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CADERNO: Coisa Julgada, Ação Rescisória e Execução Cível - Caraciola - Mackenzie - 6º Sem.

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COISA JULGADA, RESCISÓRIA E EXECUÇÃO CIVIL 
Prof. ​Andrea Caraciola. 
P1: ​21/03 ​P2: ​17/05 – 5 testes, 3 dissertativas (sem consulta ao Código). 
Não haverá aula de processo dias 02/05 e 03/05. 
Grupo de pesquisa: 15/02 as 12h ou 18/02 as 10h – Dissertação sobre 
princípios do Novo CPC. 
ITER ​PROCEDIMENTAL 
COGNITIVO E COMUM 
O procedimento comum atende a maior parte da demanda do direito material e 
em contraposição os procedimentos especiais, para atender uma característica própria 
do direito material. São tutelas diferenciadas, para atender peculiaridades do direito 
material. 
A sentença de mérito que resolva o conflito material se estabilize, se torne 
definitiva e imutável diante do conflito apresentado perante o juiz ​→ COISA 
JULGADA. 
A jurisdição é inerte e demanda aquele que se sente lesado ou ameaçado de lesão 
se quiser. E, na petição inicial o autor delimita aquilo que deseja obter do Estado, e esta 
delimitação objetiva vincula toda a atividade jurisdicional. Pois, a sentença e o grau 
recursal (inicialmente) deve se dar nos limites do pedido, o réu vai se defender/resistir 
também nos limites do pedido. 
FASE POSTULATÓRIA 
● Marco inicial ​→​ Petição inicial 
Peça procedimental que leva a demanda do autor ao juiz. Os requisitos da 
petição inicial estão no art. 319. Interposta a petição, com a distribuição, o juiz possui 
duas possibilidades: 
o INDEFERIMENTO LIMINAR (art. 330); cabe apelação e dá 
possibilidade de retratação do juiz. O indeferimento é a última 
possibilidade, para o aproveitamento da petição inicial são as emendas à 
inicial, ainda que sucessivas. 
o IMPROCEDÊNCIA LIMINAR (art. 332); a pretensão do autor contrasta 
com precedente, súmula, etc. Sentença de mérito antes da citação, 
possibilidade de apelação e retratação do juiz (exceção do princípio da 
inalterabilidade da sentença). 
● Audiência de Conciliação. 
Citação para o comparecimento na audiência de conciliação. Caso não haja 
conciliação, começa a correr o prazo de 15 dias para a Contestação. 
FASE ORDINATÓRIA 
● Extinção do processo – ​possibilidades do art. 354 (com ou sem resolução do 
mérito). 
● Julgamento antecipado do mérito (total) –​ art. 355. 
Causa madura: apenas de direito, sem necessidade de instrução probatória ou réu 
revel (efeito: presunção de veracidade dos fatos). 
● Julgamento antecipado parcial do mérito ​– art. 356. 
Parte da lide está madura. Quando há cumulação de pedidos, por ex. dano 
material provado documentalmente mas, o dano moral não está. Julgamento de parte da 
pretensão, por meio de uma decisão interlocutória parcial de mérito. A parte prejudicada 
pode agravar por meio de agravo de instrumento (art. 1015, II). Este tem efeitos 
devolutivo e suspensivo, mas o suspensivo é ​ope judices. 
Tem aptidão para produzir efeitos, por meio do cumprimento provisório – 
execução antecipada, antes do trânsito. E, a decisão (título executivo) é precária pois 
pode ser alterada. A execução é provisória, pois o próprio título executivo (decisão) é 
provisório, e todos os efeitos deverão ser retroagidos se a decisão for reformada. Caso 
não seja possível retroagir os efeitos, converte-se em perdas e danos. 
Se ninguém recorrer da decisão, o cumprimento será definitivo. 
Se a parte recorrer por meio do agravo de instrumento, e for pedido e dado o 
efeito suspensivo, não haverá execução. 
 
● Saneamento – art. 357. 
Afasta as preliminares da contestação; fixa o ponto controvertido do processo; 
fixa o ônus da prova; defere ou indefere os meios de prova. 
FASE PROBATÓRIA 
Audiência de instrução, debates e julgamento. 
FASE DECISÓRIA 
Sentença. 
FASE RECURSAL 
Duplo grau de jurisdição. 
COISA JULGADA 
Garantia constitucional, em prol da segurança jurídica, dada sem vícios ou 
nulidades. E, portanto, a coisa julgada por mais que tenha características de 
inalterabilidade, caso haja vícios e nulidades, caberá ação rescisória. Impedindo 
também, o julgamento de lides já decididas. 
Somente decisões definitivas, os quais o mérito já foi julgado, são objeto da 
proteção constitucional. A expressão coisa seria inepta para definir o que já foi julgado, 
o mais correto seria caso julgado (pedido/mérito já julgado). 
CLÁUSULA PÉTREA 
● ART. 1º, CAPUT da CF – 
● ART. 60, §4º, I e IV - 
● ART. 5º, XXXVI 
Traz expressamente o instituto da coisa julgado, também protegendo o ato 
jurídico perfeito e o direito adquirido. Sendo a coisa julgada protegida 
constitucionalmente. 
O legislador na Constituição traz uma série de princípios e garantias do 
processo. A coisa julgada surge no contexto de garantias constitucionais do processo, 
sendo objetivo de trazer segurança jurídica as questões já julgadas no processo. 
A coisa julgada é cláusula pétrea, não podendo ser excluída por emenda 
constitucional. Também é um dogma constitucional do processo, aquilo que foi 
definitivamente julgado não é para ser discutido e sim cumprido. 
FUNDAMENTOS 
EXIGÊNCIA POLÍTICA 
● ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS NO SEIO DA SOCIEDADE 
Em estados democráticos de direito é necessária uma segurança jurídica para o 
desenvolvimento social e econômico. 
● LIMITE TEMPORAL 
O processo quando iniciado precisa ter uma previsão de término, se não for 
desse modo, gera certa insegurança. O tempo de duração do processo pode ser 
alongado, deve se ter a ideia e previsão de que acabará. Caso não haja a previsão de fins 
dos conflitos, isso gera uma crise de incerteza ​→​ insegurança jurídica. 
EXIGÊNCIA PROCESSUAL 
● EXAURIMENTO DO DIREITO DE AÇÃO 
A coisa julgada corresponde ao exaurimento do direito de ação, ela indica que as 
vias/ônus processuais foram esgotadas pelo jurisdicionado. Ou seja, o jurisdicionado 
esgotou a via do direito de ação. 
● ENTREGA DEFINITIVA DA TUTELA JURISDICIONAL 
Implica a resposta do Estado ao conflito que lhe é apresentado. A resposta 
definitiva do Estado ao conflito que lhe é submetido acontece quando o direito de ação é 
esgotado, ou seja, no momento de formação da coisa julgada (na decisão de mérito não 
caiba recurso). Mas, isso não significa que as decisões de mérito só venham a produzir 
efeitos depois da formação da coisa julgada. A decisão de mérito tem potencial para 
produzir efeitos antes da entrega da tutela, só que por produzirem efeitos na pendência 
de um recurso, esses efeitos podem ser reversíveis (efeitos práticos da decisão podem 
ser realizados de forma precária, em razão da pendência de um recurso). 
CONCEITO 
ART. 502. ​Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e 
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso​. 
Quando o legislador afirma que existe uma coisa julgada chamada de material, 
porém, apenas existe uma coisa julgada, não é necessário o material, pois não existe 
coisa julgada formal. 
Apenas as sentenças definitivas, as quais o pedido (mérito) é julgado, é que são 
objeto da proteção constitucional da coisa julgada. As sentenças terminativas não são 
protegidas pela garantia constitucional da coisa julgada. A coisa julgada formal é 
preclusão, é uma qualidade de instabilidadeinterna, o qual o pedido não foi julgado 
porque os vícios formais impediam, inclusive podendo o autor repropor a ação. 
As sentenças terminativas de litispendência, coisa julgada e perempção fazem 
coisa julgada, pois o mérito foi ou está sendo discutido (art. 485, V). 
● NATUREZA JURÍDICA DA COISA JULGADA​ - ​autoridade 
É a de qualidade/atributo da decisão jurídica, a coisa julgada é uma qualidade 
especial das decisões de mérito, pois só elas fazem coisa julgada. 
● OBJETO – decisão de mérito não mais sujeita a recurso. 
Apenas decisões de mérito fazem coisa julgada, então estas são o objeto da coisa 
julgada. Por decisões de mérito se entende: sentença e acórdão de mérito e decisão 
interlocutória parcial de mérito. 
O reexame necessário é um instituto que condiciona o trânsito em julgado, pois 
este confere a Fazenda Pública, quando condenada, um tratamento diferenciado. A 
decisão vai ser reexaminada obrigatoriamente pelo Tribunal, e poderá produzir efeitos 
válidos depois do reexame. 
