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LÍNGUA PORTUGUESA��
LÍNGUA PORTUGUESA����
SUMÁRIO
1. Interpretação de texto	03
Organização textual: relação entre idéias e parágrafos.	08 
Identificação de informações literais e de inferências	09
Elementos de coesão textual	10
Significado de palavras e expressões nos contextos em que ocorrem	12
2. Sintaxe.	13 
Relações de coordenação e subordinação	13
Equivalência de estrutura, incluindo vozes verbais	15
Regência verbal e nominal	17
Crase	19
Concordância nominal e verbal	20
Emprego e significado de nexos	22
Emprego de sinais de pontuação: ponto final, dois-pontos, ponto de interrogação, ponto de exclamação e vírgula	23
3. Morfologia	26
Estrutura e formação de palavras	26
Classes de palavras – aspectos morfológicos e emprego	27
Famílias etimológicas	43
Emprego de tempos verbais dos modos Indicativo e Subjuntivo	43
Flexões de tempo, modo, número, pessoa e gênero	45
4. Aspectos fonéticos e gráficos:	46
Ortografia oficial	46
Acentuação gráfica – regras e aplicação	48
Emprego de maiúsculas	52
TESTES	52
GABARITO	55
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1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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Para estudar um determinado texto, devemos fazê-lo como um todo até adquirir uma visão global, para que possamos dominar e entender a mensagem que o autor pretendia relatar quando escreveu. Os textos de estudos requerem reflexão por aqueles que os estudam e, portanto, a leitura dos mesmos exige um método de abordagem. Devemos compreender, analisar, interpretar e, para isso, temos que criar condições capazes de permitir a compreensão, a análise, a síntese e a interpretação de seu conteúdo.
٭Analisar – decompor um texto completo em suas partes para melhor estudá-las.
٭Sintetizar – reconstituir o texto decomposto pela análise.
٭Interpretar – tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas no texto, isto é, dialogar com o autor.
Antes de analisar um texto, convém sublinhar, esquematizar e resumir.
Como sublinhar:
Sublinhar é passar um traço abaixo de uma palavra ou frase. Hoje, com o emprego do computador, podemos sublinhar de uma outra forma, ora digitando em negrito, ora em itálico. Galliano sugere as seguintes etapas para o leitor sublinhar corretamente:
I – Ler atentamente o texto e questioná-lo, procurando encontrar as respostas para os questionamentos iniciais.
II – Assinalar em uma folha de papel os termos, conceitos, ideias etc, que deverão ser pesquisados após a leitura inicial.
III – Fazer a segunda leitura e, a partir daí, sublinhar a ideia principal, os pormenores mais significativos, enfim, os elementos básicos da unidade de leitura.
A prática possibilitará que o leitor perceba que raramente será necessário sublinhar uma oração inteira. Quase sempre é uma palavra-chave que se apresenta como elemento essencial. Na realidade, a regra fundamental é sublinhar apenas o que é importante para o estudo realizado, e somente depois de estar seguro dessa importância. O correto é que, ao ler o sublinhado, seja possível obter claramente o conteúdo do que foi lido.
Como esquematizar:
Esquematizar é fazer um esquema do que se leu, que na realidade corresponde a uma representação gráfica e sintética do texto. O esquema é montado em uma sequência lógica, que apresenta as principais partes do conteúdo do texto, mediante divisões e subdivisões. Ele facilita a compreensão do texto, permitindo uma reflexão melhor, além de possibilitar a rápida recordação da leitura no caso de consultas futuras. Exemplo:�
�
Como resumir:
O resumo é uma técnica empregada para a condensação de um texto, sendo bastante útil quando há necessidade de uma rápida leitura, para recordar o essencial do que se estudou e a conclusão a que se chegou.
A Norma NB-88, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), define resumo como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto”. Em outras palavras: apresentação sucinta, compacta, sintética, dos pontos mais importantes de um texto, selecionando as principais ideias do autor.
Para fazer um resumo é aconselhável uma primeira leitura, seguida de um esboço do texto, na tentativa de captação da ideia principal. Duas questões deverão ser levantadas: de que trata este texto? O que pretende demonstrar? Acreditamos que ao proceder desta maneira, o estudante identificará a ideia central e os propósitos que nortearam o autor a escrever o texto. Segue-se a este procedimento a tentativa de descoberta das partes principais que estruturam o texto.
Galliano (1986:90) destaca três itens que apresentam as normas práticas de elaboração do resumo:
٭ Não resumir antes de levantar o esquema ou preparar as anotações da leitura.
É praticamente impossível resumir o que não se conhece. Por isso, para elaborar o resumo o estudante deve basear-se em suas anotações prévias e guiar-se pelo esquema do texto. É possível resumir o que se conhece sobre algum assunto. No entanto, resumo de texto implica, necessariamente, fidelidade ao texto original e, neste caso, não se pode confiar na memória.
٭ Ao redigir, usar frases breves, diretas e objetivas.
O resumo tem a finalidade essencial de abreviar. É preciso ser conciso e claro ao transpor o pensamento do autor. Para isso, use as ideias mais importantes do texto, tratando de abrevia-las em poucas palavras e encadeá-las em sequência.
Mas não se deve ser tão conciso no resumo quanto no esquema. Havendo necessidade, as transcrições devem ser feitas e colocadas entre aspas, completando a referência com o número da página entre parênteses, a fim de indicar o local onde se encontra no texto original.
٭ Acrescentar referências bibliográficas e observações de caráter pessoal, sempre que necessário.
Como o esquema, o resumo é também um instrumento de trabalho e deve ser o mais funcional possível. Portanto, pode e deve oferecer, ainda que de maneira concisa, todos os elementos necessários à evocação do que se estudou, sem que seja necessária uma nova leitura do texto original. Como a fidelidade do texto é obrigatória, assegure-se de que fique clara a diferenciação entre o que é resumo do texto e o que é complementar e resultado do estudo, tais como ideias integradoras, referências bibliográficas, e observações de caráter pessoal ou citações de outras fontes.
As regras para a elaboração de um resumo são: 
supressão, generalização, seleção, construção.
A supressão elimina palavras secundárias do texto. Em geral são os advérbios, adjetivos, preposições, e outras, desde que não necessários à compreensão do texto.
A generalização permite substituir elementos específicos por outros genéricos. Por exemplo:
“Em geral as águas frias são ricas em micro-organismos animais e vegetais de vida aquática”.
Generalizando, temos:
“Em geral as águas frias são ricas em plâncton”.
A seleção cuida de eliminar obviedades ou informações secundárias e ater-se às ideias principais. Exemplo:
“Mas periodicamente, por ocasião das festas natalinas, havia um desvio dessa corrente, que infletia para oeste antes de atingir as costas do Peru. Ao mesmo tempo, ventos provindos de oeste traziam ar quente, que causava um aquecimento anômalo das águas costeiras do Peru”.
Selecionando alguns elementos, temos:
“Por ocasião das festas natalinas, as correntes infletidas para o oeste e ventos provindos, também do oeste, traziam ar quente, causando aquecimento das águas costeiras do Peru”.
A construção de uma nova frase (paráfrase), respeitando-se, porém, o conteúdo daquela que lhe deu origem, torna este texto anterior apresentado como:
As águas costeiras do Peru apresentam aquecimento no período natalino, devido a dois fatos: águas correntes que inflete para oeste e ventos com ar quente trazidos desta mesma região.
O resumo difere do esquema quanto à forma de apresentação, mas ambos apresentam a mesma finalidade: sintetizar as ideias do autor, mantendo fidelidade.
Os tipos de resumo são: indicativo ou descritivo, informativo ou analítico, e crítico. Ele é indicativoou descritivo, quando faz referência às partes mais importantes, componentes do texto. Esta forma de resumo utiliza frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra. Não é simples enumeração do sumário ou índice do trabalho e não dispensa a leitura do texto completo, pois apenas descreve sua natureza, forma e propósito. Conforme Medeiros (1997:119), o resumo do tipo indicativo caracteriza-se como um sumário narrativo, que elimina dados qualitativos e quantitativos e refere-se às partes mais importantes do texto. O resumo informativo ou analítico é mais amplo do que o indicativo contém todas as informações principais apresentadas no texto e permite a dispensa da sua leitura. Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do autor, salientando:
٭ os objetivos e o assunto (a menos que se encontre explicitado no título);
٭ os métodos e as técnicas (descritivas de forma concisa, exceto quando um dos objetivos do trabalho é a apresentação de novas técnicas);
٭ os resultados e as conclusões.
