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PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS

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Professora Dra. Sheila Maria Rosin
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM 
DE JOVENS E ADULTOS
PÓS-GRADUAçãO
ESPECIALIZAçãO EM DOCêNCIA DO ENSINO SUPERIOR
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenação de Marketing: Bruno Jorge
Coordenação Comercial: Helder Machado
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação de Curso: Márcia Maria Previato de Souza
Assessora Pedagógica: Fabiane Carniel
Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura
Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Marchi Junior, Luiz Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães 
Cripaldi
Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo 
Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda 
Canova Vasconcelos.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
 a distância:
C397 Psicologia da aprendizagem de jovens e adultos / Sheila 
 Maria Rosin - Maringá - PR, 2012.
 83 f.
 “Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior - EaD”.
 
 1. Psicologia da aprendizagem. 2. Desenvolvimento cogni- 
 tivo. 3. EaD. I.Título.
 
 CDD - 22 ed. 158.2
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM 
DE JOVENS E ADULTOS
Professora Dra. Sheila Maria Rosin
5PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
APRESENTAçãO DO REITOR
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por 
tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de 
problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará 
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar 
o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e 
solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência 
social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração 
com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional 
e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos 
ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão 
acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com 
o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
6 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou 
a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de Educação a Distância 
do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se fazer um competente profissional e, 
assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que está inserido.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo 
de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo 
Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma 
equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja, 
possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você 
construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no 
ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do material produzido em 
linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de 
linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas 
as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o 
desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de 
forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer 
anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações 
de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão 
organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. 
Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na 
Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de 
aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária.
Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem!
Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR
7PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
APRESENTAçãO
Livro: PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS
Professora Dra. Sheila Maria Rosin
Prezado acadêmico, meu nome é Sheila Maria Rosin e sou autora deste livro que traz para você questões 
oportunas para a compreensão de dois processos humanos muito importantes: ensinar e aprender.
Ensinar e aprender são duas atividades inerentes à condição humana. Aprendemos quando mudamos 
nossa forma de pensar e nos comportar e ensinamos quando dividimos com outro o que sabemos, 
nossas experiências e vivências.
O bebê humano ao nascer é imerso num mundo de aprendizagem: a sua sobrevivência está condicionada 
a sua capacidade de aprender, de responder aos desafios que o mundo lhe impõe. Assim, respirar, chorar, 
sugar faz parte do rol de habilidades iniciais que vão se tornando mais numerosas e complexas à medida 
que a criança cresce e descobre novas coisas a serem aprendidas e apreendidas.
Todas as atividades que envolvem o aprender são ensinadas de forma relativamente espontânea e 
assistemática no início da vida: a mãe não planeja o melhor dia para ensinar seu filho a andar e nem qual 
é a palavra que irá inserir naquela semana no vocabulário da criança e esta, por sua vez, aprende o que 
lhe ensinam, intencionalmente ou não, observando, perguntando, imitando ou tentando fazer do seu jeito. 
Destaforma, podemos definir aprendizagem como sendo “um processo natural inerente à condição de ser 
vivo e à necessidade de sobrevivência” (SOUSA, 2003, p.30), assim é com a criança (na ontogênese), e 
assim foi com a humanidade (na filogênese) .
Mas o homem não resumiu a sua vida a observar e a imitar, muito pelo contrário: perguntou, pesquisou 
e refletiu sobre o que, por que e como as coisas eram feitas, se interessou pelo mundo físico e social, 
construiu um corpo de saberes que tornou-se patrimônio da humanidade, necessitando de formas mais 
elaboradas de transmissão. Neste contexto, surgem a escola e o professor: “a escola como instituição 
e espaço privilegiado onde a aprendizagem e apropriação acontecem” e o professor “como adulto 
socializador, mediador entre o saber e o aprendiz” (SOUSA, 2003, p.42).
Segundo Sousa (2003, p.37), quando a arte de ensinar se torna intencional, ela apresenta contornos de 
complexidade que marcam as concepções que o professor tem sobre o processo de aprender que podem 
ser reveladas na sua forma de pensar e agir:
•	 O	aluno é visto como uma tábula rasa, cujos conhecimentos e experiências anteriores não são consi-
derados. A aprendizagem é entendida como um mecanismo de registro e o ensino como transmissão 
de conhecimento. O aluno deve desenvolver uma atitude de dependência e submissão em relação 
àquele que sabe: o professor.
•	 O	aluno	continua	a	ser	visto	como	alguém	que	pouco	sabe,	mas	o	ensino	passa	a	ser	entendido	
como treino que pode tirá-lo desta condição de “não saber”. Por meio dos reforços e dos incentivos, a 
aprendizagem estaria garantida.
8 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
•	 O	aluno	torna-se	o	centro	das	atenções,	como	um	ser	autônomo	capaz	de	raciocinar,	intuir,	descobrir,	
comparar e selecionar. Os processos de desenvolvimento e aprendizagem se condicionam mutuamen-
te, construindo novas estruturas mentais.
A Psicologia, por meio da Psicologia Evolutiva, desde sua origem se interessou pelos temas da 
aprendizagem e desenvolvimento humano. Os primeiros trabalhos que se preocuparam com as questões 
evolutivas numa perspectiva psicológica datam da segunda metade do século XIX e do início do século 
XX, pois foi neste período que se publicam as primeiras obras sobre infância, adolescência, idade adulta 
e velhice. Os referencias teóricos que orientaram a maioria destes trabalhos pautaram-se nos modelos 
mecanicistas e nos organicistas, os dois modelos situados na tradição do empirismo e do racionalismo, 
respectivamente (PALÁCIOS, 1995).
No modelo mecanicista, afirma o autor, o importante não é o que há dentro das pessoas, mas sim o que 
vem de fora e as moldam, ou seja, suas experiências e aprendizagens. Já os modelos organicistas, sem 
negar a experiência, enfatizam “os processos de desenvolvimento que têm caráter universal, ou seja, que 
ocorrem em todas as pessoas de todas as culturas, porque têm suas raízes em características inatas da 
natureza humana” (PALÁCIOS, 1995, p.12).
Até o final dos anos de 1970, esses dois modelos foram amplamente utilizados como explicativos 
pela Psicologia Evolutiva. Este quadro começa adquirir uma nova configuração quando um grupo de 
estudiosos insatisfeitos com as limitações desses dois modelos propõe uma nova forma de entender 
o desenvolvimento humano, muito mais ampla: o modelo do Ciclo Vital. Nesta nova perspectiva não se 
considerariam mais apenas o desenvolvimento ocorrido na infância e na adolescência, mas todas as 
mudanças ocorridas do nascimento até a morte consideradas a partir de seus condicionantes históricos, 
sociais e econômicos.
Objetivamos assim, neste livro, abordar alguns referenciais teóricos “tradicionais” que explicam os 
processos de desenvolvimento e aprendizagem nos seres humanos e, também, apontar algumas 
tendências contemporâneas sobre a questão.
Desta forma, na unidade I procurei traçar um perfil sobre quem é este jovem adulto que, assumindo 
o papel de aluno, está ocupando as carteiras do Ensino Superior. Assim, me proponho a definir sua 
estrutura física e cognitiva, não deixando de abordar também as questões emocionais que envolvem este 
jovem adulto.
Na unidade II, apresentarei duas abordagens teóricas – psicanálise e epistemologia genética, que 
contribuíram para a compreensão das relações possíveis entre os processos de desenvolvimento e a 
aprendizagem destacando seus componentes afetivos e cognitivos, respectivamente. Optei por discutir 
as abordagens por meio de dois de seus nomes mais expoentes, aqueles que estariam ligados ao seu 
desenvolvimento: psicanálise, por Freud e a epistemologia genética, por Piaget. 
9PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Para finalizar, na unidade III, com o objetivo de entender o desenvolvimento humano a partir de quatro 
planos genéticos que incluem a filogênese, a ontogênese, a sociogênese e a microgênese, apresentaremos 
alguns pressupostos da abordagem histórico-cultural que teve, como principal precursor, o psicólogo 
soviético Lev Semyonovich Vygotsky. 
Desta forma, ressaltamos a nossa satisfação em trabalhar com você destacando a importância da leitura 
do livro e da realização das atividades propostas para que não só a disciplina, mas para que todo o curso 
seja realizado com sucesso! Bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I
A PSICOLOGIA DE JOVENS E ADULTOS E OS CICLOS DE VIDA
VIDA ADULTA: TRAÇANDO PERFIS 15
CATEGORIAS DE MUDANÇAS 18
O JOVEM ADULTO 22
O DESENVOLVIMENTO FÍSICO 24
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 25
O DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO 26
A PROFISSIONALIZAÇÃO DO JOVEM ADULTO 28
LAÇOS FAMILIARES 31
UNIDADE II
OS PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DA PSICANÁLISE 
E DA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
DESENVOLVIMENTO HUMANO: ALGUNS PRESSUPOSTOS 39
A PSICANÁLISE: SIGMUND FREUD (1856-1939) 40
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA: JEAN PIAGET (1896-1980) 53
UNIDADE III
A PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL: VYGOTSKY
VYGOTSKY: VIDA E OBRA 68
CONCLUSãO 80
REFERêNCIAS 82
UNIDADE I
A PSICOLOGIA DE JOVENS E ADULTOS E OS CICLOS DE VIDA
Professora Dra. Sheila Maria Rosin
Objetivos de aprendizagem
•	 Compreender	os	processos	de	desenvolvimento	e	aprendizagem	humana	a	partir	dos	conceitos	da	psicologia	
evolutiva.
