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Semiologia anamnese 
Prezados alunos, segue o material solicitado para acompanhamento da aula de semiologia cardiorrespiratória conforme as recorrentes solicitações.
Lembro somente que este material é meramente informativo/tópicos, NÃO sendo único e exclusivo material de estudo para as avaliações.
Origem da palavra: 
 Do Gr. anámnesis, lembrança
Conceito:
 Entrevista com o paciente que tem como objetivo colher informações acerca do mesmo, estabelecer com ele uma relação de confiança e apoio e fornecer informações e orientações.
- Definir corretamente os problemas
- Obter tanto uma avaliação objetiva quanto subjetiva
- Avaliação incorreta = tratamento incorreto
- Necessidade de sólido conhecimento teórico
Avaliar sistematicamente a efetividade do tratamento
Qual a cronologia da anamnese:
 - Coleta de dados
 - Lista de problemas
 - Evolução 
 - Resumo de alta
Coleta de dados:
- Dados pessoais
- História médica
- História social relevante
- Resultados de exames e testes junto com a avaliação fisioterápica
Lista de problemas:
- Deve ser resumida e reunida após a avaliação estar completa
- Os problemas não são sempre descritos por ordem de prioridade*
- A lista deve incluir problemas relatados e não-relatados
- A solução dos problemas bem como o surgimento de novos devem ser anotados
- Traçar o objetivo (curto e longo prazo) e o plano inicial de tratamento voltado para a fisioterapia
Obs.: Objetivos a longo prazo são aqueles que os dois querem atingir. Objetivos a curto prazo são aqueles estágios pelos quais os objetivos a longo prazo devem ser alcançados.
Evolução:
- Deve se anotar a evolução do tratamento, enfatizando quaisquer mudanças
Obs.: “O que não é mensurado, não pode ser objetivamente acompanhado”.
 
Resumo de alta:
Ocorre em casa de alta ou transferência para outro serviço. Detalhar problemas atuais, tratamento realizado, resultados do tratamento, qualquer outro programa domiciliar ou seguimento profissional.
COLETA DE DADOS
1-Dados pessoais, incluindo nome, data de nascimento, endereço, encaminhamento médico, diagnóstico e razão do encaminhamento.
Identificação: 
 - Nome 
 - Sexo
 - Idade
 - Raça
 - Estado civil
 - Profissão
 - Naturalidade e Procedência
Identificação (Ex.):
 M.P.H., 66 anos, branca, casada, secretária aposentada, natural e procedente de Porto Alegre. 
Queixa Principal:
 Motivo ou problema que fez o paciente procurar o médico.
 
Baseia-se na anamnese. Questões amplas e sem tempo limitado: Ex.: “Qual a sua principal queixa? Quais os problemas que o afetam mais?” Permita ao paciente discutir os problemas que são mais importantes para ele naquele momento. 
Sinais e sintomas devem ser caracterizados quanto:
	- à duração: desde quando o problema foi reconhecido (meses, anos) e a duração do problema presente (dias, semanas)
	- à gravidade: relativo ao passado recente e distante/complicações
	- ao padrão: sazonal, intermitente ou com variações diárias
	- aos fatores associados: precipitantes, de alívio e sintomas associados se houver
Dispnéia
- Corresponde a percepção subjetiva do aumento do trabalho respiratório (WOB).
- É o sintoma predominante das doenças cardíacas e respiratórias. Também: anemia (redução da capacidade de carreamento), disfunções neuromusculares (incapacidade ou dificuldade de gerar trabalho), distúrbios metabólicos (alteração do ph) e fatores psicológicos (ansiedade, histeria, etc.).
A duração e intensidade da dispnéia podem e devem ser medidas de acordo com a capacidade funcional do paciente. Ex.: “eu subia 5 lances de escada ano passado e agora não consigo”. Cuidado, pois, a dispnéia pode ser negada devido à redução (consciente e inconsciente) dos níveis de atividade. 
A dispnéia piora com o exercício e melhora ao repouso. A única exceção é na síndrome da hiperventilação, em que a dispnéia pode melhorar com o exercício.