Este tipo de resumo não deve conter comentários pessoais ou julgamento de valor, do mesmo modo que não deve formular críticas. Deve ser seletivo e não mera repetição sintetizada de todas as ideias do autor. Utilizam-se, de preferência, as próprias palavras de quem fez o resumo, e quando citam-se as do autor, estas são apresentadas entre aspas. Ao final do resumo, deve-se indicar as palavras-chaves do texto e evitar expressões como: o autor disse, o autor falou, segundo o autor ou segundo ele, a seguir, este livro (ou artigo, ou documento) e outras do gênero. Ou seja, todas as palavras supérfluas. Nesse tipo de resumo deve-se dar preferência à forma impessoal.
O resumo crítico é aquele onde se efetua um julgamento sobre o trabalho. É a crítica da forma, no que se refere aos aspectos metodológicos; do conteúdo, quanto ao desenvolvimento da lógica da demonstração; da técnica da apresentação das ideias principais. No resumo crítico não pode haver citações. Medeiros (1997:120) enfatiza que o resumo crítico também é denominado de resenha e compreende a análise e interpretação de um texto.
Segundo a NB 88, da ABNT, deve-se evitar o uso de parágrafos no meio do resumo. Portanto, o resumo é constituído de um só parágrafo.
Análise de Texto:
É necessário o leitor relembrar que análise significa estudar um todo, dividindo em partes, interpretando cada uma delas, para a compreensão do todo. Quando se faz análise de texto, penetramos na ideia e no pensamento do autor que originou o texto. Para que o estudo do texto seja completo, temos que decompô-lo em partes e, ao fazê-lo, estamos efetuando sua análise.
Para a análise do texto, Galliano (1986:91), apresenta um esquema que inclui:
Análise Textual – leitura visando obter uma visão do todo, dirimindo todas as dúvidas possíveis, e um esquema do texto.
Análise Temática – compreensão e apreensão do texto, que inclui: ideias, problemas, processos de raciocínio, comparações e esquema do pensamento do autor.
Análise Interpretativa – demonstração dos tipos de relações entre as ideias do autor em razão do contexto científico e filosófico, de diferentes épocas, e exame crítico e objetivo do texto: discussão e resumo.
Severino (2000:54) elaborou um modelo de análise de texto, com o acréscimo de mais dois itens: problematização e síntese pessoal.
A problematização consiste no levantamento dos problemas e discussão, enquanto a síntese pessoal trata da reunião dos elementos de um todo, após a reflexão.
 “A análise do texto ou a maneira de estudá-lo depende sempre do fim a que se destina. Os textos de estudo de caráter científico requerem, por parte de quem os analisa, um método de abordagem e certa disciplina intelectual”. Afirmam ainda que a análise do texto tem como objetivo levar o estudante a:
٭ aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto:
٭ reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;
٭ interpretar o texto, familiarizando-se com ideias, estilos, vocabulários;
٭ chegar a níveis mais profundos de compreensão;
٭ reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário ou acessório; 
٭ desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas:
٭ encontrar as ideias principais ou diretrizes e as secundárias;
٭ perceber como as ideias se relacionam;
٭ identificar as conclusões e as bases que as sustentam.
Análise Textual:
Para efetivar a análise textual, inicialmente o leitor deve ler o texto do começo ao fim, com o objetivo de uma primeira apresentação do pensamento do autor. Não há necessidade dessa leitura ser profunda. Trata-se apenas dos primeiros contatos iniciais, quando se sugere que já sejam feitas anotações dos vocábulos desconhecidos, pontos não entendidos em um primeiro momento, e todas as dúvidas que impeçam a compreensão do pensamento do autor. Após a leitura inicial, o leitor deve esclarecer as dúvidas assinaladas que, dirimidas, permitem que o leitor passe a uma nova leitura, visando a compreensão do todo. Nesta segunda leitura, com todas as dúvidas resolvidas, o leitor prepara um esquema provisório do que foi estudado, que facilitará a interpretação das ideias e/ou fenômenos, na tentativa de descobrir conclusões a que o autor chegou.
Para Galliano (1986:92), um melhor entendimento da análise textual é “informar-se melhor a respeito do autor. Frequentemente uma pesquisa em boas enciclopédias é suficiente para a obtenção de dados muito úteis ao estudo, pois costuma oferecer referências valiosas sobre a vida, a obra e, quando é o caso, a doutrina do autor. Ao mesmo tempo, o estudante deve aproveitar a oportunidade para resolver as ambiguidades e dúvidas que por acaso persistirem em determinados conceitos ou ideias expostas no texto e cuja compreensão deixou a desejar. Muitas vezes as enciclopédias também apresentam pequenos resumos de obras específicas, dando destaque e explicitando seus elementos fundamentais, o que ajuda consideravelmente a elucidar questões surgidas durante a leitura. Se o texto faz referência a outros elementos que o estudante não domina, tais como fatos históricos, obras, doutrinas, autores etc., é ainda indispensável que obtenha os esclarecimentos requeridos. Para isso deve recorrer aos dicionários gerais e especializados, enciclopédias, manuais didáticos, apostilas, enfim, às obras de referência que se façam necessárias, ou consultar especialistas da área em foco”. Severino (2000:51) aborda a análise textual através da leitura, visando o levantamento de todos os elementos importantes do texto, ou seja, credenciais do autor, metodologia, estilo, vocabulário, fatos, autores e doutrinas.
Análise Temática:
A análise temática vem logo após a análise textual, cuja finalidade é compreender profundamente o texto. Nesta etapa o leitor ainda não interpretará o texto, preocupando-se apenas em aprender, sem discutir nem debater com o autor. Questiona e procura respostas. Nesta análise o leitor deverá descobrir a ideia principal, diretriz do trabalho do autor, tarefa nem sempre fácil, visto que, às vezes, ela não está incluída no título do texto, dificultando a percepção através da leitura do sumário ou do índice da obra. Quando a diretriz não está clara, o leitor deve investigar, e Galliano (1986:93) sugere que a maneira mais prática de se encontrar a temática do texto é durante a leitura, quando se busca permanentemente respostas para as perguntas:
٭ De que trata este texto?
٭ O que mantém sua unidade global?
Nem todos os textos são redigidos com clareza, alguns são até confusos. Nesses casos, o leitor tem que procurar o processo do raciocínio do autor, e reconstituí-lo esquematicamente, fornecendo a representação gráfica do que vem a ser, conforme Galliano (1986:93), a “coluna vertebral” do texto. Este esquema pode ser diferente do realizado na primeira leitura, durante a análise textual, que após obtido, possibilitará a compreensão de todo o conteúdo essencial expostopelo autor no desenvolvimento do seu problema.
A análise temática estará concluída quando o leitor conseguir estabelecer, com segurança, o esquema definitivo do pensamento do autor, evidenciando que realmente aprendeu o conteúdo do texto.
Para Severino (2000:53), a análise temática trata da apreensão do conteúdo, isto é, tema, problema, ideias (central e secundárias), raciocínio e argumentação. É importante a análise para a elaboração de resumos e organogramas.
Análise interpretativa:
Esta análise visa a interpretação do texto. “Interpretação é processo, num primeiro momento, de dizer o que o autor disse, parafraseando o texto, resumindo-o; é reproduzir as ideias do texto. Num segundo momento, entende-se interpretação como comentário, discussão das ideias do autor”. 
Nas duas análises anteriores, o leitor “ouviu” o autor, mas na análise interpretativa já há um “diálogo”, levando aquele a tomar uma posição própria a respeito das ideias deste. É o momento do leitor também apresentar suas ideias. 
Para realizar a análise interpretativa de um texto, Galliano (1986:94) sugere o seguinte procedimento:
٭ Não se deixe tomar pela subjetividade;
٭ Relacione as ideias do autor com o contexto filosófico e científico de sua época e de nossos dias;
٭ Faça a leitura das “entrelinhas” a fim de inferir o que não está explícito no texto;
٭ Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto.
Essa posição tem de estar fundamentada em argumentos válidos, lógicos e convincentes;
٭ Faça o resumo do que estudou;
٭ Discuta o resultado obtido no estudo.