•	 Elencar	características	físicas,	emocionais	e	cognitivas	dos	jovens	e	dos	adultos.
•	 Entender	os	princípios	norteadores	do	modelo	Ciclo	Vital.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Traçar	um	perfil	da	vida	adulta
•	 O	adulto	jovem	em	seus	aspectos	físicos,	cognitivos	e	emocionais
•	 A	profissionalização	do	jovem	adulto
15PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
INTRODUçãO
Diante das possibilidades de periodizarmos o desenvolvimento humano, a mais aceita era aquela que 
o dividia em: infância, adolescência, juventude, maturidade e velhice, sendo que para cada um deles 
havia um tópico específico. Assim, a infância era vista como um período cujas vivências marcariam 
indelevelmente toda a vida posterior, a adolescência como uma época de transgressões e mudanças e a 
maturidade como uma fase da vida com significativa estabilidade e poucas alterações (PALÁCIOS, 1995). 
Contudo, o trabalho de conceituar cada uma destas fases, detalhando suas peculiaridades, pode se tornar 
mais complexo à medida que saímos da infância e adentramos à vida adulta. Esta complexidade se deriva 
de dois motivos principais e interligados: o primeiro é que quanto mais “velhos” ficamos, mais difícil se 
torna padronizar características e comportamentos, ou seja, é mais fácil definir uma criança de cinco anos 
em seus aspectos físicos, comportamentais e emocionais, do que definir estes mesmos aspectos em um 
jovem de vinte anos, por exemplo. E o segundo motivo, provavelmente decorrente deste primeiro,está 
ligado ao fato de que os teóricos têm se dedicado a estudar muito a infância, um pouco a adolescência 
e quase nada a vida adulta ou a velhice. Em decorrência disso, temos pouca literatura especializada em 
desenvolvimento humano que aborda o jovem adulto. 
Mesmo assim, nesta unidade, nos aventuramos a elencar as características físicas, emocionais e 
cognitivas dos jovens e dos adultos, propondo uma reflexão que nos possibilite entender este período 
da vida humana como sendo repleto de acontecimentos e de mudanças significativas que interferem 
diretamente no estilo de vida de todas as pessoas.
VIDA ADULTA: TRAçANDO PERFIS
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Ao iniciarmos uma conversa sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem do jovem e do 
adulto, propomos algumas questões norteadoras, como, por exemplo: o que é ser jovem? O que é ser 
adulto? O que é ser jovem e adulto perante a lei? Quais as principais características dessas etapas 
16 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
da vida? O que é ser jovem e adulto no interior de processo educativo? Qual seria o papel dos pais/
professores na educação/orientação do jovem e do adulto?
NO DICIONÁRIO:
JOVENS	–	Que	é	moço,	que	está	em	idade	juvenil;	animal	de	tenra	idade;	pessoa	moça.
ADULTOS	–	Diz-se	do	adulto	que	atingiu	o	completo	desenvolvimento	e	chegou	à	idade	vigorosa;	que	
atingiu	plena	maturidade,	expressa	em	termos	de	adequada	integração	social	e	adequado	controle	das	
funções	intelectuais	e	emocionais.	
Fonte: Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
Essas perguntas, bem como as possíveis respostas que possam ser dadas a elas, quase sempre 
pressupõem o entendimento do desenvolvimento humano como as transformações que ocorrem ao longo 
da vida do sujeito, divididas em fases/períodos/etapas, geralmente definidas como infância, adolescência, 
juventude, maturidade e velhice. Esta divisão é caracterizada, na maioria das vezes, pelas principais 
mudanças físicas e psíquicas pelas quais os seres humanos passam em seu processo de desenvolvimento.
NA LEI:
CONSTITUIçãO FEDERAL (1988):
Art. 228 - São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 12 jun. 2009.
ECA (1990):
Art. 2 º - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa de até doze anos incompletos, e adolescente 
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, Ministério da Criança. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 
1991.
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO (2002)
Art.	5º	A	menoridade	cessa	aos	dezoito	anos	completos,	quando	a	pessoa	fi	ca	habilitada	à	prática	de	todos	os	
atos da vida civil.
Fonte: <http://www.jucepa.pa.gov.br/downloads/docs/pdf/Novo_codigo_civil.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2009.
17PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Contudo, apesar dos aspectos físicos e psíquicos serem importantes, eles não são suficientes para 
explicar o complexo conjunto de fatores que determinam o desenvolvimento humano. Em outras 
palavras, se é possível, em alguns casos, determinar padrões de desenvolvimento universais, como as 
transformações físicas, não podemos deixar de considerar que até estas estão sujeitas a outros fatores, 
como os econômicos e culturais, por exemplo.
PARA A EDUCAçãO:
O adulto, quando pensamos na educação de jovens e adultos, se restringe ao adulto migrante, das camadas 
empobrecidas, geralmente analfabetos e/ou com baixo nível de instrução escolar. Deste grupo, assim delimitado, 
exclui-se	o	estudante	universitário,	o	profi	ssional	qualifi	cado	que	frequenta	curso	de	formação	continuada	ou	de	
especialização. Esta exclusão deve-se, também, à falta de parâmetros metodológicos, didáticos e psicológicos 
mais precisos.
Ou seja, o que temos é a falta de referenciais teóricos, fundamentalmente no campo da Psicologia, que abordem 
este	período	da	vida	como	uma	fase	diferenciada,	com	características	e	peculiaridades	específi	cas.	Na	maioria	
das abordagens teóricas tem-se a vida adulta como um desdobramento e como uma continuação de fases an-
teriores.
Fonte: OLIVEIRA, M. K. de. Ciclos de vida: algumas questões sobre a psicologia do adulto. Educação	e	Pesqui-
sa. São Paulo. v. 30, n.2, maio/ago/2004; pp.211-229.
Enfim, queremos ressaltar que, embora os estudos que periodizam o desenvolvimento humano em 
períodos/fases possibilitem suporte teórico para melhor entendê-lo, uma perspectiva universalizante 
desse desenvolvimento não representa sua totalidade, como afirma Oliveira (2004, p.214): 
[...] as transformações mais relevantes para a constituição do desenvolvimento tipicamente 
humano não estão na biologia do indivíduo, mas na psicologia do sujeito, muito mais referida [...] às 
circunstâncias histórico-culturais e às peculiaridades da história e das experiências de cada sujeito.
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18 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Desta forma, parece claro supor que a vida de uma jovem universitária de 20 anos, recém-ingressa num 
curso de medicina em uma renomada universidade brasileira, é fundamentalmente diferente da vida de 
outra jovem da mesma idade, moradora de uma pequena cidade no interior do país, que já cuida de seu 
segundo filho e trabalha desde criança para sustentar a si e a família. Ou, ainda, a diferença da vida de 
um jovem brasileiro que concluindo um curso de pós-graduação já se prepara para fazer estágio em 
outro país e a do rapaz que inicia seu processo de alfabetização em um curso de Educação de Jovens e 
Adultos. Ou seja, são tantas as possibilidades de comportamentos que se torna difícil estabelecer alguma 
padronização entre eles.
Este preâmbulo introdutório leva a pensar no desenvolvimento humano não apenas como etapas de vida 
caracterizadas pela padronização de alguns comportamentos, mas como períodos sujeitos a múltiplas 
determinações. Neste sentido, embora reconheçamos a existência de padronizações no comportamento 
humano, procuramos, nesta disciplina, promover uma reflexão do desenvolvimento como um processo 
de mudanças físicas, cognitivas, afetivas e sociais que ocorrem durante toda a vida, desde a concepção 
até a morte. Lembrando que essas mudanças podem ser influenciadas por aspetos contextuais como os 
históricos, os culturais, os econômicos entre outros.
CATEGORIAS DE MUDANçAS
Estudiosos do desenvolvimento humano associam a três categorias básicas as mudanças que ocorrem 
durante a vida do sujeito (BEE, 1997), sendo estas: 1) mudanças partilhadas; 2) mudanças comuns a um 
subgrupo em particular e 3) mudanças individuais.
1)	 Mudanças	 partilhadas – estas mudanças estão ligadas ao que entendemos comumente como 
desenvolvimento, são partilhadas com membros da mesma espécie, são geneticamente programadas 
e estão ligadas à idade do sujeito. Uma das forças que podem produzir este tipo de mudança está nos 
processos biológicos básicos, comuns a todos os seres humanos. Como exemplos deste tipo de mudança 
têm-se: 
•	 no	bebê,	o	nascimento	dos	primeiros dentes, a idade com que ele é capaz de dar seus primeiros passos; 
•	 na	puberdade,	o	aparecimento	dos	caracteres	sexuais	secundários:	os	pelos	pubianos,	os	seios,	a	
barba;
•	 no	adulto,	o	início	do	processo	de envelhecimento marcado pelo surgimento dos fios de cabelos brancos e 
as rugas. 
Contudo,	não	devemos	desconsiderar	a	infl	uência	do	ambiente	mesmo	sobre	os	padrões	maturacionais	geneti-
camente determinados. De acordo com artigo da Revista Veja (Veja, 17 de julho de 1996), publicado na década 
de 1990, a média de altura da população do Brasil havia, em quinze anos, aumentado 4 cm, principalmente entre 
19PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educaçãoa Distância
os adolescentes das camadas sociais mais favorecidas. Esses adolescentes estavam pelo menos 2,5 cm acima 
do esperado pelos especialistas em desenvolvimento, e seguindo a mesma tendência, os pés e as mãos esta-
riam maiores, deixando os adolescentes mais desajeitados e desengonçados. Esse fato poderia ser atribuído, 
principalmente, aos padrões de alimentação e saúde iguais aos do Primeiro Mundo a que esses adolescentes 
estariam sendo submetidos.
