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Aula 1 Informatica Juridica

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1 
 
AULA 1 – INFORMÁTICA JURÍDICA 
I. IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA 
Denominação: INFORMÁTICA JURÍDICA (E DIREITO DA INFORMÁTICA) 
Curso: Direito, 1° Período 
 
II. OBJETIVOS 
1. Fornecer conceitos básicos de informática familiarizando os alunos com os 
respectivos termos técnicos. 
2. Apresentar uma visão crítica sobre o uso das modernas tecnologias da 
informação e seu impacto na sociedade. 
3. Preparar o profissional do Direito para a utilização do computador e da 
informática nas atividades jurídicas. 
4. Identificar e apontar soluções para os principais problemas jurídicos surgidos 
com o uso crescente da tecnologia da informação. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
CAPÍTULO 1 
Revolução da Informação. Sociedade da Informação. Era da 
Informação. 
1. O INÍCIO DA REVOLUÇÃO 
Atualmente, no início do século XXI, somos partícipes e testemunhas de 
momentos e movimentos cruciais na história da humanidade. 
O intenso processo de globalização produz uma verdadeira aldeia global, 
onde o tempo, as distâncias, as barreiras físicas, econômicas e políticas são 
literalmente suprimidas. 
Os desafios sociais são enormes: 
A) notadamente com o crescimento vertiginoso de um contingente populacional 
submetido as mais perversas privações. 
B) O equilíbrio ecológico do planeta segue cada vez mais ameaçado por uma 
atividade econômica predatória. 
C) A convivência das distintas culturas humanas torna-se paulatinamente um 
problema com potencial destruidor incalculável. 
D) Os vários experimentos no campo da engenharia genética abrem fronteiras 
inexploradas e dramas éticos, filosóficos e religiosos até então não imaginados. 
 
2. REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO 
Destacamos, neste escrito, um dos fenômenos mais relevantes dos tempos 
atuais: a chamada "Revolução da Informação". 
3 
 
Trata-se de um dos principais condutores das transformações radicais 
observadas e vivenciadas pela sociedade contemporânea. 
A utilização crescente de expressões como "Era da Informação", "Sociedade 
da Informação", "Nova Economia", entre outras, anunciam as mudanças em 
curso, algumas delas tão-somente na sua fase inaugural. 
"A Galáxia da Internet é um novo ambiente de comunicação. 
Como a comunicação é a essência da atividade humana, todos 
os domínios da vida social estão sendo modificados pelos usos 
disseminados da Internet, como este livro documentou. Uma nova 
forma social, a sociedade de rede, está se constituindo em torno 
do planeta, embora sob uma diversidade de formas e com 
consideráveis diferenças em suas conseqüências para a vida das 
pessoas, dependendo de história, cultura e instituições. Como em 
casos anteriores de mudança estrutural, as oportunidades que 
essa transformação oferece são tão numerosas quanto os 
desafios que suscita. Seu resultado futuro permanece em grande 
parte indeterminado, e ela está sujeita à dinâmica contraditória 
entre nosso lado sombrio e nossas fontes de esperança. Isto é, à 
perene oposição entre tentativas renovadas de dominação e 
exploração e a defesa, pelas pessoas, de seu direito de viver e de 
buscar o sentido da vida." (...) "A nova economia, tendo os 
negócios eletrônicos como ponta de lança, não é uma economia 
on-line, mas uma economia movida pela tecnologia da 
informação, ...". Castells, Manuel. A Galáxia da Internet. Págs. 
225 e 85. 2001. Jorge Zahar Editor. 
 
 "Revolução da Informação" ("Sociedade da Informação" ou "Era da Informação") 
significa, entre outros aspectos importantes, o ingresso da sociedade humana em 
um novo patamar histórico de produção de riquezas e valores. 
 
 
 
4 
 
2.1 Revolução Agrícola 
 
A "Revolução Agrícola" colocou a "terra produtiva" como elemento central do sistema 
de geração de riquezas. 
 