O correto seria: a decisão de mérito não mais sujeita a recurso e ao reexame 
necessário. 
IMUTABILIDADE E INDISCUTIBILIDADE DA DECISÃO 
● IMUTABILIDADE 
Impossibilidade de repropositura de demanda/ação idêntica a outra anterior já 
julgada no mérito, proibição de propositura de ação idêntica aquela já decidida 
anteriormente. Uma ação será idêntica a outra quando houver mesmas partes, mesma 
causa de pedir e mesmo pedido (exata correspondência dos elementos da ação). 
Se houver uma mesma ação já julgada, o juiz vai extinguir a ação reproposta por 
coisa julgada, que é pressuposto processual negativo, sendo matéria de ordem pública. 
As matérias de ordem pública estão relacionadas ao interesse do Estado e podem ser 
reconhecidas de ofício pelo juiz. 
ART. 10. ​O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício​. 
O réu terá de ser citado para se manifestar a respeito do vício processual, mesmo 
sendo matéria de ordem pública. É necessário o contraditório, para evitar a decisão 
surpresa. 
● INDISCUTIBILIDADE 
Não se trata de uma segunda ação idêntica, e sim de uma segunda ação 
semelhante a primeira que já foi julgada. Isso ocorre quando há a dúplice identidade, 
quando há as mesmas partes e a mesma causa de pedir. 
Quando houver a repropositura de uma segunda ação semelhante a uma primeira 
já julgada, o juiz da 2ª ação não pode rediscutir as questões e deve respeitar as 
conclusões que foram decididas na ação anterior. 
TRÂNSITO EM JULGADO 
Consiste em uma situação objetiva, de esgotamento da via recursal. O transito 
em julgado nos remete ao término da relação processual, pois todos os recursos foram 
exercitados, ou em algum momento a parte não quis recorrer e se conformou. 
O exaurimento da via recursal pode se dar nas seguintes situações: a parte 
prejudicada exercita todos os recursos disponíveis; a parte prejudicada não recorre, ou 
seja, decorrido ​in álibis os 15 dias para interposição de recurso, é certificado o trânsito 
em julgado; a parte prejudicada diante da sentença apela no 17º dia do prazo, sendo que 
recurso intempestivo não é recurso válido; a parte prejudicada recorre e desiste do 
recurso, por livre consentimento, e nos leva ao trânsito em julgado. 
COISA JULGADA FORMAL 
No mesmo momento em que ocorre o trânsito, opera-se um segundo fenômeno, 
chamado de coisa julgada formal. Aquilo que foi decidido naquele processo de forma 
definitiva não pode ser reexaminado, pois, dentro da relação processual, não existem 
mais instrumentos para isso. 
Imutabilidade da decisão proferida no processo em razão da impossibilidade de 
reexame. Qualquer que seja a natureza da decisão (definitiva, com resolução do mérito 
ou terminativa, sem resolução do mérito) haverá coisa julgada formal, haverá coisa 
julgada formal, pois é uma instabilidade interna/endoprocessual. 
Consiste numa estabilidade interna, pois, não há mais mecanismo processual de 
reexame. 
O termo coisa julgada formal, melhor seria conceituado como preclusão, sendo 
esta: as faculdades processuais dentro daquela relação foram exercitadas, ou poderiam 
ter sido exercidas. Se a decisão for terminativa é possível, como regra, repropor a 
demanda. 
COISA JULGADA MATERIAL 
ART. 502. ​Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e 
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. 
Apenas se terá coisa julgada material se a decisão for de mérito. Se a decisão for 
de mérito, além de produzir estabilidade interna, também produzirá estabilidade externa. 
Além de não poder propor demanda idêntica, não se rediscute em outro processo o 
mérito. 
A coisa julgada material nos remete a imutabilidade e indiscutibilidade de uma 
decisão de mérito. Não se repropõe demanda idêntica e não se rediscute as conclusões 
que o juiz chegou. 
É uma estabilidade (eficácia) panprocessual (interna e externa processual). E 
vincula as partes naquilo que foi pedido, sob pena de execução forçada. 
Primeiro haverá trânsito em julgado, simultaneamente, independentemente da 
natureza da decisão, haverá coisa julgada formal, e, se a decisão for de mérito, haverá 
coisa julgada material. 
São três fenômenos que acontecem simultaneamente, no momento de 
exaurimento da via recursal. Do ponto de vista lógico, esses fenômenos são encadeados. 
A coisa julgada material decorre da formal que decorre do trânsito em julgado. A coisa 
julgada formal está contida na material. Toda decisão faz coisa julgada formal mas só as 
decisões definitivas que fazem coisa julgada material. *** 
Sentenças terminativas só fazem coisa julgada formal, sentenças definitivas 
fazem coisa julgada formal e material. 
LIMITES OBJETIVOS 
O que faz coisa julgada. 
A coisa julgada vincula as partes naquilo que foi decidido. 
ART. 503. ​A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos 
limite da questão principal expressamente decidida. 
Objetivamente a coisa julgada alcança tanto as sentenças e acórdãos de mérito, 
quanto as interlocutórias parciais. O novo CPC, amplia os limites objetivos da coisa 
julgada, além de acórdão e sentenças de mérito, decisões interlocutórias parciais de 
mérito também faz coisa julgada. 
Fará coisa julgada aquilo que for decidido, e o dever imposto ao juiz é decidir 
integralmente do que foi pedido (princípio da congruência) fará coisa julgada o que foi 
decidido que deve corresponder aquilo que foi pedido. 
**Exceções do princípio da congruência: ex. pedido implícito (juros legais, 
correção monetária, honorários advocatícios). Muito embora a lei não exija pedido, e lei 
exige decisão, e fará coisa julgada. 
Se a decisão for omissa, e aquilo que deveria ter sido julgado, mas não foi, não 
fará coisa julgada. 
§1º. ​O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida 
expressa e incidentemente no processo, se: (...) 
A parte dispositiva da sentença,acórdão ou decisão interlocutória parcial, todos 
de mérito é que fará coisa julgada. 
Além do pedido principal as prejudiciais se mérito também farão coisa julgada 
se preencherem os requisitos. As prejudiciais de mérito são temas de direito material 
que devem ser julgadas antes do mérito, pois, interferem no mesmo (ex. prescrição). 
I – ​dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
Conceito de prejudicial de mérito. 
II – ​a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso 
de revelia; 
É preciso que tenha havido debate sobre a prejudicial. As prejudiciais farão 
coisa julgada se forem debatidas entre as partes. Se o réu for revel, o contraditório não 
foi efetivo/pleno e prévio, não houve debate e, portanto, não formará coisa julgada. 
III – ​o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como 
questão principal. 
Competência do juízo. Por vezes, as prejudiciais são externas. 
*IV – ​Decisão expressa do juízo sobre a prejudicial. 
Decisão expressa sobre a prejudicial. Os doutrinadores dizem que a decisão da 
prejudicial deve estar na parte dispositiva, mas, a matéria ainda não chegou ao STJ/STF. 
LIMITES SUBJETIVOS 
Em face de quem a coisa julgada se forma. 
No processo individual, as principais diferenças entre o processo individual e o 
processo coletivo estão na legitimidade e na coisa julgada. No processo individual a 
coisa julga se dá ​inter ​partes, no processo coletivo a coisa julgada se dá ​ultra ​partes. 
Quais são os destinatários do comando posto na parte dispositiva da decisão. 
ART. 506. ​A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não 
prejudicando terceiros. 
Estão vinculados aos limites subjetivos aqueles que exercitaram o contraditório 
ou deveriam ter exercitado. A coisa julgada não prejudica terceiros que não exercitaram 
o contraditório. 
O processo é instrumento democrático, aquilo que foi decidido não pode 
prejudicar o indivíduo que não está envolvido no conflito. 
Ex. o fiador que não participou do processo de conhecimento, não pode no 
cumprimento de sentença ser intimado para o pagamento da dívida, pois não houve o 
devido contraditório, e não pode ser prejudicado pelos efeitos da decisão transitada em 
julgado. 
EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA 
ART. 508. ​Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidos e 
repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao 
acolhimento quanto à rejeição do pedido. 
As alegações e defesas que poderiam ser deduzidas no curso do processo e não o 
foram por inércia, com o trânsito em julgado, ficam acobertadas pela preclusão. 
Acoberta pela preclusão, impossibilitando que sejam trazidas para rediscussão 
matérias que poderiam ser alegadas e não foram. 
FORMAS DE IMPUGNAÇÃO DA COISA JULGADA 
Há casos em que, apesar de formação da coisa julgada, o próprio sistema 
processual admite a rediscussão do que restou decidido. 
