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Epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil Profª Moema Alves Macêdo Caracterização: • Etiologia múltipla; • Muitos fatores de risco; • Longos períodos de latência; • Curso prolongado; • Origem não infecciosa; • Associação com deficiências e incapacidades funcionais; Lessa (1988) acrescenta: • HND prolongada; • Interação com fatores etiológicos conhecidos e desconhecidos; • Causa necessária desconhecida; • Especificidade de causa desconhecida; • Longo curso assintomático; • Curso clínico em geral lento e permenente; • Manifestações clínicas com períodos de remissão e exacerbação; • Lesões celulares irreversíveis; • Evolução para graus variados de incapacidade ou morte. Grupo de DCNT pela OMS: • Doenças do aparelho circulatório (cerebrovasculares, cardiovasculares); • Neoplasias; • Doenças respiratórias crônicas; • Diabetes Mellitus. (WHO, 2005, 2011) Fatores de risco comuns e possibilidade de abordagem comum de intervenção. BRASIL: um país em transição • Transição epidemiológica; • Transição demográfica; • Transição Nutricional. Processo saúde-doença Estudo das populações padrão nutricional Transição epidemiológica • Grande redução de doenças infecciosas • e aumento das DCNT, acidentes e violência 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 infecciosas cardiovasculares neoplasias Externas Gráfico de causas de mortes entre os anos de 1930 a 1985 Transição demográfica: • Redução da mortalidade precoce; • Diminuição das taxas de fecundidade; • Aumento da expectativa de vida ao nascer; • Incremento da população idosa. Pirâmides etárias Pirâmides etárias Pirâmide etária comparativa Transição nutricional • Declínio da desnutrição em crianças e adultos; • Aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade Evolução de indicadores na população de 20+ anos de idade, por sexo – Brasil – períodos 1974-75, 1989, 2002-2003 e 2008-2009 Evolução de indicadores antropométricos na população de 10 a 19 anos de idade, por sexo – Brasil – períodos 1974-75, 1989 e 2008-2009 Evolução de indicadores antropométricos na população de 5 a 9 anos de idade, por sexo – Brasil – períodos 1974-75, 1989 e 2008-2009 Resumindo: Impactos para as famílias Baixa renda maior exposição a fatores de risco Menor acesso serviços de saúde Mais gastos com doenças crônicas Maior estado de pobreza Epidemia de DCNT IMPACTOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO CONTEXTO BRASILEIRO: • Transição demográfica; • Transição epidemiológica; • Transição nutricional; • Urbanização; • Crescimento econômico; • Crescimento social. Risco de desenvolvimento de doenças crônicas • Mesmo com o SUS o custo individual indireto de uma doença crônica é bastante alto; • As DCNT estão entre as principais causas de internações hospitalares. Impactos econômicos Sociais: • Tratamento de curso prolongado Gastos difíceis de estimar • INDIVÍDUOS; •FAMÍLIAS; •SISTEMA DE SAÚDE CUSTOS DIRETOS: ASSISTÊNCIA MÉDICA, MEDICAMENTOS, INTERNAÇÕES, EXAMES, PROCEDIMENTOS, FISIOTERAPIA, REABILITAÇÃO CUSTOS INDIRETOS: PERDAS NA PRODUÇÃO E NA RENDA, PERDAS DE PRODUTIVIDADE E DE EMPREGO EM RAZÃO DE ABSENTEÍSMOS. MITOS E FATOS 1 – DCNT afetam predominantemente os países ricos Mito ou fato? Por quê? 4 A CADA 5 MORTES OCORREM EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO 2 – Países em desenvolvimento poderiam controlar as doenças transmissíveis antes das DCNT. Mito ou fato? Por quê? AMBAS DEVEM SER OBJETOS DE INTERVENÇÃO 3 – DCNT afetam predominantemente pessoas idosas Mito ou fato? Por quê? A MAIORIA DAS DCNT AFETAM PESSOAS COM MENOS DE 70 ANOS DE IDADE, LEVANDO A INCAPACIDADES PREMATURAS OU, ATÉ MESMO, À MORTE . 