"A primeira grande mudança vivenciada se deu no período 
neolítico, quando o homem começa a afastar-se da floresta. De 
nômade passa à vida sedentária, dando início a uma agricultura 
rudimentar. Foi chamada de Revolução Agrícola, em que a terra 
consistia no maior patrimônio, meio pelo qual, através do 
dispêndio de energia humana e a de tração animal, empregavam-
se técnicas rudimentares e gerava-se riqueza". Melo, Marco 
Antônio Machado Ferreira de. A tecnologia, direito e a 
solidariedade no livro Direito, Sociedade e Informática. Limites e 
perspectivas da vida digital. Pág. 22. 2000. Boiteux. 
 
2.2 Revolução Industrial 
 
Já a "Revolução Industrial" teve a máquina (movida a vapor e, depois, a eletricidade) 
como ator tecnológico central. 
 
"A humanidade, há uns 300 anos, iniciou outra grande mudança, 
passando de civilização eminentemente sedentária e agrícola 
para outra de produção em massa, principalmente na Europa, 
chamada de Revolução Industrial" (...) "A Revolução Industrial 
tem por marco a invenção da máquina a vapor em 1776, que 
possibilitou o aparecimento da produção em massa, substituindo 
o trabalho artesanal". Melo, Marco Antônio Machado Ferreira de. 
A tecnologia, direito e a solidariedade no livro Direito, Sociedade 
e Informática. Limites e perspectivas da vida digital. Págs. 22 e 
24. 2000. Boiteux. 
5 
 
 
2.3 Revolução da Informação 
 
No estágio atual, na fase da "Revolução da Informação", a informação e o 
conhecimento passaram a desempenhar o papel central na atividade econômica. 
 
" ... a informação é o produto-chave da Era da Informação, ..." (...) 
"Geração de conhecimento e processamento de informação são 
as fontes de valor e poder na Era da Informação". Castells, 
Manuel. A Galáxia da Internet. Págs. 175 e 186. 2001. Jorge 
Zahar Editor. 
 
"Na Revolução Digital o conhecimento passa a ser o principal 
meio de geração da riqueza". Melo, Marco Antônio Machado 
Ferreira de. A tecnologia, direito e a solidariedade no livro Direito, 
Sociedade e Informática. Limites e perspectivas da vida digital. 
Pág. 30. 2000. Boiteux. 
 
"Numa cibersociedade, em que o conhecimento e a educação 
ocupam papel central no processo de desenvolvimento e 
progresso social, as políticas governamentais de desenvolvimento 
científico-tecnológico são fundamentais no processo de 
manutenção da identidade cultural e soberania nacional". Zuffo. 
José Antonio. A Tecnologia e a Infossociedade. Pág. XVIII. 
Manole. 
 
"As mudanças detectadas nos sistemas socioeconômicos mais 
avançados indicam a passagem de uma sociedade baseada na 
produção de bens materiais para a sociedade fundada no 
conhecimento, o que os anglófonos vêm chamando de knowledge 
societies. Ao mesmo tempo, a reorganização socioeconômica 
perpassa o próprio modo de produção do conhecimento, que se 
rearticula e se flexibiliza em dimensões múltiplas tanto 
6 
 
internamente quanto nas suas trocas com o ambiente social em 
que se desenvolve. No contexto do novo paradigma produtivo, 
tornam-se imprescindíveis a produção/distribuição do 
conhecimento e a redução das desigualdades sociais, como 
aspectos reciprocamente necessários e indispensáveis. (...) Por 
isso, o conhecimento é valorizado como agente estratégico, não 
só para a acumulação econômica, mas também para o 
funcionamento do próprio Estado e da sociedade". Maciel. Maria 
Lucia. Hélices, sistemas, ambientes e modelos: os desafios à 
Sociologia da Inovação. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
45222001000200002>. Acesso em: 25 mai. 2004. 
 
