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8. FUNDAÇÕES

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FUNDAÇÕES 
 
 
 
 
 
E.C. JORGE HELIO FERREIRA DOS SANTOS 
1. Definição de fundação 
 
 A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto formado pelos 
elementos estruturais, tais como: lajes, vigas, pilares e fundações, 
etc. 
 
Fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade transmitir as 
cargas de uma edificação para uma camada resistente do solo. 
 
Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é 
função das cargas da edificação e da profundidade da camada 
resistente do solo. 
 
Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que 
tiver o menor custo e o menor prazo de execução. 
 
 
 
 
 
 Figura 1 - Elementos estruturais: lajes (cinza), vigas (vermelho), pilares 
 (verde) e fundações (azul) 
Resistência ou capacidade de carga do solo 
 
 
A determinação da tensão admissível, resistência ou 
capacidade de carga do solo (fs) consiste no limite 
de carga que o solo pode suportar sem se romper ou 
sofrer deformação exagerada. 
 
 
Para obras de vulto sujeitas à carga elevadas só pode 
ser realizada por empresas especializadas, que além do 
estudo do subsolo, de um modo geral propõem 
sugestões para o tipo de fundação mais adequado para 
que o binômio estabilidade-economia seja atendido. 
 Para obras de pequeno vulto sujeitas a cargas relativamente 
pequenas, a resistência (fs) do terreno poderá ser obtida por meio de 
tabelas práticas em função do tipo de solo, como na tabela 1: 
 
 
 
Tabela 1: Tensão admissível no solo (fs) recomendada pela ABNT. 
Tipo de solo 
Tensão adm. 
(Kgf/cm²) 
a. Rocha viva, maciça sem laminação, fissuras ou sinal de decomposição, tais como: gnaisse, 
granito, diábase e basalto. 
 100 
 
b. Rochas laminadas com pequenas fissuras estratificadas, tais como: xistos e ardósias. 35 
c. Depósitos compactos e contínuos de matacões e pedras de várias rochas. 10 
d. Solo concrecionado. 8 
e. Pedregulhos compactos e mistura de areia e pedregulho. 5 
f. Pedregulhos soltos e mistura de areia e pedregulho. Areia grossa compacta. 3 
g. Areia grossa fofa e areia fina compacta. 2 
h. Areia fina fofa. 1 
i. Argila dura. 3 
j. Argila rija. 2 
k. Argila média. 1 
l. Argila mole, argila muito mole, aterros. * 
Classificação das fundações 
 
De acordo com a profundidade do solo resistente, 
onde está implantada a sua base, as fundações 
podem se classificadas em: 
 
• fundações superficiais (diretas): 
quando a camada resistente à carga 
da edificação ou seja, onde a base da 
fundação está implantada, não excede 
a duas vezes a sua menor dimensão ou 
se encontre a menos de aproximadamente 
3 m de profundidade; 
 
 
 
• fundações profundas (indiretas): 
 são aquelas cujas bases estão 
implantadas a mais de duas vezes 
a sua menor dimensão, e a mais 
de 3 m de profundidade. 
 
 
Classificação das fundações 
 
 
De acordo com a profundidade do solo 
resistente, onde está implantada a sua 
base, as fundações podem ser 
classificadas em: 
 
 
 
 
• fundações superficiais (diretas): 
quando a camada resistente à carga 
da edificação ou seja, onde a base da 
fundação está implantada, não excede 
a duas vezes a sua menor dimensão ou 
se encontre a menos de aproximadamente 
3 m de profundidade; 
• fundações profundas (indiretas): 
 são aquelas cujas bases estão 
implantadas a mais de duas vezes 
a sua menor dimensão, e a mais 
de 3 m de profundidade. 
 
O que caracteriza, principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato 
da distribuição de carga do pilar para o solo ocorrer pela base do 
elemento de fundação, sendo que, a carga aproximadamente pontual que 
ocorre no pilar, é transformada em carga distribuída, num valor tal, que o 
solo seja capaz de suportá-la. Outra característica da fundação direta é 
a necessidade da abertura da cava de fundação para a construção 
do elemento de fundação no fundo da cava. 
 
