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AULA 6 - CONCEITOS 1. DELIMITAÇÃO DE CONCEITOS Existem vários conceitos ou definições relevantes nos estudos da Informática Jurídica e do Direito da Informática para demarcação de campos específicos de trabalho e de preocupações científicas. Essa delimitação é fundamental para estabelecer os rumos das várias considerações e problemas a serem enfrentados e equacionados pelo profissional do direito. Veremos as principais. 1.1 INFORMÁTICA Ciência que estuda as formas automáticas de coleta, processamento, conservação, recuperação e disseminação da informação. "INFORMATIQUE - informática. (1) Um neologismo de origem francesa formado pelas palavras INFORmation autoMATIQUE, portanto reportando a todo tipo de tratamento automático da informação." Camarão, Paulo César Bhering. Glossário de Informática. SERPRO. 1993. Pág. 260. Atualmente, o tratamento automático da informação faz-se preponderantemente por meio de técnicas eletrônicas (uso do computador eletrônico). Os conceitos "informática" e "telemática" estão presentes no art. 10 da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996: "Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei." 1.2 TELEMÁTICA Ciência que trata da manipulação e utilização da informação por meio do uso combinado de computadores (eletrônicos) e meios de telecomunicação. 1.3 INFORMÁTICA JURÍDICA Disciplina que trata da utilização otimizada da informática pelos profissionais ou operadores do direito e nas atividades de natureza jurídica. "75. Contratos civiles y comerciales, cit., t. 2, p.347. Seguindo o mesmo raciocínio, o autor (Carlos Alberto Ghersi) distingue também 'direito informático' de 'informática jurídica'. Esta tem o direito como instrumento e o ordena, sistematiza, como, por exemplo, a informatização dos órgãos do Poder Judiciário, ao passo que o direito informático se refere à atividade informática como objeto do direito, por meio de sua regulamentação ou solução de conflitos que com este se relacionem." Barbagalo, Erica Brandini. Contratos Eletrônicos. Editora Saraiva. 2001. Pág. 39. 1.4 DIREITO DA INFORMÁTICA Disciplina que estuda as implicações e problemas jurídicos surgidos com a utilização das modernas tecnologias da informação (Droit de L'Informatique, Derecho de Informatica, Diritto dell'Informatica, Computer Law, Cyber Law). O Direito da Informática envolve praticamente todos os ramos da ciência jurídica. Presenciamos problemas e discussões nos campos: a) da privacidade, b) direitos autorais, c) crimes, d) tributação, e) documentos, f) provas, g) contratos, h) processo, i) consumo, j) eleições, k) entre outros. Assim, discute-se com bastante intensidade o rumo acadêmico ou científico da matéria: a) constituir uma disciplina autônoma ou b) figurar como capítulos específicos nas várias disciplinas tradicionais. Nesta quadra histórica, onde a Revolução da Informação inaugura transformações radicais no estilo de vida da sociedade, o Direito da Informática deve ser tratado como corpo acadêmico autônomo, sistematizando conhecimentos das várias áreas do direito impactadas pelas mudanças tecnológicas, sem embargo da distribuição, no futuro, das preocupações científicas desenvolvidas pelas várias disciplinas jurídicas. 1.4.1 DIREITO DA INFORMÁTICA COMO UMA CIÊNCIA AUTÔNOMA Entretanto, persiste o debate acerca da existência de um objeto e de uma metodologia próprios do Direito da Informática, consagrando uma verdadeira (cientificamente) disciplina jurídica autônoma. a) OBJETO DA CIÊNCIA Nesse sentido, o Direito da Informática teria como OBJETO o: - fato jurídico onde a presença, como suporte fático, de elementos da informática ou da telemática é fundamental. b) METODOLOGIA DA CIÊNCIA A METODOLOGIA específica envolveria: b.1) a regulamentação legal da informática reclamando uma técnica legislativa de cláusulas ou princípios gerais, ante a dinâmica frenética das inovações tecnológicas e b.2) a técnica de interpretação jurídica aplicada para definir o conteúdo, o sentido e o alcance das normas aplicáveis, privilegiando uma exegese de cunho evolutivo. 