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O ICMS SObre O COMérCIO eletrônICO - AS POlêMICAS GerAdAS PelA eC nº 87/2015 Sumário AGRADECIMENTOS ..................................................................................... 5 SIGLAS/ABREVIAÇÕES UTILIZADAS ......................................................... 7 CAPÍTULO 1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ................................................ 15 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 15 2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ...................................................... 18 3. ICMS......................................................................................................... 24 3.1. Regras Gerais ................................................................................. 24 3.2. Princípios Constitucionais Afetos ao ICMS .................................. 26 CAPÍTULO 2. E-COMMERCE ........................................................................ 31 1. CONCEITO .............................................................................................. 31 2. HISTÓRICO ............................................................................................. 32 2.1. Protocolo ICMS nº 21/2011 .......................................................... 33 2.2. Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) .............................. 39 12 O ICMS sobre o Comércio Eletrônico - As Polêmicas Geradas pela EC nº 87/2015 2.3. Vigência ......................................................................................... 43 2.4. Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 197 ...................... 45 CAPÍTULO 3. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 87/2015 ......................... 49 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 49 2. INOVAÇÕES ............................................................................................ 51 3. VIGÊNCIA ............................................................................................... 61 4. POLÊMICAS ............................................................................................. 64 CAPÍTULO 4. ALÍQUOTAS ........................................................................... 77 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 77 2. OPERAÇÕES INTERESTADUAIS ............................................................ 78 2.1. Regra dos 7% ou 12% .................................................................... 78 2.2. Operações com Produtos Importados ........................................... 82 2.3. Diferencial de Alíquotas (Operações com Consumidor Final) ..... 83 2.3.1. Vigência até 31.12.2015 .................................................. 84 2.3.2. Vigência a partir de 1º.01.2016 ....................................... 85 3. FECP ........................................................................................................ 87 4. ALÍQUOTAS INTERNAS ......................................................................... 90 CAPÍTULO 5. NORMAS COMPLEMENTARES ............................................ 93 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 93 2. NOTA TÉCNICA 2015/003 ...................................................................... 94 3. CONVÊNIO ICMS Nº 93/2015 ................................................................ 100 4. AJUSTE SINIEF Nº 5/2015 ...................................................................... 105 5. AJUSTE SINIEF Nº 6/2015 ...................................................................... 106 6. ATO COTEPE/ICMS Nº 44/2015 ............................................................. 109 CAPÍTULO 6. LEGISLAÇÃO......................................................................... 119 1. PROTOCOLO ICMS Nº 21/2011 ............................................................. 119 SUmário 13 2. RE Nº 680.089 .......................................................................................... 122 3. ADI Nº 4.628 ............................................................................................ 125 4. ADI Nº 4.713 ............................................................................................ 133 5 ADI Nº 4.565 ............................................................................................ 140 6. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 87/2015 ............................................ 142 7. RESOLUÇÃO SENADO FEDERAL Nº 22/1989 ...................................... 