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DIREITO PENAL III

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS- TEOFILO OTONI
MARILETE GUIMARÃES DOS SANTOS
PROFESSOR JEFFERSON BOTELHO
5ºPERÍODO- DIREITO/2017
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
Resumo
Este documento tem por objetivo, esclarecer a respeito dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, mais precisamente da propriedade intelectual, uma vez que a Lei Penal protege o exercício dos direitos individuais. Tais crimes são aqueles que ocorrem contra a atividade criadora das pessoas, que é fruto de seu intelecto e cuja proteção constitucional está prevista nos artigos 5º inciso IX(“é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura e ou licença”) e no art. 216 da Constituição Federal. O direito imaterial é matéria de direito civil, onde o mesmo tutela o direito da personalidade, bem como a propriedade industrial e conexos. Na seara do direito penal, essa matéria pode ser aplicada na violação do direito a propriedade industrial, como por exemplo, violação de direitos autorais, marcas e patentes. Também pode ser aplicada na proteção de direito contra adulteração, falsificação e/ou reprodução sem a devida autorização do autor de obras vinculadas a propriedade intelectual, literária ou artística.
Art. 184- VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL
Dispõe o art. 184: Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
Conduta típica: violar (ofender ou transgredir) direitos de autor e os que lhe são conexos (editora ou gravadora de divulgar e vender, etc.), tratando-se de uma norma penal em branco, pois necessita de vinculação com as leis que protegem o direito de autor (Lei nº 9.610/98).
Elemento subjetivo do tipo: De acordo com Sanches (2016, p.407) é o dolo, consubstanciado na vontade consciente de violar os direitos do autor, sendo desnecessário o intuito do lucro ( havendo essa finalidade, o crime passa a ser qualificado § 1º do art. 184 do CP).
Momento consumativo: Rogerio Sanches afirma, que o momento consumativo do delito irá variar conforme a modalidade de violação.
Tratando- se de pintura ou escultura, consuma-se com a exibição ao público.
Se for reprodução de obra literária ou científica, a conduta se perfaz com a publicação abusiva, não importando o numero de exemplares editados.
No caso de reprodução de fonograma ou videofonograma, o delito se consuma com a simples reprodução.
Finalmente, no caso de representação teatral ou musical, consuma-se com a execução ou representação.
O crime, sendo plurissubsistente, admite fracionamento da execução e, por conseguinte, a tentativa.
A jurisprudência vem decidindo que a imitação grosseira não caracteriza o crime (JT] 173/333; 195/302).
Art. 185 - USURPAÇÃO DE NOME OU PSEUDÔNIMO ALHEIO
Dispõe sobre o art. 185- Usurpação de nome ou pseudônimo alheio Art. 185. (Revogado pela Lei 10.695/2003). Redação anterior:
“Art . 185. Atribuir falsamente a alguém, mediante o uso de nome, pseudônimo ou sinal por ele adotado para designar seus trabalhos, a autoria de obra literária, científica ou artística: Pena- detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa”.
AÇÃO PENAL
Dispõe o art. 186: Procede-se mediante:
queixa, nos crimes previstos no caput do. Art. 184;
ação penal pública-incondicionada, nos crimes previstos nos§§ 1º e 2º do art. 184;
ação penal pública incondicionada nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade· de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público. ·
ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184.
A cerca do artigo 186 do Código Penal Rogerio Sanches diz o seguinte:
O art. 186 do Código Penal traz diversas disposições acerca da forma como deve se dar a persecução criminal no caso de violação de direitos autorais. Se praticado o delito na forma prevista no caput, procede-se mediante queixa. Já nas figuras qualificadas (§§ 1° e 2°), a ação penal será pública incondicionada. Também o será nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público. A ação penal será submetida à condição de procedibilidade (representação) quando a conduta se subsumir ao disposto no§ 3° do art. 184.
Art. 187 - VIOLAÇÃO DE PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO
Dispõe o art. 187: Violação de privilégio de invenção
Art.187. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 188 – FALSA ATRIBUIÇÃO DE PRIVILÉGIO
Dispõe o art. 188: Falsa atribuição de privilégio
Art.188. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 189 – USURPAÇÃO OU INDEVIDA EXPLORAÇÃO DE MODELO OU DESENHO PRIVILEGIADO
Dispõe o art. 189: Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado
Art.189. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 190 – FALSA DECLARAÇÃO DE DEPOSITO EM MODELO OU DESENHO
Dispõe o art. 190: Falsa declaração de deposito em modelo ou desenho
Art.190. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 191 – “Nos crimes previstos neste capítulo, executado os dos artigos 188 e seu parágrafo, e 190, somente se procede mediante queixa”.
