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Resenha Ortodoxia Sawyer


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FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA DA CGADB.
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
1° Período/ Noite
Trabalho Acadêmico para avaliação bimestral.
Metodologia Cientifica
Resenha
Aluno: Marcelo Cordeiro de Amorim
Professor: Me Paulo Roberto
Observações: Uma resenha sobre Ortodoxia Oriental
Pelos olhos de M. James Sawyer.
Rio de Janeiro
Abril, 2015
FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA DA CGADB.
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
Trabalho Acadêmico para avaliação bimestral.
Metodologia Cientifica
Resenha
Professor: Me Paulo Roberto
Nota:_____________
Observações:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Rio de Janeiro
Abril, 2015
FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA - FAECAD.
Disciplina: Metodologia Cientifica
Tema: Resenha
Professor: Me Paulo Roberto
Curso: Graduação em Teologia
1° Período/Noite
Resenha: Uma Introdução a Teologia: Ortodoxia
	M. James Sawyer que publico o livro, Uma Introdução a teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico, traduzido por Estevan F. Kirschner, da Editora Vida, São Paulo, no ano de 2009, propôs uma obra sobre teologia dogmática que tem como objetivo propor uma biblioteca em um único volume, afim de oferecer ao leitor uma bússola para auxilio na navegação inicial das águas teológicas.
	M. James Sawyer é Ph.D. pelo seminário Teológico de Dallas, escritor e professor. Lecionou Historia da Igreja e Historia da Teologia por mais de vinte anos, em vários cursos, entre eles no Western Seminary, na Califórnia. Atualmente é professor de Teologia no A. W. Tozer Seminary, em Redding, California, e diretor dos Sacred Saga Ministries (SacredSaga.org), um veiculo de treinamento das novas lideranças em locais onde a Igreja esta crescendo. Jim e a esposa, Kay, tem quatro filhos. 
	No capitulo oito do livro, Sawyer propõe uma breve historia sobre a Ortodoxia, na qual diz que a tradição oriental ortodoxa é vista por muitos protestantes ocidentais como uma versão oriental da Igreja Católica Romana, exceto que seus sacerdotes podem usar barba e se casar e que ela não reconhece o papa. Mas, trata-se, porém, de um serio equivoco. A ortodoxia oriental desenvolveu-se por linhas radicalmente diferentes das do cristianismo ocidental e enfrentou lutas muito distintas. Tanto pela perspectiva histórica como pela teológica, a chave para as diferenças entre essas tradições esta no papel desempenhado por Agostinho em cada uma dessas perspectivas. No ocidente, toda a teologia foi moldada pela enorme influencia de Agostinho: tanto o protestantismo quanto o catolicismo veem o pensamento de Agostinho como padrão. No oriente, porem, Agostinho não tem uma opinião tão definitiva no desenvolvimento da teologia. Ele não é considerado santo, mas tão somente “o bendito Agostinho”. Em contraste com a perspectiva agostiniana do Ocidente, o Oriente, ao dar forma à sua teologia, prefere apoiar-se nos pais gregos, especialmente Atanásio e os capadócios (Basílio, o Grande, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa).
	Nesse mesmo capitulo, na pagina 261, Sawyer tece uma breve sobre a Igreja Ortodoxa, dizendo que em 16 de junho de 1054, o cardeal Humberto, representante do papa Leão IX, entrou na Basílica de Santa Sofia, em Constantinopla, no inicio da celebração da eucaristia, aproximou-se do altar e colocou sobre ele uma sentença de excomunhão contra Miguel Cerulário, patriarca de Constantinopla, e todos os seus partidários. Esse ato selou a separação das igrejas do Oriente e do Ocidente pelos séculos seguintes. 
