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A linguagem e suas alterações

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A linguagem e suas alterações
Disciplina: Processos Psicológico II
Turmas: 2º e 3º Períodos
Paulo Oliveira
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LINGUAGEM
A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma atividade especificamente humana, talvez a mais característica de nossas atividades mentais.
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É o principal instrumento de comunicação dos seres humanos.
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A linguagem é fundamental na elaboração e na expressão do pensamento.
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Dimensões básicas da linguagem:
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Funções da linguagem
Função comunicativa;
Suporte do pensamento;
Instrumento de expressão;
Afirmação do eu;
Dimensão artística e/ou lúdica
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Alterações da linguagem:
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM SECUNDÁRIAS A LESÃO NEURONAL IDENTIFICÁVEL: Ocorrem geralmente associadas a lesões vasculares cerebrais, tumores cerebrais. Caracteriza-se pelo caráter identificável de lesões neuronais. Lesões que ocorrem, geralmente, no hemisfério esquerdo, conhecido como área cerebral da linguagem.
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Afasia:
 Perda da linguagem falada e escrita, previamente adquirida no desenvolvimento cognitivo, por incapacidade de compreender e utilizar os símbolos verbais. 
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Divide-se em:
Afasia de Broca ou de expressão;
Afasia de compreensão ou de Wernicke;
Afasia global.
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1. Afasia de Broca ou de expressão:
Trata-se da afasia não-fluente, na qual o indivíduo, apesar do órgão fonador preservado, não consegue falar ou fala com dificuldades, de forma monótona, pois seus pronunciamentos são curtos, com latência aumentada nas respostas e sem contorno melódico.
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Assim, o paciente tem grande dificuldade (ou impossibilidade) de produzir a linguagem, de expressá-la de modo fluente. Entretanto, a compreensão da linguagem está relativamente preservada.
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Quando ocorre:
A afasia de Broca ocorre por lesões (na maior parte das vezes, vasculares) dos giros frontais póstero-inferiores esquerdos (área de Broca).
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2. Afasia de compreensão ou de Wernicke: 
Consiste na afasia fluente, em que o indivíduo continua podendo falar, mas a sua fala é muito defeituosa, às vezes incompreensível.
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O paciente não consegue compreender a linguagem (falada e escrita) e tem dificuldades para a repetição. Fala sem hesitação, mas produz muitos erros na escolha de palavras para expressar uma ideia. 
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Quando ocorre: 
Ocorre por lesões das áreas temporais esquerdas póstero-superiores (área de Wernicke).
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3. Afasia global:
Geralmente é uma afasia grave, não-fluente, acompanhada por hemiparesia direita, mais acentuada no braço. Deve-se a lesões amplas da região perisilviana esquerda.
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Parafasias:
Formas mais discretas de déficit de linguagem em que o individuo deforma algumas palavras, como designar de “ibro” o livro. 
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Agrafia:
É a perda, por lesão orgânica, da linguagem escrita, sem que haja qualquer déficit motor ou perda cognitiva global. Ocorre em forma pura (agrafia pura, por lesão da segunda circunvolução frontal) e em forma associada às afasias.
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Alexia
É a perda, de origem neurológica, da capacidade previamente adquirida para a leitura. Dá-se associada às afasias e às agrafias. Pode ocorrer forma pura e isolada.
Dislexia
É uma disfunção leve de leitura, encontrada principalmente em crianças que apresentam dificuldades diversas no aprendizado da linguagem escrita.
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Disartria: 
É a incapacidade de articular corretamente as palavras devido a alterações neuronais referentes ao aparelho fonador, alterações estas que produzem paresias, paralisias ou ataxias da musculatura da fonação.
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A fala é pastosa, aparentemente “embriagada”; a articulação das consoantes labiais e dentais é muito defeituosa, tornando, às vezes, difícil a compreensão
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Disfonia e Disfemia:
Disfonia – alteração da fala produzida pela mudança de sonoridade das palavras. A afonia é uma forma acentuada de disfonia, em que o indivíduo não consegue emitir nenhum som ou palavra. 
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A disfemia, é uma alteração da fala sem motivos orgânicos, determinada por fatores psicogênicos. A disfemia, ou afemia, está comumente associada a estados emocionais intensos, a quadros histéricos conversivos e a conflitos inconscientes intensos.
