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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE CASCAVEL - UNIVEL GAECO/ POLÍCIAS Trabalho apresentado á disciplina de Processo Penal Constitucional I, referente ao 2º bimestre. Curso: Direito Turma: 4º B noturno Acadêmicas: Larissa Stachio, Larissa Valduga. Prof. Cezar P. Lazarotto CASCAVEL 2016 GAECO Significa Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. É composto por membros do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar (SESP - Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado do Paraná) e Secretaria de Fazenda, designados e integrados em Grupo. GRUPOS INSTALADOS NO PARANÁ - cada um desses GRUPOS têm atuação territorial em várias Comarcas da respectiva região. Atualmente são 07 grupos regionais. O Gaeco deu início em 1994, porém na época era chamado de Promotoria de Investigação Criminal (PIC), dessa forma em 1997 foram delimitadas suas funções, as quais permanecem até hoje. Atividades que são Investigadas: O grupo tem característica para executar atos investigatórios, atuando por si mesmo ou em conjunto com o promotor de justiça de cada caso, realizando investigações tanto em inquéritos policiais em andamento ou que são requisitados e acompanhados pelo grupo, bem como através de Procedimentos Administrativos Criminais instaurados no âmbito do próprio grupo. Difere-se da atuação criminal comum de cada promotor basicamente pela dedicação a determinados casos em que haja a possibilidade da existência de uma organização criminosa e pela ação direta em certos casos, com a realização de atos de investigação. É um órgão que se destina a investigação e combate ao crime organizado e controle externo da atividade policial, promovendo as ações penais pertinentes. As atividades investigadas têm como base a seguinte legislação: RESOLUÇÃO 13 do CNMP, de 02-outubro-2006; Constituição Federal, art. 129, inciso VII; Lei Complementar nº 75, de 20-maio-1993, art. 9º; Lei nº 8.625, de 12-fevereiro-1993, art. 80 e Lei Complementar Estadual nº 85/1999, art. 57, inc.XII). Os GAECOS podem, especialmente quando solicitado pelas Promotorias de Justiça, realizar diligências investigatórias complementares ou suplementares às investigações policiais, quando tais diligências não forem viáveis pelas instâncias policiais. Os GAECOS poderão atuar em conjunto no próprio ESTADO, ou com GRUPOS correspondentes de outros Estados. ENTREVISTA – THIAGO ALMEIDA – Delegado do Gaeco, Grupo Cascavel, até 03/06/2016 QUANDO O GAECO FOI CRIADO? Criado em 1994, com atribuições de caráter geral na área criminal, tendo no ano de 1997, sido delimitadas as funções, as quais se mantêm até hoje. QUAL O MOTIVO DO SURGIMENTO? Controle externo da policia civil e militar, bem como investigar o crime organizado. No âmbito de competência estadual. Controle externo da policia no sentido que as policias são corporativistas, quando recebem denúncia, mesmo quando chega ate a corregedoria, dificilmente tem prosseguimento e alguém é preso. Falta uma corregedoria mais forte. COMO É FEITA A ESCOLHA DOS INTEGRANTES DO GAECO? A Secretaria de Segurança, cede para o Gaeco, 4 policiais civis e 8 militares, para cada núcleo, com exceção de Curitiba que é maior. Em Curitiba, o Gaeco pode requisitar a ajuda de integrantes da Receita Federal, para auxiliar nas investigações. Os promotores que fazem a entrevista destes policiais, levando em consideração os agentes que não tenham qualquer restrição quanto à investigação de outros policiais, políticos, e grandes corporações. COMO O GAECO É DIVIDIDO NO PARANÁ? É dividido em 07 grupos, no entanto, a unidade de Guairá estava temporariamente inativa devido falta de efetivo. EM RELAÇÃO AO GAECO INVESTIGAR SOMENTE CRIMES QUE DÃO REPERCURSÃO NA MÍDIA. QUAL SEU POSICIONAMENTO A RESPEITO? O Gaeco não tem qualquer intenção de se tornar midiático, dos 40 casos que investiguei este ano, somente 5 deles saíram na mídia. Alguns crimes se tornam de grande repercussão devido às proporções e as pessoas envolvidas. Os jornalistas estão sempre à procura de matérias para publicarem, e se torna inevitável esconder uma ação de grande proporção. Nestes casos ao me perguntarem sobre a devida, prefiro eu mesmo passar informações, do que deixar que publiquem qualquer coisa. Mas em nem um momento queremos mídia, somente é importante que a população conheça e saiba da existência deste grupo tão importante, o qual este aberto a denúncias e a serviço da mesma. E QUANDO OCORREM EXCESSOS POR PARTE DOS INTEGRANTES, QUEM É RESPONSÁVEL PELA INVESTIGAÇAO? Neste caso, a competência é dos Procuradores do Estado. COMO É A RELAÇAO DO GAECO COM OS ADVOGADOS EM NOSSA CIDADE, CASCAVEL-PR? Alguns advogados