Para sanar a contradição entre a coisa julgada e sua impugnação, a interpretação 
conforme significa que deve se extrair da rediscussão a luz dos princípios 
constitucionais. Deve-se solucionar determinada contradição. 
A coisa julgada protegia pela CF, imutável e intangível, é aquela: 
1. Formada e obtida sem os vícios de nulidade previstos no rol taxativo do art. 966. 
Esses vícios são de nulidade, graves e intoleráveis no Estado Democrático de 
Direito – Ação rescisória. 
2. Que corresponda com a verdade, justiça e que reflita a realidade. Essa situação, 
só é admitida excepcionalmente, diante de certos bens jurídicos tutelados mais 
relevantes. Se em determinadas situações, diante de bens jurídicos relevantes 
(definidos pelo STJ), se a coisa julgada não definir a realidade, existem 
mecanismos para afastá-la – Relativização da Coisa Julgada. 
O cabimento dos meios de impugnação é restritivo, pois a coisa julgada é 
cláusula pétrea, protegida pela CF. 
RELATIVAÇÃO DA COISA JULGADA 
Teses de afastamento da coisa julgada. Tem repercussão prática (STJ ​→ Min. 
José Delgado, 4ª Turma). É o STJ que diz que são os casos e os bens jurídicos 
relevantes que se aplicam essa tese. Há duas situações em que os bens jurídicos são 
mais relevantes que a própria coisa julgada: 
I. AÇÕES DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE ​– o bem jurídico é a 
filiação e a própria paternidade. A paternidade além de direito constitucional 
é um direito natural. Se autoriza a rediscussão da coisa jurídica pelo bem 
jurídico mais relevante. 
II. MORALIDADE OU IMORALIDADE PÚBLICA EM AÇÕES DE 
DESAPROPRIAÇÃO DIANTE DO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÕES 
SUPERFATURADAS – ​o bem jurídico tutelado é a moralidade pública. 
Pela técnica da ponderação de valores, de acordo com o princípio da 
razoabilidade e proporcionalidade, a coisa julgada cede para que sejam prestigiados a 
paternidade e a moralidade pública​. 
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE 
Resp. 226436/PR; (1999/0071498-9) – ​“​Não excluída expressamente a 
paternidade do investigado na primitiva ação de investigação de paternidade, diante da 
precariedade da prova e da ausência de indícios suficientes a caracterizar tanto a 
paternidade como a sua negativa, e considerando que, quando do ajuizamento da 
primeira ação, o exame de DNA ainda não era disponível e nem havia notoriedade a 
seu respeito, admite-se o ajuizamento de ação investigatória, ainda que tenha sido 
aforada uma anterior com sentença julgando improcedente o pedido.” 
Considerada a relevância do bem jurídico, direito natural de conhecermos nossas 
origens, ainda que se tenha uma sentença de mérito transitada em julgado, diante de 
novos elementos que comprovam que a decisão não reflete a realidade, autoriza-se a 
repropositura de demanda idêntica, para rediscutir o que já foi julgado. 
A relativização da coisa julgada normalmente é feita por uma nova 
repropositura, ou por ação rescisória com fundamento de novas provas, 
independentemente do prazo, dado a relevância do bem jurídico. Ação rescisória de 
competência dos Tribunais, independentemente de prazo, pois as ações de paternidade 
são imprescritíveis. 
MORALIDADE EM AÇÕES DE DESAPROPRIAÇÃO E PAGAMENTO DE 
INDENIZAÇÕES SUPERFATURADAS 
Na ação de desapropriação de discute justa indenização. O Estado (autor) irá 
discutir com o réu (particular) o valor da indenização pela perda da propriedade que o 
Estado adquire originariamente. 
A CF diz que a indenização deve ser prévia e justa. O Estado paga por meio de 
precatória que são títulos da dívida pública. E o Estado tem prerrogativas de pagamento 
por parcelas. Esse conjunto de elementos traz desapropriações onde não há pagamento 
de prévia e justa e indenização, e na fase de execução, o Estado não a paga. 
Há desapropriações que são muito antigas, e as indenizações são pagas o valor 
principal, mas há verbas cumuladas ao longo dos anos (juros e expurgos). O STJ 
decidiu que esses pagamentos de juros e expurgos gerava pagamentos superfaturados, 
pois não correspondia com a inflação, devendo-se recalcular o valor da indenização. 
Aplicando-se assim a relativização da coisa julgada, por motivos econômicos, opagamento que era devido pela desapropriação, agora, deverá ser recalculado. 
Muitas vezes, para realizar o recalculo, o particular que era credor, pode virar 
devedor, para pagar aquilo que foi pago a mais pelos juros e expurgos. 
QUESTÕES 
1. Proposta a ação de despejo por falta de pagamento o réu comprova o pagamento 
e a ação é julgada improcedente de forma definitiva. É possível ingressar com 
outra ação de despejo por infração contratual? 
Sim, é possível que o autor ingresse com outra ação de despejo contra o réu por 
infração contratual. Pois, esta ação não é idêntica a primeira já julgada, sendo 
semelhante, nas duas ações as partes e o pedido são os mesmos (despejo), mas a causa 
de pedir se distingue. Na primeira ação o autor pretende o despejo por falta de 
pagamento, esta foi julgada improcedente pois o réu efetuou o pagamento. Na segunda 
ação o autor pretende o despejo por infração contratual, nesta apenas a infração 
contratual tem de ser discutida, pois a questão do pagamento está coberta pela coisa 
julgada e não pode ser rediscutida em outra ação. 
2. Diferencie imutabilidade de indiscutibilidade.​*** 
IMUTABILIDADE: Impossibilidade de repropositura de demanda/ação idêntica 
a outra anterior já julgada no mérito, proibição de propositura de ação idêntica aquela já 
decidida anteriormente. Uma ação será idêntica a outra quando houver mesmas partes, 
mesma causa de pedir e mesmo pedido (exata correspondência dos elementos da ação). 
INDISCUTIBILIDADE: Quando há uma segunda ação semelhante a primeira 
que já foi julgada. Isso ocorre quando há a dúplice identidade, quando há as mesmas 
partes e a mesma causa de pedir. Quando houver a repropositura de uma segunda ação 
semelhante a uma primeira já julgada, o juiz da 2ª ação não pode rediscutir as questões e 
deve respeitar as conclusões que foram decididas na ação anterior. 
3. O fiador não demandado na fase cognitiva numa ação de despejo, na fase de 
execução não foi excluído da relação processual. Seus bens podem ser 
penhorados? 
Os bens do fiador que não participou da fase de conhecimento numa ação de 
despejo não podem ser penhorados na fase de execução. 
No processo individual, a coisa jugada tem eficácia ​inter partes ​, ou seja, apenas 
vincula as partes que participaram do processo. Somente aqueles que exerceram o 
contraditório ou deveriam ter exercitado estão vinculados aos limites subjetivos da coisa 
julgada. A coisa julgada não pode prejudicar terceiros que não exercitaram o 
contraditório. 
O fiador que não exerceu o contraditório na fase cognitiva, pois não foi 
demandado, não pode ser prejudicado na execução da sentença, porque o processo é 
instrumento democrático, aquilo que foi decidido não pode prejudicar o indivíduo que 
não está envolvido no conflito. 
4. Por que se diz que os limites objetivos da coisa julgada foram ampliados? 
No CPC/15, os limites da coisa julgada foram ampliados pois além do pedido 
principal as prejudiciais de mérito também farão coisa julgada se preencherem certos 
requisitos. As prejudiciais de mérito são temas de direito material que devem ser 
julgadas antes do mérito, pois, interferem no mesmo (ex. prescrição). 
No art. 503, §1º há requisitos que se preenchidos, automaticamente a coisa 
julgada se estenderá àquilo que constitui questão prejudicial. 
5. Por que o reexame necessário condiciona o trânsito? 
O reexame necessário é um instituto que condiciona o trânsito em julgado, pois 
este confere a Fazenda Pública, quando condenada, um tratamento diferenciado. A 
decisão de mérito que condenar a Fazenda Pública vai ser reexaminada 
obrigatoriamente pelo Tribunal, e poderá produzir efeitos válidos depois do reexame. 
O reexame necessário é um meio de revisão de natureza endoprocessual, 
portanto, a coisa julgada só se forma quando todos os mecanismos processuais de 
reexame se esgotam. 
6. Por que do ponto de vista lógico só se chega a coisa julgada material depois de 
passar pela formal? 
Primeiro haverá trânsito em julgado, simultaneamente, independentemente da 
natureza da decisão, haverá coisa julgada formal, e, se a decisão for de mérito, haverá 
coisa julgada material. 
São três fenômenos que acontecem simultaneamente, no momento de 
exaurimento da via recursal. Do ponto de vista lógico, esses fenômenos são encadeados. 