 
A fundação profunda, a qual possui grande comprimento em relação a sua 
base, apresenta pouca capacidade de suporte pela base, porém grande 
capacidade de carga devido ao atrito lateral do corpo do elemento de 
fundação com o solo. 
Normalmente, dispensa abertura da cava de fundação, constituindo-se, 
por exemplo, em um elemento cravado por meio de um bate-estaca. 
Outra forma de execução é a de escavar através de trados manuais ou 
mecânicos e encher o espaço com concreto que se solidificará e adquirirá 
a forma da escavação. 
Figura 2 –Possíveis soluções em 
fundações diretas 
Fundações diretas (ou rasas, ou 
superficiais) 
 
 Em projetos de construções rurais são 
usadas principalmente fundações diretas, 
tendo em vista, que as cargas são 
relativamente pequenas, não exigindo da 
camada do solo de apoio uma grande 
resistência. 
 
As fundações diretas classificam-se em: 
 
• blocos de fundações; 
• baldrames; 
• radier. 
 
 
 
 
Fundação direta em blocos 
 
O que caracteriza a fundação em blocos é o fato da distribuição de 
carga para o terreno ser aproximadamente pontual, ou seja, onde 
houver pilar existirá um bloco de fundação distribuindo a carga do 
pilar para o solo. Os blocos podem ser construídos de pedra, tijolos 
maciços, concreto simples ou de concreto armado. Quando um bloco é 
construído de concreto armado e tem forma piramidal ele recebe o 
nome de sapata de fundação. 
 
Exemplos de fundações em blocos do tipo sapatas isoladas e contínuas (ou corridas) 
Etapas da execução de sapatas isoladas: 
.escavação, armação, formas, concretagem e desforma. 
Fundação direta em baldrame 
 
 
 A fundação em baldrame apresenta uma distribuição de 
carga para o terreno tipicamente linear, por exemplo, uma parede 
que se apóia no baldrame, sendo este o elemento que transmite a 
carga para o solo ao longo de todo o seu comprimento. Um 
baldrame pode ser construído de pedra, tijolos maciços, concreto 
simples ou de concreto armado. 
 Quando o baldrame tem forma piramidal ele recebe o nome 
de sapata corrida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de fundações diretas em baldrame de tijolos ou pedras 
Fundação direta em radier 
 
 
 
A fundação em radier é constituída por um único elemento de fundação 
que distribui toda a carga da edificação para o terreno, constituindo-se 
em uma distribuição de carga tipicamente superficial. 
 
 
O radier é uma laje de concreto armado, que distribui a carga total da 
edificação uniformemente pela área de contato. É usado de forma 
econômica quando as cargas são pequenas, a resistência do terreno é 
baixa e a utilização de estacas isoladas apresentar a tendência de se 
aproximar muito umas das outras, pelas dimensões exageradas da base, 
e estando a camada resistente a uma tal profundidade que dificulte o 
uso de estacas, sendo uma boa opção para que não seja usada a solução 
de fundação profunda. 
Fundação direta em radier 
 O radier tem a forma de um piso invertido, onde as pressões (cargas) 
agem sob a face inferior em contato com o solo. Geralmente consiste em uma laje 
nervurada, com armaduras cruzadas nas duas direções, em cima e em baixo. Pode-
se também usar lajes curvas, com abóbadas invertidas entre duas nervuras. 
 
 Antes de se executar o radier, deve-se lançar uma camada de concreto 
magro sobre a superfície, que deverá estar perfeitamente limpa 
 
Gabarito industrializado para execução de radier. 
Etapas da execução de um radier: forma, proteção, armação e concretagem 
Fundações Profundas 
 
Quando o solo compatível com a carga da edificação se encontra em 
profundidade é necessário recorrer às fundações profundas, sendo os 
tipos principais: 
 
 
 
 
• estacas 
 
 
 
• tubulões 
 
Estacas de fundaçãoSão elementos alongados, cilíndricos ou prismáticos que se cravam com 
um equipamento, chamado bate-estaca, ou se confeccionam no solo de modo a 
transmitir às cargas da edificação a camadas profundas do terreno. 
 
 Estas cargas são transmitidas ao terreno através do atrito das paredes 
laterais da estaca contra o terreno e/ou pela ponta. 
 
 Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações. 
Com certa frequência, um novo tipo de estaca é introduzido no mercado e a 
técnica de execução de estacas está em permanente evolução. A execução de 
estacas é uma especialidade da engenharia. 
 
 Entre os principais materiais empregadas na confecção das estacas se 
pode citar: 
 
• madeira; 
• aço; 
• concreto (pré-moldadas e moldadas “in situ”). 
 
 
As estacas também são classificadas em estacas de deslocamento e estacas 
escavadas. 
 
 
As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no terreno através de 
algum processo que não promova a retirada do solo. Enquadram-se nessa 
categoria as estacas pré-moldadas de concreto armado, as estacas de 
madeira, as estacas metálicas, as estacas apiloadas de concreto e as 
estacas de concreto fundido no terreno dentro de um tubo de revestimento 
de aço cravado com a ponta fechada, sendo as estacas tipo Franki o 
exemplo mais característico dessas últimas. 
 
 
 
As estacas escavadas são aquelas executadas “in situ” através da 
perfuração do terreno por um processo qualquer, com remoção de material. 
Nessa categoria se enquadram entre outras as estacas tipo broca, 
executada manual ou mecanicamente e as do tipo “Strauss”. 
. Estacas de madeira 
 
 As estacas de madeira são empregadas nas edificações desde a antiguidade. 
Atualmente, diante das dificuldades de se obter madeiras de boa qualidade, sua 
utilização é bem mais reduzida. 
 
 As estacas de madeira nada mais são do que troncos de árvores, bem retos e 
regulares, cravados normalmente por percussão, isto é golpeando-se o topo da estaca 
com pilões geralmente de queda livre. No Brasil a madeira mais empregada é o eucalipto, 
principalmente como fundação de obras provisórias. Para obras definitivas 
tem-se usado as denominadas “madeiras de lei” como por exemplo a peroba, a aroeira, a 
maçaranduba e o ipê. 
 
 A duração da madeira é praticamente ilimitada, quando mantida permanentemente 
submersa. No entanto, se estiverem sujeitas à variação do nível d’água apodrecem 
rapidamente pela ação de fungos aeróbicos, o que deve ser evitado aplicando –se 
substâncias protetoras como sais tóxicos à base de zinco, cobre ou mercúrio ou ainda 
pela aplicação do creosoto. Neste tipo de tratamento recomenda-se o consumo de 
aproximadamente 15 kg de creosoto por m3 de madeira tratada quando as estacas forem 
cravadas em terra. 
 
 Durante a cravação a cabeça da estaca deve ser munida de um anel de aço de modo a 
evitar o seu rompimento sob os golpes do pilão. Também é recomendado o emprego de 
uma ponteira metálica para facilitar a penetração da estaca e proteger a madeira. 
Estacas de madeira para cravação 
Bate-estaca de queda livre 
Estacas metálicas 
 
 As estacas metálicas são constituídas principalmente por peças de aço laminado 
ou soldado tais como perfis de seção I e H, como também por trilhos, geralmente 
reaproveitados após sua remoção de linhas férreas, quando perdem sua utilização 
por desgaste. 
 
 A principal vantagem das estacas de aço está no fato de se prestarem à 
cravação em quase todos os tipos de terreno, permitindo fácil cravação e uma 
grande capacidade de carga. 
Sua cravação é facilitada, porque, ao contrário dos outros tipos de estacas, em 
lugar de fazer compressão lateral do terreno, se limita a cortar as diversas 
camadas do terreno. 
 
 Hoje em dia já não existe preocupação com o problema de corrosão das estacas 
metálicas quando permanecem inteiramente enterradas em solo natural, porque a 
quantidade de oxigênio que existe nos solos naturais é tão pequena que a reação 
química tão logo começa, já acaba completamente com esse componente responsável 
pela corrosão. Entretanto, de modo a garantir a segurança a NBR 6122 exige que 
nas estacas metálicas enterradas seja descontada a espessura de 1,5 mm de toda 
sua superfície em contato com o solo, resultando uma área útil menor que a área real 
do perfil. A carga máxima atuante sobre a estaca é obtida multiplicando-se a área 
útil pela tensão admissível do aço fc = fyk/2 onde fyk é tensão característica à 
ruptura do aço da estaca. 
Estacas metálicas 
Etapas da cravação 
de estacas metálicas 
Estacas de concreto 
 