Mecanismos fisiopatológicos:
	- relação tensão-comprimento dos músculos respiratórios
	- fadiga muscular respiratória
	- estimulação dos receptores de estiramento
	- alterações no comando (drive) respiratório central
 É difícil mensurar a dispnéia, o que levou a NYHA (New York Heart Association) em 1964 a criar uma classificação para os pacientes com doença cardíaca que também pode ser aplicada aos pacientes com alterações respiratórias:
	- Classe I: nenhum sintoma em atividade normal. Somente com grande esforço (subir morro, pedalar rápido)
	- Classe II: sintomas com atividades normais (subir escadas, arrumar a cama, carregar quantidade maior de compras)
	- Classe III: sintomas com médios esforços (tomar banho, vestir-se). Isto é, cuidados pessoais.
	- Classe IV: sintomas em repouso
Escala de Borg
�
Outros padrões:
- Ortopnéia: dispnéia na horizontal
- DPN (dispnéia paroxística noturna): é aquela que faz acordar o paciente à noite. Ex.: Cardiopatas deitados e asmáticos com broncoconstrição noturna.
- Platipnéia: dispnéia em PO
- Trepopnéia: dispnéia em DL específico que desaparece no decúbito contralateral
Tosse
É um mecanismo reflexo de proteção de secreções ou corpo estranho deflagrado por receptores na faringe, laringe, traquéia ou brônquios.
- “Tosse bovina” – alta; em tom de latido; doença laríngea ou traqueal;
- “Tosse matinal” – fumantes podem achar normal, mas, pode se tratar de bronquite crônica (3 meses ou mais durante 2 anos consecutivos);
- Tosse recorrente depois de comer ou beber – sinal de aspiração;
- Tosse produtiva crônica diária – bronquite crônica ou bronquiectasia; também pode ocorrer devido o uso de beta-bloqueadores e alguns anti-hipertensivos
- Tosse persistente e seca – doença intersticial pulmonar;
- “Tosse noturna” – em crianças e adolescentes (asma) e em idosos (IC);
Obs: A tosse crônica pode causar fraturas das costelas, hérnias e incontinência por estresse (especialmente por mulheres).
 
Escarro
Aproximadamente 100ml são produzidos e eliminados diariamente por adultos subconscientimente. Escarro, é o que excede a isso que pode ser eliminado por tosse ou “huffing”. 
Ele pode conter: muco, detritos celulares, microorganismos, sangue e partículas estranhas.
O que avaliar: cor, consistência, odor e quantidade. Isso pode esclarecer o diagnóstico e a gravidade da doença.
 
Relação da coloração/consistência/ doença:
- Aquoso / fluido / saliva 
- Branco / mucóide / bronquite crônica sem infecção, asma, processos irritativos
- Descorado com pus / mucopurulento / bronquiectasia, fibrose cística, pneumonia
- Purulento (amarelo, verde escuro e marrom, ferrugem, vermelho vivo) / Denso, viscoso / Haemoplhilus, Pseudomonas, Pneumococcus e Mycoplasma, Klebsiella
- Rosado / espumoso / EAP
- Preto / mucóide com manchas pretas / inalação de fumaça (incêndio, tabaco, heroína, carvão)
Obs.: Hemoptise e hemoptóicos.
Classificação sugerida por Miller (1963):
M1 – mucóide sem pus
M2 – predominante mucóide, suspeita de pus
P1 – 1/3 pus, 2/3 mucóide
P2 – 2/3 pus, 1/3 mucóide
P3 - > 2/3 pus
Sibilo e dor torácica
Característico do fluxo turbilhonado nas vias aéreas estreitas (atelectasia, obstrução por corpo estranho, insuficiência cardíaca). Estridor ≠ Sibilo.