	O eventual enrijecimento das diferenças entre as igrejas do Oriente e do Ocidente, que culminou no Grande Cisma, parecia historicamente inevitável, apesar da convicção, de ambos os lados, da unidade da fé cristã e da Igreja que proclamava e protegia sua fé. A partir do século XI, os dois lados da Igreja, de modo geral, seguiram caminhos próprios. A ortodoxia, no Oriente, foi continuamente desafiada pela presença do Islamismo e pelo sucesso da expansão islâmica. Em 1453, Constantinopla caiu diante dos turcos muçulmanos. O centro de gravidade da Igreja ortodoxa moveu-se para o norte, para os países eslavos, especialmente a Rússia. Depois da queda de Constantinopla, Moscou foi declarada “a terceira Roma”. Desde o século X, o caráter eslavo e russo tem moldado e marcado pelo cristianismo ortodoxo. Da mesma forma, a experiência eslava e russa deixou marcas profundas no cristianismo ortodoxo. Segundo Sawyer, talvez exista a possibilidade de uma cura para o Grande Cisma com um relacionamento mais próximo entre as igrejas oriental e ocidental, devido aos últimos acontecimentos, que resultaram no fim da Guerra Fria e num maior acesso a Rússia e à Europa oriental, tanto católica quanto protestante.
	Com relação a teologia ortodoxa, fica claro, características próprias e peculiares, como os da teologia Apofática, em que Deus é em si mesmo absolutamente transcendente e racional desconhecível. Assim, ele pode ser descrito apenas na linguagem apofática da negação, isto é, podemos dizer o que ele não é, em vez de fazer asserções positivas sobre o que ele é. Deus pode ser conhecido experimental e misticamente – não em sua essência, mas em suas energias (ações dinâmicas) divinas. A ênfase da ortodoxia esta na limitação inerente da finitude da mente humana, que torna impossível ao ser humano captar a grandeza infinita do santo Criador: “Podemos afirmar que o caminho negativo do conhecimento de Deus é uma experiência intelectual do fracasso da mente quando confrontada com alguma coisa que vai alem do concebível”. A ortodoxia não nega o valor de afirmações catafáticas (positivas) sobre Deus, exemplo, que ele é santo, justo, bom, e assim por diante. Contudo, essas afirmações são verdadeiras num sentido relativo e não podem adequadamente captar a essência de Deus. Segundo João Damasceno, afirmações positivas acerca de deus nos comunicam “não a natureza, mas as coisas ao redor da natureza. É claro que existe um Deus, mas o que ele é em essência e natureza esta alem de nossa compreensão e conhecimento”.
	A teologia oriental é também, profundamente trinitária. Os ortodoxos argumentam que Deus fez o homem à sua imagem. O cristão entende que Deus é em seu ser mais interior uma trindade, e só quando entendemos de modo apropriado Deus, ou seja, como uma Trindade, é que somos capazes de compreender a nós mesmos e quem Deus pretende que sejamos. As explicações dos orientais acerca de Deus como trindade destacam a comunidade divina habitada por três pessoas coiguais, cada uma plena e completamente Deus, cuja comunhão divina é tão completa que cada membro “habita” plenamente o outro (perichoresis) no movimento perpetuo do amor divino. Em sua plenitude, portanto, Deus é tanto unidade quanto união.
	A divisão dogmática entre o Oriente e o Ocidente ocorreu por causa da questão relativa ao termo filioque (lat. “e o filho”). Palavra adicionada ao credo niceno, de modo que ele dizia que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. O acréscimo fora feito sem autoridade e sem consentimento do Oriente, o que era ilegítimo à luz da natureza ecumênica do credo. A teologia oriental sempre sustentou que o Pai é a fonte da Divindade e o Não Gerado. O relacionamento do Filho com o Pai era visto em sua geração, enquanto o relacionamento do Espírito com o Pai era visto em sua procedência do Pai.
	O preceito central na teologia ortodoxa é a noção de que Cristo é a imagem (Gr. Eikon) do Pai. Gregório de Nissa afirma: “O Filho esta no pai assim como a beleza da imagem reside na forma arquetípica. [...] O Pai está no Filho assim como a beleza arquetípica permanece em sua imagem [...] e devemos pensar nessasduas coisas simultaneamente”. A teologia patrística introduziu a distinção da hipóstase e essência no entendimento trinitário cristão. Essa distinção afirmava que Cristo, embora fosse divino, era distinto do Pai. Ele era o Filho e a imagem do Pai, alguém que existia num relacionamento pessoal com o Pai. Essa imagem não manifesta a pessoa, e sim a natureza do Pai. Foi dessa forma trinitária da imagem que se desenvolveu uma teologia de imagens. Depois que a encarnação foi completada contra o cenário das distinções trinitárias, a encarnação de Cristo passou a ser entendida como manifestação da criação à imagem do Pai.