1.4.2 NOMENCLATURA CORRETA Existe uma interessante discussão em torno da melhor denominação a ser adotada: a) Direito Eletrônico, b) Direito da Informática, c) Direito Digital, d) Direito Virtual, e) Direito da Tecnologia da Informação, f) Direito das Tecnologias da Informação e da Comunicação, g) entre outras. O debate envolve a procura de uma denominação apropriada ou ajustada ao objeto de considerações científicas da disciplina. A denominação "Direito da Informática" parece a mais adequada. Ela retrata o conjunto de considerações jurídicas relacionadas com o processamento automático dos dados e informações, independentemente do padrão tecnológico utilizado nessa atividade. Assim, trata-se de identificação adaptada aos contínuos e intensos avanços tecnológicos. A nomenclatura "Direito Eletrônico" peca justamente pelo apego a um determinado padrão tecnológico de processamento de dados e informações, dominante num determinado momento histórico. Seria muito estranho utilizar a expressão "Direito Eletrônico" diante da computação óptica, quântica ou biológica. As outras denominações encerram inadequações pela amplitude exagerada ou pela grande imprecisão envolvida. 1.4.3 SUBDIVISÃO DA INFORMÁTICA JURÍDICA Propugna-se, ainda, por uma subdivisão da Informática Jurídica em: a) de gestão ou operacional (relacionada com a mecânica e o funcionamento dos espaços jurídicos e dos trabalhos e fluxos físicos); b) de registros ou documental (relacionada com o acesso rápido e fácil aos vários registros oficiais); c) de decisão ou metadocumental e d) de ajuda à decisão (relacionada com o tratamento e a recuperação da informação jurídica nos campos da legislação, doutrina e jurisprudência). 1.4.4 INFORMÁTICA JURÍDICA DE DECISÃO/METADOCUMENTAL/ JURIMETRIA / DECISOMETRIA A informática jurídica de decisão ou metadocumental (também chamada de jurimetria ou decisometria), área extremamente delicada e problemática, trata dos estudos relacionados com a substituição ou reprodução das atividades do jurista, particularmente dos juízes. Atualmente, nessa seara, são desenvolvidos vários estudos de aplicação da "inteligência artificial" ao processo de decisão judicial, abrangendo compreensão de linguagens naturais, de sons, de imagens, capacidade de realização de inferências lógicas, etc. Entre as discussões mais relevantes nesse ponto, encontramos: a) possibilidade do computador substituir o juiz e b) se possível a substituição, se ela é desejável ou aceitável. 1 (0,3p). Segundo o texto, a palavra "informática" significa: tratamento ou processamento automático de informações comunicação automática de informações tratamento ou processamento não-automático de informações 2 (0,3p). Segundo o texto, a "telemática" combina computadores com: robôs meios de telecomunicação ensino 3 (0,3p). Segundo o texto, é uma disciplina essencialmente jurídica: informática jurídica direito da informática jurimetria 4 (0,3p). Segundo o texto, a frenética inovação tecnológica impõe uma produção legislativa baseada em: cláusulas ou princípios gerais cláusulas ou princípios específicos tratados internacionais 5 (0,3p). Complete (com a palavra que falta) a assertiva seguinte conformeo texto. "... art. 10 da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996: 'Constitui crime realizar (...) de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei' ". transcrição interferência interceptação dade jurídica, como conduta admissível ou não ante a ordem rídica posta. AULA 7 – PESQUISA DE LEGISLAÇÃO EM MEIOS ELETRÔNICOS 1. SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO 6 (1,0p). A autoridade policial, no curso de inquérito devidamente instaurado, pode requisitar diretamente ao provedor de acesso à internet, sem intervenção judicial, o número do telefone que utilizava, para determinado computador, o endereço lógico específico de integração à internet? Considere o termo "pode" como possibili ju alienígenas, está assentado num O sistema jurídico brasileiro, ao contrário de vários complexo ordenamento legal. ORDENAMENTO JURÍDICO: Ordenamento jurídico é o conjunto organizado de normas jurídicas, para ser eficaz o ordenamento deve ser unitário (com as fontes e normas obedecendo a uma hierarquia), coerente (evitando antinomias) e completo (evitando as lacunas). O ordenamento jurídico, além de uma UNIDADE, constitui também um sistema. Um SISTEMA é uma totalidade ordenada, logo exige-se um grau de relação e coerência entre as partes. O ordenamento jurídico é COMPLETO, ou seja, a propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem uma norma para regular qualquer caso. Uma vez que a falta de uma norma se chama geralmente “lacuna”, assim completude significa falta de lacunas. A completude é condição necessária para os ordenamentos em que valem estas duas regras: o juiz é obrigado a julgar todas as controvérsias que se apresentarem a seu exame e deve julga-las com base em uma norma pertencente ao sistema. 