Ao finalizar a análise interpretativa, com certeza, o leitor terá adquirido conhecimento qualitativo e quantitativo sobre o tema estudado.
A análise interpretativa conduz o leitor a atuar como crítico do que o autor escreveu.
Lakatos e Marconi não consideram os três tipos de análises separadamente, mas simplesmente “análise de texto”. Orientam, portanto, o seguinte procedimento para realizá-la:
٭ Escolhida a obra ou selecionado o texto, que deve ter sentido completo, procede-se à leitura integral do mesmo, para se ter uma visão do todo;
٭ Reler o texto, assinalando ou anotando palavras ou expressões desconhecidas, valendo-se de um dicionário para esclarecer seus significados;
٭ Dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando a compreensão do todo. Se necessário, consultar fontes secundárias;
٭ Tornar a ler, procurando a ideia principal ou palavra-chave, que pode estar explícita no texto; às vezes, confundida com aspectos secundários ou acessórios;
٭ Localizar acontecimentos ou ideias, comparando-os entre si e procurando semelhanças e diferenças existentes;
٭ Agrupá-los pelo menos por uma semelhança importante e organizá-los em ordem hierárquica de importância;
٭ Interpretar as ideias e/ou fenômenos, tentando descobrir conclusões a que o autor chegou.
É comum encontrarmos alunos se queixando de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. 
No texto literário, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não-literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar com mais proficiência.
1º - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas. Não fique chateado com comentários desagradáveis.
2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
3º - Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas.
4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
5º - Leia verdadeiramente. Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a seguir, sobre os estudantes brasileiros. 
6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.
7º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do texto. 
8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:
Texto:
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
- Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses.
b) os negros.
c) os índios.
d) tanto os índios quanto aos negros.
e) a miscigenação de portugueses e índios.
Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.
9º - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir. 
a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
c) Os alunos dedicados passaram no vestibular.
d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.
e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
Explicações: 
a) Diego fez sozinho o trabalho de artes.
b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se dedicaram, restringindo o grupo de alunos.
d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
e) Marcão é chamado para cantar.
f) Marcão pratica a ação de cantar.
10º - Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele.
"Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescente com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor." (VEJA, p. 63, 11 maio 2005.)
Frase para análise.
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno.
1 – Não é mencionado que a escola seja da rede privada.
2 – O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério.
11º- Atenção ao uso da paráfrase (re-escritura do texto sem prejuízo do sentido original).
Veja o exemplo: 
Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava também.
A frase parafraseada é:
a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei parauma loira e ela também me olhou.
b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de uma loirona.
c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar.
d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me olhar também.
Resposta: Letra C.
A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas.
a) substituição de locuções por palavras;
b) uso de sinônimos;
c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
d) converter a voz ativa para a passiva;
e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses).
12º- Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases.
Exemplos
a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores.
c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.
d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.
Explicações:
a) Certos alunos = qualquer aluno
b) Alunos certos = aluno correto
c) Alunos determinados = alunos decididos
d) Determinados alunos = qualquer aluno
A capacidade comunicativa que permite ao usuário de uma língua compreender e produzir textos surge na infância mas pode, deve e tem de ser alargada ao longo da vida. Quem acha que tudo o que se pode aprender em leitura se esgota no Primeiro Grau pensa que ler é operação destinada apenas a decodificar signos linguísticos e descobrir um sentido único para o texto.
No entanto, o leitor não só recebe sentidos do texto, como também lhe atribui sentidos: ele dialoga com o autor. E mais: para interpretar o texto e atribuir-lhe significado, lança mão de conhecimentos extralinguísticos: do mundo, do assunto em questão, de outros textos que contribuem para sua interpretação. Em suma, o leitor torna-se mais eficiente à medida que lê mais, de maneira cada vez mais ativa e inquisidora.
O texto é uma apreensão da realidade.
Interpretar é o modo de ler, usufruindo o texto naquilo que ele tem de significativo. Para chegar à apreensão de tudo o que o texto oferece, há, naturalmente, um caminho a seguir. Justamente esse trajeto é o grande problema do aluno.
Assim, adote os seguintes passos para uma boa compreensão de textos:
Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para encontrar a resposta correta; 
Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se destacar as palavras e expressões-chave. 
É necessário limitar-se às informações contidas no texto. 
Tente compreender o texto, fragmentando-o em parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais fácil interpretar. 
Sempre restam duas alternativas consideradas possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova leitura.
São variados os textos para interpretação.
Basicamente, todos os textos oferecem cinco alternativas das quais somente uma nos interessa. Essa alternativa poderá referir-se:
à significação de palavras;
à identificação de uma ideia (entre várias) do texto;
à ideia básica (síntese) do texto.
Texto é a palavra que “designa um enunciado qualquer falado ou escrito, longo ou curto, velho ou novo”.
O texto constitui uma unidade dupla: temática (o mesmo assunto) e estrutural (organização das partes, isto é, as partes aparecem sequenciadas e interligadas).
A finalidade de um texto é a transmissão de uma mensagem, uma vez que ambas as unidades - a temática e a estrutura - formam um todo significativo apto a introduzir interação comunicatória.
Um texto gira em torno de um assunto. Sobre esse assunto, há uma ideia principal e uma ou algumas ideias secundárias, ao interpretar o texto, é preciso que o raciocínio trabalhe sobre essa ideia ou ideias secundárias. É necessário que todo o raciocínio empregado na interpretação do texto baseie-se unicamente no texto.
A estrutura e a composição do parágrafo se relacionam com as ideias que queremos expressar. Temos ideias reunidas num parágrafo, quando elas se relacionam entre si pelo seu sentido. Dentro do mesmo parágrafo podemos ter diferentes ideias, desde que elas, reunidas, formem uma ideia maior. São qualidades principais do parágrafo, a unidade e a coerência.
O período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se ampliando nos posteriores, forma um sentido completo.
Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma borboleta amarela. (Rubem Braga)
Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma ideia. O segundo, tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um bloco homogêneo, o parágrafo.
O período pode ser simples (como, no exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou composto (como a frase: “Passou roçando (...) borboleta amarela”). No período simples temos apenas uma oração, no período composto temos várias orações articuladas entre si.
A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do estilo de quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos.
Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos tornamos homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada do ano... Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afinal, o espírito dos feriados.
(Carlos Drummond de Andrade)
Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os períodos curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram frequentes e abundantes, como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar:
	Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um faceiro capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de verdura concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva necessária para fecundar as vastas planícies.
O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em última análise, de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se pode perder quem utiliza períodos muito longos.
No período composto os pensamentos podem se articular por coordenação ou subordinação.
Dicas de Interpretação 
Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (=argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta).
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, 
e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.
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ORGANIZAÇÃO TEXTUAL:
RELAÇÃO ENTRE IDÉIAS E PARÁGRAFOS
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Pensemos em um livro. Vamos supor que ele seja escrito em linguagem conceitual. Esse livro tem vários capítulos e apresenta-se com clareza e boa organização. Como o autor conseguiu isso? Com certeza ele tem bom domínio do conteúdo e estruturou suas ideias em uma sequência que garante a clareza. O livro é dividido em capítulos e cada um deles se organiza em parágrafos. Estes, por sua vez, são compostos por períodos, nos quais se alojam as ideias. É possível, então, reconhecer vários níveis de organização das ideias. Não importa a extensão do conteúdo. O autor deverá ter sempre a capacidade de estruturar suas ideias. Sem isso, sua obra não será compreensível. Ou seja, não é suficiente que se tenha bom domínio do conteúdo e conhecimento das estruturas de organização do texto. É preciso ter uma boa estrutura de ideias. E para isso é necessário planejar bem o texto. 
1. Ideia e estrutura 
Ideia refere-se a conteúdo. Uma sequência de ideias está relacionada com a estrutura. É o conhecimento do assunto que indicará o que é essencial ou principal em um texto ou em uma obra. A sequência de ideias começa a ser definida quando optamos pela estrutura do ensaio e se completa na organização dos parágrafos. 
2. Conteúdo e estrutura 
O planejamento de um texto é a maior garantia para se obter uma boa estrutura de ideias. Do mesmo modo que um escritor planeja um livro prevendo partes, capítulos e subtítulos, é possível planejar um texto menor prevendo seus parágrafos. 