A coisa julgada material decorre da formal que decorre do trânsito em julgado. A coisa 
julgada formal está contida na material. Toda decisão faz coisa julgada formal, mas só 
as decisões definitivas que fazem coisa julgada material. 
Pois a coisa julgada formal corresponde a estabilidade interna que todas as 
decisões possuem quando esgotados os meios de revisão. 
AÇÃO RESCISÓRIA – ​arts. 966 e ss. 
É a ação autônoma de impugnação de natureza constitutiva negativa quanto ao 
juízo rescindendo, dando ensejo a outra relação processual distinta daquela em que foi 
proferida a decisão rescindenda. 
É uma ação que objetiva afastar a coisa julgava viciada, que tenha se formado 
com um dos vícios de nulidade previstos no rol taxativo do art. 966 do CPC. E, também 
se presta a rejulgar a lide. 
São três elementos que se extrai do conceito: natureza jurídica de ação; objetiva 
a afastar do ordenamento jurídico a coisa julgada viciada, vícios de nulidade previstos 
no rol taxativo do art. 966; se presta a rejulgar a lide. 
● AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO​ - 
Diante de uma decisão judicial, são previstos dois meios para revisão da decisão. 
O primeiro meio tem natureza endoprocessual e o segundo tem natureza 
extraprocessual. O meio endoprocessual são os recursos, como por ex. a apelação, que é 
um meio endoprocessual de revisão da sentença. Aqui, não há o nascimento de um novo 
processo, não há uma nova relação processual e, os recursos não tem autonomia, sendo 
interpostos no mesmo processo. 
A coisa julgada não se forma e o procedimento vai ocorrer no órgão revisor 
superior, ou não, segundo regras de distribuição de competência. Há recursos (embargos 
de declaração e agravo interno) que o mesmo órgão vai reexaminar a decisão. 
Os recursos são os meios mais céleres, econômicos e eficientes para a revisão de 
uma decisão judicial. 
É possível rever uma decisão judicial fora do processo onde ela foi dada, sendo 
este meio extraprocessual. Este são os meios/ações impugnativos autônomos. São ações 
que se prestam decisão judicial fora do processo onde a decisão foi proferida, em outra 
relação processual distinta. Os meios autônomos fazem a ser um novo processo, com 
um procedimento distinto. 
A ação rescisória é o principal meio endoprocessual de revisão, sendo a natureza 
jurídica de ação de impugnação autônoma, objetiva reconhecer a coisa julgada viciada 
em outro processo e afastá-la do ordenamento jurídico e, se necessário, rejulgar a lide. 
Ao lado da rescisória, existem outras ações impugnativas autônomas, como o 
mandado de segurança. O STJ autoriza a impetração de mandado de segurança para 
rever decisão judicial (interlocutória) ilegal que viole direito líquido e certo ​SE ​osistema infraconstitucional não prever recurso contra a decisão. O Novo CPC define um 
rol taxativo de cabimento de agravo de instrumento contra decisões interlocutórias, e há 
divergência na doutrina: Nelson Nery – cabe recurso contra decisões interlocutórias não 
previstas no art. 1015, em preliminar de apelação. Então, não cabe mandado de 
segurança. 
Tereza Alvim – cabe mandado de segurança pois não há um recurso para que 
seja revisto imediatamente a decisão interlocutória não prevista no art. 1015, como por 
ex. a decisão que indefere a produção de prova pericial, que deve ser feito de maneira 
rápida e imediata. 
Há uma terceira ação de impugnação autônoma que são os embargos de terceiro, 
no qual se discute uma penhora indevida, uma decisão que viola leis patrimoniais. 
A ação rescisória se desenvolve no processo de conhecimento, sendo uma ação 
impugnativa cognitiva. Nasce pelo exercício de interposição de petição inicial, e se é 
processo de conhecimento, se desenvolve pelas fases: postulatória, ordinatória, 
decisória e recursal. Como a ação rescisória é de competência originária de Tribunal. 
Ao final da fase decisória há acórdão ou decisão monocrática de relator. Se as decisões 
forem de mérito, ao final da via recursal, haverá o fenômeno de formação de coisa 
julgada. Se a coisa julgada conter vícios de nulidade, caberá outra ação rescisória, 
chamada de rescisória sucessiva. 
A ação rescisória é ação de conhecimento, exige provocação por petição inicial, 
se desenvolve mediante fases. A decisão que julga a rescisória se for de mérito fará 
coisa julgada e admitirá nova rescisória se contiver vício de nulidade do art. 966, 
chamada de rescisória sucessiva. Em tese, são admitidas n rescisórias sucessivas no 
Processo Civil. 
● AFASTAR COISA JULGADA VICIADA E REJULGAMENTO DA LIDE 
A petição inicial da ação rescisória comporta em tese duas pretensões (pedidos) 
cumuladas: a primeira pretensão consiste em afastar a coisa julgada viciada – chamado 
de ​JUÍZO RESCINDENDO​. Toda rescisória possui o juízo rescindendo, é obrigatório. 
A natureza jurídica do juízo rescindendo é desconstitutiva (natureza constitutiva 
negativa – desconstituição da coisa julgava viciada). 
Afastada a coisa julgada viciada, surge o segundo possível pedido, portanto, não 
é obrigatório, pode acontecer ou não. Essa segunda análise é de rejulgamento da lide – 
chamado de ​JUÍZO RESCISÓRIO​. O juízo rescisório tem natureza jurídica 
constitutiva de uma nova decisão. 
O juízo rescisório só é preciso quando retirando a coisa julgada viciada, há 
lacuna ainda no conflito, ou seja, retirada a coisa julgada viciada não há solução no 
conflito. Se tiver solução, não rejulga. Se não tiver, rejulga. 
Ex. de necessidade de rejulgamento – decisão que julga o despejo uma ação de 
reintegração de posse. Nesse caso, se formar coisa julgada, cabe ação rescisória e será 
preciso o rejulgamento, pois se retirar a coisa julgada viciada, haverá lacuna de 
julgamento. 
ART. 966. V. ​Violar manifestamente norma jurídica. 
Não necessidade - pois, houve a propositura de ação idêntica já julgada, e a segunda 
ação não foi extinta. Ou seja, a coisa julgada viciada será afastada na ação rescisória, 
mas não haverá necessidade de rejulgamento, pois não há lacuna de julgamento, pois na 
primeira ação já houve decisão de solução do conflito. 
ART. 966. IV. ​Ofender coisa julgada. 
Ação rescisória é ação, meio impugnativo autônomo, se presta a rever decisão 
com vício de nulidade no rol taxativo do art. 966, comporta dois pedidos: o primeiro é 
desconstitutivo e obrigatório, chamado de juízo rescindendo e, o segundo pedido, 
poderá ou não ocorrer (o autor saberá), e esse segundo juízo só ocorrerá se houver 
lacuna de julgamento, chamado de rescisório, sendo constitutiva de uma nova decisão. 
● OBJETO 
ART. 966. ​A decisão de mérito, transitada e julgado, pode ser rescindida quando: 
Decisão (gênero): sentença de mérito, apelação de mérito e decisão 
interlocutória parcial de mérito (espécies). 
Decisões terminativas comportam ação rescisória? Sim, excepcionalmente. 
§2º. ​Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada 
em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: 
I – ​nova propositura de demanda; ou 
II – ​admissibilidade do recurso correspondente. 
Exemplos: 
a) Decisão que reconheça a perempção, que implica na própria perda do direito de 
ação. 
b) Decisão que reconheça a litispendência. 
c) Decisão que reconheça a coisa julgada. 
São pressupostos processuais negativos, perde-se o direito de ação, não pode se 
repropor a ação, então cabe ação rescisória. 
d) Ações intransmissíveis em razão da morte da parte. Como regra, quando a parte 
falece a ação não é extinta, pois os herdeiros/espólio assumes a parte passiva. 
Mas, em ações personalíssimas não são transmissíveis para herdeiros (ex. ação 
de prestação de contas). 
e) Decisões que não conhecem de recurso – não cabe mandado de segurança pois 
já possui meio impugnativo a ação rescisória. 
REQUISITOS DA AÇÃO RESCISÓRIA 
● REQUISITOS FORMAIS QUE DEVEM ESTAR PRESENTES NA PETIÇÃO 
INICIAL 
ART. 968. ​A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais 
do art. 319, devendo o autor: 
A primeira categoria de requisitos são os requisitos genéricos de qualquer 
petição. São extraídos do art. 319. 
1. ENDEREÇAMENTO 
Pede-se alguma coisa a alguém. Pedido direcionado a um órgão do juízo, fixação 
de ​COMPETÊNCIA. 