reclamam da atuação do Gaeco, dizendo que o mesmo impede o acesso as informações dos clientes. Mas nos trabalhamos com interceptações telefônicas, não podemos repassar a informações e dar acesso aos advogados ate que o inquérito seja concluído, afinal nos precisamos manter o sigilo que nos é imposto. Em contra partida, outros se posicionam de maneira compreensiva, e aguardam o fim do inquérito, solicitando assim as informações necessárias. ENTREVISTA – Dra. Andressa Paetzhold Barcelos – Advogada Cascavel, até 17/06/2016. QUAL A SUA POSIÇÃO EM RELAÇÃO À ATUAÇÃO DO GAECO NO PARANÁ? Em que pese o Gaeco ser um órgão destinado a combater o crime organizado, realizar e auxiliar em investigações complexas, e por fim trazer soluções mais rápidas á sociedade, nós advogados somos prejudicados, pois muitas vezes os integrantes do Gaeco fogem do bom senso e atropelam os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa. EM RELAÇÃO AO GAECO INVESTIGAR SOMENTE CRIMES QUE DÃO REPERCURSÃO NA MIDIA. QUAL SEU POSICIONAMENTO A RESPEITO? Os crimes que o Gaeco investiga por si só, já são crimes de repercussão por se tratar de organização criminosa, porém, para angariarem mais “audiência”, o Gaeco costuma “espetaculizar” os casos investigados, levando os investigados ao julgamento antecipado pela sociedade e mídia, prejudicando-os de formas quase que irreversíveis pela defesa. QUAL SUA RELAÇÃO COM OS INTEGRANTES DO GAECO AQUI EM CASCAVEL – PR? Não há distinção entre os integrantes do Gaeco de Cascavel para com as demais localidades, cada integrante realiza sua função da melhor forma possível, assim como nós advogados. Diferenças entre polícia judiciária e administrativa A polícia administrativa é preventiva e de forma excepcional repressiva. Ela atua na prevenção, cujo objetivo maior é evitar a perturbação da ordem pública. O que diferencia a polícia administrativa (preventiva) da polícia judiciária (repressiva ou auxiliar) será a atividade da polícia em si mesma, será a ocorrência ou não de um delito penal. Resumindo a polícia judiciária compreende a polícia Civil e Federal, sendo policias repressivas, só atuam após o cometimento do delito e visa, precipuamente, a identificação do criminoso e de sua condenação penal e a policia administrativa é a policia militar, sendo preventiva, ostensiva. No entanto, a Polícia Civil tem realizado atos típicos de polícia ostensiva, usando viaturas, coletes caracterizados, efetuando rondas, contrastando assim com o caráter discreto das investigações que deveriam estar sendo realizadas, das quais muitas estão sem resoluções. P/2 – POLÍCIA RESERVADA A P2 foi criada para a investigação do desvio de conduta dos policiais militares das corporações. Tem alguns casos em que eles pedemautorização para interceptações telefônicas, no entanto a resposta do Judiciário é que eles não têm competência por não ser uma policia Judiciária. Em outros casos o juiz concede. Segundo o site da Câmara dos Deputados, tramita uma proposta de Emenda a Constituição que dá poder de investigação à Polícia Militar. A PEC 431/14, como é denominada, é de autoria do deputado licenciado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), a qual visa a ampliação da competência da Polícia Militar (PM), dando-lhe atribuições de polícia judiciária, com poderes de investigação. O texto da PEC prevê que a PM terá competência para realizar o "ciclo completo de polícia", durante a persecução (perseguição) penal, além das atribuições de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, já definidas pela Constituição. Após esse ciclo, que poderá envolver trabalhos de inteligência, os resultados deverão ser entregues ao Ministério Público. A proposta foi recebida pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e posteriormente arquivada com base no regimento interno. Dados estes de fevereiro de 2015. Também conhecido como Serviço Reservado, os policiais da P2 têm basicamente duas funções. Uma é levantar em campo informações para que o comando planeje ações policiais (quantos policiais participarão da operação, qual o melhor horário, equipamentos, dentre outros detalhes), a prisão de criminosos, apreensão de drogas ou desocupação de uma área. A outra função da P2 é averiguar a veracidade de denúncias contra PMs. Atualmente conforme a Constituição Federal art. 144, as atividades de polícia judiciária são de responsabilidade das polícias civil e federal. E, de acordo com o Código de Processo Penal art. 4º, a polícia judiciária é um órgão da segurança do Estado que tem como principal função apurar as infrações penais e a autoria desses crimes. CPP - Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Nota-se que cabe à Polícia Judiciária a