer bens à penhora. Então o juiz rejeita aqueles que a titularidade não seja comprovada. Os bens prioritários são aqueles presentes na jurisdição da comarca. Bens que já tenham tido tentativa de venda na execução perdem a prioridade.
No próprio mandado de citação e penhora, o oficial de justiça já pode realizar a penhora de bens que porventura encontre (a documentação lavrada mediante “auto de penhora”; mas se por interferência do auxiliar da justiça, apenas pelos autos, será o “termo de penhora” - Art. 838). Em princípio, bens que guarneçam a residência não podem ser penhorados, como máquina de lavar, fogão, etc., mas bens de alto valor podem, como quadros, etc.
Comunicação dos atos de penhora (Art. 841 e 842): A validade da penhora não tem como requisito o registro, mas ele dá o efeito da penhora a terceiros. A intimação da penhora é ato processual que deve ser praticado para uma série de finalidades (abertos os prazos para eventual impugnação da penhora).
Ato atentatório à dignidade da justiça => quando o executado é impelido a informar os bens penhoráveis, e se omite bens, pode responder quando se descubra que ele tem.
Art. 850. Redução ou ampliação da penhora (ou do acervo de bens penhorados), caso se mostrem excessivas ou insuficientes no processo, em razão da valorização ou depreciação acentuada (em razão de uma alteração de mercado, por exemplo - vinculado com o problema da avaliação, podendo ser pleiteada nova avaliação, neste caso).
Aula 11/07/2017
Formas de Expropriação (Art. 825)
Adjudicação (Art. 876); Alienação por iniciativa particular (Art. 879) ou em leilão judicial (Art. 881, oferta pública); Apropriação de frutos e rendimentos (Art. 905).
Quando o bem vai a leilão, significa que ninguém quis pagar o preço em que o bem foi avaliado. Sendo assim, não é mais possível pedir o bem em remissão pela quantia de que o bem foi arrematado (um parente do executado poderia pagar o valor que tinha sido leiloado e quem tinha “ganho” o leilão não ficava com o bem - agora não é mais possível, pois normalmente algum laranja do executado usava desse mecanismo para readquirir o bem por menor valor, mas pode participar do leilão normalmente). Nada impede que o executado atue ativamente de modo a buscar mercado para o bem e contribuir para a avaliação (pode alienar por via particular, conforme parâmetros gerais definidos pelo juiz - valor, garantias necessárias, forma de pagamento, etc. - o ideal é que o juiz permita que o executado se movimente no mercado e faça uma proposta com suas condições à realidade do mercado, aprovando as mesmas ou não).
A remissão por parte do executado (pode ser uma massa falida) só pode ser feita se o bem estiver hipotecado (valor do maior lance oferecido, ou valor de avaliação se não tiver lances).
Se o bem não encontra nenhum interessado, pode ser feita nova avaliação, adequando-o às condições de mercado, ou até mesmo, que o juiz estabeleça um preço mínimo de arremate (preço vil) que seja menor do que 50% do valor avaliado.
O prazo para que qualquer questão relativa à adjudicação seja suscitada é de 5 dias (Art. 877). Não há mais ação de embargos à arrematação, mas uma impugnação endoprocessual (a invalidação da arrematação pode ser pleiteada no prazo de 10 dias (Art. 903), mediante ação autônoma - anulatória).
Lavra-se o auto de adjudicação e se o bem for passível de registro, a carta de adjudicação, para que seja possível o mandado de emissão na posse ou mandado de entrega da coisa.
=> penhora de empresa ou negócio: a empresa pode ser caracterizada por uma propriedade rural, por exemplo, sendo representada por pessoa física.
=> se o bem tiver a característica de gerar renda ou fruto (Ex. um trator que pode ser locado), se nomeará um administrador judicial para gerir o negócio.
No caso de imóvel arrendado, dependendo do plano de administrador (implementação de um sistema de gestão, em prol da satisfação do credor, preservando a atividade empresarial), o pagamento poderá ser diretamente ao exequente, senão ao administrador.
Caso se coloque o exequente como administrador do bem, ele deve dar atividade fim ao bem, prestando contas periodicamente. Assume as responsabilidades próprias do negócio, sendo remunerado para isso (Art. 159-161 - auxiliares da justiça).
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