Fonte: FRANÇA, Valéria. Geração de mutante. Veja, 17 de julho de 1996, Editora Abril, Ed. 1453. Ano 29, n.29
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Além do relógio biológico, existe também, conforme Bee (1997), o relógio social que se refere às 
experiências culturalmente compartilhadas e ao que é esperado em termos de comportamento em cada 
faixa etária. Como, por exemplo, a idade em que comumente as crianças vão à escola; a idade da escolha 
profissional pelos jovens, ou ainda, a saída de casa para constituir famílias e ter filhos. As experiências 
comuns vivenciadas no interior de um mesmo grupo interferem no desenvolvimento, embora possam não 
ter a força dos padrões maturacionais.
Enfim, a forma com que o sujeito reage às pressões dos relógios sociais e biológicos pode gerar mudanças 
internas compartilhadas. São as mudanças biológicas e sociais que ocorrem na infância, na adolescência 
e na vida adulta que possibilitam a formação de um “arcabouço para um conjunto de mudanças previsíveis 
na personalidade, estilo de pensamento, valores” (BEE, 1997, p.33).
2) Mudanças comuns a um subgrupo – para entendermos o processo de desenvolvimento das pessoas, 
não podemos nos deter apenas aos aspectos maturacionais, mas devemos também verificar a influência 
da cultura de uma determinada sociedade e do momento histórico vivido pelo grupo em questão. 
20 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Uma interessante matéria exibida pelo Jornal da Globo no ano de 2011 (ver: <http://www.youtube.com/
watch?v=iHso0nBtkbE>), retrata bem as mudanças entre as gerações ocorridas nos últimos 70 anos. Segundo a 
reportagem,	o	intervalo	entre	uma	geração	e	outra	fi	cou	mais	curto:	uma	geração	nova	aparece	a	cada	10	anos,	
o que faz com que pessoas diferentes convivam o tempo todo em casa, nas escolas e no mercado de trabalho. 
A matéria apresenta a primeira geração como sendo a Baby Boomers,	que	nasceu	no	fi	m	da	Segunda	Guerra	
Mundial. No Brasil, os Baby Boomers eram jovens quando começou a ditadura militar, é uma geração marcada 
pela luta, pela jovem guarda e pelo rock in roll. Os Baby Boomers tinham como ideal construir uma carreira sólida, 
fi	delização	ao	trabalho,	uma	geração	preocupada	com	o	dever,	com	a	segurança,	em	permanecer	muito	tempo	
na	empresa.	São	eles	que	estão	hoje,	no	mercado	de	trabalho,	na	posição	de	chefi	a,	de	presidência,	de	diretoria.	
Entre	as	décadas	de	60	e	70	nasceu	a	geração	que	fi	caria	conhecida	como	a	geração	X.	Esta,	jovem	na	década	
de 80, assistiu as Diretas Já, conviveu com a AIDS e viu os avanços da tecnologia. No mercado de trabalho é 
uma geração que quer trabalhar mais, formar reservas, é apegada a títulos, a cargos, tem um pouco mais de 
resistência à tecnologia e não tem o afã de buscar inovações. A geração seguinte, geração Y, já nasceu num país 
da	abertura	política,	na	era	da	tecnologia.	No	âmbito	do	trabalho	é	um	profi	ssional	mais	voltado	para	si,	para	o	
prazer, que não quer um emprego fechado, mas sim subir na carreira rapidamente, nem que para isso precise 
mudar várias vezes de empresa. A galerinha que nasceu em meados da década de 1990 e que está chegando 
ao ensino superior é a geração Z, muito mais impaciente e imediatista que a geração Y. Esta é uma geração cujo 
ritmo é determinado pela tecnologia, habituada a fazer tudo ao mesmo tempo: MSN, celular, twitter, facebook, es-
tão com todos ao mesmo tempo em que estão sozinhos, desta forma o individualismo é uma outra característica 
desta	geração	que	pode	vir	a	ter	difi	culdade	em	trabalhar	em	equipe	no	futuro.	A	convivência	de	cada	uma	destas	
gerações	no	mercado	de	trabalho	pode	ser	bastante	confl	ituosa,	pois	possuem	modelos	mentais	diferentes,	uma	
educação e uma história também diferente. 
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Pesquisas como estas, que apontam para o novo perfil dos jovens brasileiros, nos permitem conhecer 
hábitos, costumes e a forma de pensar de quem provavelmente, em pouco tempo, estará sentado nos 
21PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
bancos das universidades como nossos alunos e de quem, a longo prazo, estará assumindo funções 
produtivas importantes e/ou conduzindo o país. Portanto, esses estudos podem ajudar pais e professores 
a compreenderem melhor o comportamento de seus filhos/alunos pois, segundo Bee (1997, p.36), 
precisamos entender como “experiências específicas são capazes de levar grupos inteiros de pessoas 
para caminhos diferentes”.
As mudanças individuais, as partilhadas e as comuns a um subgrupo são aquelas que nos mostram como deter-
minadas mudanças: culturais, tecnológicas entre outras, podem determinar novos comportamentos que afetam 
todo um grupo de pessoas que, consciente ou inconscientemente, aderem a elas. Vejam, este é o caso da gera-
ção	X,	da	Y	e	também	da	Z,	como	vimos	no	quadro	acima.	Bem,	muitas	vezes,	a	maior	difi	culdade	do	professor	
universitário é dialogar com gerações que parecem tão distantes da sua, com formas de pensar e se comportar 
muito	particular,	gerando	dentro	da	instituição	escolar	confl	itos	semelhantes	àqueles	observados	nas	empresas.	
Desta	forma,	nós	devemos,	na	tentativa	de	minimizar	estes	confl	itos,	estar	abertos	para	as	mudanças	e	para	as	
inovações	que	cada	geração	pode	trazer	para	dentro	das	salas	de	aula.	A	convivência	pacífi	ca	entre	gerações	é	
possível, desde que cada uma esteja disposta a reconhecer o que cada uma delas tem de melhor!
3) Mudanças individuais – Refere-se ao impacto que as experiências individuais podem ter sobre as 
pessoas. Conforme Bee (1997), a maneira como as experiências individuais irão afetar o desenvolvimento 
de alguém depende fundamentalmente do momento em que estas ocorrem. A ideia básica é, segundo 
a autora, que a experiência vivida no tempo normal e esperado pela cultura irá trazer para a pessoa 
dificuldades menores do que a experiência vivida fora de época. Por exemplo, qual será o impacto, na vida 
de uma menina de 5 anos, quando souber o falecimento da mãe? Ou para uma adolescente engravidar 
aos 15 anos? E o que significa para uma mulher de 50 anos ingressar pela primeira vez num curso 
universitário? Ou um homem de 35 anos aprender a ler e escrever? Desta forma, toda a pessoa, em 
qualquer faixa etária, cuja experiência de vida se desvie da trajetória esperada, “pode, de certa forma, 
ver-se fora do caminho” (BEE, 1997, p.37).
22 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
O JOVEM ADULTO
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Na vida adulta, as mudanças físicas e cognitivas são marcadas por padrões mais graduais e variáveis 
de uma pessoa para a outra do que em outras fases da vida, como a infância, por exemplo. Os estudos 
sobre o desenvolvimento da criança são orientados pelo papel da maturação, pelos acréscimos e pelos 
aperfeiçoamentos. Já no adulto, se busca determinar as perdas, os declínios (BEE, 1997). Contudo, as 
definições do que vem a ser a vida adulta e as possíveis periodizações que se pode fazer nesta etapa do 
desenvolvimento humano sofrem mudanças no decorrer da história e no interior de diferentes culturas. 
Um exemplo bastante ilustrativo deste fato é o que tem acontecido com a fase/período denominado de 
velhice/senilidade e, mais recentemente, terceira idade ou melhor idade. 
O novo perfil que as pessoas com mais de 60 anos vêm assumindo frente àsociedade põe por terra 
vários estereótipos negativos em relação à população da terceira idade como, por exemplo, a imagem 
do idoso dependente financeiramente e sem poder de decisão. Um dos dados que chama a atenção é 
o papel que esta população desempenha na renda familiar, os resultados de pesquisa recém-concluída 
sobre a terceira idade realizada com 1500 pessoas revelou que esse estrato da população responde, em 
média, por nada menos do que 71% da renda familiar total e que essa participação aumenta de forma 
significativa quanto menor a classe econômica.
23PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Terceira	idade	gasta	mais	em	qualidade	de	vida	
Com dinheiro no bolso, tempo livre, autonomia e disposição para gastá-lo, o potencial de consumo dos brasileiros 
que já passaram dos 60 anos começa a chamar atenção. Pesquisa recém-concluída sobre o mercado da terceira 
idade, do instituto Somatório, revela que essa faixa etária tem renda mensal total de R$ 7,5 bilhões, responde por 
15% dos rendimentos de todos os domicílios [...]. Os resultados da pesquisa revelam:
•	 93	%	dos	entrevistados	têm	renda	própria.
•	 81%	se	declararam	totalmente	independentes	para	suas	tarefas	cotidianas.