apuração de infrações penais e não a Polícia Militar. No entanto, observa-se na prática, que a Polícia Militar criou setores de inteligência, e que tais setores, não obstante a Polícia Militar ter como principal função Constitucional exercício a polícia ostensiva, por vezes, estão atuando na investigação criminal de infrações penais comuns, papel este reservado constitucionalmente à Polícia Civil. Esses setores de inteligência foram denominados de Polícia Reservada ou "P2", que nada mais são do que Policiais Militares realizando atividades de inteligência e, a princípio, atuando na apuração de infrações criminais de cunho militar. Porém, a Polícia Reservada vem sendo utilizada de maneira desvirtuada, ou seja, tem sido utilizada para exercer atividade típica da Polícia Civil, que é a apuração de infrações penais comuns. A Polícia Militar teria poderes investigativos apenas para apuração de infrações penais militares e sua autoria, conforme prevê o art. 8º, "a", do CPPM. Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar: a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; Assim, compete à Polícia Judiciária a cuidar do Inquérito Policial nas infrações penais comum, e à Polícia Militar a confecção do Inquérito Policial Militar, instaurado para a apuração de infrações penais puramente militares. Na realidade a Polícia Militar vem não só realizando investigações de infrações penais comuns, como também recebe Mandados Judiciais para cumprimento, seja para localização de pessoas, prisões, ou outras determinações judiciais. Ao contrário, resta evidente que tais situações, de verdadeira confusão, têm ocorrido não em função do abandono, da falta de investimentos e estrutura, pessoal e de equipamentos, pela qual passa a Polícia Civil. Atualmente nossa Constituição Federal de 1988 prevê em seus artigos o exercício quanto à segurança pública de nossa Sociedade, em que são responsáveis a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Ferroviária Federal (PFF), Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros Militar (CBM), constando ainda delimitada a função de cada um. ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA CIVIL E FEDERAL - INVESTIGAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO A Constituição Federal de 1988 traz um rol de competências da Policia Federal, também considerada Polícia Judiciária. Nesse regem-se tais atribuições: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina- se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; “Busca e apreensão. Tráfico de drogas. Ordem judicial. Cumprimento pela Polícia Militar. Ante o disposto no art. 144 da CF, a circunstância de haver atuado a Polícia Militar não contamina o flagrante e a busca e apreensão realizadas.” (HC 91.481, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 19-8-2008, Primeira Turma, DJE de 24-10-2008.). III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. Já a Polícia Civil é responsável pela investigação de crimes e sua autoria, elaboração de Boletins de Ocorrência de qualquer natureza, expedição de cédula de identidade, de atestado de antecedentes criminais e de residência, bem como de registro de porte de arma de fogo e de alvarás de produtos controlados, entre outros. Sua atribuição esta disposta no artigo 144, parágrafo 4º da Constituição Federal, que dispõe: § 4º - Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. “Poderes de investigação do Ministério Público. Os artigos 5º, incisos LIV e LV, 129, incisos III e VIII, e 144, inciso IV, § 4º, da CF, não tornam a investigação criminal exclusividade da polícia, nem afastam os poderes de investigação do Ministério Público. Fixada, em repercussão geral, tese assim sumulada: ‘O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticadospelos membros dessa instituição’.” (RE 593.727, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, julgamento em 14-5-2015, Plenário, DJE de 8-9-2015, com repercussão geral.). O poder de investigação do Ministério Público tem sido um impasse no quesito da sua possibilidade ou não de investigar, no entanto, ele é essencial á função jurisdicional do Estado1. As funções institucionais do Ministério Público estão previstas no artigo 129 da CF/88, sendo: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 1CF/88 Artigo 127- O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II- zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí- los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. Deve ser levado em consideração que este poder de investigação, não se confunde com o poder de presidir o inquérito policial, que cabe a polícia civil. Como mencionado, por diversas vezes o poder de investigação por parte do Ministério