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	Mesmo em um texto pequeno, as ideias principais podem ser reunidas em um resumo, numa síntese ou em uma sequência de itens. Se a síntese do conteúdo for feita com a previsão dos trechos do texto, provavelmente estarão sendo definidas as ideias centrais dos parágrafos.
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3. Parágrafo e estrutura 
Ao definir as ideias centrais do parágrafo, começa a ficar claro para quem escreve, e para o futuro leitor, a relação entre conteúdo e estrutura do texto. 
Quando considerados elementos que relacionam conteúdo e estrutura de ideias, os parágrafos não são aleatórios. 
Portanto, os parágrafos não são resultado apenas de regras preestabelecidas sobre sua construção. Eles são decorrência natural da necessidade de distribuir bem o conteúdo no texto e também uma forma de valorizar as ideias principais desse conteúdo. 
4. Ideias secundárias
Um texto contém muito mais ideias secundárias do que ideias principais. Os conteúdos das ideias secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não flui — torna-se pesado. Na verdade, não é possível escrever um texto sem as ideias secundárias. 
Para lembrar:
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	As ideias secundárias funcionam como atores coadjuvantes. Cumprem um papel secundário, mas imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio que o autor tem dessas ideias.
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Colocadas em excesso, as ideias secundárias dificultam a compreensão do essencial. Mas quando há ideias de menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As ideias secundárias são dispensáveis somente quando queremos fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo. 
Familiarizados com o tema a ser desenvolvido, elencadas todas as ideias a serem discorridas... finalmente estamos aptos a começarmos nossa produção. Mas ainda resta outro detalhe de extrema relevância – a eficácia do texto dependerá da forma pela qual estas ideias se apresentarão mediante o transcorrer do discurso. 
Partindo deste pressuposto, temos a noção de quão importante é a estruturação dos parágrafos, que permitem que o pensamento seja distribuído de forma lógica e precisa, com vistas a permitir uma efetiva interação entre os interlocutores. Obviamente que outros fatores relacionados à competência linguística do emissor participam deste processo, entre estes: pontuação adequada, utilização correta dos elementos coesivos, de modo a estabelecer uma relação harmônica entre uma ideia e outra, dentre outros. 
Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da folha, atribuído por um conjunto de períodos que representam uma ideia central em consonância com outras secundárias, resultando num efetivo entrelaçamento e formando um todo coeso. Quanto à extensão, é bom que se diga que não se trata de uma receita pronta e acabada, visto que a habilidade do emissor determinará o momento de realizar a transição entre um posicionamento e outro, permitindo que o discurso seja compreendido em sua totalidade. 
Em se tratando de textos dissertativos, normalmente os parágrafos costumam ser assim distribuídos: 
* Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética e definida pelos objetivos aos quais o emissor se propõe. 
* Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, reconhecidas na exposição dos argumentos com vistas a reforçar e conferir credibilidade ora em discussão. 
* Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los de forma plausível. Pode, na maioria das vezes, constar-se de uma solução por parte do emissor no que se refere ao instaurar dos fatos. 
Quanto aos textos narrativos, os parágrafos costumam ser caracterizados pelo predomínio dos verbos de ação, retratando o posicionamento dos personagens mediante o desenrolar do enredo, bem como pela indicação de elementos circunstanciais referentes à trama: quando, por que e com que ocorreram os fatos. 
Nesta modalidade, a ocorrência dos parágrafos também se atribui à transcrição do discurso direto, em especial às falas dos personagens. 
Referindo-se aos textos descritivos, sua utilização está relacionada pela minuciosa exposição dos detalhes acerca do objeto descrito, representado por uma pessoa, objeto, animal, lugar, uma obra de arte, dentre outros, de modo a permitir que o leitor crie o cenário em sua mente. 
Colaborando na concretização destes propósitos, sobretudo pela finalidade discursiva – visando à caracterização de algo –, há o predomínio de verbos de ligação, bem como do uso de adjetivos e de orações coordenadas ou justapostas.
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IDENTIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES LITERAIS E DE INFERÊNCIAS 
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Num sentido mais amplo, interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas.
Ora, sabe-se que a verdadeira aprendizagem é realmente válida na medida em que se atinja, de modo permanente, a constituição de estruturas mentais. Embora a forma adotada pelos órgãos responsáveis na elaboração de provas (concursos, ...) possa merecer reparos, posto que as questões formuladas a partir de textos já vêm “mastigadas”, impedindo muitas vezes que o estudante reelabore o que leu, ainda assim, esse tipo de avaliação propicia de modopositivo o exercício da inteligência, da relação, da empatia, pois o texto é, ao mesmo tempo, representação e interpretação de uma realidade.
No entanto, o que ocorre com a interpretação de um texto nada mais é do que a reprodução de experiências que, diariamente, vivenciamos. Qualquer pessoa, de modo natural, é capaz, quando solicitada, de manifestar-se positivamente em face de uma situação. Todavia, se essa mesma colocação for feita por meio de um texto, fatalmente haverá uma reação e a coisa em si, de simples, passará a ser encarada como difícil.
De modo geral, um texto é constituído por mais de uma frase. Há, em cada frase pequena ou grande - certa dose de informação. Como sabemos, as frases estão interligadas e, de tal maneira interligadas que um conteúdo informativo já apresentado numa frase cria condições para estruturar o conteúdo informativo que estará contido na frase seguinte, desde que haja um relacionamento entre as duas frases. Também a informação existente numa frase pode apontar para uma informação já conhecida ou a conhecer. No primeiro caso, estamos diante de uma anáfora, no segundo caso, diante de uma catáfora. Obtida uma informação, denomina-se informação contextual ou, como preferem alguns, co-texto aquela informação que vem antes da informação obtida, ou que vem depois da informação obtida, ou que vem antes e depois da informação obtida.
Intencionalidades são as intenções existentes na linguagem, estejam elas implícitas ou explícitas. Para falarmos e sermos compreendidos, para interagirmos com outras pessoas por meio de palavras, precisamos ter domínio de um tipo particular de código - a língua. No nosso caso, falamos a língua portuguesa.
Para falar uma língua não basta conhecer seu vocabulário; é necessário também ter domínio de suas leis combinatórias. Vejamos porque. Não podemos, por exemplo, conhecer o sentido de cada uma das palavras desta frase:
- Bem vai olá como tudo?
Mas ela nada significa para nós porque nela não foram respeitadas as leis de combinação das palavras. Observe como muda o sentido da frase, se combinarmos as mesmas palavras desta forma:
- Olá, como vai, tudo bem?
Assim, concluímos que: a língua é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por maio do qual as pessoas se comunicam e interagem.
Quando não há a comunicação de forma plena o leitor (no caso da escrita), ou o ouvinte (no caso da fala) não entendeu as intenções do autor. Para haver a comunicação, além de se conhecer o vocabulário e as leis combinatórias, necessitamos perceber a situação em que se dá a comunicação, isto é, ter consciência do contexto.
Contexto, então é, a situação de comunicação em que se dá a produção da linguagem, isto é, o conjunto de elementos que atuam quando falamos, tais como: quem fala, o que fala, com quem fala, quando, onde e como fala e, finalmente, com que intenção fala.
Para interpretar um texto, precisamos ser capazes não apenas de entender o que se lê, mas também de perceber a intenção do que está escrito, notando o que está implícito no texto.
É preciso ter muito cuidado para não se envolver emocionalmente; mantenha um distanciamento crítico e objetivo em relação a mensagem.
Ainda que você não concorde com o posicionamento do autor, não é o momento para discordar. Procure ater-se a informação apresentada, sem se deixar perturbar por outras idéias. As respostas às questões interpretativas exigem imparcialidade do leitor.
É preciso sempre considerar o significado da palavra dentro do texto e não o seu conteúdo individual.
Como deve ser de seu conhecimento, uma mesma palavra pode ter muitos significados. Veja o caso de palavras como MANGA, PENA, etc.
Assim como elas, outras palavras também têm seu significado determinado conforme o objetivo do autor ou o “espírito” do texto.
Uma palavra sempre deve ser analisada em função de sua posição dentro do texto. O mesmo pode ser dito em relação as expressões.
Na nossa vida cotidiana estamos sempre sendo solicitados a dar nossa opinião sobre os mais variados assuntos: na vida afetiva, profissional, familiar, política e religiosa. Sobre todos os assuntos sempre temos nosso ponto de vista, nossas idéias, nosso modo de encarar e julgar.