 As estacas de concreto podem ser pré-moldadas ou moldadas “in loco” (ou 
no local). 
 
a) Estacas pré-moldadas de concreto 
 
 São largamente usadas em todo o mundo possuindo como vantagens em 
relação as concretadas no local um maior controle de qualidade tanto na 
concretagem, que é de fácil fiscalização quanto na cravação, além de poderem 
atravessar correntes de águas subterrâneas o que com as estacas moldadas no local 
exigiriam cuidados especiais. 
 
 Podem ser confeccionadas com concreto armado ou protendido adensado 
por centrifugação ou por vibração, este de uso mais comum. Tanto nas estacas 
vibradas quanto nas centrifugadas a cura do concreto é feita a vapor, de modo a 
permitir a desforma e o transporte da mesma no menor tempo possível. 
Tendo em vista que a cura a vapor só acelera o ganho de resistência nas primeiras 
horas, mas não diminui o tempo total necessário para que o concreto atinja a 
resistência final, as estacas devem permanecer no estoque pelo menos até que o 
concreto atinja a resistência de projeto. 
 
A seção transversal dessas estacas é geralmente quadrada, hexagonal, octogonal ou 
circular, podendo ser vazadas ou não. 
 
 
Estacas de concreto 
 
A carga máxima estrutural das estacas pré-moldadas é em geral indicada nos 
catálogos técnicos das empresas fabricantes, no entanto a carga admissível só 
poderá ser fixada após a análise do perfil geotécnico do terreno e sua cravabilidade. 
 Para não onerar o custo de transporte das estacas, desde a fábrica até a 
obra, o seu comprimento é limitado a 12m. Por isso, quando se precisar de estacas 
com mais de 12m as peças devem ser emendadas. 
 
 Essas emendas podem ser constituídas por anéis metálicos ou por luvas de 
encaixe tipo ”macho e fêmea” quando as estacas não estivem sujeitas a esforços de 
tração tanto na cravação quanto na utilização, ou em caso contrário, emenda do tipo 
soldável, onde a altura h e a espessura e da chapa são função do diâmetro da 
 armadura longitudinal e do 
 diâmetro da estaca. 
Estacas de concreto 
 
Existem vários processos para cravação das estacas pré-moldadas, no entanto 
qualquer que seja o processo, utilizado em geral de modo a facilitar a passagem da 
estaca pelas diversas camadas do terreno, no final a estaca será sempre cravada 
por percussão. 
 
Para tanto, utiliza-se um tipo de guindaste especial chamado de bate-estaca que 
pode ser dotado de martelo (também chamado de pilão) de queda livre ou 
automático também denominado martelo diesel. Para amortecer os golpes do pilão e 
uniformizar as tensões por ele aplicadas à estaca, instala-se no topo desta um 
capacete dotado de “cepo” e “coxim” . 
Detalhe do capacete da estaca 
Etapas da cravação 
de estacas de concreto 
Estacas concretadas “in situ” (ou ‘in loco’) 
 
 
 Existe uma grande variedade de tipos de estacas concretadas no local, diferenciadas 
entre si, principalmente, pela forma que são escavadas e pela forma de colocação do concreto. 
 
 As mais comuns e econômicas são as do tipo “brocas”, escavadas através de trados 
espirais manuais ou mecânicos e depois sendo o concreto lançado na escavação, sem proteção e 
sem armaduras.O diâmetro máximo é de 25 cm e a profundidade pode variar entre 3 e 6 
metros. 
 O lançamento do concreto se fará em trechos de pouca altura, seguido de 
apiloamento que pode ser manual. 
 
 São empregadas em pequenas construções e terrenos coesivos, como os argilosos, e 
sempre acima do lençol freático. 
 
 As brocas constituem uma solução econômica e de fácil execução, mas a capacidade 
de carga é reduzida, ficando entre 3 e 8 toneladas. 
 
 De um modo geral crava-se um tubo de aço até a profundidade prevista pela 
sondagem geotécnica, enchendo–se com concreto que vai sendo apiloado até que se retire o 
tubo. Entre os vários tipos existentes destacam-se as estacas tipo Strauss e as estacas tipo 
Franki. 
 