1.1 LEI COMPLEMENTAR No direito, a lei complementar é uma lei que tem como propósito complementar, explicar, adicionar algo à constituição. A lei complementar diferencia-se da lei ordinária desde o quorum para sua formação. A lei ordinária exige apenas maioria simples de votos para ser aceita, já a lei complementar exige maioria absoluta. Na verdade não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, o que há são campos de atuação diversos. Segundo jurisprudência STF não existe tal hierarquia, mas o STJ acha que existe justamente por causa da diferença entre os quóruns, sendo a lei complementar hierarquicamente superior a lei ordinária (baseia-se na regra da pirâmide de Kelsen, sobre a hierarquia das leis). No Brasil, a lei que a Constituição Federal de 1988 determinou fosse criada para regulamentar determinada matéria denomina-se "complementar", e exige quórum qualificado, em oposição à lei ordinária, que de tal prescinde. Nem todas as leis complementares, como se pensa erroneamente, destinam-se a complementar diretamente o texto constitucional, pois o constituinte, originário ou reformador, reserva à lei complementar matérias de especial importância ou matérias polêmicas, para cuja disciplina seja desejável e recomendável a obtenção de um maior consenso entre os parlamentares. Segundo Jurisprudência do STF nao cabe Tratado Internacional sobre matéria reservada à Lei Complementar. Isso porque o Tratado Internacional é aprovado por Decreto Legislativo, que exige quorum de maioria simples, e nao absoluta, requisito da Lei complementar. Disto decorre que: – Não existe entre lei complementar e lei ordinária (ou medida provisória) uma relação de hierarquia, pois seus campos de abrangência são diversos. Assim, a lei ordinária que invadir matéria de lei complementar é inconstitucional e não ilegal; – Lei votada com o procedimento de Lei Complementar e denominada como tal, ainda assim, terá efeitos jurídicos de lei ordinária, podendo ser revogada por lei ordinária posterior, se versar sobre matéria não reservada constitucionalmente à lei complementar; – Dispositivos esparsos de uma lei complementar que não constituírem matéria constitucionalmente reservada à lei Complementar possuem natureza jurídica de Lei Ordinária. Exemplos: • Lei complementar que cria a Região Metropolitana. • O Código Tributário Nacional (lei nacional complementar). 1.1.2 LEI ORDINÁRIA No direito, a lei ordinária é um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela generalidade e abstração ("lei material"), estas contêm, não raramente, normas singulares ("lei formal" ou "ato normativo de efeitos concretos"). São a grande maioria absoluta das leis no Brasil. Exemplo: Código Penal, Código Civil, Código de Processo Penal, Código de Processo Civil, Lei dos Crimes Hediondos, Código de Defesa do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente etc... 1.1.3 LEIS DELEGADAS Lei Delegada (vide artigos 59, IV e 68 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988) é um ato normativo elaborado pelo chefe do poder executivo no ambito federal, estadual e municipal, com a autorização da sua respectiva casa legislativa, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. O chefe do executivo solicita a autorização, e o poder legislativo, fixa o conteúdo e os termos de seu exercício. Depois de criada a lei pelo chefe do executivo, ela é remetida ao legislativo para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o legislativo a aprova, contudo essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem emendas. Algumas matérias não podem ser objeto de delegação, não podendo versar sobre atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, sobre matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos, entre outros. Atualmente temos apenas 13 leis delegadas. A última delas, por sinal, foi editada em 1992. LEI DELEGADA Nº 13, DE 27 DE AGOSTO DE 1992 - Institui Gratificações de Atividade para os servidores civis do Poder Executivo, revê vantagens e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 12, DE 7 DE AGOSTO