E fazemos isso a toda hora, em conversas, diálogos, debates, discussões, entrevistas. Isso na linguagem oral, na fala. Na linguagem escrita também podemos perceber e emitir pontos de vista, idéias e opiniões.
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ELEMENTOS DE COESÃO TEXTUAL
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Esses termos referem-se à trama e ao encadeamento semânticos, respectivamente, de um texto. Para definirmos de maneira mais específica, podemos dizer que a coesão é uma forma de recuperar, em uma sentença B, um termo presente na sentença A.
Vejamos um exemplo:
	“Pegue algumas peras. Coloque-as sobre a mesa.”
Nesse caso, o elemento responsável pela coesão textual, ou seja, pela ligação existente entre as duas orações é o pronome as, porque ele recupera, semanticamente, na segunda sentença, o termo algumas peras.
Quando se trata de coesão e textualidade, o mais comum, no que se refere a um texto, é o uso de mesmo e referido, para a coesão. Ex.: 
Pegue algumas peras. Coloque as mesmas sobre a mesa.
	João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do celibato.
O uso das palavras mencionadas acima, todavia, é um procedimento desagradável, que pode e deve ser evitado, pois a língua dispõe de muitos outros recursos para constituir a textualidade. Mesmo, referido, ou expressões semelhantes são recursos que evidenciam a pobreza vocabular do autor, além de afetar a qualidade do texto. Ex.:
	João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a Igreja continua a favor do celibato.
Essa coesão pode ser feita através de sinônimos. Ex.: João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na capital da Polônia, o Papa disse que a Igreja ...
Uma outra maneira de obter coesão é através do uso da metonímia (empregar uma parte para significar um todo). Ex.:
O presidente Reagan (1) deverá reunir-se ainda nesta semana com o premier Gorbatchev (2). Fontes bem-informadas acreditam, entretanto, que não será ainda desta vez que Moscou (2) cederá as pressões da casa Branca (1).
(1) Representam o governo americano.
(2) Representam o governo soviético.
Em se tratando de Brasil, podemos dizer, o Planalto ainda não decidiu sobre as novas medidas econômicas ou Brasília é contra o acordo.
Observe um último exemplo em três versões:
	“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os automóveis mais caros. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras de automóveis tem prejuízo.”
Através de sinônimos, podemos obter o seguinte texto:
	“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências têm prejuízo.”
Usando o recurso da elipse, obtemos outra versão:
	“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando-os para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.”
Cabe ainda salientar que:
Coerência é a ligação, a harmonia, a conexão ou o nexo entre os fatos ou as idéias dentro de um texto.
Coesão é o conjunto de recursos lingüísticos responsáveis pelas ligações que se estabelecem entre as partes de uma frase, entre as orações de um período ou entre os parágrafos de um texto. Em outras palavras, coesão é a costura necessária para que as partes componham harmonicamente o todo.
Existem dois tipos de coesão: a referencial e a seqüencial.
A coesão referencial permite a recuperação de termos do texto, evitando repetições. Os pronomes, os advérbios ou locuções adverbiais e os sinônimos são os recursos lingüísticos mais usados no estabelecimento da coesão referencial.A coesão seqüencial permite a ordenação das idéias num encadeamento lógico, compreensível.
Este tipo de coesão utiliza, na maioria das vezes, os conectivos: as preposições ou locuções prepositivas e as conjunções ou locuções conjuntivas. O uso correto dos tempos verbais e do vocabulário pertinente ao assunto também ajuda na seqüência de idéias.
Em um mesmo texto podemos encontrar recursos de coesão referencial e seqüencial.
As frases são os blocos de idéias, que precisam ser estruturados adequadamente, como os blocos de tijolos em uma construção, para que seu texto realmente fique de pé. A organização das frases representa a organização de suas próprias idéias.
Para isso é preciso que haja, no texto, coerência e coesão, conforme explicitado acima e que dependem do nosso pensamento, o qual funciona basicamente por dois tipos de raciocínio:
INDUÇÃO — que vai de uma parte ao todo
DEDUÇÃO — que vai do todo a uma parte
A indução é o raciocínio próprio aos investigadores (criminais, por exemplo) e cientistas pesquisadores.
A dedução é uma forma mais segura de raciocinar, porque ela é baseada em dados mais abrangentes e já aceitos. Por isso, é possível transformá-la numa espécie de fórmula, que nos permite avaliar mais facilmente se determinado raciocínio foi realizado de maneira correta. Essa fórmula é conhecida como silogismo.
Não é por ser mais seguro que nós só empregaremos o raciocínio dedutivo. Quando nos faltam informações (como os dados concretos para os cientistas, ou as pistas de um crime para o detetive), temos necessariamente de empregar o raciocínio indutivo. Imagine, por exemplo, que um médico pesquisador ache que descobriu um remédio que cure a AIDS (ou outra enfermidade qualquer). Ele não pode afirmar que seu remédio funciona sem testá-lo. Para isso, ele deverá ministrar o medicamento a um certo número de doentes. Se ele tratar de 100 doentes com seu remédio, e todos ficarem curados, ele poderá induzir que encontrou a cura para a AIDS. Não se trata de dedução porque ele fez a experiência em apenas 100 doentes, e não em todos os milhões do mundo todo. Trata-se de uma legítima indução porque é possível imaginar que um grande número de outros pacientes também possa se curar, ainda que a tentativa falhe para alguns.
Como vimos anteriormente, a coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças de um texto. Há ainda, um outro mecanismo que cuida da ligação sintática das sentenças: é a articulação sintática, e pode ser de:
OPOSIÇÃO - quando se faz por meio de dois processos:
a coordenação adversativa;
a subordinação concessiva.
- empregando os seguintes articuladores (conjunções):
- mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
- embora, ainda que, apesar de, conquanto,
Vejamos alguns casos:
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões, mas as jóias ainda não foram recuperadas.
( no lugar de mas poderíamos usar qualquer um outro articulador da coordenação adversativa, em outras posições.
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões; as jóias, entretanto, ainda não foram recuperadas.
	... as jóias ainda não foram, entretanto, recuperadas.
	... entretanto, as jóias ainda não foram recuperadas.
	Utilizando articuladores de subordinação concessiva podemos conseguir um bom efeito. 
	Ex.: Embora a polícia tenha conseguido prender todos os ladrões, as jóias ainda não foram recuperadas.
	Apesar de a polícia ter conseguido prender todos os ladrões, as jóias ainda não foram recuperadas.
	Observe o seguinte: quando empregamos conjunções concessivas, o verbo da oração subordinada está no modo subjuntivo, o que não ocorre no uso de locuções prepositivas (apesar de, a despeito de, não obstante), pois, nesse caso, o verbo vai para o infinitivo.
Quando empregar uma ou outra?
	A coordenação adversativa, quando empregada, faz um encaminhamento argumentativo contrário ao da oração anterior frustrando a expectativa do destinatário.
Imaginemos uma situação em que determinada pessoa tenha solicitado um empréstimo bancário e, voltando ao banco para saber sobre a aprovação do cadastro obtém a seguinte resposta:
	- Fizemos um grande esforço para conceder-lhe este empréstimo.
Até esse momento da frase ele não sabe se conseguiu ou não o empréstimo; a conclusão poderá ser ou não favorável.
	. . . portanto, você poderá levar, ainda hoje, o dinheiro.
	ou
	. . . mas você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.
Utilizando um articulador subordinativo concessivo:
	Ex.: Embora tenhamos feito um grande esforço para conceder-lhe o empréstimo, você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.
CAUSA - principais articuladores sintáticos de causa:
* Conjunções e locuções conjuntivas (o verbo e conjugado normalmente): porque, pois, como, por isso que, já que . . 
* Preposições e Locuções Prepositivas (verbo assume a forma de infinitivo): por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em conseqüência de, . . .
Ex.: Não fui visitá-lo, porque estava com pressa de voltar.
Não fui visitá-lo, em virtude de estar com pressa de voltar.
	ou
Em virtude de estar com pressa de voltar, não fui visitá-lo.
CONDIÇÃO - o principal articulador de condição é o se; leva o verbo para o futuro do subjuntivo ou para o presente do indicativo com valor de futuro. Ex.: 
Se você enviar hoje, poderei receber amanhã.
Se você enviar hoje, posso receber amanhã.
Outros articuladores de condição: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. Ex.: 
Caso você envie hoje, poderei receber amanhã.