A ação rescisória é uma ação de competência originária de Tribunal. A 
competência originária é a competência para iniciar a demanda, como regra é de 
primeiro grau. A competência derivada é dos Tribunais. A regra é invertida na ação 
rescisória, está se inicia junto aos Tribunais. Ou seja, inverte-se a regra de fixação de 
competência. 
A competência relativa é aquela que se prorroga, o vício de competência relativa 
é prorrogável pois se submete a preclusão. Se a ação for imposta em Foro incompetente, 
se o réu não impugnar, haverá preclusão e a decisão será válida, sendo matéria de 
direito disponível. 
A competência absoluta é matéria de ordem pública. 
A competência na ação rescisória é absoluta. Ou seja, proposta a rescisória em 
juízo errado, há um vício de ordem pública. Há violação a regra absoluta de norma 
funcional ou hierárquica. 
A fixação da competência se dá por uma regra: será competente para rescisória o 
Tribunal no qual houve o trânsito. Significa que os Tribunais são competentes para 
rescindir seu próprio julgado. Se o trânsito ocorrer em primeiro grau de jurisdição, a 
ação rescisória será proposta no Tribunal Superior que tinha competência para o 
recurso. 
2. LEGITIMIDADE – indicação das partes, em face a quem se pede. 
As partes terão de ser qualificadas. 
ART. 967. ​Têm legitimidade para propor a ação rescisória: 
I – ​quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; 
II – ​o terceiro juridicamente interessado; 
III – ​o Ministério Público: 
a) Se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatóriaa intervenção; 
b) Quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, 
a fim de fraudar a lei; 
c) Em outros casos em que se imponha sua atuação; 
A legitimidade para rescisória é a mesma legitimidade para recurso. Podem 
recorrer as partes, o MP, a Defensoria Pública e, os terceiros interessados. 
Serão legitimados na rescisória aqueles que foram partes na ação principal, a 
qual a decisão viciada foi dada. Sendo uma regra de legitimidade ordinária, a parte está 
em juízo para defender interesse próprio. 
Além das partes, possui legitimidade o terceiro juridicamente interessado, aquele 
que poderia ter sido parte, mas não o foi. E o Ministério Público, seja parte ou fiscal da 
lei, ainda que não tenha sido ouvido no processo em que deveria figurar como fiscal da 
lei. 
IV – ​aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. 
Novidade CPC/15!! 
Sujeito que deveria ter participado da ação mas não o fez – litisconsorte 
necessário. Se o litisconsorte necessário não for citado na ação principal, pode interpor 
ação rescisória. 
Litisconsórcio – mais de um autor, réu ou autor e réu ao mesmo tempo. O 
facultativo é quando as partes escolhem demandar juntamente por questão de economia 
processual, mas são demandas separadas. O necessário é que as partes são obrigadas a 
estar no polo passivo, a decisão não pode ser diferente entre eles, existe uma unicidade 
na relação jurídica. 
Se havia obrigatoriedade de litisconsorte necessário, e este não integrou a 
relação processual pois não foi citado, a decisão vai ter efeitos sobre ele e, quem não 
exercita o contraditório não pode se prejudicar/beneficiar dos efeitos da decisão 
judicial. A ação rescisória é cabível para afastar este vício 
A sentença que transitar em julgado, a qual tem um litisconsorte necessário que 
não foi citado e não integrou a relação processual é nula e passível de rescisória. 
Parágrafo único. ​Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para 
intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte. 
3. CAUSA DE PEDIR 
Que reúne fatos e fundamentos jurídicos. Os fundamentos jurídicos são o do 
direito, os fatos precisam ser enquadrados em uma tutela de direito material ou 
processual. 
Adotamos a teoria da substanciação na causa de pedir, não basta provar que se 
tem o direito, deve-se se enquadrar os fatos no ordenamento jurídico. 
A causa de pedir na ação rescisória é a existência de uma decisão de mérito 
transitada em julgada que contém os vícios de nulidade encartados no art. 966, estes 
vícios que ensejam rescisória. Os vícios estão na causa de pedir. 
ART. 966. ​A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
O art. 966 comporta um rol fechado. Não cabe mais nenhum outro vício, que 
foram escolhidos pelo legislador por política legislativa, sendo que estes vícios 
contaminam a ordem e moralidade pública e a justiça das decisões. O legislador 
escolheu valores (moralidade, imparcialidade) e elencou no art. 966, estes vícios não 
podem estar na decisão pois ofendem estes valores, e tem meio impugnativo específico 
cabível que é a rescisória. 
I – ​se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do 
juiz; 
O magistrado que para decidir recebeu favorecimento não pode ser imparcial. 
Diante de qualquer favorecimento recebido pelo magistrado no exercício de sua função 
compromete a moralidade pública e a imparcialidade do juiz. Está sendo tutelado a 
moralidade e imparcialidade. 
II – ​for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
O juiz impedido compromete a figura do juiz. As causas de impedimento e 
suspeição protegem a imparcialidade do juiz. 
O juízo absolutamente incompetente. 
III – ​resultar dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou 
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
Vícios de consentimento, seja para prejudicar a parte contrária ou para fraudar a 
lei. as decisões contaminadas pelo vício de consentimento não podem ser prestigiadas 
pois não refletem a realidade. 
IV – ​ofender coisa julgada; 
Violação da segurança jurídica. 
V – ​violar manifestamente norma jurídica; 
Violação manifesta aquela que não deixa dúvida, perceptível de plano. A 
decisão não encontra amparo no ordenamento. Norma jurídica (leis, princípios que não 
necessariamente estão expressos, regras). 
Quando o legislador coloca norma amplia o cabimento da rescisória. 
VI – ​for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou 
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
A falsidade não pode ser considerada como reflexo da verdade na solução do 
conflito no processo. 
VII – ​obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja 
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar 
pronunciamento favorável; 
O meio de prova indicado por este artigo é aquela que só foi descoberto após o 
trânsito em julgado da sentença. Se a prova já estava passível de ser produzida no curso 
do processo e não o foi por inércia da parte, não caberá ação rescisória. 
O legislador considera prova nova a descoberta de uma nova prova após o 
trânsito em julgado. Ex. paternidade (rever relativização da coisa julgada). 
VIII – ​for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos; 
Erro de fato quer dizer equívoco na apreciação da prova. 
Esses vícios constituem causa de pedir na ação rescisória. O autor vai alegar e 
deve comprovar esses vícios, através de elementos probatórios suficientes. 
4. PEDIDO 
O pedido da rescisória pode ser cumulativo ou não. 
ART. 968, I. ​cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do 
processo; 
Pode se ter dois pedidos na ação rescisória, cumulados ou não: pedido de 
rescisão da coisa julgada (juízo rescindendo), este é obrigatório e sempre deverá ser 
feito. E, o pedido de rejulgamento (juízo rescisório), este deverá ser analisado se é 
preciso ou não o rejulgamento da lide, conforme a situação do caso concreto. 
O rejulgamento não é obrigatório e só ocorrerá se houver lacuna de julgamento. 
Na possibilidade do autor se omitir no pedido de rejulgamento da lide quando o 
mesmo era necessário, o juiz não poderá indeferir a inicial de plano por ser inepta e, 
sim, conforme as orientações do Novo CPC, o autor deverá ser intimado para que 
emende a inicial e o juiz dirá expressamente para o autor deduzir o pedido de 
rejulgamento da lide. Caso o autor não atenda a decisão do juiz, este tem de dar nova 
oportunidade para o autor emendar sua inicial, chamada assim de emenda sucessiva. O 
Código permite n emendas sucessivas, desde que o autor não esteja litigando de má-fé. 
REQUISITOS ESPECÍFICOS 
I. Depósito prévio. 
ART. 968. II. ​Depositar a importância de cinco por centro sobre o valor da causa que 
se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada 
inadmissível ou improcedente. 
Se o autor alega que a coisa julgadana ação principal possui vício de nulidade 
previsto no art. 966 e quer afastá-la do sistema deve demonstrar boa-fé realizando um 
depósito prévio. 
Aquele que ingressa com a ação rescisória alegando que o dogma constitucional 
da coisa julgada contém vícios, deve realizar um depósito prévio par a comprovação de 
sua boa-fé. O depósito prévio tem natureza jurídica de caução (garantia). O valor deste 
será de 5% do valor da causa originário, ou seja, da ação a qual a decisão viciada foi 
dada. Mas, esse valor não pode ultrapassar de 1000 salários mínimos. 
ART; 974. ​Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se 
for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o 
inciso II do art. 968. 
Parágrafo único. ​Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o 
pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do 
depósito, sem prejuízo do disposto no §2º do art. 82. 