2.3.1 O Grande Acontecimento do Século XX 
A "Revolução da Informação" pode ser considerada o grande acontecimento 
do século XX. 
"Num realce histórico, segundo os estudiosos, percebemos que 
já passamos por quatro estágios de uma revolução da 
informação que teve início no século XVI.O primeiro estágio foi 
a invenção da prensa tipográfica, no início do século XVI 
(Gutemberg). Até o século XIX não foi introduzida nenhuma 
tecnologia que alterasse a forma, o volume e a velocidade da 
informação./Com o surgimento do telégrafo, em meados do 
século XIX, temos o início do segundo estágio da revolução. 
Até então, a informação só podia mover-se com a velocidade do 
trem, ou seja, cerca de 50 quilômetros por hora. Com o telégrafo, 
o transporte e a comunicação se libertam um do outro e a 
informação se transforma numa mercadoria, algo que pode 
ser comprado e vendido, sem levar em conta seus usos ou 
sentidos./A fotografia, inventada mais ou menos na mesma 
época da telegrafia, inicia o terceiro estágio da revolução da 
7 
 
informação e no final do século XIX, os anunciantes e homens 
de jornais descobriram que uma imagem valia, não apenas mil 
palavras, mas em termos de vendas até milhões de dólares. 
No início do século XX, ocorre no Ocidente o quarto estágio, a 
radiodifusão, em seguida, o surgimento da televisão e hoje 
estamos vivendo em cheio o quinto estágio com o advento da 
tecnologia do computador e da Internet." (Apresentação do livro 
"Tecnologias da Informação e da Comunicação" de Jayr 
Figueiredo de Oliveira). 
Afinal, a sociedade da informação substituiu a sociedade industrial do 
século XIX 
 
- MUDANÇAS FUNDAMENTAIS NA SOCIEDADE PELA INFORMAÇÃO: 
Essa substituição provocou (provoca e provocará) mudanças fundamentais na: 
A) disseminação de conhecimentos, 
B) no comportamento social, 
C) nas atividades econômicas, 
D) na organização administrativa de instituições públicas e privadas, 
E) na esfera das relações políticas, 
F) nos meios de comunicação, 
G) na educação, 
H) na saúde e mesmo nas atividades recreativas e de lazer. 
 
Importa destacar que a informação sempre esteve presente na sociedade 
humana. 
Portanto, a decantada "Revolução da Informação" não fez surgir a geração, 
o armazenamento e a transmissão da informação. 
8 
 
"O uso da expressão 'revolução' pode parecer hiperbólico, mas 
faz jus à enorme evolução - já experimentada e em vias de se 
expandir - nas relações comerciais proporcionadas pelo advento 
da Internet, tanto que foi utilizada pelo documento oficial 
produzido pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, 
denominado Emerging Digital Economy (capítulo I, The digital 
revolution, págs. 3/7); e também na Comunicação ao Parlamento 
Europeu, ao Conselho, ao Comitê Econômico e Social e ao 
Comitê das Regiões, de 15.4.1997, intitulada 'Uma iniciativa 
européia para o comércio electrónico' (COM (97) 157). Como os 
documentos oficiais costumam ser 'econômicos' quanto ao uso de 
expressões grandiloqüentes, achamos que a utilização do termo 
era compatível (diante da realidade que se nos apresenta), com o 
objetivo do presente estudo." Queiróz, Regis Magalhães Soares 
de. Assinatura Digital e o Tabelião Virtual em Direito e Internet. 
Aspectos Jurídicos Relevantes. Pág. 373. 1a. edição. 2000. 
EDIPRO. 
 
"O ponto de partida desta análise é a constatação de uma 
revolução que está acontecendo no mundo atual. Revolução 
mais do que de natureza técnica, revolução ligada ao próprio 
padrão da civilização ocidental. A civilização está se alterando 
em sua concepção básica./Esta revolução pode ser resumida 
no reconhecimento de que estamos passando 'dos átomos 
para os bits'". Greco, Marco Aurelio. Internet e Direito. Pág. 16. 
2000. Dialética. 
 
"Enfim, graças ao desenvolvimento tecnológico, verificou-se uma 
mudança radical nas sociedades modernas. Assim como a roda 
representou a maior invenção da civilização primitiva, o 
computador revolucionou a civilização moderna, 
desencadeando a Revolução da Informação e a Era Digital. 
(...) Enfim, não há mais dúvida de que o mundo está passando 
por uma mudança radical. Os hábitos, conceitos e valores da 
9 
 
humanidade estão sendo transformados em um processo 
que se pode chamar de The Bit Bang!". Gouvêa, Sandra. O 
Direito na Era Digital. Crimes Praticados por meio da Informática. 
Págs. 39 e 40. 1997. MAUAD. 
 