 
 
 
Estacas do tipo ‘brocas’ – esquema e execução 
 
 
 
 
 As estacas tipo Strauss foram projetadas, inicialmente, como alternativa às estacas 
pré-moldadas cravadas por percussão devido ao desconforto causado pelo processo de 
cravação, quer quanto à vibração ou quanto ao ruído. O processo é bastante simples, 
consistindo na retirada de terra com sonda ou piteira e, simultaneamente, introduzir tubos 
metálicos rosqueáveis entre si, até atingir a profundidade desejada e posterior concretagem 
com apiloamento e retirada da tubulação. 
 
 Por utilizar equipamento leve e econômico a estaca tipo Strauss possui as seguintes 
vantagens: 
 
• ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos; 
 
• possibilidade de execução da estaca com o comprimento projetado; 
 
• possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de corpos estranhos no solo, 
matacões, etc, permitindo a mudança de locação antes da concretagem; 
 
• possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a retirada de 
amostras permite comparação com a sondagem à percussão; 
 
• possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões; 
 
• autonomia, importante em regiões ou locais distantes. 
Estacas concretadas “in situ” (ou ‘in loco’) 
 
Estacas concretadas “in situ” (ou ‘in loco’) 
 
 
 
Como principais desvantagens das estacas tipo Strauss podemos citar: 
 
 
• quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água no furo com a 
sonda, a adoção desse tipo de estaca não é recomendável; 
 
• em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de seccionamento 
do fuste pela entrada de solo é muito grande, e nesses casos esta solução não é 
indicada; 
 
• é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de modo a não 
ocorrer falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com estas estacas devem-se a 
deficiências de concretagem durante a retirada do tubo. 
 
Estacas concretadas “in situ” (ou ‘in loco’) 
 As estacas tipo Strauss podem ser armadas ou não. 
No caso das estacas não armadas, o concreto utilizado deve ter um consumo 
mínimo de 300 kgf/m3, consistência plástica (abatimento mínimo de 8 cm) e 
fcck de 15 MPa. 
 
 Já o concreto das estacas armadas deve ter um abatimento mínimo 
de 12 cm e fcck de 15 MPa. Não deverá ser utilizada a brita 2, mesmo se 
necessário executivamente. 
 
 A NBR 6122 fixa cargas admissíveis para estacas tipo Strauss não 
armadas em função do diâmetro externo do tubo de revestimento. A carga 
de trabalho será fixada após análise do perfil geotécnico do terreno. 
Estaca Strauss - equipamentos 
 
 
 
 
 
 A estaca tipo Franki usa um tubo de revestimento cravado dinamicamente com a 
aponta fechada por meio de bucha e recuperado após a concretagem da estaca. O concreto 
usado na execução da estaca é relativamente seco com baixo fator água-cimento, resultando 
em um concreto de slump zero, de modo a permitir o forte apiloamento previsto no método 
executivo. O concreto com estas características deve atingir fcc28 = 20 MPa e o controle 
tecnológico do concreto durante a execução da estaca deve prever retirada regular de corpos 
de prova, para serem ensaiados a 3, 7 e 28 dias, iniciando-se ao se executar as primeiras 
estacas, e continuar para cada grupo de 15 ou 20 estacas executadas. 
 
A armação da estaca é constituída por barras longitudinais e estribos que devem ter 
dimensões compatíveis com o diâmetro do tubo e do pilão. A execução de estacas tipo Franki, 
quando bem aplicada, praticamente não sofre restrições de emprego diante das 
características do subsolo, salvo casos particulares como aqueles constituídos por espessas 
camadas de solo muito mole. 
 