O depósito é dispensado em algumas exceções: Estado, MP, Defensoria Pública 
e para os beneficiários da gratuidade da justiça. O depósito é regulado dessa maneira: se 
a rescisória é julgada procedente o autor pode levantar a caução. Mas, se a rescisória foi 
julgada improcedente por inadmissibilidade ou unanimidade, o autor perderá a caução e 
o réu a levanta, aplicando-se assim ao autor uma multa. 
Se a rescisória for julgada improcedente por maioria de votos? 
Segundo o art. 968, II, se a ação for julgada improcedente por unanimidade, 
deverá o autor perder esse depósito. Entretanto, quando o julgamento não é unânime, 
embora não havendo mais embargos infringente para afastar essa diversidade, 
independentemente de recurso da parte, o Tribunal, por meio daquela Câmara julgadora, 
entende o julgamento para sanar a divergência. Ou seja, o colegiado que era composto 
por três colegiados, será agora composto por 5 e será transformado o julgamento não 
unânime, em unânime por um colegiado composto por cinco magistrados e, com isso, 
aplica-se o disposto no artigo do depósito prévio (improcedente – perde). 
PRAZO 
ART. 975. ​O direito à rescisão se extingue em 2 anos contados do transito em julgado 
da última decisão proferida no processo. 
§1º. ​Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se 
refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em 
que não houver expediente forense. 
§2º. ​Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de 
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 anos, contado do transito 
em julgado da última decisão proferida no processo. 
§3º. ​Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, 
para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, 
a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. 
O tema foi objeto de alteração significativa no Novo Código de Processo Civil. 
O ​caput do art. 975 tem duas informações importantes, sendo elas: o prazo da rescisória 
ser sempre de ​dois anos​ e a natureza jurídica ​decadencial​ deste prazo. 
A segunda parte “contados do transito em julgado da última decisão no 
processo” define o termo ​a quo (marco inicial da contagem do prazo). Aqui, o 
legislador diz que se conta da última decisão, independentemente da decisão resolver o 
mérito ou não. Para fins de fluência do prazo, será sempre considerada a ​última decisão 
conferida no processo. 
SITUAÇÕES: 
● Na fase ordinatória houve julgamento antecipado parcial do mérito por meio de 
decisão interlocutória. Para fins de rescisória, não flui da coisa jugada parcial, 
mas dá coisa julgada final (seja ela terminativa ou de não conhecimento). 
Posso requerer que seja desfeito vícios da coisa julgada parcial, na coisa julgada 
final? Sim, portanto, não há preclusão. 
● No julgamento parcial, o juiz julga o mérito de um pedido e o outro pedido 
houve decisão terminativa. Ainda assim, o prazo fluirá dela. Ou seja, não 
retroage à última decisão de mérito. 
● Houve sentença de mérito, houve apelação, houve acórdão e contra esse acórdão 
a parte prejudicada interpõe recurso especial no STJ e extraordinário no STF. Se 
os dois últimos não forem conhecidos, não há decisões de mérito. O prazo de 
dois anos fluirá, portanto, da decisão de não conhecimento do STF. 
PROVA NOVA 
Há no NCPC uma particularidade em relação ao termo ​a quo da contagem do 
prazo nas hipóteses de rescisória fundada em prova nova. O prazo será sempre de dois 
anos, mas se por exemplo a rescisória for fundada em prova nova, o legislador diz que 
não fluirá da última decisão, mas dá descoberta da prova. A rescisória terá como termo 
final máximo da última decisão dada no processo. 
Ex. Rescisória fundada na descoberta de novo material genérico para investigação de 
paternidade. 
Ou seja, o prazo para o descobrimento da prova nova será de 5 anos, contados a 
partir da última decisão dada no processo que se formou a coisa julgada. E a partir do 
descobrimento da prova nova, terá um prazo de 2 anos para propor a ação rescisória. O 
termo ​a quo ​ do início da contagem de prazo é da data do descobrimento da prova nova. 
Se a rescisória for proposta antes do termo inicial, ela é prematura, se for 
proposta após o prazo é preclusiva, e no juízo de admissibilidade vai ser extinta por 
falta de interesse de agir (decisão monocrática do relator – agravo interno em 15 dias). 
PODERES DO RELATOR 
A rescisória é de competência originária de Tribunal, todas as providências de 
condução do processo são de competência do relator. Quem preside a relação processual 
é o relator, é a este que cabe decidir sobre as providências de urgência. 
O relator é quem prepara o processo, conduz a relação processual para ser 
julgada e decide as providências de urgência em decisão monocrática (tutela antecipada, 
efeito suspensivo) é chamado de juiz preparador da rescisória. 
● EFEITO SUSPENSIVO 
ART. 969. ​A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão 
rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. 
A regra é que a ação rescisória não tem efeito suspensivo, ela não suspende a 
produção de efeitos, ou seja, a execução da coisa julgada. Após a formação da coisa 
julgada, a execução é definitiva, portanto, a sentença transitada em julgada produzirá 
efeitos plenos e não suspende o curso da execução. 
Portanto, a ação rescisória não tem efeito suspensivo ​ope legis​. Mas sempre que 
a lei restringe o efeito suspensivo, o advogado pode requerer ao juiz, pleitando o efeito 
suspensivo ​ope judicis. ​É possível requerer ao juiz que conceda efeito suspensivo nas 
hipóteses em que a lei não o prevê. 
Quando a lei não prevê o efeito suspensivo, isso não impede o requerimento do 
mesmo pelo patrono ao juiz, este concederá ao não por decisão judicial. A natureza 
jurídica do efeito suspensivo ​ope judicis ​é de tutela jurídica antecipada. Sendo assim, 
alguns requisitos devem estar cumpridos: 1º.Requerimento da parte na petição inicial 
(não é possível conceder efeito suspensivo de ofício, sob pena de ativismo judicial); 2º. 
Fumus bonis iuris ​– probabilidade que as alegações que o autor traz sejam possíveis, o 
vício rescindido que contamina de nulidade a coisa julgada é provável, existem indícios 
quando o autor alega que a coisa julgada está contaminada, prova-se de acordo com 
prova documental; 3º. ​Periculum in mora ​– a urgência na concessão do efeito 
suspensivo, se este não for concedido, haverá no caso concreto em razão do curso da 
execução que não será suspenso, dano grave de difícil reparação para o autor. 
A decisão do relator que concede ou não efeito suspensivo é monocrática e cabe 
agravo interno em 15 dias. 
Questões – ação rescisória 
1. A propositura da ação rescisória exige o esgotamento de todos os recursos 
disponibilizados pelo sistema processual? 
2. A coisa julgada parcial (aquela que se forma no julgamento antecipado parcial) 
autoriza rescisória? 
A decisão interlocutória parcial de mérito forma coisa julgada material, e, 
portanto autoriza rescisória. Mas, o prazo para a propositura da ação rescisória 
flui da última data da decisão final, que transitou em julgado. 
3. Concedido pelo relator da rescisória de ofício efeito suspensivo como pode o réu 
atuar? 
4. Por que se diz que a rescisória tem cabimento vinculado? 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO 
A tutela executiva tem qual natureza jurídica? Há ainda tutela jurisdicional? 
Partia-se de um raciocínio mais limitado da jurisdição: declaração do direito ao caso 
concreto, essa função é da tutela cognitiva. Na execução há satisfação do direito já 
declarado no caso concreto. Posto isso, a tutela executiva não tinha natureza 
jurisdicional. 
Com o conceito de jurisdição ampliado, não basta o jurisdicionado ter aplicação 
do direito no caso concreto sem a satisfação deste direito. O Estado deve ter 
mecanismos para coagir o devedor para este cumprir aquele direito. A jurisdição 
também engloba mecanismos de realização material deste direito, há uma sentença que 
declare o direito e o Estado que tenha força para constranger o devedor que 
voluntariamente não cumprir essa decisão. 
Hoje, nos principais países europeus, não há mais uma execução junto ao Poder 
Judiciário, ela foi desjudicializada em todo ou em parte. Pois, nem sempre há 
necessidade do juiz para validar os atos procedimentais, apenas alguns (ex. validade de 
penhora), mas para outros atos que são de natureza administrativa, não há necessidade o 
juízo. 
O debate hoje, está sobre a viabilidade de os atos executivos serem praticados 
exclusivamente na órbita administrativa – diretamente pelos próprios credores – 
controle jurisdicional exclusivamente para os embargos ou outra ação autônoma. 
ESPÉCIES DE TUTELA EXECUTIVA E ESTRUTURA METODOLÓGICA DO 
NOVO CPC 
Parte geral – determinada para estudo dos princípios. 
Parte especial – dividida em três livros: 
Livro I – Do processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença. 
Livro II – Do processo de Execução 
Livro III – Dos processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões 
Judiciais. 
O cumprimento de sentença vem sistematicamente regulamentado junto ao 
Processo de Conhecimento, e separado do Processo de Execução. 