 DOR TORÁCICA
Pleurítica – intensa, aguda, punhalada, piora com a inspiração e não é sentida pela palpação;
Traqueíte – constante, em ardência, no meio do tórax, piora com a respiração;
Músculo-esquelética – pode originar-se nos músculos, ossos, articulações ou nervos da caixa torácica. Focal, piora com o movimento do tórax e/ou braços, é sentida na palpação;
Obs.: Em doentes respiratórios geralmente decorre da inflamação músculo-esquelética, pleural ou traqueal, já que o parênquima pulmonar e as pequenas vias aéreas são desprovidos de fibras sensitivas dolorosas.
Angina pectoris – maior sintoma de doença cardíaca. Retroesternal central, em aperto ou em faixa (irradiando para braço,pescoço ou mandíbula);
Pericardite – similar a angina, piora com a respiração. Freqüentemente alivia quando sentado.
Outros achados
6)INCONTINÊNCIA
Frequentemente agravada pela tosse crônica por aumento da PIA. Isto pode reduzir a adesão ao tratamento fisioterapêutico.
 
7) FEBRE
Pirexia é um quadro característico de infecção, mas febre de baixo grau pode ocorreu devido à distúrbios orgânicos e tecido conectivo. Febre também pode ocorrer sem infecção (imunossupressã-QT, uso de corticoesteróides, atelectasias). Febre alta, noturna, associada à sudorese pode ser indício de TP.
 
8)CEFALÉIA
Pouco comum em pacientes respiratórios, porém, pode aparecer pela manhã no caso de hipercapnia noturna. Pode ocorrer em distúrbios pressóricos.
 
9)EDEMA PERIFÉRICO
Em pacientes pneumopatas sugere ICD que pode ser devido a cor pulmonale (IVD secundária à vasodilatação pulmonar hipóxica). Pode ocorrer também em pacientes sob o uso de corticoesteróides (retenção de sal e água).
 
10)HABILIDADES FUNCIONAIS
Questione o paciente sobre suas atividades diárias; qual o seu trabalho? Qualifique e quantifique? Quais são suas AVDs? Atividades recreativas?
 
11)CONSCIÊNCIA DA DOENÇA
Certifique-se do conhecimento do paciente sobre a doença, isso pode favorecer a adesão ao tratamento. Cuidado com a confusão entre a sinceridade, indelicadeza, grosseria e insensatez.
2-História clínica e avaliação fisioterápica
HDA – História da doença atual: problemas atuais e informações relevantes
HPP ou HDP – História patológica pregressa ou da doença pregressa: listagem inteira de doenças e cirurgias a que o paciente foi submetido. Pode ser descrita por grupos de doenças ou forma cronológica
HM – História medicamentosa: lista de medicamentos atuais/dosagem e alergias
HF – História familiar: listar qualquer doença grave sofrida por familiares próximos*
HS – História social: questionar o nível de apoio disponível em casa, arquitetura da moradia e locais freqüentados. Ocupações e hobbies passados e atuais; Fumo e álcool (quantificar e qualificar)
Resultados de testes: espirometria (volumes e capacidades, FEV1, CVF, PFE), gasometria arterial, radiografia de tórax, ergoespirometria, Holter, MAPA, ECG, ecocardiograma, etc. 
Exame Físico (Subjetivo e Objetivo)
História da Doença Atual:
 - Deve ser um relato claro e em ordem cronológica dos problemas que levaram o paciente a procurar auxílio fisioterapêutico.
 - O paciente informa; o fisioterapeuta organiza.
 - Deve constar o modo como os problemas do paciente começaram, como se desenvolveram, os sintomas que apareceram e os tratamentos feitos. 
 - Os sintomas que forem mais relevantes devem incluir a descrição de:
 # Localização
 # Qualidade
 # Intensidade
 # Início
 # Duração e Freqüência
 # Situações em que aparecem, se agravam ou se atenuam
 # Sintomas associados
 (os sete atributos da dor)
História da Doença Atual (Ex.):
 Dor cervical
início há dois meses;
dolente e contínua;
leve a moderada intensidade;
sem fator desencadeante;
alívio com analgésicos simples;
sem alívio noturno;
progressiva.
História da Doença Atual (Ex.): 
	Dor em quadril e membros inferiores:
início há 1 mês;
dolente e contínua;
moderada a forte intensidade;
sem fator desencadeante;
alívio parcial com analgésicos;
sem alívio noturno;
progressiva.