144 8. RESOLUÇÃO SENADO FEDERAL Nº 95/1996 ...................................... 145 9. RESOLUÇÃO SENADO FEDERAL Nº 13/2012 ...................................... 145 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 147 Capítulo 1 Noções Introdutórias 1. INTRODUÇÃO O Estado para prover todas as necessidades da sociedade a fim de atingir objetivos previstos na Constituição Federal de 1988 precisa de re- cursos financeiros para realizar a prestação dos serviços essenciais. A captação de dinheiro que realiza é apenas a forma necessária para que atinja seus fins, cumpra com suas atividades políticas, econômicas, sociais, policiais, administrativas, etc. A Constituição Federal estabelece como objetivos fundamentais dos entes que compõem a Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), no artigo 3º: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 16 o iCmS Sobre o ComérCio eletrôniCo - aS PolêmiCaS geradaS Pela eC nº 87/2015 Podemos dizer que a principal fonte destes recursos é proveniente da arrecadação de tributos que cada vez mais apresenta um crescimento signi- ficativo no Brasil. O Direito Tributário é o ramo do direito público que visa regular essa relação entre o ente governamental que institui o tributo e o contri- buinte, responsável por levar dinheiro aos cofres públicos. É este ramo do direito que institui, fiscaliza e arrecada tributos seguindo os preceitos constitucionais. Assim, podemos definir o Direito Tributário como o conjunto de re- gras que regulam a relação jurídica entre o poder tributante (União, Es- tados, Municípios e o Distrito Federal) e o contribuinte (pessoa física ou jurídica). Sendo assim, sempre teremos, no polo passivo, o contribuinte; e no polo ativo, o Fisco. Para isso, baseia-se nas regras contidas na Constituição Federal de 1988 (CF/1988) que estabelece todas as regras que norteiam as relações dos brasileiros, em todas as suas esferas, desde direitos e garantias individuais até os tributos que podem ser instituídos no território brasileiro. Cumpre-nos destacar que, dentre os tributos passíveis de serem insti- tuídos no território nacional, há o Imposto sobre a Circulação de Mercado- rias e sobre as Prestações de Serviço de Transporte Interestadual e Intermu- nicipal e de Comunicação (ICMS). Tributo este, de competência estadual e distrital. Ainda, em relação ao ICMS, a CF/1988 estabelece os princípios cons- titucionais a que este tributo está sujeito e as respectivas imunidades (li- mites de tributação), as principais regras para sua instituição tais como: a necessidade de existência de uma lei complementar de âmbito nacional que define as principais regras do ICMS, a necessidade do Senado Federal esta- belecer as alíquotas a serem praticadas nas operaçõesinterestaduais entre contribuintes do ICMS dentre outras. Neste sentido, as 26 Unidades da Federação e o Distrito Federal edita- ram suas normas para regulamentar o tributo estadual que tanto gera con- flito para os seus operadores no dia a dia. CaPítUlo 1. noçõeS introdUtóriaS 17 O ICMS é um tributo muito amplo, pois seu campo de incidência é muito extenso tendo em vista que incide em toda a cadeia comercial das mercadorias e na prestação de serviços de comunicação e de transporte, interestadual e intermunicipal. Um tema que há muito vem gerando polêmica de ICMS é a guerra fis- cal na qual muitas unidades federadas instituem benefícios fiscais visando proteger a sua economia em detrimento dos demais entes federados. A guerra fiscal tem diversos aspectos a serem observados, estudados, alterados e coibidos. Particularmente, entendo que a guerra fiscal tem seu lado positivo uma vez que visa estabelecer benefícios fiscais e financeiros que diminuem a tributação dos contribuintes. Há tempos os entes tributantes (pessoas jurídicas de direito público interno), também denominados “Fiscos”, os integrantes das duas Casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), bem como o presidente do país tendem a criar mecanismos para diminuir a famigerada guerra fiscal. Recentemente, o foco de linha de frente para acabar ou diminuir com a “guerra fiscal” tem sido as alíquotas aplicadas em operações interesta- duais, seja entre contribuintes do ICMS, seja com não contribuintes. Tem-se estudado a proposta de unificação das alíquotas interestaduais para um percentual único, que seria 4%. Uma medida neste sentido foi a publicação da Resolução do Senado Federal nº 13/2012, cuja vigência iniciou-se m 1º.01.2013, que alterou a regra anterior que estabelecia alíquo- tas de 7% ou 12% conforme a