Até 2005, tínhamos no ordenamento processual um modelo de tutelas concebido 
por Liebman, o qual era dicotômico. Havia processos autônomos junto a estrutura 
judiciária. 
Havia o processo de conhecimento (fases: ordinatória, postulatória (...)). Ao fim, 
as sentenças condenatórias não são auto satisfativas (exequíveis), se o devedor a quem o 
juiz impõe uma obrigação de pagar/fazer/não fazer/entregar coisa, a sentença terá que 
gerar execução forçada por meio de instrumentos que o Estado possui. A sentença deve 
ter a mesma natureza jurídica da ação. Se for constitutiva, a sentença é auto satisfativa e 
não impõe execução forçada. 
A execução forçada tinha como consequência a entrada de novo processo 
autônomo, com petição inicial, uma sentença ao final, que formaria coisa julgada. Se a 
sentença condenatória fosse fruto do pedido genérico, o qual não há definição 
quantitativa no momento da propositura da ação. Nesse sentido, para a liquidação da 
sentença, deveria ter a propositura de uma nova ação (processo de liquidação), para a 
definição da quantia a ser cobrada. Esse modelo gerou a crise de ineficiência da tutela 
condenatória. 
● L. 11232/05 
Essa lei ela ​desestruturou (acabou com) o processo autônomo de execução 
fundado em título judicial. Partindo de um título judicial (sentença condenatória não 
cumprida. 
Nova estrutura – modelo sincrético de tutelas (mistura de fases processuais em 
um único processo). 
Hoje o autor ingressa com um processo exercitando o direito de ação uma única 
vez, sem a necessidade de se demandar de novo num processo de execução autônomo. 
De forma mais ágil e simples, o autor tem o direito declarado e sua satisfação executada 
em uma mesma relação processual. 
LIVRO I – Processo de Conhecimento e Cumprimento de Sentença. 
A fase cognitiva se desenvolve através das fases ordinatória, postulatória, 
probatória, decisória, recursal, até formar a coisa julgada. Se for de natureza jurídica 
constitutiva, não é necessidade de execução, já que ela é auto satisfativa. Se for 
condenatória, o autor pleiteia o início da execução por meio da abertura da fase de 
cumprimento de sentença, sendo que esta não é autônoma, é um desdobramento da fase 
cognitiva para cumprimento da sentença. 
Conforme a natureza da obrigação, a fase de cumprimento de sentença irá de 
desenvolver de maneiras diferentes. 
A sentença poderá ser ilíquida se o pedido for genérico, para a liquidação da 
sentença deverá o requerimento da abertura de fase de liquidação ser feito. 
O estudo do processo de conhecimento junto com o cumprimento de sentença 
devido ao modelo sincrético de tutelas, portanto, se o título executivo for judicial e se 
este não for cumprido, ela será executada na mesma relação processual, pela técnica do 
cumprimento de sentença. 
O cumprimento de sentença e uma técnica processual executiva (forma de 
execução) para modelos sincréticos quando o título judicial não é cumprido 
voluntariamente. Este só existe como fase, em modelos sincréticos e para títulos 
judiciais. O objeto é a simplificação do processo. 
LIVRO II – Processo de Execução 
Técnica executiva autônoma para a satisfação do crédito. Mas, deve ser fundada 
num título executivo extrajudicial. 
O modelo não é sincrético pois o título não foi produzido num processo de 
conhecimento. A natureza do título exige uma celebração de obrigação de outra forma, 
esta não surge por meio de decisão judicial surge a partir de autonomia da vontade das 
partes, que na vida celebrarão aquele título executivo judicial. 
A tutela executiva (gênero) comporta duas técnicas executivas (espécies): 
execução mediante fase de cumprimento – para títulos judiciais; execução mediante 
processo autônomo – para títulos extrajudiciais.Há dois tipos de processos no NCPC: processo de conhecimento e processo de 
execução. 
REQUISITOS DA EXECUÇÃO 
ART. 783. ​A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de 
obrigação certa, líquida e exigível. 
ART. 786. ​A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação 
certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. 
A execução enseja dois requisitos: título executivo e obrigação líquida certa e 
exigível. 
● TÍTULO EXECUTIVO 
Não há execução sem título. Se houver, ela será nula. É um documento previsto 
sempre em lei que autoriza em razão de sua força de certeza a respeito da obrigação, a 
invasão na esfera jurídica e patrimonial do devedor. 
Este documento autoriza ao Estado aplicar instrumentos de coerção ou invasão 
patrimonial. Pois, retira todas as dúvidas acerca da obrigação e traz certeza sobre ela. 
Sem título executivo a execução não produz efeitos válidos e, portanto, será 
nula. Só há título se houver lei – princípio da legalidade estrita. 
Títulos judiciais 
ART. 515. ​– títulos executivos judiciais expressos no Novo CPC. 
Produzidos como regra em fase cognitiva anterior, mas há exceções (ex. 
sentença arbitral). 
Títulos extrajudiciais 
ART. 784. ​– títulos executivos extrajudiciais expressos no Novo CPC. 
O art. 784 não é exauriente. Existem títulos extrajudiciais que não são previstos 
no CPC e sim, em lei especial. 
As partes não podem por si só (autonomia da vontade) conferir força executiva 
ao título que não está previsto em lei como executivo, porque seguimos o princípio da 
legalidade estrita. 
● OBRIGAÇÃO LÍQUIDA CERTA E EXIGÍVEL 
Não é título que é líquido, certo e exigível. 
LIQUIDEZ – é ​ausência de dúvida sobre o ​quantum debeatur (quantia que se 
deve). 
Se diante de um pedido certo e determinado o juiz proferir uma sentença 
genérica, esta é nula por força do pedido da congruência. O pedido genérico (ilíquido) 
autoriza ao juiz proferir uma sentença genérica se o juiz não conseguir quantificar a 
pretensão na fase probatória. Se o juiz não conseguir quantificar a pretensão na fase 
probatória a sentença proferida será genérica e ilíquida, não haverá cumprimento de 
sentença diretamente. Antes da execução deve se apurar a quantia devida. 
Só existe liquidação de título judicial (sentença genérico ou julgamento 
antecipado parcial genérico), não existe liquidação de título extrajudicial. O título 
extrajudicial pode ser ilíquido, não preenche requisito para execução, portanto, o credor 
deverá propor um processo autônomo (ação de cobrança) e, obter um título executivo 
judicial. 
CERTEZA – é ​ausência de dúvida sobre o ​an debeatur ​(o que se deve; objeto da 
obrigação). 
As partes não controvertem sobre a prestação que foi imposta. Não existe dúvida 
sobre a prestação ativa ou negativa, que está contida no título. 
EXIGIBILIDADE – é ​ausência de dúvida sobre o fato da obrigação estar 
vencida e não ter sido cumprida. 
O credor não tem interesse processual se o devedor ainda possui prazo para 
cumprir a obrigação voluntariamente. 
O juiz desenvolve cognição judicial na tutela executiva. Essa cognição recai 
sobre os requisitos da execução, ou seja, sobre o título e os requisitos da obrigação, que 
são matérias de ordem pública. 
Na execução, a cognição não é a mesma que desenvolve-se no processo de 
conhecimento (o qual a cognição é plena), é uma cognição limitada: existe título? O 
título está perfeito? A obrigação é liquida, certa e exigível? 
Ou seja, a cognição nos processos de execução é limitada pelos requisitos da 
execução, que são matérias de ordem pública. Devem ser reconhecidos de ofício e não 
se submetem a preclusão. 
São matérias de ordem pública, passíveis de conhecimento pelo juiz e não se 
submetem a preclusão, será nula a execução se ela não for lastreada por um título e se a 
obrigação não foi líquida certa e exigível. 
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL INADIMPLIDO 
Diante de um título judicial não cumprido a via para o cumprimento é o 
cumprimento de sentença. Ao cumprimento de sentença são aplicadas subsidiariamente 
as regras do processo de execução. 
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL INADIMPLIDO 
Surge a ideia de processo de execução. Diante de um cheque, duplicata, contrato 
de locação, que se aperfeiçoam como título extrajudiciais, a via do processo de 
execução é legítima. Porém, nada impede e, inclusive, o CPC de 2015 autoriza que o 
credor se valha do processo de conhecimento para formar um título judicial nesses 
casos. 
É possível que diante um título extrajudicial, o credor opte pela via cognitiva, 
para formação de um título judicial e o seu cumprimento será pelo cumprimento de 
sentença. O direito de ação é amplo e não sofre nenhuma limitação, quem escolhe o 
meio processual é o autor, no caso o credor. Não haverá falta de interesse processual, se 
o credor optar pelo processo de conhecimento diante de um título executivo 
extrajudicial. 
ART. 785. ​A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar 
pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo extrajudicial. 