História da Doença Atual (Ex.): 
 Dor abdominal:
localização em hipocôndrio direito;
início há 1 mês;
dolente e contínua;
moderada a forte intensidade;
sem fator desencadeante;
alívio parcial com analgésicos;
progressiva.
História Patológica Pregressa: 
 Acontecimentos prévios importantes para o diagnóstico e o tratamento da moléstia atual e para o médico ter uma visão global de seu paciente. 
 - Doenças prévias
 - Presença de outras doenças (HAS, DM)
 - Traumatismos, cirurgias e internações prévias 
 - Alergias e imunizações 
 - Medicações em uso
História Médica Pregressa (Ex.):
 HAS em tratamento 
 Hidroclorotiazida 25 mg qid; 
 Atenolol 100 mg qid; 
 Em uso de AAS 100 mg qid. 
 Apendicectomia aos 14 anos.
 Internação prévia por perda de consciência (sic).
 História hemorragia retiniana (sic). 
 Nega alergias.
Hábitos: 
 - Tabagismo (caracterizar)
 - Uso de álcool (caracterizar)
 - Uso de drogas ilícitas 
 - Atividade física
 - Alimentação
Hábitos (Ex.):
 Tabagismo – 30 anos / maço
Nega consumo de bebida alcoólica. 
Nega o uso de drogas. 
História Familiar:
 - Estado de saúde ou causa de morte dos avós, pais, tios, irmãos e filhos, e a idade que tinham quando morreram. 
 - Pesquisar especialmente sobre doenças cardiovasculares (morte súbita, angina e infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral) , diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, câncer e tuberculose. 
História Familiar (Ex.):
 Pai falecido aos 82 anos por IAM (sic). 
Mãe falecida por AVE (sic).
Irmão falecido aos 36 anos, hemofílico.
Demais hígidos. 
História Pessoal, Familiar e Social:
 Pesquisar problemas pessoais, financeiros, familiares e no trabalho.
 (OPCIONAL).
Revisão de Sistemas:
 Última parte da história clínica.
 Consiste na realização de uma série de perguntas sobre sintomas específicos ligados aos diversos aparelhos, sistemas e regiões do corpo.
Revisão de Sistemas: 
 - Sintomas gerais e constitucionais - Sint. cardíacos
 - Pele - TGI
 - Cabeça - TU
 - Olhos - Sint. genitais
 - Ouvidos - Sint. Vascul. Perif.
 - Nariz e seios paranasais - Sint. musculoesq
 - Garganta e boca - Sistema nervoso
 - Pescoço - Problemas hemat. 
 - Mamas (mulher) - Problemas endócr
 - Sint. Respiratórios - Dist. Psiq.
Revisão de sistemas: 
Emagrecimento (66 ( 55 kg em 3–4 meses);
Anorexia;
Dispnéia aos médios / grandes esforços;
Tosse seca eventualmente produtiva;
Constipação de longa data;
Soluço de início recente. 
Exame físico
Estado Geral:
 - Aspecto geral
 - Atitude (“fáscies”)
 - Estado nutricional
 - Nível de consciência, atenção, orientação, memória
 - Peso e altura
 - Cálculo do IMC (Kg / cm2)
 - Freqüência respiratória e freqüência cardíaca
 - Pressão arterial
 - Temperatura
Estado Geral:
 - Presença de palidez de mucosas
 - Presença de icterícia
 - Presença de cianose
 - Estado de hidratação 
 - Palpação de linfonodos 
 
Exame físico pulmonar
Antes de iniciar o exame físico do tórax, o fisioterapeuta deve ter realizado o exame físico geral incluindo o exame da cabeça, do tronco e membros. Alguns achados podem ser úteis para alguma pesquisa mais direcionada durante o exame pulmonar. Para a realização do exame físico pulmonar, assim como de outros órgãos e sistemas, é recomendável informar o paciente sobre o que será feito para reduzir constrangimentos. Uma sala silenciosa e em temperatura adequada são muito úteis para o exame do pulmão, pois é necessário que o paciente dispa-se da cintura para cima durante o exame. 