As empresas que atuam no mercado brasileiro adotam usualmente cargas admissíveis na 
execução de projetos de rotina das estacas tipo Franki. A adoção dessas cargas depende da 
análise dos elementos do projeto, podendo ser diminuídas ou aumentadas em projeto de 
condições especiais. 
Estacas concretadas “in situ” (ou ‘in loco’) 
Fases de execução de uma estaca tipo Franki 
 Estacas concretadas “in situ” (ou ‘in loco’) 
 
 
 Alguns aspectos da estaca tipo Franki, que fazem parte do método de 
execução, e que a diferencia dos outros tipos de estacas concretadas no local 
contribuindo para a elevada carga de trabalho da estaca: 
 
 
• a cravação com ponta fechada isola o tubo de revestimento da água do subsolo, o 
que não acontece com outros tipos de estaca executada com ponta aberta; 
 
• a base alargada dá maior resistência de ponta que todos os outros tipos de estaca; 
 
• o apiloamento da base compacta solos arenosos, bem como, aumenta o diâmetro da 
estaca em todas as direções, aumentando sua a resistência de ponta. Em solos 
argilosos o apiloamento da base expele a água da argila, que é absorvida pelo 
concreto seco da mesma, consolidando e reforçando seu contorno; 
 
• o apiloamento do concreto contra o solo para formar o fuste da estaca compacta o 
solo e aumenta o atrito lateral; 
 
• o comprimento da estaca pode ser facilmente ajustado durante a cravação. 
Estaca Franki – equipamento e aspecto final 
Tubulões 
 
 Os tubulões são elementos de fundação que objetivam transmitir as 
cargas da estrutura às camadas de solo mais profundas e de maior resistência. 
Seu diâmetro deverá permitir que um trabalhador escave em seu interior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tubulões 
 
 
 Tubulão a céu aberto 
 
 
 O tubulão a céu aberto consiste na escavação manual, executada acima do 
lençol freático, dispensando escoramento. Só pode ser executado em terrenos 
coesivos e seu diâmetro mínimo é de 70 a 80 cm, para permitir que o trabalhador 
escave livremente em seu interior. 
 
 Quando é atingida a camada de solo de maior resistência, na profundidade 
prevista no projeto de fundação,procede-se, ou não, o alargamento da base em 
forma tronco-cônica, de acordo com as especificações do projeto. 
 
 O fuste do tubulão poderá ser armado ou não; a solução mais econômica é 
sem armaduras, e neste caso o alargamento da base não poderá ultrapassar um 
ângulo de 60º em relação à horizontal. 
 
 O concreto será simplesmente lançado em seu interior através de um funil, 
ou uma tromba, para evitar que atinja as paredes. 
Etapas da execução de um tubulão a céu aberto 
 Armadura em tubulão Tubulão encamisado 
Tubulão concretado 
Tubulão a céu aberto 
 
 Tubulão Pneumático (ou tubulão a ar comprimido) 
 
Consiste na escavação que mantém a água afastada do local de trabalho através da 
pressão do ar comprimido. 
 A cravação dos tubo é feita através de movimentos de rotação. 
A escavação que se procede no interior do tubo é mecânica. Executa-se a escavação 
até a profundidade prevista no projeto de fundação. Para a escavação da base 
coloca-se uma campânula de ar comprimido e os trabalhadores descem para escavar 
a base. 
 A campânula de ar comprimido é um 
 equipamento que permite a entrada e saída 
de trabalhadores,a retirada de material, 
e a concretagem, sem a redução da pressão 
que mantém a água afastada. 
 
 Em tubulões a ar comprimido, seja 
de camisa de aço ou de camisa de concreto, 
a pressão máxima de ar comprimido empre- 
gada é de 3,4 atm (340 kPa), razão pela qual 
esses tubulões têm sua profundidade limita- 
da a 34m abaixo do nível do mar. 
 
 
 Tubulão Pneumático (ou tubulão a ar comprimido) 
 
Nos trabalhos sob pressão, deverá ser observada rigorosamente a 
NB 51/86 (NBR 6122), que prevê que se atenda aos tempos de compressão e 
descompressão previstos pela boa técnica e pela legislação em vigor, só se 
admitindo trabalhos sob pressões superiores a 150 kPa quando as seguintes 
providências forem tomadas: 
 
• estar à disposição da obra equipe permanente de socorro médico; 
 
• estar disponível na obra câmara de descompressão equipada; 
 
• existir na obra compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva; 
 
• que seja garantida a renovação do ar, sendo o ar injetado em condições 
satisfatórias para o trabalho humano. 
 
 
Tubulão 
Pneumático

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