origem e o destino do bem ou do serviço em operação interestadual entre contribuintes do ICMS. Assim, desde janeiro de 2013, existem as alíquotas de 4%, 7% e 12% aplicáveis às operações interestaduais entre contribuintes do ICMS. E, nas operações interestaduais destinadas a não contribuintes do ICMS, aplica-se, até 31.12.2015, a alíquota interna do bem ou serviço na unidade federada de origem da operação. A unificação da alíquota ainda não foi aprovada e, em paralelo a esta discussão, foi aprovada a Emenda Constitucional (EC) nº 87/2015, com 18 o iCmS Sobre o ComérCio eletrôniCo - aS PolêmiCaS geradaS Pela eC nº 87/2015 vigência inicial prevista para 1º.01.2016, que altera a forma de aplicação da alíquota do ICMS aplicada na operação interestadual que destine bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto. Essa alteração, embora entre em vigor em 2016, gera polêmica quan- to ao escalonamento da divisão do ICMS incidente na operação, pois este passa a ser devido para os entes federados de origem e destino, até que em 2019 ele seja totalmente devido ao Estado de destino. Conquanto o tema seja recente e dependa ainda de muita regulamen- tação por partes das 27 Unidades da Federação e do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), já foram editadas diversas legislações infra- constitucionais regulamentando a nova regra de tributação trazida pela EC nº 87/2015. O presente trabalho visa dar uma visão panorâmica sobre as regras nacionais (aplicáveis a todas as Unidades da Federação e ao Distrito Fede- ral) e as particularidades presentes nas legislações estaduais e distrital ora publicadas. Também abordamos as principais polêmicas geradas por este novo dispositivo constitucional, tais como a sua validade com a alteração do princípio da origem que estabelece que o ICMS deve ser recolhido para o Estado onde está localizado o remetente da mercadoria. 2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Ao iniciarmos qualquer análise de tema tributário, faz-se necessário discorrer, ainda que de forma resumida, sobre o Sistema Tributário Nacio- nal (STN) para melhor compreender todos os aspectos do tema. O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de normas jurídicas que disciplinam o poder de tributar por meio de regras que obrigam os entes tributantes e os contribuintes dos tributos. Assim, regula o conjunto de tributos cobrados no Brasil, por todas as suas esferas de tributação (federal, estadual e municipal) bem como a forma de arrecadação. A base do STN, como das demais normas brasileiras, é a Constitui- ção Federal do Brasil, de 1988, que estabelece toda a estrutura hierárquica tributária: CaPítUlo 1. noçõeS introdUtóriaS 19 a) tributos que podem ser instituídos no país; b) competência tributária, que estabelece qual ente da Federação pode instituir o tributo; c) limitações ao poder de tributar, composto pelos princípios cons- titucionais tributários e as imunidades tributárias; d) regras que regem cada tributo, como a necessidade de Lei Com- plementar de âmbito nacional; a relação de princípios a que cada tributo se sujeita, etc. No Direito Tributário, a hierarquia das normas é apresentada da se- guinte maneira: a) Constituição Federal e suas emendas; b) Leis Complementares; c) Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Resoluções do Senado Fe- deral e Decretos legislativos; d) Normas complementares (decretos regulamentares, portarias, instruções normativas, resoluções, etc.). Cada norma possui uma função específica que, de forma resumida, demonstramos que a Constituição Federal é a principal fonte de direito de um Estado Federativo e, também, a mais importante fonte do direito tribu- tário. Nela são encontrados os princípios básicos do direito de tributar. Passamos a dispor apenas sobre as principais normas que, no decorrer da obra, far-se-ão necessárias à evolução do tema apresentado. A CF está no topo da hierarquia jurídica, o que acarreta em inconsti- tucionalidade material quando um dispositivo legal (regra inserida em nor- ma) contraria os seus ditames. Na CF, ainda estão explícitas as competências tributárias e os poderes dos entes da Federação no exercício de tributar constante dos artigos 150 a 152. A maneira como deve ser efetuada a repartição das receitas também consta na CF, em seus artigos 157 a 162. 