O exame do pulmão é didaticamente divido em: 
Inspeção (estática e dinâmica)
Durante a inspeção estática, observar a forma do tórax e a presença de anormalidades, descrevendo-as quanto à localização e simetria. A morfologia do tórax varia com o biótipo do paciente e é descrita em relação à abertura do ângulo formado pelas últimas costelas (ângulo de Charpy).
Assim sendo, podemos classificar os tipos de tórax em:
- normolíneo(ângulo igual a 90°)
- longilíneo (ângulo menor que 90)
- brevelíneo (ângulo menor 90). 
No exame podemos classificar o tórax em: 
- Chato ou plano: é aquele no qual a parede anterior não apresenta sua convexidade normal, havendo redução do diâmetro antero-posterior. As costelas apresentam-se inclinadas com redução dos espaços intercostais; 
- Tórax em tonel ou globoso: caracteriza-se pelo aumento do diâmetro ântero-posterior com horizontalização dos arcos costais; 
- Tórax infundibuliforme ou de sapateiro (pectus escavatum): apresenta uma depressão na parte inferior do esterno e região epigástrica, em geral congênita; 
- Tórax cariniforme (pectus carinatum): o esterno é proeminente e as costelas apresentam-se horizontalizadas. Esse tipo de tórax assemelha-se com o tórax das aves;
- Tórax cônico ou em sino ou piriforme: neste, a parte inferior do tórax apresenta-se exageradamente alargada; 
- Tórax cifótico: tem como característica principal a curvatura da coluna dorsal formando uma gibosidade;
- Tórax cifoescoliótico: apresenta, além da cifose, um desvio da coluna para o lado (escoliose). 
Linhas e regiões do tórax:
- Linha medioesternal: divide os dois hemitórax. 
- Linha hemiclavicular (mamilar): no plano mediano da clavícula Linha axilar anterior: separa as regiões anterior e lateral do tórax. 
- Linha axilar média: eqüidistante das linhas axilar anterior e posterior. 
- Linha axilar posterior: separa as regiões lateral e posterior do tórax. 
- Linha vertebral (ou espondiléia): passa pelas apófises espinhosas das vértebras dorsais. Linha paravertebral: tangente à borda lateral das vértebras. Linhas claviculares superiores: bordas superiores das clavículas e ligam-se pela fúrcula esternal. 
- Linhas claviculares inferiores: bordas inferiores das clavículas. 
- Linha escapular superior: tangente à borda superior da escápula. 
- Linha escapular inferior: tangente ao ponto mais inferior da escápula. 
Outros pontos de referência auxiliam nas descrições e para localizar alguma estrutura interna, por exemplo, o ângulo de Louis, formado pela junção do manúbrio com o corpo esternal, é referência para localizar o segundo espaço intercostal. 
Na inspeção dinâmica, observar a freqüência respiratória do paciente determinando se está em: 
Apnéia: parada dos movimentos respiratórios (após a expiração) ou parada respiratória. 
Eupnéia: freqüência respiratória normal e sem dificuldade respiratória (16 a 20 movimentos respiratórios por minuto são considerados normais num indivíduo adulto). 
Taquipnéia: aumento da freqüência respiratória. 
Bradipnéia: redução da freqüência respiratória. Reconhecer o ritmo respiratório observando a movimentação do tórax e do abdome a fim de reconhecer onde os movimentos são mais amplos. Em pessoas sadias, predomina a respiração torácica. Normalmente, a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração e os dois movimentos ocorrem com a mesma amplitude e intercalados por uma breve pausa.
Hiperpnéia: aumento da amplitude respiratória.
Hipopnéia: redução da amplitude respiratória.
Apneuse: parada dos movimentos respiratórios após a inspiração.
Ritmos irregulares/patológicos
Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apnéia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo, para depois decrescer até uma nova pausa. 