Há uma faculdade, conferida pelo legislador, pelo credor, quanto a opção: tutela 
executivo ou tutela cognitiva. 
REsp 640.441/RJ 
INADIMPLEMENTO SEM TÍTULO 
Há uma obrigação que não está materializada por um título executivo. Este é 
condição para a execução, sendo nula a execução sem título. Deve-se formar um título e 
a via processual para que o título seja formado é uma ação de conhecimento e, na 
sequência, o credor vai satisfazer seu direito, pelo cumprimento de sentença. 
TÍTULO SEM INADIMPLEMENTO 
Há um título que ainda não está exigível. A obrigação ainda não está passível de 
exigibilidade, ou seja, não está vencida. Não há interesse processual antes do 
vencimento do título, pois ela ainda pode ser cumprida dentro do prazo. 
Mas, no caso concreto, o credor que possui o título executivo ainda não exigível, 
verifica que o devedor demonstra de forma clara e segura que está desfazendo-se de seu 
patrimônio, com o objetivo de frustar a execução. O credor, nesse caso, tem interesse 
numa tutela cautelar, para a segurança de que quando seu título for exigível o devedor 
terá patrimônio para satisfazê-lo. 
ART. 301​. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante 
arresto, sequestro,, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem 
e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. 
A proteção cautelar só será concedida caso haja risco de dano grave ao credor, 
pois não haverá patrimônio do devedor. Ela não é satisfativa, o juiz não vai transferir o 
patrimônio do devedor antes da obrigação se tornar exigível. Mas, o juiz irá reservar os 
bens do devedor (mediante arresto, sequestro, ...), para o devedor não se desfazer de seu 
patrimônio. E, essa providência tem como ser reversível. 
O objetivo é a assegurar uma execução que seja eficaz, quando da exigibilidade 
da obrigação e seu não cumprimento voluntário. A tutela cautelar é instrumental,não 
protege o direito material, e sim o direito processual, há um processo de 
conhecimento/execução, que sejam válidos e efetivos. Não está sendo assegurada a 
transferência de bens do patrimônio do devedor para o patrimônio do credor, está sendo 
assegurado a uma execução que seja satisfativa – direito processual, ou seja, que haja 
patrimônio do devedor para satisfazer a obrigação. 
CONCEITO DE EXECUÇÃO 
O conceito de execução é polissêmico, ou seja, não possui apenas um 
significado, pode abrir várias vias. O que nos interessa é a execução forçada diante do 
não cumprimento voluntário da obrigação. 
“​Conjunto de providências pelas quais se invade a esfera patrimonial do 
devedor, para satisfazer o credor, mediante atos materiais (de invasão patrimonial), 
entregando-lhe o bem da vida”. 
Execução vincula-se na ideia de satisfação de um crédito/obrigação, 
materializada em um título e, para tanto, já que não houve cumprimento voluntário o 
Estado precisa intervir com atos de força para que o devedor cumpra a obrigação. 
Os atos do Estado são práticos e materiais, de invasão patrimonial, para que o 
patrimônio do devedor seja invadido, garantindo a satisfação da obrigação. 
O processo de conhecimento se dá apenas por atos intelectuais, na execução se 
diz sobre atos práticos, materiais, que recaem sobre o patrimônio do devedor, que estão 
autorizados pela força de certeza do título executivo. A execução é patrimonial, o 
devedor responde com seus bens. 
● Quais são os meios de que o Poder Judiciário dispõe para promover a 
satisfação do credor? 
Existem duas espécies de instrumentos chamados de sanção executiva. 
● MEIOS DE SUB-ROGAÇÃO e MEIOS DE COERÇÃO: 
São meios pelos quais o Estado substitui a vontade do devedor. O Estado 
substitui a recusa do devedor e satisfaz a obrigação de forma a interferir no patrimônio 
do devedor e em sua esfera jurídica. Diante da recusa do devedor o Estado supre essa 
inércia, substituindo a recusa/vontade do devedor. 
O legislador constrói uma correlação vinculando os meios sub-rogatórios a 
natureza da obrigação, há uma correlação típica: para cada tipo de obrigação há um tipo 
sub-rogatório – PRINCÍPIO DA TIPICIDADE DOS MEIOS SUB-ROGATÓRIOS. 
MEIOS SUB ROGATÓRIOS 
Obrigação Meio de Obrigação 
Pagar quantia Expropriação mediante a penhora 
Entregar coisa Busca e apreensão ou Imissão na posse 
Fazer e não fazer Título extrajudicial – transformação por 
terceiro. 
 
Obrigação de Pagar Quantia. 
Serão retirados do patrimônio do devedor, a mesma quantia que o credor deveria 
receber se houvesse cumprimento voluntário. A execução de pagar quantia vai cair 
sobre o dinheiro, por meio de ativos financeiros, realizado via Bacen-Jud. 
Na execução vigora o Princípio da Máxima Coincidência, ou seja, o credor deve 
obter na execução forçada o mesmo resultado que receberia na execução voluntária. 
A penhora tem uma ordem de satisfação, se a obrigação for de pagar quantia, a 
penhora deve recair sobre o dinheiro, mas é possível que ela recaia sobre outros bens, e 
por meio de técnicas processuais, esses bens se tornarão, serão convertidos em dinheiro 
para que o credor receba a mesma quantia que receberia se a execução fosse voluntária. 
Obrigação de Entregar Coisa. 
 Se o bem for móvel, o meio sub-rogatório típico será o de busca e apreensão. O 
Estado retira a coisa do devedor e entrega ao credor. Se o bem for imóvel, devido a 
impossibilidade de busca e apreensão, o meio sub-rogatório típico é o da imissão na 
posse. O Estado terá a conduta inversa, retira-se o devedor da coisa e lá será colocada o 
credor. 
A imissão da posse é a primeira posse, ou seja, o primeiro contato do credor com 
a coisa. 
Obrigação de Fazer e Não Fazer. 
Até 1994, o ordenamento judicial, diante de uma obrigação não cumprida, 
prestigiava a tutela pecuniária. A tutela específica, aquela que dava o que foi acordado 
anteriormente, era excepcional. 
A partir do CDC, a regra foi invertida. Diante de obrigações não realizadas 
(fazer/não fazer), passou a se prestigiar a tutela específica. O Estado passa a ter 
mecanismos para coagir o cumprimento da obrigação ​in natura​. A tutela específica só 
seria invertida em tutela pecuniária se o credor preferir ou se a questão for impossível 
de ser cumprida. 
ART. 536. ​No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de 
fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da 
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar 
as medidas necessárias à satisfação do exequente. 
Prestigia-se a tutela específica da obrigação, o juiz tem poderes para impor todas 
as medidas coercitivas necessárias para o cumprimento da obrigação ​in natura​. 
§1º. ​Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar entre outras medidas, 
a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o 
desfazimento de obras, o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, 
requisitar o auxílio de força policial. 
Relaciona em rol aberto, não taxativo, as principais medidas de coerção, que o 
juiz está autorizado a aplicar para que o devedor cumpra a tutela específica. 
ART. 139. IV. ​Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive 
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária. 
Poderes genéricos do juiz – reforçar os poderes coercitivos que o juiz possui. 
Essas medidas pelas quais o Estado busca a tutela específica da obrigação, são 
chamadas de medidas de execução indireta (medidas de coerção, medidas de coação, 
medidas de apoio, medidas de pressão psicológica). O objetivo delas é constranger no 
devedor de que algum mal lhe recaia se a obrigação específica não for cumprida. Atuam 
por pressão psicológica, em relação a eles vigora o princípio da atipicidade, pois não 
estão previstos em rol fechado e, sim, num rol exemplificativo. 
Essas medidas podem ser fixadas de ofício ou a requerimento. Essas medidas 
não estão relacionadas ao pedido e, sim, ao cumprimento da decisão, a efetividade da 
tutela jurisdicional. Ou seja, as medidas aplicáveis de ofício não violam o princípio da 
congruência. 
Essas medidas não transitam em julgado, elas podem ser revistas a qualquer 
tempo, desde que elas se tornem inadequadas ao constrangimento. É possível 
reduzir/aumentar a multar, cumular a multa com força policial. É possível de serem 
revistas sempre que se tornarem inócuas, de ofício, pois não transitam em julgado. É 
possível adequar esses meios de pressão do curso do processo, porque não transitam em 
julgado, são passíveis de revisão. 
O rol das medidas de apoio que estão no art. 536, §1º é ilustrativo, 
exemplificativo. Outras medidas podem ser impostas, elas precisam ser constitucionais, 
adequadas, suficientes ao constrangimento, proporcionais e razoáveis. Dentre outras 
medidas de apoio, a restrição do passaporte, o bloqueio da CNH, o bloqueio do crédito

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