Art.191. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 192 – VIOLAÇÃO DO DIREITO DE MARCA
Dispõe o art. 192: Violação do direito de marca
Art.192. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 193 – USO INDEVIDO DE ARMAS BRASOES E DISTINTIVOS PÚBLICOS
Dispõe o art. 193: uso indevido de armas brasoes e distintivos públicos
Art.193. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 194 – MARCA COM FALSA INDICAÇÃO DE PROCEDENCIA
Dispõe o art. 194: Marca com falsa indicação de procedência
Art.194. (Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 195 – “Nos crimes previstos neste Capitulo, salvo os dos arts. 193, e seu parágrafo, e 194, somente se procede mediante queixa”
(Revogado pela Lei 9.279/96).
Art. 196 – CONCORRÊNCIA DESLEAL
Dispõe o art. 196: fazer concorrência desleal
Art.196. (Revogado pela Lei 9.279/96).
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
O Código Penal, dedicou o Título VII aos crimes contra a família, com quatro capítulos: I contra o casamento; II contra o estado de filiação; III contra a assistência familiar; IV contra o pátrio poder, a tutela e a curatela. Tendo o instituto da família recebido total consagração,vez que, conforme a nossa Constituição vigente no seu artigo 226 estabelece: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Já o § 3º estabelece que: Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como unidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. O § 4º estende o conceito de família afirmando: “Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes” O § 5º estabelece que: “Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. Há ainda a intenção de proteção aos indivíduos menores de dezoitos anos ou os incapazes, uma vez, que precisam de um cuidado a mais pela sua clara falta de capacidade em cuidarem sozinhos de sua sobrevivência digna e correta, sendo assim, nada mais lógico e correto do quê a previsibilidade legal de condutas que possam ferir essa existência digna, vindo tutelar as pessoas que se encaixam no rol acima descrito, na intenção de também possibilitar a estruturação familiar, onde devemos sempre zelar pela manutenção e proteção de seus componentes, como também zelar pela figura do Estado, que é um reflexo de tudo quilo que ocorre no seio familiar.
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Bigamia
Dispõe o art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena- reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
§ 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa Circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos .
§ 2º Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
Conduta típica: Consiste o crime em contrair (assumir) alguém, sendo casado, novo casamento.
A lei não exige que o casamento anterior seja válido, desde que vigente. Logo, se nulo ou anulável, até que se declare a nulidade ou que seja anulado, produzirá efeitos e servirá para caracterizar o crime de bigamia.
Contrair novo casamento quando separado judicialmente no primeiro não elido: o crime, vez que, até a decretação do divórcio, o vínculo matrimonial permanece. O mesmo raciocínio ocorre com a declaração de ausência.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo (direto ou eventual), consistente na vontade consciente de contrair novo matrimônio sendo ainda vigente o casamento anterior.
No § 1º, aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa que o seja, deve conhecer essa circunstância, não sendo bastante o dolo eventual.
Não se exige qualquer elemento psíquico específico
Momento consumativo: A bigamia se consuma no momento em que é declarado perfeito o segundo casamento, isto é, quando manifestada a vontade de ambos os nubentes (dispensando a lavratura do termo). No que tange à tentativa, a doutrina é divergente.
INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO
Dispõe o art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pera- detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Conduta: Pune-se aquele que contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior. Da simples leitura do tipo incriminador percebemos duas condutas punidas:
A primeira é a de induzir outrem a erro essencial, contraindo com ele casamento. De acordo com o art. 1.557 do CC, considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I -o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável à vida em comum ao cônjuge enganado; II- a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III -a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; IV- a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
A segunda é a de ocultar impedimento, desde que não seja casamento anterior (tratando-se de casamento anterior, ainda vigente, o crime será de bigamia, art. 235 do CP). O impedimento torna o casamento nulo, e as hipóteses em que isso ocorre estão assim dispostas no art. 1.521 do Código Civil: “Não podem casar”: I- os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV- os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consistente na vontade consciente de contrair matrimônio induzindo em erro essencial outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento (que não seja casamento anterior). Nenhuma finalidade específica é exigida do agente.