DE 1992 - Dispõe sobre a instituição de Gratificação de Atividade Militar para os servidores militares federais das Forças Armadas LEI DELEGADA Nº 11, DE 11 DE OUTUBRO DE 1962 - Cria a Superintendência de Política Agrária (SUPRA) e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 10, DE 11 DE OUTUBRO DE 1962 - Cria a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 9, DE 11 DE OUTUBRO DE 1962 - Reorganiza o Ministério da Agricultura e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 8, DE 11 DE OUTUBRO DE 1962 - Cria o Fundo Federal Agropecuário (FFAP), no Ministério da Agricultura e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 7, DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 - Autoriza a constituição da Companhia Brasileira de Armazenamento e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 6, DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 - Autoriza a constituição da Companhia Brasileira de Alimentos e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 5, DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 - Organiza a Superintendência Nacional do Abastecimento - (SUNAB) e dá outras providências LEI DELEGADA Nº 4 DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 - Dispõe sôbre a intervenção no domínio econômico para assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao consumo do povo LEI DELEGADA Nº 3, DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 - Altera dispositivos do Decreto número 1.102, de 21 de novembro de 1903, e dá outras providências LEI DELEGADANº 2, DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 - Altera a Lei nº 1.506, de 19 de dezembro de 1951, dando-lhe nova redação, e adota providências LEI DELEGADA Nº 1, DE 25 DE SETEMBRO DE 1962 - Cria cargos de Ministros extraordinários e dá outras Providências 1.1.4 MEDIDAS PROVISÓRIAS No direito constitucional brasileiro, medida provisória (MP) é um ato unipessoal do presidente da República, com força de lei, sem a participação do Poder Legislativo, que somente será chamado a discuti-la e aprová-la em momento posterior. O pressuposto da MP é urgência e relevância, cumulativamente. Segundo o jurista Bandeira de Mello, de acordo com a nova redação do artigo 62 dada pela Emenda Constitucional 32/2001, medidas provisórias são "providências (como o próprio nome diz, provisórias) que o Presidente da República poderá expedir, com ressalva de certas matérias nas quais não são admitidas, em caso de relevância e urgência, e que terão força de lei, cuja eficácia, entretanto, será eliminada desde o início se o Congresso Nacional, a quem serão imediatamente submetidas, não as converter em lei dentro do prazo - que não correrá durante o recesso parlamentar - de 120 dias contados a partir de sua publicação".[1] A medida provisória, assim, embora tenha força de lei, não é verdadeiramente uma lei, no sentido técnico estrito deste termo, visto que não existiu processo legislativo prévio à sua formação.. Somente em casos de relevância e urgência é que o chefe do Poder Executivo poderá adotar medidas provisórias, devendo submetê-las, posteriormente, ao Congresso Nacional. As medidas provisórias vigorarão por sessenta dias, prorrogáveis por mais 60. Após este prazo, se o Congresso Nacional não aprová-la, convertendo-a em lei, a medida provisória perderá sua eficácia. A medida pode ser reeditada, porém a Constituição Federal proíbe a reedição de uma medida provisória, na mesma sessão legislativa, expressamente rejeitada no Congresso Nacional, ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo, podendo ser adotada novamente na sessão legislativa seguinte. O Supremo Tribunal Federal (STF) vem entendendo a possibilidade de medida provisória ser veículo idôneo para a instituição de tributos. Proibições: é vedada a edição de medidas provisorias sobre matéria: I- relativa: a) nacionalidade,cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penale processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares ressalvado o previsto no art. 167 parágrafo 3º. II- que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III- reservada a lei complementar IV- já disciplinada em projeto de lei aprovada pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 1.1.5 EMENDA CONSTITUCIONAL Uma emenda constitucional tem por objetivo permitir modificações pontuais na Constituição de um país, sem a necessidade de abolir toda a Carta Magna vigente e construir uma Constituição inteiramente nova. No Brasil, as Propostas de Emenda à Constituição têm o objetivo de alterar o texto constitucional e estão previstas no artigo 60 da Constituição que as legitimam. A PEC é matéria sujeita a tramitação especial na Câmara dos Deputados e deve ser apresentada pelo Presidente da República, pelo Senado Federal, por um terço, no mínimo, do total de parlamentares ou por mais da metade das assembleias legislativas das unidades da Federação.