- INFORMAÇÃO E MODIFICAÇÃO 
Entretanto, esse fenômeno está modificando profundamente as formas de 
existência, produção, posse, propriedade e transmissão da mesma. 
"Na verdade, estamos em meio a uma explosão da informação. 
Segundo um estudo da Universidade da Califórnia em 
Berkeley (Lyman e Varian, 2000), há na web cerca de 550 
bilhões de documentos (95% publicamente acessíveis), e a 
informação on-line está crescendo à taxa de 7,3 milhões de 
páginas da web por dia. A produção de e-mails por ano é 
quinhentas vezes maior que a de páginas da web. A 
produção de informação anual do mundo, sob diferentes 
formas, eleva-se a 1,5 bilhão de gigabytes, dos quais, em 
1999, 93% foram produzidos em forma digital". Castells, 
Manuel. A Galáxia da Internet. Pág. 77. 2001. Jorge Zahar Editor. 
 
Hoje, a informação não conhece, em termos de propagação, limites 
temporais ou geográficos. 
Mesmo os limites políticos, relacionados com a soberania dos Estados, 
estão sendo superados com enorme facilidade. 
 
 
10 
 
- ASPECTOS NEGATIVOS DA QUANTIDADE DE INFORMAÇÃO??? 
A imensa e crescente quantidade de informações produzidas e transmitidas no 
mundo moderno despertam a atenção e a preocupação de cientistas e 
filósofos para os aspectos negativos decorrentes dessa realidade. 
 
"Dentre estes (desafios da nova ordem mundial), inclui-se o 
alerta para a aparente maior relevância das novas 
tecnologias e equipamentos, assim como da geração e 
difusão de informações do que propriamente conhecimentos. 
Objetivando realçar este ponto, alguns autores chegam inclusive 
a falar de Era da Ignorância (ao contrário de Conhecimento), 
enquanto outros chamam a atenção para os riscos associados à 
hiperinformação, resultante do alto volume de informação em 
circulação e ao relativo descuido com a geração e acumulação de 
conhecimentos. Desta forma, adverte-se que mais grave ainda 
do que não possuir acesso às novas tecnologias e a 
informações, seja não dispor de conhecimentos suficientes 
para fazer uso das mesmas". Lastres. Helena Maria Martins. 
Ciência e Tecnologia na Era do Conhecimento: um óbvio papel 
estratégico? Disponível em: 
<http://www.mct.gov.br/CEE/revista/Parcerias9/03revista9lastres.
PDF.> Acesso em: 10 jun. 2004. 
 
- CAPACIDADE DE LIDAR COM SABEDORIA COM AS INFORMAÇÕES E 
CONHECIMENTOS DISPONÍVEIS 
Acentua-se, com acerto, a necessidade do desenvolvimento da capacidade 
de lidar com sabedoria com as informações e conhecimentos disponíveis. 
O poeta anglo-americano T. S. Eliot indaga: 
11 
 
"Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? 
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?". 
 
- ASPECTOS RELEVANTES DA REVOLUÇÃO EM ANDAMENTO 
Entre os aspectos mais relevantes da revolução em andamento, pela 
variedade e profundidade das conseqüências antevistas, estão: 
a) a interatividade generalizada e; 
 
b) a separação entre a informação e seu substrato material. 
Esse último ponto deve ser sublinhado. 
Afinal, durante os séculos de Revolução Industrial, ou mesmo nos últimos 
milênios, a sociedade humana lidou fundamentalmente com bens corpóreos 
ou tangíveis, com realidades materiais e suas múltiplas relações. 
Os universos econômico, social e jurídico, para citar alguns, estão voltados 
para esse traço da existência, verdadeiro paradigma para construção do 
conhecimento científico, do arcabouço intelectual para compreensão do mundo. 
 