Momento consumativo: Consuma-se o crime com o casamento, não sendo bastante o induzimento a erro ou a ocultação de impedimento. A condição imposta pelo parágrafo único (a ação penal não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento) torna a tentativa juridicamente impossível.
CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO
Dispõe sobre art. 237- Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena- detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Conduta: Consiste o crime em contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta. Ao contrário do que ocorre no delito anterior, não há emprego de fraude (induzimento ou ocultação), sendo suficiente que um (ou ambos) nubente saiba da existência do impedimento. Como já destacado, os impedimentos ao casamento são aqueles previstos no art. 1.521, I a VII, do CC.
Aqui, a lei não exclui expressamente o casamento anterior como uma dessas causas impeditivas, como o faz na segunda figura do art. 236. No entanto, o mesmo raciocínio deve ser aplicado, pois se o agente se casa nessas condições, estará praticando o crime de bigamia.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo (direto), consistente na vontade consciente de contrair o casamento, desde que ciente da existência de impedimento. Não se exige finalidade especial por parte do agente.
Momento consumativo: O crime se consuma com a efetiva celebração do casamento, ou seja, após o assentimento dos nubentes (art. 1.514 do CC). Apesar de haver divergência, prevalece ser possível à tentativa, aplicando-se, no mais, os mesmos comentários dispensados ao tema quando da análise do crime de bigamia (art. 235 do CP).
SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO
Dispõe sobre o art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
Pena- detenção, de 1(um) a 3(três) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Conduta: O delito consiste em atribuir-se (intitular-se) falsamente autoridade para celebração de casamento. Dispõe o art. 1.550, VI, do CC, que o casamento realizado nessas circunstâncias (por autoridade incompetente) é anulável. No entanto, o mesmo Estatuto, percebendo nesses casos a quase sempre boa-fé dos noivos, induzidos em erro pelo falso celebrante, prevê no art. 1.554 a convalidação da nulidade se o ato tiver sido registrado no Registro Civil.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consubstanciado na vontade consciente de atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento. Se a intenção do agente for à prática de crimemais grave, responderá por este (o tipo ressalva expressamente a natureza subsidiária).
Momento consumativo: Para a consumação do crime não se exige a celebração do matrimônio, bastando à prática de ato inequívoco de atribuir-se autoridade. A tentativa será possível, casuisticamente, se o ato praticado pelo agente puder ser fracionado.
SIMULAÇÃO DE CASAMENTO
Dispõe sobre o art. 239. Simulação de casamento mediante engano de outra, pessoa:
Pena- detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Conduta: Pune-se quem simular (fingir) casamento mediante engano de outra pessoa.
É indispensável, para que se configure o crime, que a ação enganosa ludibrie alguém diretamente interessado na celebração do matrimônio, como os nubentes ou seus responsáveis (quando do seu consentimento depende a união).
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consistente na vontade consciente de simular casamento, enganando outra pessoa. Se o agente, com a simulação, visou a prática de crime mais grave, responderá somente por este, como destaca o preceito secundário do dispositivo (delito subsidiário).
Momento consumativo: Consuma-se o crime com a realização da cerimônia fraudulenta. A tentativa é possível, tendo em vista a possibilidade de fracionamento da conduta.
Art. 240 – ADULTÉRIO
Art.240. (Revogado pela Lei 11.106/2005).
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE
Dispõe sobre o art. 241- Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexiste:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Conduta: Trata-se de promover dar causa, requerer, provocar. A conduta deve objetivar a inscrição falsa, ou seja, o registro do nascimento de uma criança não concebida ou de um natimorto. 
Elemento subjetivo do tipo: O dolo consistente na vontade livre e consciente de promover a inscrição no nascimento inexistente. Inexiste forma culposa. 
Momento consumativo: Consuma-se com a inscrição no registro civil. Admite-se a tentativa.
PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CML DE RECÉM-NASCIDO
 Dispõe sobre o art. 242- Dar parto alheio como próprio; registrar como seu filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
Conduta: Quatro são os comportamentos típicos (delito de ação múltipla ou conteúdo variado}: 
Dar parto alheio como próprio: aqui, a mulher (crime próprio}, sem gerar falso registro (que, em ocorrendo, configurará a conduta seguinte) atribui a si mesma a maternidade de uma criança não originária de seu ventre.
 De registrar, como seu, o filho de outrem: é conduta semelhante à do dispositivo anterior (art. 241), distinguindo-se pelo fato de que, aqui, o nascimento efetivamente ocorreu. Essa prática é conhecida como "adoção à brasileira”, bastante utilizada pelos agentes para burlarem o procedimento legal da adoção.
De ocultar (sonegar, esconder, encobrir} recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: nessa hipótese, o sujeito ativo sonega a existência do recém-nascido (primeiros dias após o parto}, visando suprimir ou alterar direito concernente a estado civil.
Por fim, haverá o delito quando o agente substitui o recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: na presente hipótese há uma troca do neonato, apresentando-se outra criança em seu lugar, suprimindo lhe os direitos ligados ao estado de filiação, já que passará aos cuidados de família que não a sua. Dispensa-se a efetiva inscrição da criança no registro civil (aliás, é possível que a substituição seja feita antes ou depois da inscrição dos neonatos no Registro Civil).
Elemento subjetivo do tipo: Nas modalidades de dar parto alheio como próprio e de registrar como seu o filho de outrem, é o dolo, consubstanciado na vontade consciente de praticar a ação típica. No entanto, a ocultação e a substituição de recém-nascido exigem, além do dolo, o elemento subjetivo especial do injusto, consistente na finalidade de suprimir ou alterar direito inerente ao estado civil.
Momento consumativo: Temos que distinguir o momento consumativo do crime conforme a modalidade de execução, verifica-se quando criada situação duradoura que realmente implique alteração do status familiar da criança; na segunda, com o efetivo registro do filho alheio como se fosse próprio; na terceira e quarta figuras, com a supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil. Logo, se da ocultação ou da supressão não resultou a privação de direito do neonato, haverá unicamente tentativa. Aliás, a tentativa é admissível em qualquer das figuras examinadas.
SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO
Dispõe sobre o Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil: Pena- reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Conduta: A conduta delituosa consiste em deixar (abandonar, desamparar) em asilo de expostos (abrigo de crianças abandonadas) ou outra instituição de assistência (pública ou particular) filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consistente na vontade consciente de deixar a vítima em asilo de expostos, ou outra instituição de assistência, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra. O tipo é caracterizado também pelo elemento subjetivo especial do injusto, consubstanciado na finalidade específica de prejudicar direito inerente ao estado civil (pode o agente, sonegando estado de filiação, buscar omitir o menor vítima de herança, ou mesmo privá-lo dos alimentos devidos).
Momento consumativo: O crime se consuma com o abandono do menor com a consequente ocultação de sua filiação ou com sua falsa atribuição. A tentativa é admissível, tendo em vista a possibilidade de fracionamento da conduta.
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
Abandono material 
Dispõe sobre o Art. 244- Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos; não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada, ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: 
Pena- detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
Conduta: O caput enuncia três formas de praticar o crime: 
a) deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de dezoito anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de sessenta anos, não lhes proporcionando os recursos necessários (abandono material em sentido estrito); 
b) faltar ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; 
c) deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo.
 Na primeira ação, o agente, sem justificativa, deixa de garantir ao cônjuge, ao filho menor de dezoito anos ou inapto para o trabalho, ou ao ascendente inválido ou maior de sessenta anos, os recursos materiais necessários à sua sobrevivência, compreendendo alimentação, vestuário, habitação, tratamento da saúde etc. (a maioria limita tão somente às necessidades fundamentais à manutenção da pessoa humana com dignidade). Mostra-se desnecessária, para a caracterização do crime,prévia ação de alimentos (finda ou em discussão). Deve-se ressaltar, quanto à subsistência de filho, que a lei pune a omissão apenas se este for menor de dezoito anos ou inapto para o trabalho, não se simplesmente recusa o trabalho porque os pais têm possibilidade de sustentá-lo. Neste caso, a lei penal não incidirá, pois, do contrário, tornar-se-á um meio de fomentar a vadiagem, desviando-se do seu sentido de preservar a solidariedade no âmbito familiar. 