 (pres. Subj.)
A menos que você preste atenção, vai errar.
(Observe que o advérbio não é desnecessário.)
FIM - a forma mais comum de manifestar finalidade é utilizando preposição para. HÁ, ainda: a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de, etc. Ex.: 
	Os preços precisam subir, para que haja uma recuperação dos custos.
	Os preços precisam subir, para haver uma recuperação dos custos.
	Jorge promoveu Jonas, com o objetivo de angariar mais votos.
CONCLUSÃO - Logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), de modo que, .... Ex.: 
	Ele vendeu a moto, logo só poderá viajar de ônibus.
	Aníbal comprou um carro, poderá, pois, viajar mais cedo.
	Aníbal comprou um jatinho, de modo que poderá visitá-lo com maior freqüência. 
	Há, ainda, uma forma de articulação que usa simplesmente o verbo gerúndio sob forma de orações reduzidas. Ex.:
	Estando com pressa de voltar, não fui visitá-la. (causa)
	Enviando hoje, poderei receber amanhã. (condição)
	Jorge promoveu Carlos, objetivando angariar mais votos. (fim)
VEJA A QUESTÃO COMENTADA:
Leia o trecho abaixo.
O berço de Mílton Dias é Ipu. Ele nasceu na pequena rua da Goela do seu torrão natal. O município tem 403 km2 e fica a 391 km de Fortaleza. A cidade da bica em que Iracema, de Alencar, se banhava está na região norte do Estado e seu padroeiro é São Sebastião. A bica do Ipu é uma queda d’água que surge por entre o Despenhadeiro da Morte e desprende-se de uma altura de 180m, formando um “Véu de Noiva” que encanta a todos os visitantes da pequena localidade do Ceará.
As expressões que retomam, no texto, a expressão “o berço” são:
A)	Ipu – município – região norte – “Véu de Noiva” – pequena localidade do Ceará.
B)	torrão natal – município – bica do Ipu – Despenhadeiro da Morte – “Véu de Noiva”.
C)	Ipu – torrão natal – município – cidade da bica – pequena localidade do Ceará.
D)	pequena rua – torrão natal – município – bica do Ipu – “Véu de Noiva”.
E)	Ipu – torrão natal – município – região norte – pequena localidade do Ceará.
Comentário - A questão trata de leitura, precisamente coesão referencial. O candidato deve ser capaz de identificar as expressões que se referem a "o berço". Está correta a opção C. O berço é retomado no texto pelas expressões"Ipu", "torrão natal , "município", "cidade da bica" e "pequena localidade do Ceará". "Região Norte", nas opções A e E, não retoma "berço", porque o segundo está localizado no primeiro, mas não o substitui. Do mesmo modo, "Véu de Noiva", nas opções A, B e D, retoma o termo "bica do Ipu"e não, "berço". "Despenhadeiro da Morte", na opção B, também não retoma "berço", refere-se ao local onde fica a bica do Ipu. Finalmente, "pequena rua", na opção D, refere-se a uma rua da cidade onde o escritor nasceu e não à cidade onde nasceu.
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SIGNIFICADO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES NOS CONTEXTOS EM QUE OCORREM
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A interpretação de um texto, para ser bem feita, pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem.
Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa, sua intenção é colocar ou comprovar uma idéia - ao contrário de um texto literário, que procura provocar sentimentos, enredos.
Num concurso, o texto pode servir a dois objetivos distintos: para a interpretação de texto através de respostas ou como proposta para a redação.
Quando se tratar de responder as questões interpretativas, há alguns elementos que são comuns aos textos e se apresentam, normalmente da seguinte forma:
a) a idéia básica do texto:
O que o autor pretende provar com este texto?
Se você interpretar corretamente, a resposta será a idéia básica. Ela pode estar claramente estampada na frase-chave (se for um texto dissertativo), ou, então pode ser depreendida através da leitura de todo o texto.
b) os argumentos:
O autor usa a argumentação com o objetivo de reforçar a idéia básica.
Os argumentos apresentam-se como afirmações secundárias, idéias e afirmações que o autor usa para convencer o leitor quanto a validade de sua tese.
Muitas vezes, o autor também usa a exemplificação e as citações de outros autores como recurso argumentativo.
c) as objeções:
Normalmente, o autor já conhece a contra-argumentação e apresenta-a para então rebatê-la. É como se o autor estivesse tentando adivinhar as objeções que o leitor possa fazer quanto a validade de seu pensamento. Através desse recurso, o escritor pode tornar mais consistente e convincente a argumentação.
Além disso, a melhor forma de realizar um bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas:
1 - Leitura atenta do texto, procurando focalizar o seu núcleo, a sua idéia central.
2 - Reconhecimento dos argumentos que dão sustentação à idéia básica.
3 - Levantamento das possíveis objeções à idéia básica.
4 - Levantamento das possíveis exemplificações usadas para reforçar a idéia central.
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2. SINTAXE
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
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Coordenada ou coordenada inicial / coordenada assindética
É a oração que dá início ao período composto exclusivamente por coordenação ou composto, ao mesmo tempo, por coordenação e subordinação, desde que dela não dependa uma oração subordinada.
Ex.:	Leu, entendeu e domina o assunto.
	(Leu: oração coordenada / coordenada inicial/coordenada assindética)
	Leu e disse que estava satisfeito.
	(Leu: oração coordenada/coordenada inicial / coordenada assindética)
Coordenada Sindética
	É aquela que inicia uma conjunção coordenativa.
	Ex.:	Leu e entendeu.
				Estuda ou trabalha.
	Uma oração coordenada sindética pode ser introduzida por uma conjunção aditiva, alternativa, adversativa, conclusiva ou explicativa. Daí, as cinco possibilidades de classificação de uma oração coordenada sindética.
	A - Oração coordenada sindética aditiva;
	B - Oração coordenada sindética alternativa;
	C - Oração coordenada sindética adversativa;
	D - Oração coordenada sindética conclusiva;
	E - Oração coordenada sindética explicativa.
Coordenada Assindética
	É aquela que se justapõe, isto é, liga-se a outra sem qualquer conetivo. Entre ambas apenas existe um sinal de pontuação e o subentendimento de uma conjunção coordenativa.
Ex.:	 Chegou, entendeu.	(Virgula = “e”)
	 Chegou; entendeu.	(Ponto-e-vírgula = “e”)
Coordenada Assindética Principal
		ou	Aditiva
			Alternativa
	Coordenada Sindética (Adversativa ( principal
			Conclusiva
			Explicativa
É aquela que, num só período composto por coordenação e subordinação, tem, em sua dependência, uma oração subordinada.
Ex.: Conheço todos os colegas; sei que não fariam isso. (sei: or. coord. assind.principal)
Conheço todos os colegas e sei que não fariam isso. (e sei: or. coord. sind. aditiva principal)
Observação ( Nessa modalidade de composição do período pode haver mais de uma oração coordenada sindética ou assindética principal.
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Principal
	Existe no período composto exclusivamente por subordinação. É facilmente localizável: é a única que não vem introduzida por nexo oracional (desenvolvida) ou forma nominal do verbo. Ex. Tu sabes que eu tenho muitos livros, embora não os empreste.
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SUBORDINADA
É a oração iniciada por conjunção subordinativa, pronome relativo, pronome relativo sem antecedente, pronome interrogativo, advérbio interrogativo ou forma nominal do verbo (infinitivo, gerúndio ou particípio). Pode ser “desenvolvida” ou “reduzida”.
Ex.:	Notei que haviam chegado.
		Conheci o advogado que morreu.
		Desconheço quem comentou esse caso.
		Perguntaram quem denunciou o colega.
		Não sei onde guardaram o cofre.
		É impossível narrar o fato.
		Estudando, serás aprovado.
		Ouvidas as testemunhas, todos saíram.
Sempre que uma oração inicia por uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE ou palavra equivalente, será denominada: Oração Subordinada Substantiva.
Sempre que uma oração subordinada inicia por conjunção subordinada que não seja integrante, será denominada: Oração Subordinada Adverbial.
Sempre que uma oração subordinada inicia por PRONOME RELATIVO, será denominada: Oração Subordinada Adjetiva.
ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL
	É o nome da conjunção subordinativa que introduz a oração subordinada adverbial.
	1 - Dispensaram-no porque estava doente.
	2 - Trabalha como um escravo.