20 o iCmS Sobre o ComérCio eletrôniCo - aS PolêmiCaS geradaS Pela eC nº 87/2015 As alterações devidas à CF ocorrem por meio das Emendas Constitu- cionais. Tais emendas estão previstas na própria Carta Maior, haja vista a necessidade que tem a CF de acompanhar a evolução social da nação. A Emenda Constitucional surge do poder constituinte derivado, no qual exige um processo especial e mais dificultoso que o ordinário. A pro- posta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos, considerando-se aprova- da se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros conforme determina o preceito constitucional presente no artigo 60, § 2º, da CF/1988. Ressalta-se que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou estado de defesa e intervenção federal. Se houver algu- ma proposta de emenda já em tramitação, o seu andamento ficará suspenso, em qualquer fase em que se encontre, até que o país volte à normalidade. As emendas não estão sujeitas à sanção presidencial. Por sua vez, as Leis Complementares (LC) dependem de aprovação por maioria absoluta nas Casas do Congresso Nacional. A aprovação por maioria absoluta significa que todos os parlamentares de cada casa, seja da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, deverão estar presentes à seção de votação. Conforme o artigo 59, parágrafo único, da Constituição, a LC disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. Dessa forma, tem supremacia hierárquica em relação às outras leis. A CF é taxativa em relação às matérias objeto de Lei Complementar, que são as seguintes:a) normas gerais de matéria tributária (artigo 146, III); b) empréstimo compulsório (artigo 148, I e II); c) impostos não cumulativos (artigo 154, I); d) regras da transmissão causa mortis e doação (artigo 155, § 1º, III, “a” e “b”); e) não incidência do ICMS nas Exportações (artigo 155, § 2º, X, “a”); f) regras gerais do ICMS (artigo 155, § 2º, XII, “a” a “g”). CaPítUlo 1. noçõeS introdUtóriaS 21 Em suma, podemos dizer que a LC complementa do texto constitu- cional nos casos expressamente previstos. As Leis Ordinárias são normas concebidas para serem a principal so- bre o tema em destaque. É editada pelo Poder Legislativo dos entes da Fe- deração. Por exemplo, a lei que institui o ICMS no Estado de São Paulo. O processo de votação da Lei Ordinária exige maioria simples. Isso significa que a votação existirá apenas com os parlamentares presentes à vo- tação, não sendo necessário o comparecimento de todos os parlamentares, como é o caso da maioria absoluta. O Decreto Legislativo, ato de competência do Poder Legislativo, pode existir em todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). A diferença entre o Decreto Legislativo e a Lei Ordinária está relacionada com o fato de não passar pela apreciação do chefe do Poder Executivo do respectivo ente. Dentro da órbita do direito tributário, esse tipo de norma é mais utili- zado para aprovação de tratados ou acordos internacionais. De forma diversa, os decretos regulamentadores são os atos norma- tivos pelos quais os entes federativos, por intermédio de sua autoridade máxima do Executivo (presidente da República, governador ou prefeito), regulamentam as leis, dando assim, maneiras adequadas para a sua aplicabi- lidade, dentro da legalidade e de acordo com as necessidades. Como exem- plo, temos o Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo (RICMS-SP) que é norma regulamentadora da Lei do ICMS do mesmo Estado. As demais normas ou normas complementares costumam ser editadas pelos órgãos de arrecadação dos tributos, pois visam estabelecer detalhes e minúcias sobre a legislação. Exemplos: Parecer Normativo, Instrução Nor- mativa, Atos Declaratórios, Portarias, etc. No tocante à legislação do ICMS, há a figura dos Convênios e Proto- colos ICMS, celebrados periodicamente no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão este composto pelos representantes de cada Es- tado e do Distrito Federal e um representante do Governo Federal. Com base no que determina a Carta Magna, há a Lei Complementar nº 24/1975, artigos 2º a 7º, e o Convênio ICMS nº 133/1997 (que aprova o Regi- 22 o iCmS Sobre o ComérCio eletrôniCo - aS PolêmiCaS geradaS Pela eC nº 87/2015 mento Interno do Confaz) que determina a exigência de Convênio de ICMS, celebrado no Confaz, para a concessão de benefícios fiscais. Para que o be- nefício seja válido e produza efeitos no mundo jurídico, há essa necessidade. Destaca-se que o fato de o benefício ser aprovado via Confaz não tor- na a sua aplicabilidade plena, ou seja, ele somente será aplicado nos termos do acordo. Assim, se o benefício foi aprovado no Confaz pela maioria dos presentes e versa apenas sobre aplicação interna em determinada UF, so- mente assim o será. Então, podemos ter benefício