4 – DCNT afetam predominantemente pessoas ricas Mito ou fato? Por quê? AS PESSOAS POBRES SÃO MAIS AFETADAS, POIS, NA MAIORIA DAS VEZES, NÃO TEM ACESSO AS ESCOLHAS SAUDÁVEIS, NEM A TRATAMENTO ADEQUADO 5 – DCNT afetam predominantemente homens Mito ou fato? Por quê? NA VERDADE AFETAM IGUALMENTE HOMENS E MULHERES 6 – DCNT são resultado de estilos de vida não saudáveis Mito ou fato? Por quê? OS GOVERNOS TÊM UM PAPEL CRUCIAL EM PROVER ESCOLHAS SAUDÁVEIS, EM ESPECIAL PARA PROVIDENCIAR PROTEÇÃO SOCIAL Para GRUPOS NÃO VULNERÁVEIS 7 – DCNT não podem ser prevenidas Mito ou fato? Por quê? A ELIMINAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PODE ACABAR COM PELO MENOS 80% DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES, DIABETES DO TIPO 2, E A.V.E. E 40% DOS CÂNCERES 8 – prevenir DCNT é muito caro Mito ou fato? Por quê? CUSTO EFETIVAMENTE INVESTIR NESSAS AÇÕES TEM ÓTIMO RESULTADO E POUCO CUSTO 9 – Algumas pessoas têm muitos fatores de risco e vivem muito tempo. Mito ou fato? Por quê? ESSES CASOS CERTAMENTE EXISTEM, MAS NÃO SÃO FREQUENTES. NA MAIORIA DAS VEZES AS PESSOAS ADOECEM OU MORREM PRECOCEMENTE 10 –Todo mundo irá morrer um dia Mito ou fato? Por quê? ISSO É REAL, MAS A MORTE NÃO ORECISA SER LENTA, PREMATURA OU DOLOROSA MODELOS EXPLICATIVOS DA CAUSALIDADE DAS DCNT • Modelo ecológico: (agente - hospedeiro – meio ambiente) – inadequado • Novo modelo – Modelo Campo de saúde: - biologia humana; - ambiente; - estilos de vida; - Organização da atenção a saúde. Diagrama da HN das DCNT (OMS) DETERMINANTES SOCIAIS Fatores não modificáveis Sexo Genética Idade Fatores de risco modificáveis Tabagismo Alimentação inadequada Álcool Inatividade física FATORES DE RISCO INTERMEDIÁRIOS Hipertensão Dislipidemia Sobrepeso Obesidade Intolerância a glicose DESFECHOS Doenças coronarianas Doenças cardiovasculares Doença vascular periférica Doença renal crônica DPOC/enfisema Diabetes Cânceres Óbitos descritos em 2009 no S.I.M. por todas as causas 72,4% 14,3% 13,2% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% DCNT MATERNAS, INFANTIS E TRANSMISSÍVEIS CAUSAS EXTERNAS Mortalidade por doenças crônicas segundo o sexo Taxa de internação hospitalar por doenças crônicas selecionadas, Brasil 2000-2009 Percentual de pessoas que referiram doenças crônicas na PNAD 1998, 2003 e 2008, segundo faixa etária 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 a 4 anos 5 a 13 anos 14 a 19 anos 20 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 64 anos 65 anos e + 9 9 13 30 53 69 81 9 9 11 25 47 64 78 9,1 9,7 11 22,7 45,1 65 79,1 1998 2003 2008 Prevalência de fatores de risco e proteção para DCNT nas capitais do Brasil no período de 2006 a 2010 16,2 16,2 14,9 7,1 39,1 11,4 15,1 15,1 14,9 18,2 34,2 15,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 Tabagismo Álcool abusivo Atividade física no lazer Consumo recomendado de frutas e hortaliças Consumo de carne com gordura Obesidade % 2006 2007 2008 2009 2010 Fundamentos para abordagem integral de DCNT • Abordagemprecoce e abrangente; • Atuar em todo o ciclo vital; • Modelo de atenção aos portadores de doenças crônicas; • Linha de cuidado de DCNT (organizar o fluxo); LINHAS DE CUIDADO • PERSPECTIVA DA MACROPOLÍTICA • PERSPECTIVA DA MICROPOLÍTICA Modelo de atenção aos portadores de doenças crônicas Melhoria dos Resultados Referencia Bibliográfica ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia & saúde. 7 ed. São Paulo: Médica e Científica, 2013.
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