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Minerais
ss 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3 
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 4 
2.2 – Minerais ....................................................................................... 4 
2.2.1 – Conceituação ......................................................................... 4 
2.2.2 – Formação ............................................................................... 5 
2.2.3 – Classificação .......................................................................... 6 
2.2.4 – Propriedades .......................................................................... 7 
2.2.4.1 – Propriedades Físicas ......................................................... 8 
2.2.4.2 – Propriedades Químicas ................................................... 13 
3 – CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NA AMOSTRA ................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – Introdução 
 Desde o início da sua existência na Terra, percebe-se o interesse do 
ser humano pelas substâncias naturais no tocante ao seu conhecimento e 
sua utilização. 
 Sua maior atenção fixou-se nos minerais e rochas, já que estes 
podiam servir para suas necessidades cotidianas, sendo modelados de 
forma rudimentar. 
 Posteriormente, quando foram descobertos os metais (ouro, ferro, 
cobre, etc.), deu início à investigação e experimentação de todas as rochas 
que os continham. 
 Descobertas arqueológicas revelam que povos antigos como 
Babilônios, Celtas e Gregos praticavam a extração mineral, porém o grande 
desenvolvimento em todos os domínios das ciências geológicas e, 
conseqüentemente, da mineralogia, data do século XVIII. 
 Nas obras de engenharia os solos e as rochas constituem os 
elementos de fundações, túneis, galerias, etc. 
 A pedra britada, o saibro (forma natural); rochas para revestimento 
(beneficiadas) e o cimento (industrializada) também são utilizados como 
materiais de construção. 
 Assim, na Engenharia, trabalha-se com uma grande variedade de 
tipos rochosos. Cada tipo rochoso tem suas características que devem ser 
conhecidas para que as obras sejam planejadas e executadas com menor 
custo e maior segurança. 
 
 
 
Deve-se enfatizar que os estudos petrográficos1, quando aplicados à 
Geologia de Engenharia, compreendem, além da determinação 
mineralógica e correta classificação da rocha, o fornecimento de 
informações detalhadas sobre sua granulometria, tipo de alteração 
(hidrotermal, intempérica) e sua intensidade, presença de minerais 
secundários, estado microfissural, microtectônica, etc. 
O desempenho dos diferentes tipos rochosos e as condições de uso 
a que serão submetidos visa a importância do conhecimento dos minerais 
formadores de rochas. 
2 – Revisão Bibliográfica 
2.1 – Mineralogia 
 " É a ciência que se ocupa dos minerais, da sua morfologia, da sua 
composição, das suas propriedades físicas e químicas sem esquecer as 
condições de sua “formação.”2 
2.2 – Minerais 
2.2.1 – Conceituação 
 Os minerais são combinações químicas naturais, ou, por vezes, mais 
raramente, elementos simples (Au, Ag, C), ou ligas que se formam no 
decurso dos processos geológicos. A maior parte dos minerais é de 
 
1
 Petrografia – Ciência que estudas as rochas. 
2
 Conceito de mineralogia fornecido pela " A Grande Enciclopédia dos Minerais ", pag.08. 
 
 
 
 
composição inorgânica, tendo excepcionalmente combinações de origem 
orgânica. 
 Quando o mineral é formado sob condições favoráveis, adquire uma 
estrutura atômica característica, o que condiciona na sua forma cristalina e 
suas propriedades físicas. Os minerais devem ser ainda fisicamente 
homogêneos. 
 Alguns minerais são amorfos (não têm forma própria) devido ao fato 
de não apresentarem estrutura interna definida. Minerais não amorfos 
ocorrem como cristais, que são corpos com forma geométricos, limitados 
por faces, arranjadas de maneira regular e relacionadas com a orientação 
da estrutura atômica. 
 Encontram-se na natureza mais de 3000 espécies de minerais. Os 
mais abundantes pertencem à classe dos silicatos. Os mais freqüentes 
quantitativamente na crosta terrestre são os minerais constituintes das 
rochas (quartzo, o feldspato, a mica, a calcita, entre outros). 
 Os únicos minerais líquidos considerados são o mercúrio metálico e 
a água. 
2.2.2 – Formação 
O estudo da origem dos minerais está intimamente ligado ao da 
origem das rochas, já que estas são formadas por minerais. São poucos os 
minerais que se formam livremente, em cavidades ou veios, ou pela 
sublimação de gases encanados dos vulcões. Alguns minerais podem ter 
mais de uma forma de origem, aparecendo em circunstâncias bem 
diferentes na crosta terrestre. 
 