[1] Seu trâmite tem início quando ela é despachada pelo Presidente do Legislativo para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que tem o prazo de cinco sessões legislativas(cinco dias úteis) para a devolução da proposta à Mesa da Câmara com o respectivo parecer sobre a admissibilidade da mesma. A) Requisitos formais A Constituição estabelece que as alterações do texto somente podem ocorrer se presentes os seguintes requisitos: • a emenda deve ser proposta por no mínimo 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado ou pelo Presidente da República ou pela maioria absoluta das assembleias Legislativas das unidades da Federação, sendo que cada uma deve manifestar-se pela maioria relativa de seus membros; • o texto constituicional não pode ser alterado durante a vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio B) Processo de votação A emenda constitucional (EC) é resultado de um processo legislativo especial mais laborioso do que ordinário, previsto para a produção das demais leis. O processo legislativo de aprovação de uma emenda à Constituição está estabelecido no artigo 60 da Constituição Federal e compreende, em síntese, as seguintes fases: a) apresentação de uma proposta de emenda, por iniciativa de um dos legitimados (art. 60 I a III); b)discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos membros de cada uma delas (art. 60 parágrafo 2º); c) sendo aprovada, será promulgada pelas Mesas das Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60 parágrafo 3º); d)caso a proposta seja rejeitada ou havida por prejudicada, será arquivada, não podendo a matéria dela constante ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60 parágrafo 5º). C) Limite material Não pode haver proposta de emenda à Constituição tendente a abolir a forma federativa do Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias fundamentais. São as chamadas cláusulas pétreas. 1.1.1 MAIORIAS a) Maioria Relativa / Simples Maioria relativa ou simples é a denominação que recebe a maioria, quando se prende ao número dos presentes. Não se trata de um número fixo, pois varia de acordo com o número de indivíduos presentes, isto é, a superioridade numérica simples de votos. Ex: Constituição Federal de 1988: Art. 60 - A constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...] III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. b) Maioria Absoluta Maioria absoluta é definida como mais que a metade do número total de indivíduos que compõe o grupo. Também pode ser explicada como sendo a metade do número total de indivíduos que compõe o grupo mais um ou mais meio. Assim sendo, caso o grupo tenha 40 integrantes, a maioria absoluta será 21 (metade mais um), enquanto que se o grupo tiver 41 integrantes, a maioria absoluta também corresponderá a 21 (metade mais meio, já que a metade de 41 é 20,5). Tomando como exemplo o Senado Federal do Brasil, que atualmente é composto por 81 senadores, votações que exigem a maioria absoluta (aprovação de uma lei complementar, por exemplo) dependem da aprovação de 41 senadores. c) Maioria Qualificada No Direito, diz-se que a maioria qualificada se refere à situação na qual o total de votos é maior que a metade do total de votos possível. Difere da maioria simples, pois esta computa o total de votos dos presentes, e não o total de votos possíveis. É representada por um valor numério específico (2/3, 3/5 dos membros). Exemplos de maioria qualificada são dois terços ou três quintos. Um exemplo famoso de maioria qualificada é o requisito de emenda constitucional no Brasil. Segundo a constituição federalde 1988 (atual), para aprovar uma emenda constitucional no Brasil é necessário 3/5 dos senadores e deputados em dois turnos de votação. Lembrando que a maioria qualificada de 2/3 no Brasil é o quorum usado para receber acusação do presidente, e o quorum de 3/5 também é considerado por alguns autores como maioria qualificada, e o exemplo dele é a não renovação da concessão ou permissão para o serviço de radiodifusão sonora de sons e imagens. 