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Resenha América Cerimonias de posse.docx

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Resenha Crítica: SEED, Patricia. Cerimônias de posse na conquista europeia do Novo Mundo (1492-1640). São Paulo: UNESP, 2000. Introdução e Conclusão
O livro de Patrícia Seed, Cerimônias de posse na conquista europeia do novo mundo, tem como cerne uma nova forma de pensar a dominação dos Impérios europeus na conquista da América, não no sentido de relatar a dominação, e sim buscar explicar as diferentes formas de consolidar o poder político colonial assegurando os territórios em propriedade da sua nação. Essa abordagem visa mostrar as diferenciações das cerimônias de posse que os diversos países colonizadores exerceram no Novo Mundo, mostrando como, principalmente a importância da definição de um radical comum da língua entre os diversos países colonizadores causaram problemas e a necessidade de auto-afirmar o poder político colonial.
Os diferentes gestos cerimoniais se distinguem nas diferentes tentativas de instituir a autoridade política sobre os povos e as terras recém descobertas, os ingleses solidificam sua autoridade no ato de Humphrey Gilbert de recolher o retalho da Grama, que simboliza as atividades agrícolas cotidianas como objeto usado para implementar a posse, já os espanhóis, utilizam o método de documento oficial do Reino, através do discurso do texto oficial, como o Requerimento, os portugueses demonstram seu direito através do discurso de "descoberta" e pioneirismo científico de navegação, justificando sua descoberta através das grandes realizações tecnológicas e científicas baseadas no conhecimento astronômico herdado da convivência com os mouros, justificando que estas realizações garantiam-lhe propriedade intelectual e isso lhes dava direito a um monopólio comercial nas terras descobertas – isso já era entendido de forma bem diferente pelos ingleses - , também tem as formas holandesas de atestar a autoridade na formulações de mapas inovadores, dos franceses de marchar com os conterrâneos. Com isso pode se observar como os europeus não tinham uma unidade, homogeneidade na dominação dos territórios americanos, como expõe a autora do texto, buscando afirmar que o endossamento dessa não-unidade é de fato importante para compreender tanto as disputas e guerras travadas entre os europeus de naçãos diferentes, e os próprios conflitos e críticas internas ao sistema vigente, mesmo através de um código de leis que aglomerasse uma mesma identidade nacional. É o caso de Bartolomé de Las Casas, que critica a forma espanhola de consolidar o direito ao território hispânico, mas não deseja o extinguir, e sim substituir por outro – que no seu caso é através do viés estritamente religioso e clerical. 
O estabelecimento de um código de leis e da veiculação de informações em vernáculos após a criação da imprensa por Gutenberg, propiciou a consolidação "nacional" de uma língua, atrelada diretamente as características culturais de cada nação. Esse é um fator importante para entender também a justificação da instauração do poder político colonial, que em uma corrida com outros países, excluía o reconhecimento da dominação de outras terras, pois os significados das linguagens europeias, por mais que tivessem uma raiz latina em comum, se diferenciavam culturalmente, isso é bem visto no caso dos Ingleses não aceitarem e invadirem comercialmente territórios portugueses e espanhóis, sob o pretexto do uti possidetis, desconsiderando toda e qualquer forma de documentos ou pioneirismos sobre uma região, mesmo que registrado sob a mesma linguagem, pois, no caso dos ingleses, o significado de dominar estava associado ao povoamento da terra militarmente e economicamente. Os códigos de leis foram importantes para definir a autonomia sobre a colonização, pois assim podiam criar uma unidade - além da língua - ultramar, que estivessem a serviço de todos que estivessem, seja na colônia, ou na metrópole - isso nas leis mais gerais pois as especificidades das colônias exigiam algumas determinações diferentes – criando assim uma autoconfirmação de poder colonial sobre os nativos e principalmente em relação a outros países europeus, pois o objetivo era consolidar o território em relação a outrem.