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Gagueira: 
É o tipo mais freqüente de disfemia; 
A gagueira pode ocorrer tanto devido a defeitos mecânicos da fonação – excessiva rapidez de emissão da voz, uso de tons inadequados, respiração viciosa – como devido a fatores emocionais, como ansiedade e timidez.
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Dislalia:
É a alteração da linguagem falada que resulta da deformação, da omissão ou da substituição dos fonemas, não havendo alterações identificáveis nos movimentos dos músculos que participam da articulação e da emissão das palavras.
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As dislalias orgânicas resultam de defeitos da língua, dos lábios, da abóbada palatina ou de qualquer outro componente do aparelho fonador.
Nas dislalias funcionais, não se observam alterações orgânicas do aparelho fonador, sendo a sua origem geralmente psicogênica, por conflitos interpessoais ou por imitação.
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Alterações da Linguagem associadas a transtornos Psiquiátricos Primários:
Inclui algumas alterações específicas da linguagem oral resultantes de comprometimentos emocionais.
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Logorréia, taquifasia e loquacidade
Na logorréia, existe a produção aumentada e acelerada (taquifasia) da linguagem verbal, um fluxo incessante de palavras e frases, freqüentemente associado ao taquipsiquismo geral, podendo haver perda da lógica do discurso.
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Exemplo:
“Querem que eu fale menos, mas não consigo mesmo, tem uma coisa aqui dentro de mim que não me deixa parar de falar”.
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Loquacidade é o aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo da lógico do discurso.
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Bradifasia:
Esta é uma alteração da linguagem oposta à taquifasia. Aqui o paciente fala muito vagarosamente, as palavras seguem-se umas às outras de forma lenta e difícil. 
Em geral, está associada a quadros depressivos graves, estados demenciais e esquizofrenia crônica ou com sintomas negativos.
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Mutismo:
De modo muito genérico, o mutismo pode ser definido como a ausência de resposta verbal oral por parte do doente. O paciente fica no leito sem responder ao entrevistador (embora, aparentemente, pudesse fazê-lo), sem qualquer resposta verbal.
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Perseveração e estereotipia verbal:
Há repetição automática de palavras ou trechos de frases, de modo estereotipado, mecânico e sem sentido, o que indica lesão orgânica, particularmente das áreas cerebrais pré-frontais.
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Ecolalia:
É a repetição da última ou das últimas palavras que o entrevistador (ou alguém no ambiente) falou ou dirigiu ao paciente. 
É um fenômeno quase que automático, involuntário, realizado sem planejamento ou controle.
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Exemplo:
Ao ser questionado “Qual o seu nome?”, o paciente fala: “Nome, nome, nome”; “Qual sua idade?”, ele diz: “Idade, idade, idade”.
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Palilalia e logoclonia:
Palilalia
é a repetição automática e estereotipada pelo paciente da última ou das últimas palavras que ele próprio emitiu em seu discurso. Ela ocorre de forma involuntária, sem controle. 
Logoclonia
é um fenômeno semelhante à palilalia, sendo que aqui a repetição automática e involuntária é a das últimas sílabas que o paciente pronunciou.
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Tiques verbais ou fonéticos
e coprolalia
Os tiques verbais são produções de fonemas ou palavras de forma recorrente, imprópria e irresistível. No tique verbal, o paciente produz geralmente sons guturais, abruptos e espasmódicos. É algo desagradável, mas impossível de ser contido pelo indivíduo (que pode apenas adiá-lo um pouco).
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Já a coprolalia é a emissão involuntária e repetitiva de palavras obscenas, vulgares ou relativas a excrementos. 
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Verbigeração:
É a repetição, de forma monótona e sem sentido comunicativo aparente, de palavras,
sílabas ou trechos de frases.
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Mussitação:
Fenômeno próximo à verbigeração, é a produção repetitiva de uma voz muito baixa, murmurada, em tom monocórdico, sem significado comunicativo. 
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Glossolalia:
É a produção de uma fala gutural, pouco compreensível, um verdadeiro conglomerado ininteligível de sons (ou, no plano escrito, de letras ininteligíveis).
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Referências bibliográficas:
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Psiquiátricos. Artmed. Porto Alegre, 2000. Capítulo 20.

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