•	 30%	informaram	que	vão	às	compras,	sendo	que	destes	36%	são	mulheres.
•	 64%	declararam	que	costumam	viajar.
•	 45%	declararam	praticam	algum	exercício,	seja	em	alguma	academia	ou	por	conta	própria.	
•	 56%	informaram	que	leem	jornais	e	revistas.	
Fonte: <http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=43&id=283131>. Acesso em: 12 abr. 2010.
No caso da periodização, embora não haja consenso entre os estudiosos, convencionou dividir a vida 
adulta em: início da vida adulta – entre 20 a 40 anos; vida adulta intermediária – 40 a 65 anos; e final 
da vida adulta – dos 65 anos até a morte (BEE, 1997; MOSQUERA, 1983). Neste estudo, baseados em 
dados obtidos pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que 
indicam um aumento considerável de ingressantes nas universidades brasileiras na faixa etária dos 25 
aos 29 anos, focaremos principalmente o período compreendido como início da vida adulta.
Segundo dados do Inep, o aumento de 61,9% no número de ingressos entre 2000 e 2006 nas Instituições de 
Ensino Superior (IES) se deveu, principalmente, à faixa etária dos 25 aos 29 anos. No ano 2000, eles represen-
tavam 15,9% dos novos estudantes. Em 2006 eram 18,7% do total. Os ingressantes da considerada faixa adulta, 
acima dos 25 anos, passaram de 35,81% no ano 2000 para 39,73% em 2006.
Fonte: <http://revistaensinosuperior.uol.com.br/revista.asp?edicao=Edi%E7%E3o%20115>. Acesso em: 15 jun. 
2009.
24 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
O DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Até o fim da adolescência o desenvolvimento físico encontra-se completo. Um adulto jovem padrão na 
casa dos 20 a 30 anos – com bons hábitos de vida, higiene, sono, exercícios, alimentação e um nível 
controlado de stress - possui: 
mais tecido muscular, um máximo de cálcio nos ossos, mais massa cerebral, melhor visão, audição 
e olfato, maior capacidade de oxigenação e um sistema imunológico mais eficiente. Ele é mais forte, 
mais rápido e mais capaz de recuperar-se do exercício ou de adaptar-se às condições do corpo em 
mudança na temperatura ou em maiores altitudes (BEE, 1997, p.390).
Não existe um consenso entre os especialistas sobre a idade que se inicia e que se encerra a adolescência. 
Cronologicamente,	ela	é	defi	nida,	pela	Organização	Mundial	da	Saúde	(OMS),	pelo	Ministério	da	Saúde	e	pela	
Sociedade Brasileira de Pediatria como a faixa etária de 10 a 19 anos; já o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA), no Artigo segundo, delimita a adolescência entre 12 e 18 anos.
Fonte: ROSIN, S. M. Os incríveis anos da adolescência. Psicologia e educação: compartilhando saberes. Ma-
ringá: Eduem, 2009, pp. 91-110.
Soma-se a uma melhor acuidade visual, a uma maior capacidade aeróbica e um sistema imunológico 
mais eficiente uma grande capacidade reprodutiva. Os riscos de complicações na gravidez e de abortos 
são menores aos 20 que aos 30 anos, a fertilidade, entendida como a capacidade de conceber, atinge seu 
pico no final da adolescência e início dos 20 anos, declinando progressivamente. Uma pesquisa realizada 
nos Estados Unidos na década de 1980 revelou que “apenas 7% das mulheres entre 20 e 24 anos eram 
inférteis, comparadas a 15% daquelas entre 30 e 34 anos e 28% das mulheres entre 35 e 39 anos” (BEE, 
1997, p.392).
25PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Existe uma crença bastante arraigada de que a capacidade cognitiva na infância e na adolescência é 
maior do que na maturidade e de que esta capacidade tende a declinar com o passar dos anos. Pesquisas 
desenvolvidas tendem a corroborar com a ideia de que as habilidades cognitivas diminuem com a idade. 
Se tomarmos grupos de pessoas com idades diferenciadas entre 20 a 80 anos, por exemplo, e pedirmos 
para que respondam num curto espaço de tempo as seguintes questões: quais os números que faltam na 
sequência 1 3 9 _ _ 81 243; ou, qual letra se seguiria a esta série J, F, M, A, M, J; ou ainda, qual é o objeto 
que se pode ler nas letras misturadas R R R R F G I A E E O D, provavelmente teríamos que as pessoas 
mais jovens se sairiam melhor nas respostas.
O teste completo pode ser encontrado em: <http://veja.abril.com.br/270601/teste.html>.
Mas será que estes resultados apontariam para uma deterioração inevitável da inteligência? Segundo 
Palácios (1995), a resposta é não. O que aponta o autor em tela é para a necessidade de se buscar as 
origens de tais diferenças que, segundo ele, podem ser compreendidas a partir das seguintes hipóteses:
•	 Problema de projeto de investigação: esse problema consiste nas pessoas estudadas terem idades 
diferentes	no	mesmo	momento	da	 investigação.	 Isto	pode	signifi	car,	por	exemplo,	que	os	sujeitos	
mais jovens, na casa dos 20 anos, tenham maior tempo de escolarização do que os mais velhos. Para 
Palácios (1995), seria difícil determinar qual porcentagem das diferenças se deve à capacidade inte-
lectual, a diferenças de geração ou, ainda, ao local de onde foram recrutados os sujeitos: os jovens 
nas universidades? Os anciões nos asilos?
•	 Problema	da	familiaridade	com	as	tarefas	–	As	pessoas	mais	jovens	podem,	segundo	afi	rma	Pa-
lácios (1995), estarem mais familiarizadas com as tarefas que lhe exijam lembrança, memorização e 
escolhas rápidas, tarefas que podem ser pouco frequentes aos adultos e muito raras aos mais velhos.
•	 Problema de velocidade –	As	transformações	no	sistema	nervoso	dos	mais	velhos	podem	difi	cultar	
a resolução de problemas que exigem velocidade na execução, como no caso dos problemas propos-
tos.
•	 Tendência	à	cautela – Existe, em consonância com Palácios (1995), uma tendência das pessoas 
mais velhas serem mais cautelosas, seus erros ocorrem porque preferem não responder quando não 
têm certeza do que responder erradamente, ao contrário dos mais jovens, que mesmo sem terem 
certeza respondem, às vezes, equivocadamente.
•	 Problemas motivacionais – As pessoas mais velhas podem estar menos motivadas que as mais 
jovens a resolver problemas como estes. 
26 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Enfim, conclui Palácios (1995), os decréscimos da capacidade intelectual tendem a ser menor quando:
•	 a	investigação	se	propõe	a	acompanhar	o	sujeito	ao	longo	de	um	período	maior	de	tempo;
•	 as	situações-problemas	se	 referem	à	vida	 real,	 com	as	quais	as	pessoas	mais	velhas	estão	mais	
familiarizadas e para as quais estão mais motivadas;
•	 a	velocidade	da	resposta	deixa	de	ser	determinante,	não	importando	um	minuto	a	mais	ou	a	menos.
PERFIL DO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Segundo dados do INEP coletados entre os anos2000 e 2006:
•	39,73% dos alunos que entram no ensino superior têm mais de 25 anos.
•	53,6% estudam em universidades.
•	55,7% do total de estudantes é do sexo feminino.
•	53,7% declararam trabalhar ou já ter trabalhado em tempo integral.
•	87%	das famílias dos alunos das instituições públicas estão na classe C ou acima.
•	73% da renda familiar mensal dos estudantes do ensino superior não ultrapassam dez salários mínimos. 
•	39% dos estudantes do ensino a distância trabalham e ajudam a sustentar a família e 43% têm renda familiar 
de até três salários mínimos.
Fonte: <http://revistaensinosuperior.uol.com.br/revista.asp?edicao=Edi%E7%E3o%20115>. Acesso em: 15 jun. 
2009.
Para o autor, as possíveis conquistas ou perdas que se dão no âmbito cognitivo se devem a um conjunto 
de fatores, e não apenas à idade cronológica. Dentre esses fatores estão: a saúde, a educação, a cultura, 
as experiências pessoais e profissionais. Afirma Palácios (1995, p.312): “É esse conjunto de fatores e 
não a idade cronológica per se, o que determina boa parte das probabilidades de êxito que as pessoas 
apresentam, ao enfrentar as diversas demandas de natureza cognitiva”.
O DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO
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27PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Convencionou-se, em teorias psicologias mais tradicionais, apresentar a idade adulta como um período 
de poucas mudanças e de estabilidade psicológica. Mosquera (1983) apresenta, em uma rápida revisão 
de literatura sobre o assunto, algumas teorias interessantes. Hubert (1965 apud MOSQUERA, 1983) 
assevera que o início da vida adulta e o fim da adolescência são marcados pelo equilíbrio mental. Para 
Remplein (1971 apud MOSQUERA, 1983), o desenvolvimento termina com o fim da adolescência, 
contudo, continua ocorrendo mudanças tanto no corpo quanto no “espírito” dos jovens. Este autor assinala 
que a idade adulta inicial, entre 20 e 30 anos, é marcada ainda por comportamentos caracterizados como 
adolescentes. As características gerais do jovem adulto seriam: vitalidade, valorização da individualidade 
e otimismo. 
Lowe (1974 apud MOSQUERA, 1983), afirma que as maiores dificuldades da idade adulta estariam 
relacionadas às pressões advindas das expectativas sociais, como a definição profissional, a independência 
financeira e a escolha de um companheiro/companheira. 