 
 
 De uma maneira geral, os minerais podem ser formados pelo 
resfriamento do magma, resfriamento de soluções ou gases magmáticos, 
reações entre substâncias e intemperismo. 
 Através do processo magmático, formam-se os minerais a partir de 
silicatos incandescentes em fusão (o magma), ricos em componentes 
voláteis. Os magmas contêm, às vezes, quantidades consideráveis de 
água, que além de lhes conferir maior mobilidade, permitindo que os 
cristais adquiram volumes avantajados, toma parte da composição de 
muitos minerais formados. 
 No estágio final de solidificação do magma, produz-se 
freqüentemente a separação de silicatos sob a forma de corpos 
irregulares, de lentículas e de veios de aspecto granuloso, os pegmatitos. 
A estes pegmatitos estão associados numerosos minerais com grande 
importância econômica. Neste estágio ocorrem os feldspatos, os quartzos, 
as micas, alguns minerais opacos (magnetita e hematita), etc. 
Algumas vezes, os minerais destacam-se diretamente dos gases e 
vapores incandescentes, a esta formação se dá o nome de pneumatolítica. 
Por esse processo se formam o topázio, a turmalina, a fluorita e outros. 
2.2.3 – Classificação 
 É necessário classificar os minerais conforme um sistema que 
possibilite compará-los entre si e identificá-los. A classificação dos 
minerais se dá segundo a sua composição química e estrutura interna. 
 Os minerais que têm em comum a composição química, a estrutura 
interna e as propriedades físicas constituem a mesma espécie mineral. Os 
 
 
 
minerais que contêm uma reduzida quantidade de outro elemento ou 
aqueles que, embora possuindo a mesma composição química e a mesma 
estrutura cristalina, diferem exteriormente da espécie considerada são 
referidos como variedades dessa espécie. 
 Tendo como base esses critérios, os minerais conhecidos são 
distribuídos por classes. 
Em 1970, Strunz distribuiu os minerais em 9 classes de acordo com 
o Quadro 2.1. 
Quadro 2.1 – Classes de classificação dos minerais segundo Strunz. 
1 – Elementos 
2 – Sulfaretos (Selênio, telúrio, arsênico, antimônio, 
bismuto) 
3 – Halogenetos 
4 – Óxidos e hidróxidos 
5 – Nitratos, carbonatos, boratos 
6 – Sulfatos (cromatos, molibdatos, volframatos) 
7 – Fosfatos, arsenatos, vanadatos 
8 – Silicatos 
9 – "minerais" orgânicos 
Sendo essas classes divididas em subclasses, grupos, subgrupos, 
espécies e variedades. 
2.2.4 – Propriedades 
 As propriedades físicas dos minerais, muito importantes para a sua 
determinação, serão apresentadas de maneira resumida, na ordem que 
aparecem nos tratados de mineralogia. 
 
 
 
2.2.4.1 – Propriedades Físicas 
 Clivagem – é a propriedade de um mineral se fragmentarsegundo 
direções determinadas. A clivagem faz parte do grande conjunto de 
características que determinam a coesão do mineral. Esta propriedade é 
uma boa característica de identificação, pois nem todos minerais 
apresentam clivagem. Os planos de clivagem são orientados na direção 
de menor coesão, ou seja, na direção das ligações mais fracas entre 
cada unidade da estrutura cristalina. Ex: Calcita. 
 