	3 - Nada percebeu, embora estivesse atento.
	4 - Irei, caso não chova.
	5 - Segundo afirmam, ele é fingido.
	6 - Trabalhou tanto que adoeceu.
	7 - Tudo fiz para que ela se retirasse.
	8 - À proporção que avança, enxerga melhor.
	9 - Enquanto vivo, espero.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
	É a função que a oração subordinada substantiva exerce em relação a que se liga.
	1 - Cumpre que auxilies teu irmão.
	A oração do verbo cumprir não tem sujeito. Logo, a oração sublinhada terá que desempenhar essa função. Por isso, a oração sublinhada é: Subordinada Substantiva Subjetiva.
	2 - Meu desejo é que ganhes o prêmio.
	A oração do verbo ser já tem sujeito, e o verbo ser é um verbo de ligação. Por isso, a oração sublinhada deve ser classificada como: Subordinada Substantiva Predicativa.	
	3 - Os colegas afirmam que Jaime voltará.
	A oração do verbo afirmar já tem sujeito.
	O verbo afirmar pede objeto direto.
	Por essa razão, a oração sublinhada deverá ser classificada como: Subordinada, Substantiva Objetiva Direta.
	4 - Marcos necessita de que o ajudem.
	O sujeito de necessita é: Marcos.
	O verbo necessitar pede: objeto indireto.
	Logo, a oração sublinhada classifica-se como: Subordinada Substantiva Objetiva Indireta.	
	5 - Tenho esperança de que o quadro vença.
	O sujeito de tenho é: eu (desinencial).
	O objeto direto de tenho é: esperança.
	A oração sublinhada completa o sentido de uma palavra da oração anterior: esperança. E completa servindo-se de uma preposição.
	Por isso, a oração sublinhada é: Subordinada Substantiva Completivo-Nominal.
	6 - Corria um boato: que ele seria presidente.
	A oração sublinhada está explicando um termo da oração anterior: boato. Logo, ela é classificada como: Subordinada Substantiva Apositiva.
ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA
	É o acréscimo das palavras explicativa e restritiva.
	1 - O gelo, que é frio, tem muitas utilidades.
	2 - O homem que estuda compreendemelhor a natureza.
	A oração - que é frio - classifica-se como: Subordinada Adjetiva Explicativa.
	A oração: que estuda - recebe o nome de: Subordinada Adjetiva Restritiva.
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ORAÇÕES REDUZIDAS
	As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio) são chamadas de reduzidas.
	1. Ao entrar na escola, encontrei o professor de direito penal.
						(
 infinitivo
	2. Precisando de ajuda, telefone-me.
					(
 gerúndio
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
					(
 particípio
	Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação da oração desenvolvida.
	Vamos ver o caso dos exemplos dados anteriormente.
	1. Ao entrar na escola, encontrei o professor de direito penal.
	Quando entrei na escola, encontrei o professor de direito penal.
								(
 oração subordinada
		 adverbial temporal
	Ao entrar na escola ( oração subordinada 
adverbial temporal, reduzida de infinitivo.
	2. Precisando de ajuda, telefone-me.
	Se precisar de ajuda, telefone-me.
								(
 oração subordinada
	 adverbial condicional
	Precisando de ajuda ( oração subordinada adverbial condicional, reduzida de gerúndio.
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
	Assim que acabou o treino, os jogadores foram para o vestiário.
							(
 oração subordinada
		 adverbial temporal
	Acabado o treino ( oração subordinada adverbial temporal, reduzida de particípio.
Observação:
Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de desenvolvimento. Exemplo:
	Tenho vontade de visitar essa cidade.
O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Exemplos:
	Preciso terminar este exercício.
	Ele está jantando na sala.
	Essa casa foi construída por meu pai.
�
3. Uma oração coordenada também pode vir sob a forma reduzida. Exemplo:
	O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.
	O homem fechou a porta e saiu depressa de casa.
																		 (
Oração coordenada
sindética aditiva
	Saindo depressa de casa ( oração coordenada reduzida de gerúndio.
�
EQUIVALÊNCIA DE ESTRUTURA, INCLUINDO VOZES VERBAIS
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Agente da passiva - é o complemento que, na voz passiva com auxiliar, designa o ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito. 
Este complemento verbal -- normalmente introduzido pela preposição por (ou per) e, algumas vezes, por de -- pode ser representado por:
a) substantivo ou palavra substantivada:
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador. 
b) pronome:
Foi cercado por todos. 
c) numeral:
Tudo quanto os leitores sabem de um e de outro foi ali exposto por ambos. 
d) oração:
O elenco era formado por quem soubesse ao menos ler as "partes", velhos, moços, crianças. 
Transformação de oração ativa em passiva
1. Quando uma oração contém um verbo constituído com objeto direto, ela pode assumir a forma passiva, mediante as seguintes transformações:
o objeto direto passa a ser sujeito;
o verbo passa à forma passiva analítica do mesmo tempo e modo;
o sujeito converte-se em agente da passiva.
Tomando-se como exemplo a seguinte oração da voz ativa:
A lua domina o mar. 
Convertida na voz passiva, teríamos:
O mar é dominado pela lua.
2. Se numa oração da voz ativa o verbo estiver na 3ª pessoa do plural para indicar a indeterminação do sujeito, na transformação passiva cala-se o agente. Assim: 
voz ativa 					 				voz passiva 
Destruíram o cartaz.				 	O cartaz foi destruído. 
Destruíram os cartazes.		 Os cartazes foram destruídos.
Observações:
Cumpre não esquecer que, na passagem de uma oração da voz ativa para a passiva, o agente e o paciente continuam os mesmos; apenas desempenham função sintática diferente.
Somente orações com objeto direto podem ser apassivadas. 
VOZ ATIVA: Ouvimos gritos.    
VOZ PASSIVA: Gritos foram ouvidos por nós.
Na voz ativa o termo que representa o agente é o SUJEITO do verbo; o que representa o paciente é o OBJETO DIRETO. Na voz passiva, o OBJETO (paciente) torna-se o SUJEITO do verbo.
Omite-se o agente da passiva quando este é ignorado, ou não interessa declará-lo. Tal omissão corresponde, na ativa, ao sujeito indeterminado. Na voz passiva pronominal, não se emprega o agente: Ouviram-se gritos.
VOZES
As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em português, o Quanto à flexão, os verbos são classificados em: regular, irregular, defectivo e abundante. Neste texto, abordaremos apenas as duas primeiras classificações, ou seja, a regular e a irregular.
Os chamados verbos regulares são aqueles que se flexionam seguindo o modelo que representa o tipo comum de conjugação, isto é, o paradigma. 
Tomemos como exemplo os verbos cantar, vender e partir como paradigmas da 1ª, 2ª e 3ª conjugação, respectivamente. Eles são verbos regulares porque o radical de cada um deles se mantém em todas as formas do paradigma, além de suas terminações seguirem o modelo da conjugação a que pertencem.
Já os verbos irregulares são aqueles que, em algumas formas, apresentam modificações no radical ou na flexão, afastando-se, assim, do modelo da conjugação a que pertencem. 
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	Infinitivo
	Terminação
	Radical
	cantar
	-ar
	cant-
	vender
	-er
	vend-
	partir
	ir
	part
Nota-se, a partir dos exemplos abaixo, que todos os verbos regulares da 1ª conjugação formam os seus tempos como cantar; os da 2ª, como vender; e os da 3ª, como partir. 
	Verbo Copiar (1ª Conjugação)
	Modo Indicativo
	Presente
	Eu copio, Tu copias, Ele copia, Nós copiamos, Vós copiais, Eles copiam. 
	Pretérito Imperfeito
	Copiava, copiavas, copiava, copiávamos, copiáveis, copiavam.
	Pretérito Perfeito
	Copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram.
	Mais-que-perfeito
	Copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram.
	Futuro do Presente
	Copiarei, copiarás, copiará, copiaremos, copiareis, copiarão.
	Futuro do Pretérito
	Copiaria, copiarias, copiaria, copiaríamos, copiaríeis, copiariam.
	Modo Subjuntivo
	Presente
	Copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem.
	Imperfeito
	Copiasse, copiasses, copiasse, copiássemos, copiásseis, copiassem.
	Futuro
	Copiar, copiares, copiar, copiarmos, copiardes, copiarem.