Para Pedrosa (1976 apud MOSQUERA, 1983), haveria dificuldade em se precisar uma idade para se 
chamar de vida adulta, pois, necessariamente, o início da maturidade não coincide com o início cronológico 
da vida adulta. Desta forma, afirma o autor, na impossibilidade de enquadrar o adulto na universalidade, 
restariam apenas alguns traços genéricos entre os quais poderíamos incluir: independência familiar e 
econômica, profissionalização, casamento e paternidade.
Frente às representações possíveis da idade adulta, podemos afirmar, em consonância com Palácios 
(1995, p.22), que em virtude de todas as coisas importantes que ocorrem neste período da vida, descrever 
o jovem adulto como alguém “impassível diante de tais mudanças, não influenciado por elas em suas 
habilidade e capacidades, em sua auto-imagem, em suas relações interpessoais, etc. carece de realismo 
psicológico” (grifo nosso). 
A genética determina o nosso comportamento?
Não. O nosso DNA possibilita e favorece determinados tipos de comportamentos, mas não determina nada. Se-
gundo Matt Ridley, autor do livro O	que	nos	faz	humanos	“Os genes não restringem a liberdade humana – eles a 
possibilitam”. Para André Ramos, diretor do Laboratório de genética do Comportamento da Universidade Federal 
de Santa Catarina, “A genética não é um destino, não determina o que você vai ser. Ela oferece predisposições. 
Todos	estão	sujeitos	a	infl	uências	ambientais	que	podem,	sim,	mudar	a	expressão	dos	genes	e	fazer	com	que	
eles simplesmente não se manisfestem”.
O GORDINHO ENGRAÇADO
A criança busca chamar atenção dos pais, dos familiares, dos amigos da escola e da professora. Se não é a mais 
bonita ou a mais forte do grupo, pode chamar a atenção de outro jeito: contando piadas, por exemplo.
A BONITA E BURRA
A menina que nasce mais bonita que a média, pode ter mais atenção dos pais e dos amigos, ser mais facilmente 
aceita no grupo. Mas esta herança pode ter seu lado negativo, por ser o centro das atenções por causa da bele-
za, ela, talvez, não desenvolva outras formas de se destacar, como a intelectual, por exemplo, correndo o risco 
28 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
de	fi	car	vazia	e	desinteressante.
TÍMIDO E INTELIGENTE
As pessoas tímidas e inteligentes, em contrastes com as abertas e sociáveis, podem ser assim porque aprende-
ram com seus pais a serem frias e distantes.
Fonte: SGARIONI, M e NARLOCH, L. O que faz de você, você? Super interessante. ed. 248, Jan/2008.
A PROFISSIONALIZAçãO DO JOVEM ADULTO
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Embora pouco abordado ou abordado de forma equivocada, o tema profissionalização deveria ser melhor 
compreendido por pais e educadores, uma vez que a profissão tem um papel importante na vida do ser 
humano, influenciando decisivamente na formação da personalidade do indivíduo.
Desta forma, uma das melhores maneiras de se investigar este tema é se questionando sobre as escolhas 
profissionais feitas: o que leva os indivíduos a escolherem determinada profissão?
Segundo Palácios (1995), não existem muitos dados conclusivos a respeito do que levaria as pessoas a 
escolherem esta ou aquela profissão. O autor cita duas óticas diferentes a partir das quais foram analisados 
os motivos pelos quais as pessoas escolhem uma ou outra ocupação laborial: a ótica sociológica e a ótica 
psicológica.
29PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
ÓTICA SOCIOLÓGICA ÓTICA PSICOLÓGICA
Sob esta perspectiva estaria uma espécie de “heran-
ça ocupacional”, manifestada na transmissão de pro-
fi	ssões	de	pais	para	fi	lhos	ou	nas	oportunidades	que	
a situação sócio-econômica de determinados pais 
abre	para	a	escolha	profi	ssional	dos	fi	lhos.	
Sob	 esta	 ótica	 a	 escolha	 profi	ssional	 estaria	 ligada	
a determinados traços de personalidade. O que tor-
na provável que pessoas com maior capacidade de 
liderança façam escolhas diferentes das mais intro-
vertidas.
Fonte: PALÁCIOS, J. O desenvolvimento após a adolescência. In: COOL, C, PALÁCIOS, J, MARCHESI, A. De-
senvolvimento psicológico e educação – psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes médicas, 1995, v. 1, p. 318.
A influência da família e os aspectos referentes à personalidade também são destacados por Bee (1997) 
ao referir-se sobre a escolha profissional. Segundo a autora, jovens da classe média, por influência dos 
pais, são mais inclinados a se qualificarem para empregos da classe média, os quais, em sua maioria, 
exigem uma formação universitária. Os valores familiares também interferem na escolha profissional e, 
independentemente da classe social, pais que valorizam conquistas acadêmicas e profissionais incentivam 
seus filhos a frequentarem a universidade.
Segundo Bee (1997), a personalidade também é um fator que deve ser considerado na escolha profissional.
Para ela pessoas cuja personalidade combina com o seu trabalho são mais propensas a se sentirem 
satisfeitas com a profissão. A autora apresenta seis tipos básicos de personalidade e seis ambientes 
paralelos de trabalho.
TIPO PERSONALIDADE
AMBIENTE ADEQUADO DE 
TRABALHO
Artístico Prefere atividade individual, 
não-estruturada; associal.
Atividades livres, não 
sistematizadas para produzir 
arte ou performance.
Empresarial Gosta de organizar e dirigir os 
outros; comumente bastante 
falante e dominador, persuasivo 
e com grande liderança.
Manipulação dos outros, tal 
como ocorre em vendas.
Convencional Gostade orientações claras, 
atividades estruturadas e papéis 
de subordinação; preciso e 
minucioso.
Manipulação ordenada, precisa 
e sistemática de dados; 
arquivos, registros, contabilidade 
e organização.
30 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Social Gosta de trabalhar com 
as pessoas e não gosta 
de atividades intelectuais 
ou altamente organizadas; 
necessita de atenção.
Atendimento, treinamento, 
prestação de serviços, 
esclarecimento aos outros.
Pesquisador Gosta de tarefas ambíguas e 
desafiadoras que envolvam 
o pensamento abstrato, o 
planejamento, a organização; 
comumente possui habilidades 
sociais insuficientes.
Pesquisa criativa ou observação 
de fenômenos físicos, biológicos 
ou culturais.
Realista Gosta de atividades mecânicas 
e de uso de ferramentas; 
agressiva, masculina, 
fisicamente forte; costuma 
apresentar habilidades verbais 
ou interpessoais insuficientes.
Manipulação sistemática de 
ferramentas, máquinas ou 
animais.
Fonte: HOLLAND, J, 1973, apud BEE, H. Desenvolvimento social e da personalidade no início da vida 
adulta. In: BEE, H. O ciclo vital. São Paulo: Artmed, 1997, p.430.
Contudo, pesquisas apontadas pela autora demonstram que o sucesso profissional não depende da 
combinação trabalho e personalidade, entretanto, conclui Bee (1997), pessoas cujas escolhas profissionais 
não combinem com sua personalidade podem até obterem sucesso, mas isso não garante que se sentirão 
felizes com a profissão.
Assevera Palácios (1997) que existe uma variabilidade muito grande de motivos que levam os jovens a 
fazerem escolhas profissionais, além dos sociológicos e psicológicos. Desta forma, não podemos deixar 
de mencionar os fatores econômicos, pois, muito jovens, elevados precocemente à categoria de “arrimo 
de família”, são lançados ao mercado de trabalho sem preparação profissional suficiente e/ou adequada. A 
necessidade de sobrevier sobrepõe-se a questões como vocação, desejo, afinidade, personalidade e, os 
jovens, compulsoriamente, exercem profissões que estão longe de afinar-se com o seu perfil psicológico 
e de lhes dar qualquer satisfação pessoal. 
A insatisfação com a profissão, escolhida ou não, somada a outros fatores como competição, cobranças, 
altos níveis de expectativas externas e internas, responsabilidade e o medo do desemprego levaram ao 
desenvolvimento de doenças próprias do mundo contemporâneo, capitalista e industrializado como, por 
exemplo, a síndrome de Burnout.
31PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
A	síndrome	de	Burnout,	da	língua	inglesa	‘’to	burn	out’’,	que	signifi	ca	queimar	por	completo,	também	chamada	
de	síndrome	do	esgotamento	profi	ssional,	foi	assim	denominada	pelo	psicanalista	nova-iorquino,	Freudenber-
ger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos de 1970. A síndrome se refere a um tipo de estresse 
ocupacional	e	institucional	com	predileção	para	profi	ssionais	que	mantêm	uma	relação	constante	e	direta	com	
outras pessoas, principalmente quando estas atividades são consideradas de ajuda e relacionadas a um con-
tacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicólogos, carcereiros, assistentes sociais, comerciários, 
professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal.
FATORES
Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de ‘’Burnout’’ está a pouca auto-
nomia	no	desempenho	profi	ssional,	problemas	de	relacionamento	com	as	chefi	as,	problemas	de	relacionamento	
com	colegas	ou	clientes,	confl	ito	entre	trabalho	e	família,	sentimento	de	desqualifi	cação	e	falta	de	cooperação	
da equipe.
SINTOMAS
Os sintomas são inúmeros, entre eles: fortes dores de cabeça, tonturas, oscilações de humor, distúrbios do sono, 
difi	culdade	de	concentração,	problemas	digestivos.