Diante das circunstâncias apresentadas, averiguamos que os espanhóis, franceses, holandeses, ingleses e portugueses tinham maneiras distintas de conquistar o Novo Mundo. Adiante, a autora releva que esses europeus queriam ampliar a política no estilo romano, cada um de sua maneira. Os portugueses acreditavam que os romanos eram seus primórdios e mesmo assim consideravam-se excedentes a estes; em compensação os franceses achavam que os romanos eram antiguados e violentos seguindo assim uma linha de colonização menos feroz; para os ingleses, Roma era uma língua, do qual eles poderiam se apropriar de maneiras estéticas, como a arquitetura, para justificar a posse das terras do Novo Mundo; os espanhóis acreditavam ser sucessores dos romanos através da religião, todavia, apenas na era do catolicismo; por fim, os holandeses não queriam legitimar a ideia de construir um novo império romano, pois julgavam este opressor.
Essas distinções de colonialismo ocorrem devido o receio de algumas civilizações fragilizadas serem tomadas pelos outros colonizadores, outra interpretação seria em virtude das peculiaridades entre católicos e protestantes. Ambos, queriam pregar a cristandade absoluta, no entanto, devido as suas divergentes maneiras de colonialismo acabaram coligindo-se em “divisões religiosas e não em grupos políticos emergentes que realmente operavam”. Outro aspecto que a autora apresenta é a conjuntura de que nem todas os modos de conquistas protestantes no Novo Mundo, foram necessariamente dos ingleses, ou seja, não havia um arquétipo; esse mesmo fato se aplica ao título dos católicos. Neste decurso, nota-se que nem mesmo os colonizadores tinham uma perspectiva comum de si mesmos, que eram progênitos da generalização romana e cristã, a concepção de nação ainda não existia. Eles consideravam que a partir da construção de império, baseado no romano ou cristão, poderia atingir os povos ameríndios. Contudo, aqueles que estavam no Novo Mundo e tinham culturas distintas não julgavam os legados cristãos e romanos eloquentes. Ademais, muitas elementos manipulados para o utilizados para pontificar a autoridade colonial não apresentavam os princípios cristãos e romanos. Percebe-se que os padrões culturais e políticos aprimoraram-se de acordo com as necessidades do Novo Mundo, da mesma forma que os interesses políticos tornavam-se distintos dos interesses europeus, houve a necessidade de adaptação no mundo colonial. [0: SEED, Patricia. Cerimônias de posse na conquista europeia do Novo Mundo (1492-1640). São Paulo: UNESP, 2000. Introdução e conclusão p. 255]
Nessa situação, os europeus visaram a necessidade de ter um controle político do Novo Mundo. Os ingleses cobravam impostos das terras dos nativos; já os espanhóis cobravam impostos de cada indígena e se aproveitava do trabalho deste; os portugueses tabelavam os produtos dos nativos; os ingleses queriam preservar os indígenas, de forma sucinta, para os interesses econômicos dos europeus não fossem prejudicados, agentes de cada nação eram enviados para se ter um controle do Novo Mundo, isso ocorria em forma de registros, cadastros, etc. No âmbito cultural, os europeus elegeram lugares, palavras, leis por meio de nomes que lembrassem sua nação e legitimassem seu poder e cultura dominante. 
Patrícia Seed, em sua obra mostra ao leitor como cada nação europeia cogitou as formas de conquistar os espaços da América e através de cerimônias distintas elucidou aquilo que é a tese de sua introdução: mostrar que devemos observar a natureza das afirmações políticas coloniais distintas entre os países colonizadores em sim, pois cada um desses busca afirmar seu território recém descoberto em relação a outras Nações, visando atestar sua possessão, e também isso serve para nos orientar sobre as consequências que tais formas teóricas de dominação descritas acarreta em uma marginalização darelação intra- colonial pela autora, pois deixa as especificidades nativas à margem para explicar as relações dos países colonizadores.
 
Discentes: Caroline Teixeira Alves do Nascimento 14.1.3999; Nilson Hugo Santos Pereira de Almeida 15.2.3427.

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