- DESMATERIALIZAÇÃO DE CONCEITOS 
Agora, temos a informação dissociada de seu suporte físico, como algo 
autônomo, prometendo mudar radicalmente nosso estilo de vida em sociedade.Esse fenômeno tem sido denominado de "desmaterialização de conceitos". 
 
 
12 
 
"A movimentação regular, na forma de pedaços de plástico, 
de música gravada, assim como o lento manuseio humano da 
maior parte da informação, sob a forma de livros, revistas, 
jornais e videocassetes, está em via de se transformar na 
transferência instantânea e barata de dados eletrônicos 
movendo-se à velocidade da luz. (...) A mudança dos átomos 
para os bits é irrevogável e não há como detê-la". Negroponte, 
Nicholas. A vida digital. Pág. 10. Companhia das Letras. 
 
"Recentemente, visitei o quartel-general de uma das cinco 
maiores empresas americanas fabricantes de circuitos integrados. 
Pediram-me que assinasse um registro de entrada e me 
perguntaram se eu trazia comigo um laptop. É claro que sim. A 
recepcionista perguntou-me o modelo, o número de série e o 
valor do aparelho. 'Alguma coisa entre 1 e 2 milhões de 
dólares', respondi. 'Mas isso não pode ser, senhor', replicou ela. 
'Como assim? Deixe-me vê-lo'. Mostrei a ela o meu velho 
PowerBook, cujo valor ela estimou em 2 mil dólares. Registrou 
estão a soma, e eu pude entrar na empresa. A questão é que, 
embora os átomos não valessem tudo aquilo, os bits tinham 
um valor quase inestimável". Negroponte, Nicholas. A vida 
digital. Pág. 17. Companhia das Letras. 
 
"Maldonado (1992:12) explica: 'a própria realidade das coisas não 
é somente material, mas se desmaterializa para se transformar 
em virtual. A desmaterialização não se limitou em produzir seus 
efeitos na linguagem, mas incide frontalmente em fundamentadas 
teorias jurídicas e cita-se, como exemplo, a transferência 
eletrônica de fundos (Eletronic Fund Transfer, EFT), que se 
destina a desmaterializar o título de crédito do papel." (...) 
"O computador libertou a informação. O bem informático 
independe do suporte material, e pode ser dele destacado sem 
perder sua identidade e funcionalidade". Paesani, Liliana Minardi. 
Direito de Informática. Págs. 21 e 33. 1997. Atlas. 
13 
 
 
"Meio e mensagem na história da Humanidade sempre 
coexistiram, tendo por ponto de partida a ocorrência de uma 
relação comunicativa. A grande mudança verificada nos últimos 
anos foi ter a informação (mensagem) adquirido valor próprio 
independente do suporte físico pelo qual é veiculada. Esta 
mudança acarreta delicados problemas jurídicos relacionados aos 
atos realizados à distância ou por intermédio de equipamentos 
eletrônicos." (...) "Esta revolução pode ser resumida no 
reconhecimento de que estamos passando 'dos átomos para 
os bits'. (...) Uma nova civilização está em criação; nesta, o 
conceito relevante não é mais o de átomo, mas sim o de bit, (...) 
Esta é a grande mudança. O valor não está mais atrelado 
necessariamente às características físicas das coisas. (...) Ou 
seja, há uma dupla mudança: por um lado, a informática deu vida 
a novos 'bens' (softwares, banco de dados etc.); por outro lado, 
bens clássicos assumiram nova feição (virtual) em razão dos 
avanços da tecnologia e da informática (basta lembrar os 
chamados 'livros eletrônicos'). (...) Na medida em que se 
acrescenta uma utilidade, acrescenta-se um valor ao que antes 
existia. Daí dizer-se que o elemento chave num mundo 
informático é o conceito de 'valor adicionado'. Vale dizer, os bens 
informáticos não valem pelo que eles são, mas sim pelo valor que 
eles adicionam à vida de alguém, de uma empresa, do Poder 
Público etc". Greco, Marco Aurelio. Internet e Direito. Págs. 12, 16 
a 20. 2000. Dialética. 
 