Embora	haja	certa	difi	culdade	em	diagnosticar	a	síndrome	uma	vez	que	os	sintomas	se	confundem,	atualmente	
muitos	pacientes	são	diagnosticados	com	a	síndrome	do	esgotamento	profi	ssional.	
Fonte: <pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_Burnout>. Acesso em: 8 abr. 2012.
LAçOS FAMILIARES
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A configuração de novos papéis, como os profissionais e os familiares, parece se constituir na tônica do 
início da idade adulta. A idade para isso acontecer pode variar de cultura para cultura, de grupo social para 
32 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
grupo social, mas o certo é que mais cedo o mais tarde “precisamos deixar de lado nossa preocupação 
com a definição de nós mesmos e assumir uma série de papéis que envolvem relações intricadas com 
outras pessoas” (BEE, 1997, p.413).
Nesse assumir novos papéis, a saída da casa dos pais pode representar um momento importante. No 
Brasil, ainda é comum que os filhos saiam de casa apenas com o casamento. Mas este cenário está se 
reconfigurando, muitos jovens mudam-se da casa dos pais para estudarem fora, para trabalharem em 
outras cidades ou até mesmo para iniciarem uma vida independente. Em consonância com Bee (1997, 
p.413), deixar a casa dos pais “envolve também um processo de emancipação psicológica importante em 
que o jovem se distancia, emocionalmente, dos pais, no mínimo em certo grau”.
É importante frisar que esta emancipação é feita gradualmente e que o apego aos pais, característico da 
infância, aos poucos se estende aos amigos, na adolescência, e na vida adulta, a um companheiro (BEE, 
1997).
Em relação ao casamento e a constituições de novas relações familiares, não devemos esquecer os 
aspectos históricos e culturais que influenciam nossas representações sobre eles. Por exemplo, o 
casamento baseado na monogamia e na afetividade faz parte do contexto histórico atual, muito embora 
casamentos alicerçados em interesses econômicos e casamentos poligâmicos continuem a existir.
Palácios (1995) apresenta algumas questões consideradas por pesquisadores nas investigações sobre o 
relacionamento entre casais, tanto em casamentos tradicionais, civis e religiosos, quanto em suas novas 
configurações como as uniões estáveis, por exemplo, entre eles abordaremos: os motivos da escolha do 
cônjuge e o grau de satisfação com a vida de casado e os fatores com as quais está relacionada.
Em relação à primeira questão, segundo o autor, a literatura vigente aponta para o princípio de semelhança, 
ou seja, as pessoas escolhem para companheiros os mais parecidos quanto: à idade, ao nível educativo, 
lugar de residência, atitudes e crenças. Embora haja casos nos quais as diferenças prevaleçam, o que 
ainda predomina é o princípio de semelhança, também denominado de homogamia ou acasalamento por 
ajuste (PALÁCIO, 1995; BEE, 1997).
33PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Filtros aplicados na escolha do companheiro:
1- Características externas: será que esta pessoa combina com você na qualidade da aparência, na classe social 
aparente ou em suas maneiras?
2- Atitudes e crenças: há uma combinação de suas ideias em áreas básicas, como sexo, religião ou política?
3 - Adequação de papéis: as ideias dessa pessoa sobre relacionamento combinam com as suas? Você possui 
ideias similares sobre papéis sexuais adequados? Você é sexualmente compatível?
Fonte: MURSTEIN, B. (1970, 1976, 1989) apud BEE, H. Desenvolvimento social e da personalidade no início da 
vida adulta. In: BEE, H. O ciclo vital. São Paulo: Artmed, 1997, p.415.
A felicidade do casal e as circunstâncias com as quais esta está relacionada dependem, segundo as 
pesquisas, pouco de fatores como tempo de união ou situação financeira e, muito mais, “de fatores intra 
e interpessoais do tipo maturidade emocional, nível de auto-estima, capacidade de adaptação pessoal 
em relação ao outro, capacidade de expressar e receber afeto, nível de comunicação, satisfação com a 
relação sexual [...]”(PALÁCIOS, 1995, p.316).
Segundo o autor, outros fatores são apontados, pelas pesquisas, como responsáveis pelo grau de 
satisfação do casal, entre eles: fidelidade conjugal, apreço e respeito mútuos, compreensão e tolerância, 
interesses e gostos em comum, relacionamento sexual satisfatório.
A presença de sentimentos comuns nas relações como ansiedade, desconfiança, ciúmes, insatisfação 
ou felicidade, confiança e satisfação, pode estar relacionada a apegos desenvolvidos na infância, 
principalmente nas relações com os pais. Contudo, afirma Bee (1997), adultos com histórias de apego 
inseguro podem avaliar e aceitar suas relações na infância e criarem um novo modelo interno.
CONSIDERAçÕES FINAIS
Independente da modalidade abordada, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio ou superior, 
as reclamações dos professores são muito parecidas: a falta de interesse dos alunos pelas aulas, pelo 
conteúdo escolar e pelas atividades propostas, de forma geral. É lógico que generalizações são arriscadas 
e que também devemos guardar as devidas diferenças uma vez que estamos falando de períodos de vida 
muito diferenciados entre si e, portanto, com características físicas, emocionais e cognitivas bastante 
peculiares. Mas o fato é que um comportamento que já notamos nos alunos da educação infantil tende 
a se intensificar com o passar dos anos: a motivação para aprender quase sempre ocorre a partir de 
interesses externos e, raramente, pelo próprio prazer em conhecer.
Desta forma, as perguntas do professor seriam: como vencer a ansiedade e o aborrecimento do aluno? 
34 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Como fazê-lo perceber a importância do conteúdo trabalhado para o cumprimento das atividades próprias 
da profissão escolhida? Como fazê-lo cooperar, participar e dividir? De fato, os alunos são muito diferentes 
entre si, suas histórias de vida, suas motivações pessoais e suas metas a médio e longo prazo podem não 
coincidir, o que dificulta sobremaneira o trabalho escolar (TAPIA; MONTEIRO, 2004).
Pesquisas sobre motivação, realizadas por Tapia (1997 apud TAPIA; MONTEIRO, 2004), demonstraram 
que alunos se dedicam aos trabalhos escolares com mais ou menos interesse e esforço em decorrência 
de três fatores:
•	 O	significado	que	tem	para	eles	aprender	o	que	está	sendo	ensinado,	significado	este	que	depende	
de metas ou objetivos que pretendam alcançar.
•	 As	possibilidades	que	julgam	ter	para	vencer	as	dificuldades	e	alcançar	as	aprendizagens	propostas.
•	 O	custo,	em	termos	de	tempo	e	esforço,	que	representará	a	aquisição	das	aprendizagens	propostas.
O significado de toda a situação de aprendizagem deveria ser, segundo Tapia e Monteiro (2004), o de 
incrementar as capacidades dos alunos. Desta forma, assevera os autores, resta ao professor saber que 
características devem reunir o modo de propor o ensino para que o aluno entenda a aprendizagem de 
forma significativa e positiva.
•	O	valor	do	trabalho	pode	depender	da	percepção	da	utilidade	da aprendizagem: 
O esforço para aprender pode ser mais ou menos intenso dependendo da “utilidade” que o aluno vê 
naquela aprendizagem. Embora a utilidade de um determinado conteúdo possa ser relativo, afirmam 
Tapia e Monteiro (2004, p.179) que o interesse e o esforço em determinadas aprendizagens podem 
diminuir à medida que o aluno se pergunta para que serve aquele conhecimento: “Ao contrário, à medida 
que se percebe as múltiplas utilidades – a curto e a longo prazos – que pode ter aprender algo, aumenta 
a probabilidade de que o interesse e o esforço aumentem”.
•	O	valor	do	trabalho pode depender de incentivos externos à sua realização:
A ausência de incentivos externos para a realização de uma tarefa pode ser a causa da falta de motivação 
do aluno. Entretanto, a utilização de incentivos externos, como prêmios e castigos, para levar o aluno a 
realizar uma aprendizagem, é assunto bastante controverso. Incentivar os alunos extrinsecamente pode 
levá-los a acreditarem que só se deve fazer o que será recompensado, tal fato pode ser comprovado por 
meio da pergunta: vai valer nota, professor? Ou seja, se não ganhar alguma coisa externa, não valerá o 
esforço de realizar a tarefa. 
Desta forma, as estratégias de ensino utilizadas pelo professor só seriam válidas à medida que 
incentivassem as motivações intrínsecas (TAPIA; MONTEIRO, 2007, p.180).
•	O	significado do trabalho escolar pode depender das notas:
A utilização das notas como vetor de motivação pode funcionar do mesmo modo que o emprego de 
prêmios e castigos, ou seja, mais negativa do que positivamente. O aluno motivado pela avaliação pode 
35PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
estudar para “tirar nota” e não para aprender, o que leva a uma aprendizagem mecânica, permeada 
pelo famoso “decoreba”. O professor, muitas vezes, incentivado pela pressão que as notas exercem no 
imaginário de seus alunos, lembra-os, várias vezes, durante a aula, do dia da prova.
•	O	significado	do	trabalho	escolar	depende	de	suas	implicações para a autoestima.
As atividades propostas, especialmente as avaliativas, podem afetar a autoestima do aluno. Evidentemente, 
as avaliações negativas tendem a diminuí-la, influenciando a forma com que o aluno enfrenta as atividades 
escolares e repercutindo negativamente em seu processo de aprendizagem e em seu desenvolvimento 
pessoal (TAPIA; MONTEIRO, 2004). Desta forma, cabe ao professor reavaliar suas linhas de atuações e, 
modificar aquelas que interferem negativamente sobre a autoestima dos alunos.