1.2 IMPORTÂNCIA DA REGRA JURÍDICA A importância da regra jurídica assume tal magnitude que os Poderes do Estado são identificados segundo suas relações com a mesma. Assim, temos o responsável pela criação da regra de direito (Poder Legislativo), o incumbido de aplicar a lei para resolver conflitos de interesses (Poder Judiciário) e, por fim, aquele com a função de aplicar a lei de ofício (Poder Executivo). Dois aspectos desse sistema jurídico fundado na lei concorrem decisivamente para dificultar a vida do profissional do direito: a) Primeiro, o fato de que temos quatro níveis de ordens normativas: o nacional, o federal, o estadual e o municipal. A efetiva quantidade deles apresenta correspondência com o número de pessoas políticas existentes na Federação. b) Por outro lado, a produção de normas jurídicas assume proporções assustadoras, notadamente as tão criticadas Medidas Provisórias, mesmo depois das restrições impostas pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001. 1.3 ELEMENTOS ELETRÔNICOS DE CONSULTA E ACOMPANHAMENTO DA LEGISLAÇÃO Atualmente, dois são os elementos eletrônicos mais relevantes de consulta e acompanhamento da produção legislativa: o CD-ROM e a internet. No caso da legislação compilada em CD-ROMs temos as seguintes características ou vantagens mais importantes: a) ocupação de espaço físico reduzidíssimo; b) facilidade extrema de importação ou transferência do conteúdo (sem necessidade de digitação); c) atualização constante; d) indicação das revogações e modificações sofridas pelos dispositivos legais; e) possibilidade, extremamente útil, de pesquisa por palavra ou expressão; f) disponibilidade permanente para consultas. Exemplos de serviços de legislações informatizadas em CDs: Legislação Informatizada Saraiva www.saraivadata.com.br 1.3.1 INTERNET Em relação à internet, já contamos com significativos repositórios com ampla base de dados legais. Alguns deles já incorporam a indicação de modificações no diploma legal de interesse. - SENADO FEDERAL A base de dados legais do Senado Federal é de visita obrigatória quando se pretende a consulta de um diploma legal específico ou a busca a partir palavras ou expressões. Hoje, o banco de dados possui documentos de referências de boa parte da legislação brasileira de hierarquia superior. Legislação Senado Federal www.senado.gov.br - PRESIDENCIA DA REPÚBLICA O site da Presidência da República apresenta entre seus pontos fortes um amplo conjunto de normas legais. Seus destaques são: a) Constituição Federal (com a redação atual e a redação anterior dos dispositivos alterados); b) Constituições Estaduais; c) Emendas Constitucionais; d) Códigos; e) Medidas Provisórias em tramitação e f) Legislação Federal do Brasil. Legislação Presidência da República www.planalto.gov.br - LEGISLAÇÃO FEDERAL DO BRASIL A "LEGISLAÇÃO FEDERAL DO BRASIL", no site da Presidência da República, é uma base de dados referencial da legislação brasileira, de hierarquia superior, que abrange atos desde a proclamação da República – 1889 e ReferÊncias da legislação do Império desde 1808, constantemente atualizada. Existem links para o texto integral de boa parte da normas referidas na base de dados. O acesso é realizado por meio de formulário eletrônico (de busca) contendo campos de identificação do ato, número, ano, período, ementa e/ou assunto. Legislação Federal do Brasil legislacao.planalto.gov.br/ www.planalto.gov.br - LEGISLAÇÃO NO SITE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS A ferramenta "LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL", presente no site da Câmara dos Deputados, permite a pesquisa dos dispositivos constitucionais já regulamentados, das cláusulas constitucionais pendentes de regulamentação, dos artigos parcialmente regulamentados, das normas correlatas existentes, da legislação anterior recepcionada pela Carta de 1988, do tipo previsto de legislação (complementar ou ordinária), dos artigos constitucionais que mais receberam proposições e das proposições apresentadas e sua tramitação no Congresso Nacional. Legislação Infraconstitucional http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/legislacao/pesquisa/avancada