	Modo Imperativo
	Afirmativo
	Copia, copie, copiemos, copiai, copiem.
	Negativo
	Não copies, não copie, não copiemos, não copieis, não copiem.
	Formas Nominais
	Infinitivo impessoal
	Copiar.
	Infinitivo pessoal
	Copiar, copiares, copiar, copiarmos, copiardes, copiarem.
	Gerúndio
	Copiando.
	Particípio
	Copiado.
	Verbo Vencer (2ª Conjugação)
	Modo Indicativo
	Presente
	Eu venço, Tu vences, Ele vence, Nós vencemos, Vós venceis, Eles vencem.
	Pretérito Imperfeito
	Vencia, vencias, vencia, vencíamos, vencíeis, venciam.
	Pretérito Perfeito
	Venci, venceste, venceu, vencemos, vencestes, venceram.
	Mais-que-perfeito
	Vencera, venceras, vencera, vencêramos, vencêreis, venceram.
	Futuro do Presente
	Vencerei, vencerás, vencerá, venceremos, vencereis, vencerão.
	Futuro do Pretérito
	Venceria, vencerias, venceria, venceríamos, venceríeis, venceriam.
	Modo Subjuntivo
	Presente
	Vença, venças, vença, vençamos, vençais, vençam.
	Imperfeito
	Vencesse, vencesses, vencesse, vencêssemos, vencêsseis, vencessem..
	Futuro
	Vencer, venceres, vencer,vencermos, vencerdes, vencerem.
	Modo Imperativo
	Afirmativo
	Vence, vença, vençamos, vencei, vençam.
	Negativo
	Não venças, não vença, não vençamos, não vençais, não vençam.
	Formas Nominais
	Infinitivo impessoal
	Vencer. 
	Infinitivo pessoal
	Vencer, venceres, vencer, vencermos, vencerdes, vencerem.
	Gerúndio
	Vencendo.
	Particípio
	Vencido.
	Verbo Distinguir (3ª Conjugação)
	Modo Indicativo
	Presente
	Eu distingo, Tu distingues, Ele distingue, Nós distinguimos, Vós distinguis, Eles distinguem. 
	Pretérito Imperfeito
	Distinguia, distinguias, distinguia, distinguíamos, distinguíeis, distinguiam.
	Pretérito Perfeito
	Distingui, distinguiste, distinguiu, distinguimos, distinguistes, distinguiram.
	Mais-que-perfeito
	Distinguira, distinguiras, distinguira, distinguíramos, distinguíreis, distinguiram.
	Futuro do Presente
	Distinguirei, distinguirás, distinguirá, distinguiremos, distinguireis, distinguirão.
	Futuro do Pretérito
	Distinguiria, distinguirias, distinguiria, distinguiríamos, distinguiríeis, distinguiriam.
	Modo Subjuntivo
	Presente
	Distinga, distingas, distinga, distingamos, distingais, distingam.
	Imperfeito
	Distinguisse, distinguisses, distinguisse, distinguíssemos, distinguísseis, distinguissem.
	Futuro
	Distinguir, distinguires, distinguir, distinguirmos, distinguirdes, distinguirem.
	Modo Imperativo
	Afirmativo
	Distingue, distinga, distingamos, distingui, distingam.
	Negativo
	Não distingas, não distinga, não distingamos, não distingais, não distingam.
	Formas Nominais
	Infinitivo impessoal
	Distinguir. 
	Infinitivo pessoal
	Distinguir, distinguires, distinguir, distinguirmos, distinguirdes, distinguirem.
	Gerúndio
	Distinguindo.
	Particípio
	Distinguido.
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Quando se diz que os verbos regulares mantêm o mesmo radical em todas as formas não significa que ele não possa apresentar alterações gráficas. Sobre esse aspecto, Celso Cunha e Lindley Cintra (em Nova Gramática do Português Contemporâneo, Editora Nova Fronteira) chamam a atenção no sentido de não se confundir irregularidade verbal com certas discordâncias gráficas que aparecem em formas do mesmo verbo e que visam apenas a indicar-lhes a uniformidade de pronúncia dentro das convenções do nosso sistema de escrita.
Assim, de acordo com esses mesmos autores, os verbos da 1ª conjugação cujos radicais terminem em -c, -ç e -g mudam tais letras, respectivamente, em -qu, -c e -gu sempre que se lhes segue um -e:
ficar – fiquei
justiçar – justicei
chegar - cheguei 
Já os verbos da 2ª e da 3ª conjugação cujos radicais terminem em -c, -g e -gu mudam tais letras, respectivamente, em -ç, -j e -g sempre que se lhes segue um -o ou um -a. É o que se dá com o verbo vencer, apresentado acima como exemplo da segunda conjugação (vencer - venço - vença), e o verbo distinguir, apresentado como exemplo da terceira conjugação (distinguir - distingo - distinga) além de outros, como abaixo se vê: 
tanger - tanjo – tanja
erguer - ergo – erga
restringir - restrinjo - restrinja
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
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Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. A palavra que depende é chamada de termo regido e a palavra da qual a outra depende é chamada termo regente.
	TERMO REGENTE ( é o elemento que pede outro para lhe completar o sentido.
	TERMO REGIDO ( é o elemento que completa o sentido de outro e que pode ser ligado ao regente por meio de preposição.
	 
	A regência classifica-se em: REGÊNCIA NOMINAL e VERBAL.
REGÊNCIA NOMINAL
	Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir complementação para seu sentido precedida de preposição.
Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas. Merecem atenção especial as palavras que exigirem preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.
acostumado a, com;
afável com, para;
afeiçoado a, por;
aflito com, por;
alheio a, de;
ambicioso de;
amizade a, por, com;
amor a, por;
ansioso de, para, por;
apaixonado de, por;
apto a, para;
atencioso com, para;
aversão a, por;
ávido de, por;
conforme a;
constante de, em;
constituído com, de, por;
contemporâneo a, de;
contente com, de, em, por;
cruel com, para;
curioso de;
desgostoso com, de;
desprezo a, de, por;
devoção a, por, para, com;
devoto a, de;
dúvida em, sobre, acerca de;
empenho de, em, por;
falta a, com, para;
imbuído de, em;
imune a, de;
inclinação a, para, por;
incompatível com;
junto a, de;
preferível a;
propenso a, para;
próximo a, de;
respeito a, com, de, por, para;
situado a, em, entre;
último a, de, em;
único a, em, entre, sobre.
A regência classifica-se em: REGÊNCIA NOMINAL e VERBAL.
Regência Nominal é o nome da relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição.
No estudo da regência nominal, deve-se levar em conta que muitos nomes seguem exatamente o mesmo regime dos verbos correspondentes.
Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.�
	 - alheio a, de 
	- liberal com 
	- ambicioso de
	- apto a, para       
	- análogo a
	- grato a 
	- bacharel em 
	- indeciso em 
	- capacidade de, para 
	- natural de
	- contemporâneo a, de   
	- nocivo a
	- contíguo a     
	- paralelo a 
	- curioso a, de  
	- propício a
	- falto de  
	- sensível a 
	- incompatível com 
	- próximo a, de
	- inepto para
	- satisfeito com, de, em, por 
	- misericordioso com, para com
	- suspeito de 
	- preferível a 
	- longe de 
	- propenso a, para   
	- perto de 
	- hábil em 
	 
�
Exemplos:
Está alheio a tudo.
Está apto ao trabalho.
Gente ávida por dominar.
Contemporâneo da Revolução Francesa.
É coisa curiosa de ver.
Homem inepto para a matemática.
Era propenso ao magistério. 
REGÊNCIA VERBAL
	O estudo da regência verbal nos ajuda a escrever melhor.
Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:
- Transitivo direto
- Transitivo indireto
- Transitivo direto e indireto
- Intransitivo
ASPIRAR
O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.
Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.
- Ela aspirou o aroma das flores.
- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.
Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a preposição “a”.
- O candidato aspirava a uma posição de destaque.
- Ela sempre aspirou a esse emprego.
Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.
- Aspiras a este cargo?
- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).
ASSISTIR 
O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.
Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a preposição “a”.
- Assisti a um filme. (ver)
- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)
Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.
- O médico assiste o ferido. (cuida)
Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.
- Assistir ao paciente.
Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.
- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)
- Eu assisto no Rio de Janeiro.
“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.
CHAMAR 
O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.
É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.
- O professor chamou o aluno.
É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição

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