(retardo na condução de sangue ao centro respiratório por depressão excessiva
AVC, Cardiopatias)
- Biot / resp.atáxica: apresenta duas fases. A primeira, de apnéia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e a amplitude. MAU prognóstico.
(compressão do tronco cerebral com disfunção do GRD do bulbo, meningite, morfina)
Kussmaul: apresenta um padrão respiratório profundo e trabalhoso. 
(acidose metabólica, cetoacidose diabética, insuf.renal)
Suspirosa: série de movimentos inspiratórios de amplitude crescentes seguidos de expiração breve e rápida. Outras vezes os movimentos respiratórios são interrompidos por “suspiros”. 
Durante a inspiração em condições normais, os espaços intercostais deprimem-se ligeiramente, em alguns casos patológicos pode haver retração dos espaços intercostais durante a inspiração, chamamos, neste caso de tiragem intercostal. Esta pode ser difusa ou localizada.
Gasping: “fome de ar”. Mau prognóstico. Inspiração curta com longa apnéia. 
(isquemia do tronco cerebral, hipoxemia grave)
- Paradoxal: Caracteriza-se pela inversão do movimento ventilatório, sendo realizado pela região abdominal durante a inspiração. O movimento se dá como se a parede torácica “move-se para fora e a parede abdominal para dentro”. Ocorre quando há aumento da carga inspiratório e pode acontecer por patologias obstrutivas, lesões de nervo frênico, paralisias diafragmáticas, traumas torácico, s etc. Pode levar a uma fadiga muscular e posteriormente falência muscular respiratória.
Palpação
Durante a palpação, devemos caracterizar lesões da pele identificadas na inspeção quanto à forma, volume e consistência. Verificar a temperatura cutânea, sudorese torácica, edema e enfisema cutâneo, avaliar a presença de sensibilidade e presença de dor à palpação. Avaliar a expansibilidade torácica e o frêmito toracovocal (FTV). A expansibilidade dá uma idéia do volume de ar mobilizado pela respiração do segmento pulmonar investigado. A pesquisa deve ser feita dos ápices até as bases pulmonares na parte posterior do tórax e sobre os hipocôndrios com os polegares na base do apêndice xifóide na parte anterior. Técnica: para pesquisar a expansibilidade, colocam-se as mãos espalmadas no dorso do paciente e os polegares em posição simétrica à apófise espinhal das vértebras. Solicitar que o paciente inspire e expire profundamente de modo que ocorrerá deslocamento das mãos. Observar a amplitude e simetria do movimento e localização das anormalidades. 
Percussão
Para a realização desta etapa, deve-se utilizar a técnica de percussão digito-digital. Lembrar que a percussão torácica atinge no máximo 5cm abaixo da área da percussão e, portanto, localiza lesões nessa profundidade. É necessário percutir a face anterior e posterior do tórax, comparando os dois hemitórax de cima para baixo. Especial atenção deve ser dada ao percutir a face anterior, pois nela os sons não são homogêneos e num tórax normal, podemos obter os seguintes sons: Som claro pulmonar (claro atimpânico): obtido na percussão dos campos pulmonares. Som timpânico: obtido no espaço de Traube no epigástrio. Som submaciço: obtido na região inferior do esterno. Som maciço: região inframamária direita (macicez hepática) e região precordial. Ao percutir a face posterior, é importante determinar o nível do diafragma e percutir a coluna vertebral (obtém-se o som claro atimpânico). Durante a percussão, tomar atenção para o fato de que obesidade, massas musculares hipertrofiadas e edema reduzem a nitidez dos sons normais, fazendo com que se torne submaciço ou mesmo maciço.
Ausculta
O examinador deve ficar atrás do paciente para auscultar. O paciente não deve forçar a cabeça ou dobrar excessivamente o tronco. Pedir ao paciente que respire pausada e profundamente com a boca entreaberta e sem fazer ruído. Manobras como tossir ou mudar de decúbito podem auxiliar na diferenciação de alguns sons. Os sons produzidos por uma pessoa normal denominam-se sons respiratórios normais. Nas pessoas com doenças respiratórias os sons gerados são chamados de sons adventícios. Sons respiratórios normais Murmúrio vesicular (MV): som normal. Pode estar ausente ou diminuído, mas nunca aumentado. Som traqueal: som de caráter tubular audível na região antero-lateral do pescoço. Respiração brônquica: som semelhante ao traqueal, porém mais suave e menos intenso, auscultado nas regiões torácicas de projeção da traquéia e brônquios de grosso calibre. 