www.camara.gov.br - CÓDIGOS COMENTADOS Você pode encontrar códigos comentados gratuitos na internet, no entanto, não são fontes fidedignas de consulta. Prefira sempre os códigos Comentados comprados em livrarias, de autores renomados e famosos. Códigos Comentados http://sites.google.com/site/eliasexe/codigos-comentados http://sites.google.com/site/direitacademic/cod - INTERLEGIS Existe a Interlegis. Trata-se de uma rede de comunicação e informação para os Parlamentares brasileiros, nas esferas federal, estadual e municipal. A Rede Interlegis permite a formação de uma comunidade virtual do Poder Legislativo utilizando a internet como tecnologia de suporte. A Rede tem dois níveis de acesso. Um restrito aos Parlamentares e órgãos do Legislativo e outro aberto à sociedade em geral. Uma de suas utilidades da Rede será a distribuição geral ou seletiva de documentos, tais como discursos, anteprojetos e projetos de lei. Entre as informações legislativas disponíveis, destacamos as seguintes: a) atos normativos - conceitos básicos (fonte: Manual de Redação Oficial da Presidência da República); b) glossário de termos legislativos (fonte: Manual de Redação da Câmara dos Deputados); c) coletâneas de legislação por assunto; d) legislação federal, estadual e municipal e) Lei de Responsabilidade Fiscal Comentada. Rede Interlegis www.interlegis.gov.br - LEGISLAÇÃO DE DIREITO DA INFORMÁTICA Destacamos, no campo da seleção de projetos de lei, o apanhado realizado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico em torno das proposições legislativas relacionadas com o direito da informática em suas mais variadas vertentes. Projetos de Lei - Direito da Informática www.camara-e.net - LEGISLAÇÃO SETORIAL Outro fenômeno importante, amplamente disseminado na rede mundial de computadores, consiste no desenvolvimento de seções ou páginas dedicadas à legislação setorial nos sites de órgãos ou entidades públicas e privadas. Legislação sobre a Dívida Ativa da União www.pgfn.fazenda.gov.br Legislação sobre consumidor www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao.htm www.mj.gov.br - DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Também é possível acompanhar pela internet o conteúdo de vários jornais oficiais, notadamente o Diário Oficial da União no site da Imprensa Nacional. Diário Oficial da União www.in.gov.br - SITES JURÍDICOS: BOLETINS Merece destaque o fato de que vários sites jurídicos, alguns de forma gratuita, produzem e distribuem por correio eletrônico boletins de legislação de caráter geral ou restritos a determinadas áreas de atuação jurídica. Boletim gratuito da Legislação Tributária www.tributario.net Boletim gratuito deatualização legislativa www.uj.com.br - CÓDIGOS COM ATUALIZAÇÃO PELA INTERNET Ainda no campo da atualização legislativa deve ser registrada a comercialização de códigos (civil, penal, tributário, etc) impressos com veiculação, na internet, de suplementos de atualização. Saraiva www.saraivajur.com.br Revista dos Tribunais www.rt.com.br 1 (0,2p). Segundo o texto, é o site mais adequado para a pesquisa de Medidas Provisórias em tramitação: Senado Federal Presidência da República Interlegis 2 (0,2p). Segundo o texto, a pesquisa de legislação setorial deve ser realizada no site do(a): Senado Federal Presidência da República ente/órgão público ou privado dedicado ao trato da matéria 3 (0,2p). Segundo o texto, são apanhados de legislação enviados por correio eletrônico: kits de legislação boletins de legislação CDs de legislação 4 (0,2p). Segundo o texto, são conjuntos com vários elementos, notadamente legislativos, acerca de determinados assuntos: kits de legislação boletins de legislação CDs de legislação 5 (0,2p). Complete (com a palavra que falta) a assertiva seguinte conforme o texto. "A ferramenta '(...)', presente no site da Câmara dos Deputados, permite a pesquisa dos dispositivos constitucionais já regulamentados ..." LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL CÓDIGOS COMENTADOS LEGISLAÇÃO FEDERAL DO BRASIL 6 (1,0p). Localize e copie (para o campo existente abaixo) um dispositivo da legislação brasileira envolvendo expressamente a internet. Entende-se "um dispositivo" por um artigo, somente um artigo (não é preciso todo o diploma legal). A) Requisitos formais B) Processo de votação C) Limite material
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