 Fratura – é a superfície irregular que alguns minerais apresentam 
quando rompidos sob a ação de uma força, diferente do plano de 
clivagem ou de partição. Os termos usados mais comumente para 
exprimir o tipo de fratura são: concóide ou conchoidal, fibrosa ou 
estilhaçada, serrilhada, desigual ou irregular. Ex: Quartzo (conchoidal). 
 
 
 
 
 Dureza – é a resistência que oferece à penetração de outro corpo, ou 
seja, é a resistência oferecida por uma superfície lisa do mineral ao ser 
riscado. Na prática, utilizam-se escalas comparativas, relativas, 
representadas por certos minerais. A mais utilizada é a escala de Mohs 
que comporta dez graus e é constituída apenas por minerais que, 
quando pulverizados deixam um pó branco. Para determinação 
aproximada, utiliza-se uma escala prática, indicada no Quadro 3.2. 
Quadro 3.2 – Determinação da dureza de um mineral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mohs Determinação da dureza no campo Escala prática 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
Mineral típico 
talco 
gipso 
calcita 
fluorita 
apatita 
ortoclásio 
quartzo 
topázio 
coríndon 
diamante 
7,0 
6,0 
5,5 
5,0 
3,0 
2,5 unha 
moeda 
canivete 
vidro 
porcelana 
quartzo 
material dureza 
Riscado 
pela unha 
Riscado 
pela 
moeda 
Riscado pelo 
canivete 
Riscado pelo 
vidro e 
porcelana 
Riscado pelo 
quartzo 
 
 
 
 Tenacidade – é a resistência oferecida pelo mineral ao ser rasgado, 
moído, dobrado ou triturado. Também é ima propriedade relacionada 
com a coesão. Segundo tal propriedade os minerais podem ser: 
 Friáveis – facilmente rompidos e que se reduzem com facilidade a 
pó. (galena, pirolusita) 
 Maleáveis – possível de ser cortado por uma lâmina de aço. (ouro, 
cobre) 
 Dúcteis – minerais que como o ouro e a prata são redutíveis a fios. 
 Plásticos – possível de ser dobrado, mas não volta a forma original, 
terminada a tensão que o deforma. (gesso, clorita) 
 Elásticos – recupera a forma primitiva, ao cessar a tensão que o 
deforma, desde que não tenha atingido o limite de ruptura. (mica) 
 Peso específico – corresponde ao peso do mineral em relação ao peso 
de igual volume de água, calculado através : 
águaar
ar
esp
PP
P

.
 (2.1) 
onde: 
Par = peso do mineral no ar; 
Págua = peso do mineral imersa na água. 
O resultado deve ser obtido com precisão de duas casas decimais, 
para auxiliar a identificação do mineral. Como o resultado tem relação com 
a composição e a estrutura cristalina, o valor é constante para cada tipo de 
mineral. O peso específico normalmente se encontra entre 2 e 4, quando 
encontrado acima de 4, os minerais são denominados pesados. 
 
 
 
Propriedades que dependem da luz 
 Brilho – é a propriedade que os minerais possuem de refletir a luz. O 
brilho é dependente de vários fatores, entre os quais o índice de refração, 
absorção de luz, as características da superfície estudada (lisa ou rugosa). 
O brilho de um mineral aumenta com a elevação do índice de refração, 
diminui com a absorção da luz e com a rugosidade da superfície. O brilho 
não depende da cor, podendo o mineral apresentar brilho metálico ou não 
metálico.Ex: Pirita (ouro de tolo) 
 
 Cor – importante característica de identificação dos minerais, estando 
relacionada com defeitos estruturais, composição química ou 
impurezas contidas no mineral. 
Segundo a origem da respectiva cor, a mineralogia separa os minerais 
em 4 grupos. 
1. Incolores (acromáticos) – os raios luminosos atravessam-nos sem 
absorção na parte visível do espectro. (diamante, cristal de rocha). 
2. Coloridos (idiocromáticos) – a cor resulta da presença de átomos de 
um dado elemento próprio do mineral. (azurita – azul devido ao Cu, 
rodonita – rosa devido ao Mg) 
 
 
 