aplicável: a) às operações internas e interestaduais; b) apenas às operações internas; c) apenas às operações interestaduais; d) somente a uma UF; e) apenas a algumas UF; f) a todas as UF. Os Convênios, por sua vez, são acordos realizados entre os Estados para concederem: a) redução de base de cálculo; b) devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo a contribuinte, a responsável ou terceiros; c) concessão de créditos presumidos; d) quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fis- cais, concedidos com base no ICMS, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus. Os Convênios podem ser: a) concessivos (impositivos) - nos quais os Estados adotam obriga- toriamente; e b) autorizativos: Estados adotam opcionalmente. A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados; a sua revogação total ou parcial dependerá de apro- vação de 4/5, pelo menos, dos representantes presentes. CaPítUlo 1. noçõeS introdUtóriaS 23 Os convênios podem dispor que a aplicação de qualquer de suas cláu- sulas seja limitada a uma ou a algumas Unidades da Federação. Depois da edição do Convênio, o Confaz volta a se reunir para rati- ficá-lo nacionalmente. Para isso, torna-se necessário que todos os Estados aceitem, pois se um Estado rejeitar o Convênio, este não será ratificado e não produzirá efeito. Os convênios ratificados obrigam todas as Unidades da Federação, in- clusive as que, regularmente, convocadas, não se tenham feito representar na reunião. Prazos para: a) publicação no Diário Oficial da União (DOU) dentro de 10 dias depois da reunião; b) ratificação (ou rejeição) estadual dentro de 15 dias da data da publicação DOU. Considera-se ratificação tácita a falta de mani- festação no prazo assinalado; c) ratificação nacional dentro de 10 dias da ratificação estadual; d) vigência no 30º dia posterioemente à publicação a que se refere a letra “b”, salvo disposição em contrário. Considerar-se-á rejeitado o convênio que não for expressa ou tacita- mente ratificado pelo Poder Executivo de todas as Unidades da Federação ou, nos casos de revogação, pelo Poder Executivo de, no mínimo, 4/5 das Unidades da Federação. Mais adiante, quando expusermos a origem da EC nº 87/2015, apro- fundaremos mais no tema inclusive quanto aos benefícios fiscais unilaterais concedidos pelas diversas Unidades da Federação em discordância do pre- ceito constitucional. Por sua vez, os Protocolos são acordos entre 2 ou mais Estados e o Distrito Federal com o objetivo de: a) implementar políticas fiscais; b) realizar a permuta de informações e fiscalização conjunta; 24 o iCmS Sobre o ComérCio eletrôniCo - aS PolêmiCaS geradaS Pela eC nº 87/2015 c) fixar critérios para elaboração de pautas fiscais; d) tratar de outros assuntos de interesse dos Estados e do Distrito Federal. Os protocolos não podem ser utilizados para aumentar, reduzir ou revogar benefícios fiscais e não dependem de ratificação nacional. Os Protocolos são submetidos previamente à apreciação formal da Co- missão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe/ICMS), para fins de verifica- ção, inclusive em reunião virtual, para enquadramento às disposições. Em seguida à manifestação favorável da maioria dos representantes da Cotepe/ ICMS, e uma vez assinado o Protocolo por todos os signatários, inclusive por via de certificação digital, será providenciada pela Secretaria Executiva (SE) a publicação no Diário Oficial da União, para efeito de sua vigência. 3. ICMS O ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Merca- dorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Inter- municipal e de Comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal, conforme previsto na CF/1988, artigo 155, II. Este tributo, por ter sua incidência nas relações de consumo, sobre a cadeia comercial de um bem ou mercadoria ou, ainda, sobre a prestação de serviço de transporte, interestadual e intermunicipal, e de comunicação, é a principal fonte de renda dos Estados e do Distrito Federal. Toda e qualquer alteração em suas regras gera polêmica e desconforto aos contribuintes estaduais, pois tem um grande impacto no dia a dia das empresas. Diante da crise econômica que se evidenciou no ano de 2015, já se esperava alteração na regra deste tributo. 3.1. Regras Gerais O ICMS, como os demais tributos brasileiros, tem sua base na CF/1988. No artigo 155, II,§§ 2º a 5º, encontramos as regras principais sobre incidên- cia, princípios constitucionais, imunidades, dentre outras relativas ao ICMS.
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