"Numa economia eletrônica baseada no conhecimento, na 
informação e em fatores intangíveis (como imagem e 
conexões), a inovação é a função primordial". Castells, 
Manuel. A Galáxia da Internet. Pág. 85. 2001. Jorge Zahar Editor. 
 
"É fundamental que nossos dirigentes estejam 
profundamente convictos de que os bens intangíveis gerados 
14 
 
pelos ambientes culturais científico-tecnológicos serão o 
esteio e a razão de ser da Infoeconomia". Zuffo. José Antonio. 
A Tecnologia e a Infossociedade. Pág. 159. Manole. 
 
O fenômeno da "desmaterialização de conceitos" é percebido nas 
mais variadas reflexões teóricas. Um exemplo: "Hoje observamos 
uma nova forma de distribuição mais re-individualizada, 
um revival da distribuição direta entre o fabricante ou produtor e o 
consumidor, que, por exemplo, os sites dos fabricantes e os 
meios eletrônicos de logística possibilitam. Para melhor entender 
a importância da desmaterialização da distribuição necessitamos 
relembrar as fases da evolução da distribuição na economia, que 
muitas relações têm com o consumo." Marques. Cláudia Lima. 
Prefácio do Livro "A Empresa no Código Civil" de Marcia 
Mallmann Lippert. Pág. 22. 2003. Editora Revista dos Tribunais. 
 
- SOCIEDADE DE REDE 
Manuel Castells, considerado um dos principais teóricos da "Era da Informação", 
destaca, com bastante ênfase, o surgimento de uma nova forma de sociedade: 
a "sociedade de rede". 
"Uma rede é um conjunto de nós interconectados. A formação 
de redes é uma prática humana muito antiga, mas as redes 
ganharam vida nova em nosso tempo transformando-se em 
redes de informação energizadas pela Internet. As redes têm 
vantagens extraordinárias como ferramentas de organização 
em virtude de sua flexibilidade e adaptabilidade inerentes, 
características essenciais para se sobreviver e prosperar 
num ambiente em rápida mutação. É por isso que as redes 
estão proliferando em todos os domínios da economia e da 
sociedade, desbancando corporações verticalmente organizadas 
e burocracias centralizadas e superando-as em desempenho. 
15 
 
Contudo, apesar de suas vantagens em termos de flexibilidade, 
as redes tiveram tradicionalmente de lidar com um grande 
problema, em contraste com hierarquias centralizadas. Elas têm 
tido considerável dificuldade em coordenar funções, em 
concentrar recursos em metas específicas e em realizar uma 
dada tarefa dependendo do tamanho e da complexidade da 
rede". Castells, Manuel. A Galáxia da Internet. Pág. 7. 2001. 
Jorge Zahar Editor. 
 
Nesse contexto, as fórmulas organizacionais tradicionais, baseadas em 
cadeias de comando e controle verticais e racionais, estão cedendo espaço 
para redes caracterizadas pela flexibilidade, coordenação de esforços, 
descentralização e horizontalidade. 
Vale lembrar que as considerações realizadas neste campo ainda são precárias e 
parciais. 
Conspiram contra elas a complexidade, a novidade e a vertiginosa velocidade das 
mudanças. 
 
Não são raras, mesmo partindo de atores sociais em posições privilegiadas, 
previsões completamente desastradas. 
"... em 1977 (após o desenvolvimento do computador 
pessoal), o presidente da DEC declarara: 'Não há razão 
alguma para alguém querer ter um computador em casa'". 
Castells, Manuel. A Galáxia da Internet. Pág. 27. 2001. 
Jorge Zahar Editor. É extremamente conhecida a pessimista 
e equivocada visão de Bill Gates da Microsoft, no início da 
década de 80, sobre a evolução da internet. 
16 
 
- FASE ATUAL DO CONHECIMENTO 
Assim, quanto ao conhecimento, estamos na fase de perplexidade, de 
aproximação, de problematização. 
No futuro, inexoravelmente, os esforços científicos, incluindo os do Direito, 
terão de aprofundar suas percepções e desenvolver os instrumentos 
necessários para o tratamento dessas novas realidades.
Ademais, as mudanças tecnológicas em curso têm gerando enorme surpresa em 
todas as áreas do convívio social. 
Afinal, situações ou casos antes tratados como ficção científica já fazem parte do 
dia-a-dia das pessoas e desafiam os cientistas e técnicos de todas os setores, 
entre eles os operadores do Direito. 
Por conseguinte,um dos traços sociais mais instigantes dos "tempos modernos" é 
o processo de assimilação, inclusive psicológica, das novas tecnologias, suas 
múltiplas facetas e utilidades. 
 