O segundo comportamento típico se dá quando o sujeito ativo falta ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada (sendo necessária, nessa hipótese, a existência de sentença judicial alimentícia). Não se trata de omitir os meios de subsistência que devem ser garantidos ao sujeito passivo, mas o amparo de que necessita em razão de grave enfermidade (física ou mental), como medicamentos, acompanhamento médico, acomodação hospitalar etc. Trata-se de forma especial de omissão de socorro, que, ao contrário do art. 135 do Código Penal, pressupõe relação de ascendência ou descendência entre o agente e a vítima. Daí advém outra diferença: se da omissão de socorro do art. 135 resulta lesão corporal grave ou morte, a pena daquele crime é majorada; se decorre o mesmo da omissão do art. 244, o agente é responsável pelo resultado mais grave na forma de omissão imprópria, pois, na qualidade de ascendente ou descendente obrigado a socorrer a vítima gravemente enferma, sobre ele recai a obrigação de evitar o resultado.
Contudo, observamos que se a vítima sofre de doença não grave, mas que a impossibilite para o trabalho, prejudicando sua subsistência, não se poderá falar em atipicidade, subsumindo-se a conduta do agente à primeira ação típica. O parágrafo único equipara ao caput a ação de quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. Pune-se, principalmente, o ato daquele que abandona o emprego, sem justa causa, com a finalidade de evitar que lhe sejam descontados valores referentes à obrigação alimentar. A lei não pune somente aquele que abandona o emprego, mas quem de qualquer modo frustra ou ilide o pagamento de pensão alimentícia.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo (sem finalidade específica), consubstanciado na vontade consciente de praticar uma das condutas típicas.
Momento consumativo: A consumação depende do tipo de comportamento praticado pelo agente: 
a) se abandono material propriamente dito, o crime se consuma no momento em que o agente deixa de prover a subsistência da vítima, podendo fazê-lo (é modalidade permanente do crime, protraindo-se a sua consumação no tempo da omissão);
b) se o crime consistir no não pagamento de pensão alimentícia acordada, fixada ou majorada judicialmente (aplicando-se o mesmo raciocínio para o caso do parágrafo único), consuma-se com a recusa, considerando-se, porém, as datas de adimplemento eventualmente pactuadas pelos interessados. A consumação deste crime não se atrela à decretação, pelo juízo cível, da prisão em decorrência da dívida alimentar. A única exigência para que se perfaça o delito é que a prestação não paga tenha sido judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
c) a omissão de socorro consuma-se com a mera inação, geradora de perigo. Por se tratar de delito omissivo próprio, é inadmissível a tentativa.
ENTREGA DE FILHO MENOR A PESSOA INIDÔNEA
 Dispõe sobre o Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva sabe· que o menor fica moral ou materialmente em perigo: Fena- detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
§ 1º A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. 
§ 2º Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro.
Conduta: A conduta típica consiste em desencarregar-se de filho menor de 18 anos, entregando-o a pessoa com a qual saiba ou deva presumir que ele (filho) ficará moral ou materialmente em perigo.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consistente na vontade consciente de entrega filho menor de dezoito anos aos cuidados de pessoa inidônea.
Momento consumativo: Consuma-se o crime com o perigo efetivo advindo da entrega do menor a pessoa inidônea, independentemente do tempo em que permaneça sob seus cuidados. Tratando-se de conduta que pode ser fracionada, a tentativa é admissível.
ABANDONO INTELECTUAL
Dispõe sobre o art. 246- Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: 
Pena- detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
Conduta: São quatro as ações típicas previstas: 
I) permitir que o menor frequente casa de jogo ou mal afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida.
II) permitir que o menor frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza.
III) permitir que o menor resida ou trabalhe em casa de prostituição.
IV) permitir que o menor mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública.
A conduta punível consiste na tolerância por parte do agente à mendicância pelo menor ou que sirva a mendigo para fomentar o sentimento de piedade, a compaixão pública. Em ambas as condutas, não se faz necessário que a permissão seja expressa, bastando que o responsável pelo menor deixe de evitar que este pratique qualquer dos atos previstos no tipo penal.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consubstanciado na vontade consciente de permitir que o menor se entregue a qualquer das atividades previstas. O elemento subjetivo especial do injusto somente é exigido no inciso IV (finalidade de excitar a comiseração- misericórdia- pública).