Público foi questionado. Exemplo disso pode-se citar a PEC 37 que tramitava no ano de 2013, tinha por finalidade de limitar o poder investigativo do Ministério Público. No entanto foi derrubada devido à movimentação que se deu em torno da mesma. Além do mais o entendimento atual da jurisprudência já possibilita o Ministério Público de atuar em investigações criminais, desde que sejam observados os direitos e garantias fundamentais dos acusados. Outro fato que corrobora ao então apresentando, se deu no dia 14 de maio de 2015, quando o Supremo Tribunal Federal confirmou o poder de investigação criminal do Ministério Público. Transcrevem-se alguns pontos pertinentes. Ministra Rosa Weber: “a colheita de provas não é atividade exclusiva da polícia, contudo o poder de investigação do Ministério Público deve ter limites, que têm sido apontados em fartas manifestações de precedentes da Corte”. Do mesmo modo a ministra Cármen Lúcia, que reconheceu a competência do MP para promover investigações de natureza penal. “As competências da polícia e do Ministério Público não são diferentes, mas complementares”, ressaltou ao acrescentar que “quanto mais as instituições atuarem em conjunto, tanto melhor”. Segue decisão do Superior Tribunal de Justiça, trazendo que não há ilegitimidade na colheita de material probatório pelo Ministério Público para formar ou complementar as bases de sua convicção para exercício da ação penal. 2HABEAS CORPUS. PREFEITO MUNICIPAL. INVESTIGAÇÕES REALIZADAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE DO PARQUET PARA PROCEDER INVESTIGAÇÕES. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. CRIME DE AUTORIA COLETIVA. TIPICIDADE DA CONDUTA. ORDEM DENEGADA. 1. Em que pese o Ministério Público não poder presidir inquérito policial, a Constituição Federal atribui ao parquet poderes investigatórios, em seu artigo 129, incisos VI, VIII e IX, e artigo 8º, incisos II e IV, e § 2º, da Lei Complementar n.º 75/1993. Se a Lei maior lhe atribui outras funções compatíveis com sua atribuição, conclui-se existir nítida ligação entre poderes investigatórios e persecutórios. Esse poder de modo algum exclui a Polícia Judiciária, antes a complementa na colheita de elementos para a propositura da ação, pois até mesmo um particular pode coligar elementos de provas e apresentá-los ao Ministério Público. Porém, fica a ressalva de que o Superior Tribunal de Justiça entende que a presidência de Inquérito Policial cabe a autoridade policial. Consoante a isso, a Súmula Vinculante 143. 2 (STJ - HC: 38495 SC 2004/0135804-0, Relator: Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, Data de Julgamento: 09/03/2006, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 27/03/2006 p. 334). 3 http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1230. “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” Contudo, acredita-se que as normas constantes em nossa Constituição Federal devem ser interpretadas através do princípio da unicidade, e deve haver uma atuação em conjunto, unindo forças para um mesmo objetivo. REFERÊNCIAS Câmara dos Deputados. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/481019.PROPOS TA-DA-PODER-DE-INVESTIGACAO-A-POLICIA-MILITAR.html> Acesso em 28 de maio de 2016. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 28 de maio de 2016. Coordenadoria de Controle Externo da Atividade Policial e dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO. Disponível em: <http://www.gaeco.mppr.mp.br/>. Acesso em 30 de maio de 2016. COSTA, Fabrício Piassi. Definição de Polícia Reservada. Aspectos legais da segurança pública. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/19931/definicao-de- policia-reservada-aspectos-legais-da-seguranca-publica>. Acesso em 05 de jun. de 2016. DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969. Código de Processo Penal Militar. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm> Acesso em 06 de jun. de 2016. Ministério Público do Paraná. Porque o MP é contra a Pec 37. Disponível em: < http://www.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=4892>. Acesso em 06 de jun. de 2016. Supremo Tribunal Federal. STF fixa requisitos para atuação do Ministério Público em investigações penais. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=291563>.Acesso em 05 de jun. de 2016. VALE, Ionilton Pereira do. O poder de investigação do Ministério Público: possibilidade e limites. Disponível em: <http://ioniltonpereira.jusbrasil.com.br/artigos/140564334/o-poder-de-investigacao-do-ministerio-publico-possibilidade-e-limites>. Acesso em 04 de jun. de 2016. http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%201359
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