Sons adventícios
Sons adventícios podem ser de dois tipos:
- sons nítidos, descontínuos e explosivos: estertoresfinos / grossos. 
- sons contínuos, musicais: roncos e sibilos / estritor. 
- outros: atrito pleural, sopro pleural, cornagem, sopro anfórico, sopro tubário, pectorilóquia. 
Estertor: som explosivo e descontínuo com o mesmo significado de “crepitação”. Pode ser fino ou grosso. 
Estertor fino: ocorre do meio para o final da inspiração. O som é comparado ao ruído produzido por um “velcro”. Não se altera com a tosse, modificam-se com a mudança de posição do paciente influenciados pela gravidade. 
Estertor grosso: tem maior duração e menor freqüência de oscilação. Pode ser auscultado em qualquer região do tórax e ocorrer desde o início da inspiração e também na expiração. Modifica-se com a tosse e não se altera com a posição do paciente. 
Roncos e sibilos: têm o mesmo significado, mas com tonalidades diferentes. Roncos são graves e sibilos, agudos. Podem ser classificados em altos ou baixos, inspiratórios ou expiratórios, longos ou curtos, únicos ou múltiplos. 
Estritor: som produzido pela semi-obstrução da laringe ou da traquéia. Sua intensidade se modifica com o fluxo de ar mobilizado pela respiração.
 Atrito pleural: apresenta-se como um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, freqüentemente comparado com o ranger de couro atritado. Tem grande duração, baixa freqüência e tonalidade grave, mais comum nas regiões axilares inferiores. 
Ausculta da voz: auscultar a voz nitidamente pronunciada e a voz cochichada, solicitando que paciente diga “trinta e três”. Comparar os dois hemitórax, palpando com a mão espalmada e depois auscultando com o estetoscópio. O som produzido pela voz na parede torácica é chamado de ressonância vocal. Normalmente, ouve-se a voz falada e a cochichada de forma não nítida, não sendo possível distinguir as sílabas que formam as palavras. Quando há aumento da ressonância vocal chamamos de broncofonia. Quando se ouve com nitidez a voz falada, dizemos pectorilóquia fônica, quando o mesmo ocorre com a voz cochichada, pectorilóquia afônica. Egofonia é um tipo de broncofonia, o som apresenta-se nasalado e metálico. Este capítulo teve como objetivo abordar as técnicas básicas e necessárias para a realização do exame físico pulmonar.
Exame físico
Ausculta Cardíaca
Ausculta Pulmonar
Exame Abdominal
	 Categoria Sistólica(mmHg) Diastólica (mmHg) 
	Hipertensão
	 Estágio 3 (grave) ( ou ( 180 ( ou ( 110
	 Estágio 2 (moderada) 160-179 100-109
	 Estágio 1 (leve) 140-159 90-99
	Normal elevada 130-139 85-89
	Normal ( 130 ( 85
	Ideal ( 120 ( 80
FC 60 – 100 bpm
FR 12 - 20 ipm
Temperatura axilar
Normal - 35,5 a 37° C
Febre leve - até 37,5°C*
Febre moderada - 37,5 a 38,5°C
Febre alta - acima de 38,5°C
Exemplo do exame físico
Geral: REG, afebril, hidratada, acianótica, anictérica, sem linfonodomegalias.
 
 FC 72
 FR 20
 PA 130/80
 T 36,1
 Dor 9
Ausculta cardíaca: bulhas hipofonéticas.
Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular diminuído. 
Abdome: globoso, depressível, RHA presentes; desconforto à palpação em hipocôndrio direito, borda hepática palpável abaixo do RCD com superfície irregular e com consistência aumentada. 