VEJA ALGUMAS MANIFESTAÇÕES DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO: 
 
O E-BOOK ou LIVRO ELETRÔNICO 
www.ieditora.com.br 
 
A MÚSICA DIGITAL 
www.imusica.com.br 
ITUNES 
 
O E-TICKET ou BILHETE ELETRÔNICO 
www.tam.com.br 
17 
 
 
PRODUÇÃO COLABORATIVA DE CONHECIMENTO 
Wikipedia 
 
NOTAS: 
"A Infoera, a era da informação e do conhecimento, está crescentemente se 
impondo na estrutura social mundial, atingindo os mais recônditos lugares de 
nosso planeta. A imensa revolução da informática, traduzida pela evolução 
tecnológica das metodologias de produção na microeletrônica, assim como pela 
evolução tecnológica do processamento de dados e do processamento de 
informações e, finalmente, pela evolução tecnológica das telecomunicações 
propriamente ditas, está agora se espraiando, propagando-se e disseminando-se 
para todosos demais setores das atividades socioeconômicas. Nesse afã difusivo, 
independentemente das flutuações econômicaas, está contaminado, com seu 
ritmo alucinante, turbulento e febril, todas as organizações, todas as associações 
e, enfim, todos os seres humanos". (...) "Atualmente, a gigantesca densificação da 
teia de comunicações mundial está tornando acessível a todas as pessoas um 
nível de interatividade tal que modificará totalmente o relacionamento social 
humano". (...) "Sem dúvida, as tecnologias ligadas à informática são o motor 
propulsor da enorme revolução industrial e econômica que estamos vivenciando". 
Zuffo. José Antonio. A Tecnologia e a Infossociedade. Págs. XVII, XVIII, 4 e 5. 
Manole. 
 
"A chamada globalização, que promove a circulação ampliada de informação e 
conhecimento e, ao mesmo tempo, agrava desigualdades socioeconômicas, 
difunde e intensifica transformações radicais nas formas de produção da vida 
material. Ou seja, a atual forma de globalização resulta da revolução científico-
tecnológica e simultaneamente a difunde - com suas conseqüências - pelo 
mundo". Maciel. Maria Lucia. Hélices, sistemas, ambientes e modelos: os desafios 
18 
 
à Sociologia da Inovação. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
45222001000200002>. Acesso em: 25 mai. 2004. 
 
 
1 (0,3p). Segundo o texto, indique a seqüência cronológica correta:: 
Revolução da Informação - Revolução Industrial - Revolução Agrícola 
Revolução Agrícola - Revolução Industrial - Revolução da Informação 
Revolução Agrícola - Revolução Industrial - Revolução Econômica 
 
2 (0,3p). Segundo o texto, o surgimento da "Sociedade da Informação" pode ser 
considerado o grande acontecimento do século: 
XIX 
XX 
XXI 
 
3 (0,3p). Segundo o texto, é característica fundamental da revolução em 
andamento, além da interatividade generalizada: 
a desmaterialização de conceitos 
a materialização de conceitos 
a substituição de conceitos 
 
4 (0,3p). Segundo o texto, é considerado um dos principais autores da "Era da 
Informação", teorizando sobre a "sociedade de rede": 
Manuel Bandeiras 
Eliot Castells 
19 
 
Manuel Castells 
 
5 (0,3p). Complete (com a palavra que falta) a assertiva seguinte conforme o 
texto. 
"A mudança dos átomos para os (...) é irrevogável e não há como detê-la." 
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