•	O	valor	do	trabalho	depende	do	respeito	ao	desejo	de	autonomia:
A organização escolar em si não contribui para o desenvolvimento pessoal do aluno. A escola impõe 
quase tudo: horários, conteúdos, atividades, formas de avaliação, os grupos da sala... cabe ao professor, 
segundo Tapia e Monteiro (2004, p.181), oferecer ao aluno um contexto que estimule a criatividade e a 
curiosidade, no qual o aluno possa se sentir participante, possa perceber o valor da aprendizagem para 
atingir suas metas e seu crescimento pessoal e “sobretudo, de que seu trabalho está sendo útil porque 
lhe permite progredir”.
•	O	valor	do	trabalho	depende	da	apreciação	do	aluno	por	professores	e	colegas:
Como a atividade acadêmica é social, sentir-se aceito é uma necessidade experimentada por professores 
e alunos. Alunos que sentem a rejeição por parte do grupo ou do professor ou, ainda, a preferência 
deste por outros alunos tenderão a se isolar ou evitar atividades coletivas. Deste modo, afirmam Tapia 
e Monteiro (2004), o professor deve rever sua linha de atuação optando por trabalhos que incentivam a 
solidariedade e a cooperação, que tendem a ser mais eficientes e produtivos do que aqueles realizados 
individualmente ou que incentivem a competição. 
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1) Aponte três características de comportamento que indicam a entrada do adolescente no mundo adultos.
2) Explique o que é o modelo do Ciclo Vital e em que ele se diferencia dos modelos explicativos do 
desenvolvimento humano da Psicologia tradicional.
3) Quais aspectos motivacionais o professor deveria observar no seu trabalho pedagógico com alunos 
jovens e adultos?
UNIDADE II
OS PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DA 
PSICANÁLISE E DA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
Objetivos de aprendizagem
•	 Compreender	os	principais	conceitos	da	abordagem	psicanalítica	e	da	teoria	piagetiana.
•	 Entender	como	se	dá	a	atuação	dos	mecanismos	de	defesa.
•	 Conhecer	as	características	inerentes	a	cada	fase	do	desenvolvimento	psicossexual	e	cognitivo.
•	 Refletir	sobre	o	desenvolvimento	mental	a	partir	dos	pressupostos	da	epistemologia	genética.
•	 Perceber	quais	são	as	contribuições	da	teoria	de	Piaget	e	da	teoria	de	Freud	para	a	educação.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicosque você estudará nesta unidade:
•	 FREUD:	vida	e	obra
•	 PIAGET:	vida	e	obra	
•	 Principais	conceitos	da	teoria	psicanalítica
•	 Consciente,	pré-consciente	e	inconsciente
•	 Id,	Ego	e	Superego
•	 Mecanismos	de	defesa
•	 Fases	do	desenvolvimento	psicossexual
•	 Principais	conceitos	da	teoria	piagetiana
•	 Os	estágios	de	desenvolvimento	cognitivo
•	 Implicações	educacionais
39PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
INTRODUçãO
Sobre os processos de desenvolvimento e de aprendizagem, existem inúmeras teorias que os definem de 
forma particular, podendo, ou não, estabelecer relações entre eles. Contudo, já afirmava Vygotsky (1991), 
nenhuma análise do ensino que se pretendesse séria poderia se eximir de reconhecer esta relação e de 
procurar entender como ela se efetivaria.
Para tanto, apresentaremos, ao longo desta unidade e da outra que se seguirá, algumas abordagens 
teóricas – psicanálise, epistemologia genética e histórico-cultual que contribuíram para o entendimento 
das questões educacionais e, particularmente, para a compreensão das relações possíveis entre o 
desenvolvimento e a aprendizagem.
Optamos por discutir as abordagens por meio de de seus nomes mais expoentes, aqueles que estariam 
ligados ao seu desenvolvimento: psicanálise por Freud, epistemologia genética por Piaget, e a abordagem 
histórico-cultural por Vygotsky. 
DESENVOLVIMENTO HUMANO: ALGUNS PRESSUPOSTOS
A Psicologia Evolutiva, responsável pela condução dos estudos sobre o desenvolvimento humano, tem uma 
história recente: os primeiros autores que se preocuparam com questões evolutivas sob uma perspectiva 
psicológica datam das últimas décadas do século XIX e das primeiras do século XX (PALÁCIOS, 1995). 
Contudo, as orientações teóricas que têm servido de base para a Psicologia Evolutiva surgem com os 
filósofos nos séculos XVII e XVIII. Entre estes, podemos citar J. Locke (1632-1704) e J. J. Rousseau (1712-
1778).
Locke, cujos princípios filosóficos são conhecidos como empirismo, acredita que a mente humana poderia 
ser comparada, no nascimento, a uma tábula rasa. Desta forma, seriam as experiências vividas, os 
estímulos do meio, que determinariam os conteúdos do psiquismo humano, ou seja, não haveria nada na 
inteligência que não houvesse passado pelos sentidos. Dois séculos depois, encontramos na Psicologia 
os modelos mecanicistas do desenvolvimento, defendendo que a história psíquica do indivíduo seria 
determinada pelas suas experiências e aprendizagens (PALÁCIOS, 1995). 
Rousseau, por sua vez, defende a ideia da existência de categorias inatas de pensamento como, por 
exemplo, a bondade natural da criança. Duzentos anos mais tarde, esta tradição filosófica aparece na 
Psicologia Evolutiva denominada como naturalista e/ou idealista (PALÁCIOS, 1995). Para os psicólogos 
evolutivos defensores desta abordagem teórica, “o desenvolvimento psicológico não ocorre de qualquer 
maneira, não é um processo indeterminado que cada indivíduo vivencia de maneira completamente 
diferente do outro” (PALÁCIOS, 1995, p.13), mas, ao contrário, o processo evolutivo segue uma determinada 
direção universal orientado “a atingir uma determinada meta, considerado algo semelhante ao ápice do 
desenvolvimento” (PALÁCIOS, 1995, p.13). 
40 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Segundo Palácios (1995, p.13), Piaget e Freud são dois grandes expoentes destes pontos de vista, pois 
apesar dos seus pressupostos teóricos terem diferenças importantes, ambos defendem o desenvolvimento 
humano a partir de estágios/fases 
[...] cuja sequência evolutiva pressupõem ser invariável de um indivíduo para outro, com a convicção 
no papel determinante que as experiências da infância têm no desenvolvimento psicológico 
posterior, à referência a processos e conteúdos não quantificáveis nem diretamente observáveis [...] 
e à descrição do desenvolvimento como um processo orientado a uma meta [...]
Nesta unidade, iremos compreender os principais conceitos da abordagem psicanalítica. Vamos entender 
como se dá a atuação dos mecanismos de defesa e conhecer as características inerentes a cada fase 
do desenvolvimento psicossexual. Ao final da unidade, perceberemos quais são as contribuições da 
abordagem psicanalítica para a educação. 
Procuraremos também compreender os principais conceitos da teoria piagetiana e refletir sobre o 
desenvolvimento mental a partir dos pressupostos da epistemologia genética. Também, vamos perceber 
quais são as contribuições da teoria de Piaget à educação.
A PSICANÁLISE: SIGMUND FREUD (1856-1939)
Freud: vida e obra
Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na pequena cidade de Freiberg, na Moravia. Aos 4 anos muda-
se, com a família, para Viena, onde permanece até os 82 anos, mudando-se, depois para Londres, por 
ocasião da ocupação dos alemães na Áustria, onde veio a falecer, no dia 23 de setembro de 1939.
Filho de uma família numerosa, Freud foi o primogênito do segundo casamento de seu pai e, por ser 
um excelente aluno, possuía uma posição bastante privilegiada em relação aos seus outros irmãos e 
irmãs. Apesar da situação econômica desfavorável de sua família, que os obrigava a viver num ambiente 
apertado, Freud tinha seu próprio quarto e uma lamparina de óleo de azeite, para estudar, enquanto os 
outros integrantes da família possuíam apenas velas. 
41PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud>.
Ingressou no curso de medicina na Universidade de Viena, em 1873, onde permaneceu até 1881. Por 
ocasião de sua formatura e de seu casamento, passa a dedicar-se à clínica médica, mas continua a 
realizar suas pesquisas na área da neurologia, interessando-se pelo caráter psicológico das neuroses.
Em 1885, muda-se para Paris e vai trabalhar com Charcot, proeminente nome na área da neuropatologia, 
que acreditava na possibilidade de se induzir ou aliviar sintomas histéricos por meio da “sugestão 
hipnótica”. Aprofunda o método hipnótico no trabalho que realiza com Joseph Breuer, de quem foi um dos 
principais colaboradores, desenvolvendo o chamado Método Catártico, por meio do qual se acreditava 
que a revivescência de fatos traumáticos descarregava as emoções que ali estavam contidas, libertando 
o paciente dos sintomas. Porém, Freud conclui que a hipnose estabelecia uma relação de dependência 
entre o médico e o paciente e que a melhora era pouco duradoura. Freud abandona a hipnose e passa 
a utilizar-se do método da Livre Associação, por meio do qual o paciente era encorajado a falar, até vir à 
tona o trauma responsável pela sua perturbação nervosa.