Extremidades: dor à palpação das coxas, FABERE negativo, Lasègue negativo, crepitação patelar.
Exames complementares
Exames Laboratoriais
Exames de Imagem
Conclusão
Obtenção de Diagnóstico
Conduta Terapêutica
Alguns termos da saúde;
Geral:
 Astenia – Sensação de fraqueza
 Fadiga – Sensação de cansaço
 Sudorese – Eliminação abundante de suor
Cabeça:
 Cefaléia – Dor de cabeça
Olhos:
 Diplopia – Visão dupla
 Nistagmo – Movimentos repetitivos e rítmicos dos olhos
 Escotoma – Área de cegueira parcial ou total 
Ouvidos:
 Otorréia – Secreção auditiva
 Otorragia – Perda de sangue pelo canal auditivo
 Disacusia – Perda da capacidade auditiva
 Vertigem – sensação de rotação
 
Nariz e Cavidades Paranasais:
 Rinorréia – Corrimento nasal
 Epistaxe – Hemorragia nasal
Tórax:
 Hemoptise – Eliminação, com a tosse, de sangue proveniente da traquéia, brônquios ou pulmões
 Dispnéia – Dificuldade para respirar
 Sibilos – Ruídos respiratórios musicais percebidos pelo paciente 
 Singulto – Soluço
Tórax: 
 Dispnéia Paroxística Noturna – Falta de ar uma a duas horas após se deitar
 Ortopnéia – Dispnéia ao deitar-se 
 Edema – Inchaço por acúmulo excessivo de líquido nos espaços intersticiais
 Síncope – Perda súbita e transitória da consciência (desmaio)
 Cianose – Coloração azulada da pele e mucosa
Aparelho Gastrintestinal:
 Disfagia – Dificuldade para engolir
 Odinofagia – Dor à deglutição
 Pirose – Sensação de queimação na região retroesternal
 Anorexia – Perda do apetite
 Melena – Fezes negras
 Hematoquezia – Sangue vivo nas fezes
 Enterorragia – Sangramento anal 
Aparelho Gastrintestinal
 Hematêmese – Vômito com sangue
 Eructação – Arrotar. Ligação com aerofagia
 Dispepsia – Dor ou desconforto epigástrico
 Esteatorréia – Aumento no volume das fezes e fezes gordurosas
 Icterícia – Coloração amarelada da pele e mucosas
 Halitose – Mau hálito
Vias Urinárias:
 Disúria – Dor ou desconforto à micção
 Hematúria – Sangue na urina
 Poliúria – Aumento significativo do volume urinário (>2,5L)
 Polaciúria – Micção extremamente freqüente
 Nictúria – Aumento da freqüência urinária noturna
 Oligúria – Redução do volume urinário (<400ml)
 Anúria – quase ausência de micção (<100ml)
Sistema Genital Feminino:
 Menarca – Primeira menstruação
 Amenorréia – Falta de menstruação por mais de 3 ciclos
 Dismenorréia – Menstruação dolorosa
 Menorragia – Perda excessiva de sangue durante a menstruação
 Dispareunia – Dor durante o coito
Sistema vascular Periférico:
 Claudicação – Dor muscular por isquemia
Sistema Musculoesquelético
 Artralgias – Dores articulares
 Mialgias – Dores musculares
Sistema Nervoso:
 Parestesias – Alterações da sensibilidade
 Disestesias – Sensações distorcidas
 Paresias – Alterações da motricidade
Sistema Endócrino:
 Polifagia – Maior consumo de alimentos
 Polidipsia – Maior consumo de líquidos
Bibliografia
Bickley LS, Hoekelman RA. Bates, Propedêutica Médica, 7a ed. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2001.
Porto CC. Exame Clínico: Bases para a Prática Médica, 4a ed. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2000.
Benseñor IM, Atta JA, Martins MA. Semiologia Clínica, 1a ed. São Paulo, Sarvier, 2002.
Epstein O, Perkin GD, De Bono DP, Cookson J. Exame Clínico, 2a ed. São Paulo, Artmed, 1997.

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