	Desta forma, na ortodoxia, existe uma philokalia, um amor pelo belo. A teologia ortodoxa é consciente exibida na arquitetura e na ornamentação das igrejas. Os ícones, tão proeminentes no culto ortodoxo, refletem essa postura e põem o estético a serviço do sagrado. Eles dizem que “ver é melhor que ouvir”. O ortodoxo insiste, contudo, em que ícones não são ídolos, mas símbolos. A veneração não é dirigida ao objeto material, e sim ao que ele representa. Alem disso, eles insistem em que não adoram ícones, mas veneram. A adoração é devida somente a Deus.
	A categoria mais importante para a salvação, segundo os ortodoxos, é a deificação ou theosis. Atanásio declarou que Cristo se tornou homem para que nós nos tornássemos deuses (isto é, participantes da natureza divina). Maximo, o Confessor, declarou: “Tudo que Deus é, exceto por uma identidade na natureza. É o que alguém se torna quando é deificado pela graça”. O meio da deificação é o Espírito Santo, que dinamicamente habita a Igreja. Ele é o agente que realiza a salvação. O Pai concebeu a salvação, o Filho a realizou no tempo, e o Espírito Santo a finaliza, completa e aperfeiçoa na vida de seu povo, na esfera da Igreja, o corpo místico de Cristo. 
	A deificação é algo tencionado para todos – é alvo de todo cristão. No entendimento ortodoxo, é um processo que começa nesta vida e no qual o cristão progride continuamente. É muito parecido com o conceito da santificação progressiva, entre protestantes, embora não se inicie com uma mudança legal de posição como consequência do ato declarativo de justificação. A pessoa deificada não perde a consciência do pecado, mas permanece num continuo estado de arrependimento. Os meios de deificação refletem, em certa medida, os meios de graça da tradição protestante. Entre esses meios, estão o ir a igreja, o recebimento dos sacramentos, a leitura dos Evangelhos, a obediência aos mandamentos, a oração em espírito e em verdade. A deificação não é apenas um processo individual; ela tem dimensão social, envolvendo o amor ao próximo de maneiras praticas, tais como ministrar aos famintos, aos doentes e aos pobres. Finalmente, a deificação pressupõe que a igreja participara da vida espiritual em comum e dos sacramentos.
	No valor a tradição da ortodoxia, os orientais reconhecem que nem toda tradição tem o mesmo valor ou importância. A tradição é, portanto, contemplada numa hierarquia em que algumas tradições são vistas como primarias, e outras, como secundarias. De importância primaria, fora das escrituras, esta a autoridade dos primeiros sete concílios. As escrituras não devem ser consideradas à parte do testemunho histórico dos pais. Embora algum pais da Igreja pudesse sustentar uma opinião equivocada, a interpretação consensual, especialmente dos primeiros séculos, deve ser aceita como confiável. 
	Segundo Sawyer ainda, fazer uma critica da tradição ortodoxa oriental é difícil, por duas razões. Primeiramente porque a teologia ortodoxa representa verdadeiramente uma forma de fé muito antiga e ortodoxa. Como tal, pouco há no nível teológico formal que possa discordar. E em segundo lugar, sua diferente historia de desenvolvimento fez do pensamento de Atanásio e dos pais capadócios o fundamento da teologia ortodoxa, em vez do pensamento de Agostinho, o que faz da aparência e da percepção da ortodoxia algo muito diferente do protestantismo e do catolicismo.
	Contudo, no que tange o congelamento no tempo, exclusividade e veneração a ícones, causa grande desconforto aos pensamentos modernos. E geram algumas perguntas que somente o futuro poderá responder. 
	A obra é indicada a acadêmicos iniciantes de teologia, porem, no que tange a qualidade e interesse do autor, o texto, didático e simples, pode ser lido por qualquer pessoa que queira ter uma visão ampla do que é teologia. 
Referencia
Sawyer, M. James. Uma Introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. Tradução Estevan F. Kirschner. São Paulo. Editora Vida. 2009. P 261-279.