Momento consumativo: A consumação dependerá da espécie criminosa cometida: 
a) nas situações de permitir que o menor frequente casa de jogo ou mal afamada ou frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender lhe o pudor o crime é habitual, exigindo-se portanto, reiteração de atos para que se atinja a consumação; 
b) nas situações de permitir que o menor conviva com pessoa viciosa ou de má vida ou resida ou trabalhe em casa de prostituição, embora não haja o pressuposto da habitualidade, há de se estabelecer um período juridicamente relevante, capaz de submeter a perigo a formação moral do menor; 
c) finalmente, na situação de permitir que o menor mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública, o crime é instantâneo, consumando-se no exato momento em que se verifique o ato. A tentativa pode ser admitida nas hipóteses em que o tipo não exige habitualidade.
 INDUZIMENTO A FUGA, ENTREGA ARBITRÁRIA OU SONEGAÇÃO DE INCAPAZES
 Dispõe sobre o Art. 248- Induzir menor de 18 (dezoito) anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de 18 (dezoito) anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
 Pena- detenção, de (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Conduta: Três são as hipóteses previstas no art. 248:
 I - induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial.
II - confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito.
III - deixar, sem justa causa, de entregar o menor de dezoito anos ou o interdito a quem legitimamente o reclame.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consistente na vontade consciente de praticar uma das condutas previstas no tipo. Não se exige qualquer finalidade específica por parte do agente.
Momento consumativo: Na primeira figura típica, parte da doutrina entendeque o crime é material, consumando-se com a efetiva fuga do incapaz (sendo insuficiente o mero induzimento). Na modalidade confiar o menor ou interdito, a consumação ocorre com a efetiva entrega. Por fim, a terceira ação delituosa se consuma no momento da recusa em entregar o incapaz a quem o legitimamente o reclame, sem justa causa para tanto.
SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES
 Dispõe sobre o art. 249- Subtrair menor de 18 (dezoito) anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial: 
Pena -detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos, se o fato não ·constitui elemento de outro crime. 
§ 1º o fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. 
§ 2º No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
Conduta: Pune-se a subtração({retirada) do incapaz da companhia dos pais, tutor ou curador ou mesmo da pessoa a quem a lei ou autoridade judicial o confiou (não implicando, necessariamente, deslocamento espacial da vítima). O crime é de execução livre, podendo ser praticado das mais variadas formas (mediante violência, ameaça etc.). Trata-se de delito subsidiário, ficando absorvido se a subtração for praticada com finalidade que ultrapasse a simples retirada do incapaz, como na hipótese em que o agente visa praticar extorsão mediante sequestro.
Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, consubstanciado na vontade consciente de subtrair o menor ou o interdito de quem tenha a sua guarda por determinação legal ou judicial. Não se exige finalidade especial por parte do agente, devendo-se ressaltar que, se agiu com outro propósito mais grave que a simples subtração, responderá pelo fato pretendido, se ilícito for, na medida de sua culpabilidade.
Momento consumativo: Consuma-se com a retirada do incapaz da esfera de proteção de seus pais, tutor ou curador. Tratando-se de crime plurissubsistente, a tentativa é perfeitamente possível.
Conclui-se que a função da propriedade intelectual é não só a de coibir o uso ilícito, mas, e principalmente, a de garantir a proteção de seu uso lícito, de forma a atingir princípios éticos, agindo com respeito à ordem social.
Já no que tange Os Crimes Contra a Família, entende se portanto que todo ser humano que vive em sociedade, tem por necessidade ser devidamente assistidos pelo Estado, uma vez que em se tratando de família “bem maior”, há uma efetiva necessidade de proteção, principalmente aos que são considerados indefesos e incapazes e não podem cuidar sozinhos da sua defesa. Tendo então a tutela penal a função coibidora, com o intuito de devidamente organizar o seio familiar e consequentemente, o seio social, de onde essa família faz parte.
Referencias Bibliogáficas
CUNHA, ROGÉRIO SANCHES,. Manual de Direito Penal – Parte Especial (arts. 121 ao 361) 8ª ed. Ver., ampl. E atual,- Salvador: jusPODIVM, 2016.

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