3. Cor adquirida (alocromáticos) – a cor resulta da presença de átomos 
de um elemento que o mineral contém vestígios, como acontece, 
por exemplo, com certas variedades de quartzo, de halita, de 
turmalina, etc. A coloração pode ser proveniente da presença de 
núcleos coloridos produzidos por um defeito na estrutura cristalina 
sem mistura de outros elementos. (quartzo fumado, ametista, 
diamante, fluorita) 
4. Aparentemente coloridos (pseudocromáticos) – produzem-se efeitos 
coloridos no cristal na seqüência de fenômenos ópticos. (fratura, 
refração, curvatura, dispersão ou interferência dos rios luminosos) 
 Traço (cor do pó) – é uma excelente característica de identificação para 
distinguir os minerais coloridos dos de cor adquirida. O pó pode ser 
obtido riscando o mineral com um objeto acerado, ou para uma 
determinação mais precisa, friccionando-o num pedaço de porcelana 
branca dura e não vidrada. Nos minerais opacos de brilho metálico 
(óxidos e sulfetos), esta é uma das propriedades avaliadoras para a 
identificação da espécie. 
 Refração – propriedade que alguns minerais possuem de deixar passar 
a luz (de um meio menos denso para outro mais denso); diminuindo a 
velocidade quando a mesma atravessa o mineral e muda de direção, 
obtendo-se deste modo o índice de refração. Cada mineral apresenta 
um índice de refração. Sendo esta propriedade utilizada somente em 
minerais transparentes. (calcita, diamante, topázio) 
 
 
 
 Magnetismo – existem materiais que naturalmente apresentam 
magnetismo, com a magnetita e em grau menor a pirrotita; ambos 
contêm alto teor de ferro em sua composição sendo desta maneira 
afetados por um campo magnético, podendo ser atraídos por um ímã. 
2.2.4.2 – Propriedades Químicas 
 É a propriedade química que determina a classificação dos minerais 
no sistema mineralógico. 
 Quanto às propriedades químicas, é feito apenas um teste utilizando 
ácido clorídrico (HCl) diluído. Quando ocorre efervescência ao pingar uma 
gota do ácido no mineral, conclui-se que o mesmo é um carbonato. 
3 – Características a serem Observadas na Amostra 
 Para que uma amostra seja identificada macroscopicamente, devem 
ser feitas as observações abaixo na seguinte seqüência; 
a) Reconhecer o tipo de brilho do mineral: se é metálico ou não 
metálico; 
b) Reconhecer a cor do mineral; 
c) Determinar a dureza: é uma propriedade relativa, devendo o mineral 
ser enquadrado entre certos valores na Escala de Mohs. Como escala 
prática usar: 
Quadro 3.1 – Escala de Mohs. 
Escala Prática 
Unha 2,5 
Moeda 3,0 
Canivete 5,0 
 
 
 
Vidro 5,5 
Porcelana 6,0 
Quartzo 7,0 
Obs.: A dureza do mineral será baixa quando estiver entre 1 – 2; média 
entre 3-5 e, alta, acima de 5. 
 
d) Reconhecer a cor do traço observado numa placa de porcelana 
opaca; 
e) Identificar o hábito mineral, ou seja, a forma como ele normalmente 
se apresenta, como por exemplo: lamelar, prismático, globular, 
granular, etc. 
f) Observar outras propriedades tais como: magnetismo, flexiblilidade, 
maleabilidade, clivagem, fratura, reação com ácido clorídrico diluído, 
etc. 
 
Como os elementos acima obtidos, recorre-se a tabelas de 
determinação de minerais, como aquelas em anexo, a fim de selecionar 
um ou mais minerais que possuam propriedades semelhantes.Deve-se ter 
em mente que este é um processo de determinação simplificado, que 
utiliza apenas propriedades macroscópicas e fáceis de serem observadas, 
não requerendo praticamente equipamento algum. Para um trabalho mais 
rigoroso, faz-se necessária à utilização de outras propriedades, como: 
ópticas, difração de raio X, peso específico, composição química, etc.

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