Por meio da técnica da livre associação, as recordações pareciam invariavelmente recuar cada vez mais, 
até as experiências da infância, e Freud verificou que muitas dessas lembranças reprimidas envolviam 
questões sexuais. Ao afirmar a existência de sexualidade na infância, ao reconhecer a existência de 
processos inconscientes e propor uma técnica para a sua exploração, Freud diverge de todo o saber 
instituído até então, entrando em contradição com a própria psicologia. 
Segundo Mezan (1985), a psicanálise teve, a princípio, grande dificuldade em fazer suas afirmações, 
pois, além de ser difícil prová-las empiricamente, elas se chocavam nitidamente com a moral vitoriana 
da época, que não reconhecia a sexualidade feminina fora do casamento. Freud constatou os efeitos 
devastadores dessa moral sobre suas pacientes histéricas.
42 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
A teoria de Freud é construída e explicada em muitas de suas obras, entre elas: A interpretação dos sonhos 
(1899/1900), Sobre a psicopatologia da vida cotidiana (1901); Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905); 
Os chistes e sua relação com o inconsciente (1905); Fragmento da análisede um caso de histeria (“Dora”); Cinco 
lições de psicanálise (1910); Totem e tabu (1913); Sobre o narcisismo (1914); O inconsciente (1915); As pulsões 
e seus destinos (1915); Conferências introdutórias sobre a psicanálise (1915-1917); Além do princípio do prazer 
(1920); O id e o ego e a organização genital infantil (1923); O futuro de uma ilusão (1927); O mal-estar da civili-
zação (1929/1930); Novas conferências sobre a psicanálise (1933) e Moisés e o Monoteísmo (1939).
Fonte: ALMEIDA, S. F. C, de. O arqueólogo do inconsciente. In: Freud pensa a educação, Revista educação 
especial: biblioteca do professor, n. 1.
Freud teve grande dificuldade para impor suas ideias e à medida que suas teorias se tornavam conhecidas, 
mais aumentavam as críticas. Em 1933, seus livros foram queimados em praça pública pelos nazistas. 
Em seus últimos anos de vida, Freud teve que conviver com um câncer na boca e na mandíbula que o 
submeteu a trinta e três procedimentos cirúrgicos. Quando os nazistas ocuparam a Áustria, Freud se 
refugiou em Londres, onde morreu um ano depois, em 1939.
CRONOLOGIA DA VIDA DE FREUD
1856 - Nasceu em 6 de maio, em Freiberg – Moravia.
1860 - Muda-se para Viena, onde vive até os 82 anos.
1873 - Ingressa na Universidade de Medicina de Viena.
1881 - Forma-se em Medicina e dedica-se à neurologia.
1884 - Inicia seus trabalhos com Josef Breuer, aplicando a hipnose em pacientes histéricos.
1885 - Viaja a Paris para fazer um curso com o eminente psicólogo, Charcot.
1895 - Escreve seu livro “Estudos sobre histeria”.
1896 - Usa, pela primeira vez, o termo Psicanálise.
1900 - Escreve seu primeiro livro realmente psicanalítico “A interpretação dos sonhos”.
1910 - Fundação do IPA (Fundação Psicanalítica Internacional)
1923 - Descobre que tem câncer na boca.
1933 - Suas obras são queimadas pelos nazistas.
1938 - Muda-se para a Inglaterra, onde morre um ano depois.
43PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Principais conceitos
Consciente,	pré-consciente	e	inconsciente
Segundo D’andréa (1996), as atividades mentais do indivíduo podem se manifestar em diversos planos, 
o que, para Freud, constitui a hipótese topográfica do aparelho psíquico, composto pelo consciente, pelo 
pré-consciente e pelo inconsciente.
Segundo Schultz (1975), o consciente seria uma parte pequena da vida psíquica, baseada na percepção 
imediata do mundo exterior ou nas sensações do mundo interior. O pré-consciente seria uma parte 
do inconsciente, mas que poderia se tornar consciente com facilidade. O conteúdo do pré-consciente 
seriam os processos latentes – lembranças e recordações – ou seja, as partes da memória acessíveis ao 
sujeito. O inconsciente seria a área psíquica na qual estariam os impulsos primitivos que influenciariam 
o comportamento, mas dos quais o sujeito não teria consciência, ou, ainda, um grupo de ideias que já 
foram conscientes e, por possuírem aspectos intoleráveis, não poderiam ser acessadas voluntariamente. 
O conteúdo do inconsciente só viria à consciência revestido por simbolismos.
FO
NT
E:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
A figura do iceberg poderia ser utilizada para representar a hipótese topográfica do aparelho psíquico 
(D’ANDREA, 1996).
44 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
GLOSSÁRIO DA PSICANÁLISE
Inconsciente – Pilar mestre da psicanálise. É o lugar do psiquismo em que se encontram as representações 
recalcadas. Antes era considerado um depósito de traumas e desejos reprimidos na infância, depois passou a 
ter uma dimensão maior.
Subconsciente ou pré-consciente – Não confundir com inconsciente. É onde se encontram todas as represen-
tações que podem ter acesso rápido à consciência.
Id – Tradução do grego “Isso”. Polo inconsciente da personalidade, em parte inato e em parte recalcado e adqui-
rido. É a origem de todas as pulsões.
Ego	–	O	chamado	Eu.	O	que	o	sujeito	imagina	que	é	a	partir	de	suas	identifi	cações.	O	que	a	pessoa	acha	de	si	
mesma.	É	também	administrador	de	confl	itos,	tentando	satisfazer	o	id	e	o	superego.
Superego – É a polícia interna do indivíduo. Juiz ou censor do ego. Desenvolvido pela cultura para evitar que 
os desejos ultrapassem os limites, com prejuízo para a sociedade. Freud vê na consciência moral e na auto-
-observação funções do superego.
Complexo de Édipo – Conjunto organizado de desejos amorosos ou hostis que a criança, nos primeiros anos de 
vida,	experimenta	em	relação	aos	pais.	Um	amor	pela	mãe	e	um	ciúme	confl	itante	do	pai.	Representa	um	papel	
fundamental na estruturação da personalidade e na orientação do desejo. Segundo Freud, culmina nos meninos 
com a angústia da castração e nas meninas com a inveja do pênis.
Ato	falho – Um gesto estranho, falha de palavra, da memória ou da ação que são manifestações do inconsciente 
no dia a dia.
Libido – energia sexual.
Sexualidade	infantil	– Um dos conceitos freudianos que mais causam resistência até hoje. Para Freud, é um 
ser	sexuado	que	passa	pela	fase	oral	e	anal	antes	de	chegar	na	genital,	podendo	mesmo	se	fi	xar	numa	delas.
Fonte: VITÓRIA, Gisele, Isto é, n.1356 em: 27/9/1995.
Id,	Ego	e	Superego
No decorrer de suas pesquisas, Freud propõe a estruturação do aparelho psíquico por meio de três 
componentes básicos: id, ego e superego.
O Id poderia ser definido como a parte original do aparelho psíquico, seria herdado, já estaria na criança 
desde seu nascimento. Segundo Estevam (1992), o que orientaria o comportamento do Id seria o princípio 
de prazer, e não o princípio da realidade e das convenções sociais. A procura incessante da satisfação de 
suas necessidades imediatas, orgânicas e psicológicas, seria o maior objetivo. Por meio do Id, se daria a 
estruturação das outras duas partes: Ego e Superego.
Em contato como o meio, o indivíduo precisa redirecionar os impulsos do Id, o princípio deixa de ser o do 
prazer e passa a ser o da realidade. O princípio de realidade seria o princípio de prazer modificado pelo 
desenvolvimento da razão – o indivíduo suportaria uma dor, para depois obter um prazer, ou evitaria um 
prazer que, posteriormente, lhe causaria dor. 
45PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS| Educação a Distância
Inicia-se, assim, a ação do Ego, instância adaptativa que se desenvolve a partir do Id, com a função de 
atender às intensas demandas deste e aplacá-las. O Ego seria o responsável por detectar os perigos reais 
e psicológicos que ameaçariam a integridade do indivíduo.
O Superego se refere à herança sociocultural do sujeito, seria a instância que determinaria o “certo” e o 
“errado”, dentro dos padrões de moralidade e valores. O Superego é formado pelos hábitos e costumes 
que a sociedade – pais, professores, parentes, amigos - inculca na criança, desde seu nascimento, por 
meio da educação, possibilitando o armazenamento de normas e regras, fazendo com que esta se torne 
um ser social e cultural. 
Alfabetização, ética, formação de professores entre outros, são temas de discussão no site <www.revistaeduca-
cao.uol.com.br>. Sobre a psicanálise e a educação a revista editou um número especial, que faz parte da coleção 
Biblioteca do Professor.
Conforme D’andréa (1996), o Id e o Superego não são racionais, pois agem de forma imediata e irrefletida, 
cabendo ao Ego – parte racional – realizar uma transação realista considerando os aspectos próprios 
do indivíduo e do meio em que ele está inserido, ou seja, a relação entre estes três componentes da 
personalidade seria dinâmica e o Ego atuaria como mediador entre os impulsos do Id e as demandas do 
Superego.
INTEGRADOR
 
 
ID
 
EGO SUPEREGO
Realidade
 INTERDEPENDENTES
Mecanismos	de	defesa
Aos conflitos que, consequentemente, possam se formar a partir desta relação que se estabelece entre 
Id, Ego e Superego, desenvolvem-se os mecanismos de defesa, destinados a proteger os indivíduos dos 
impulsos

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