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Resumo farmacologia (drogas cardiovasculares)

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Gabriela Carvalho Abreu 
1 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a doença cardiovascular mais comum na 
atualidade. Sua prevalência aumenta de acordo com o avanço da idade, de modo que 
50% das pessoas entre 60 e 70 anos apresentam HAS. A persistência dessa doença 
pode levar à lesão de órgãos nobres, como rins, coração e cérebro, ao lesar os vasos 
desses órgãos. A HAS provoca alterações patológicas na vasculatura e hipertrofia do 
ventrículo esquerdo, sendo a principal causa do acidente vascular encefálico, e o 
principal fator de risco para a doença arterial coronariana e suas complicações – 
infarto do miocárdio e morte súbita cardíaca. A HAS é também o principal contribuinte 
para insuficiência cardíaca, insuficiência renal e aneurisma dissecante de aorta. 
A hipertensão é definida como um aumento prolongado da pressão arterial em valores 
maiores ou iguais a 140mmHg por 90mmHg, um critério que caracteriza um grupo de 
pacientes cujo risco de doença cardiovascular relacionada a hipertensão é alta o 
suficiente para obterem atenção médica – o critério utilizado são esses valores, e não 
sintomas do paciente, até porque muitos são assintomáticos, mas mesmo assim 
devem se tratar. 
Embora muitos estudos clínicos classifiquem a gravidade da hipertensão pela pressão 
diastólica, elevações progressivas da pressão sistólica são da mesma forma, 
indicadores dos eventos cardiovasculares adversos. Após os 50 anos, a pressão arterial 
sistólica prediz o desfecho melhor do que a pressão arterial diastólica. A pressão 
arterial sistólica tende a subir desproporcionalmente mais nos idosos por causa da 
redução da complacência dos vasos sanguíneos associada a envelhecimento e 
aterosclerose. A hipertensão sistólica isolada (às vezes definida como PA sistólica 
>140-160mmHg com PA diastólica <90mmHg) está restrita, em grande parte as 
pessoas com mais de 60 anos. 
Nos casos de PA muito elevada (sistólica maior ou igual a 210mmHg e ou diastólica 
maior ou igual a 120mmHg) um subconjunto de pacientes desenvolve arteriopatia 
fulminante caracterizada por lesão endotelial e marcante proliferação de células na 
túnica intima vascular levando ao espessamento dessa túnica e finalmente à oclusão 
arteriolar. Esta é a base patológica da síndrome de hipertensão com risco imediato de 
vida, que está associada à doença oclusiva microvascular de progressão rápida no rim 
(com insuficiência renal), cérebro (encefalopatia hipertensiva), insuficiência cardíaca 
congestiva e edema pulmonar. Estes pacientes precisam de manejo hospitalar 
emergencial para reduzir imediatamente a PA. 
A presença de alterações patológicas em órgãos alvos anuncia um prognóstico pior do 
que o mesmo nível de PA em um paciente sem esses, como hemorragia na retina, 
hipertrofia ventricular esquerda etc. O risco de doença cardiovascular, incapacidade e 
morte em pacientes hipertensos também é aumentado pelo tabagismo, diabetes ou 
elevação da lipoproteína de baixa densidade. A coexistência de hipertensão com esses 
fatores de riscos aumenta a morbidade e a mortalidade cardiovasculares para um grau 
que é composto por cada fator de risco adicional. 
 
Fisiopatologia: a HAS é causada por disfunções ou alterações no sistema de controle e 
regulação da pressão arterial. A pressão arterial pode ser definida como o resultado do 
produto entre o débito cardíaco (volume de sangue ejetado do coração por minuto) e 
a resistência vascular periférica total (força que o sangue exerce sobre a parede dos 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
2 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
vasos). O débito cardíaco é influenciado pela frequência cardíaca e pelo volume de 
ejeção sistólica. Segundo a lei de frank-sartling, o coração normal pode se adaptar ao 
volume que nele chega sem que haja acúmulo nos vasos. Sendo assim, alterações em 
algum desses parâmetros (DC ou RVP) pode alterar a pressão arterial. Ou seja, afetam 
mecanismos neurais (barorreceptores ou receptores cardiopulmonares), hormonais 
(sistema renina-angiotensina-aldosterona) ou os vasculares. 
 
 Os barorreceptores carotídeos são estimulados pelo estiramento das paredes 
vasculares produzido pela pressão interna (PA). A ativação desses barorreceptores 
inibe a descarga simpática central. Sendo assim, quando há estiramento das 
paredes vasculares, há redução do estímulo simpático e elas dilatam, buscando 
diminuir a pressão. Quando a pessoa transita para a postura ereta, a pressão 
diminui, o sangue se acumula nas veias abaixo do coração, e onde estão os 
barorreceptores ocorre uma redução do estiramento da parede. Isso faz com que 
ocorre uma redução da inibição da descarga simpática, ou seja, um aumento da 
atividade simpática. Essa atividade gera aumento da RVP por constrição das 
arteríolas e do DC por estimulação direta do coração e constrição dos vasos de 
capacitância, o que aumenta o retorno venoso e aumenta volume de ejeção. Tudo 
isso culmina por aumentar a PA e restaurá-la aos níveis normais. 
 O rim é o principal responsável pelo controle a longo prazo da PA. A redução da 
perfusão renal, bem como a redução da atividade neural simpática por meio dos 
receptores β adrenérgicos estimula a produção de renina, que aumenta a 
produção de angiotensina II (um potente vasoconstritor), além de estimular a 
síntese de aldosterona (que aumenta retenção de sódio e água, e 
consequentemente o volume sanguíneo), aumentando assim a PA. 
 Fatores vasculares: a liberação de substâncias vasoativas do endotélio vascular 
também pode estar envolvida nesse mecanismo de controle da PA por meio da 
regulação da RVP. Por exemplo, a endotelina causa vasoconstrição, enquanto o 
oxido nítrico causa vasodilatação. 
 
Nos indivíduos hipertensos, a regulação da PA se difere em relação aos indivíduos 
sadios, visto que os barorreceptores e os sistemas de controle renais de volume 
sanguíneo e PA parecem estar ajustados a um nível mais elevado de PA. O corpo se 
acostuma com a pressão elevada e quer mantê-la assim! 
A hipertensão pode ser classificada como essencial (primária) ou adquirida 
(secundária): a primária, que ocorre em 90% dos pacientes, possui etiologia 
desconhecida, atribuída geralmente à ingestão excessiva de sal, obesidade, etc. Já a 
secundária apresenta um diagnóstico objetivo, sendo geralmente associada a doenças 
renais, endócrinas, neurogênica e gravidez. 
 
Terapia Farmacológica 
 
Como já vimos, a pressão arterial é o produto do débito cardíaco e da resistência 
vascular periférica. Os fármacos reduzem a PA ao agir em um dos dois mecanismos ou 
em ambos. 
 Os fármacos podem reduzir o débito cardíaco ao inibir a contratilidade do 
miocárdio ou reduzir a pressão de enchimento do ventrículo. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
3 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Os fármacos podem reduzir a resistência vascular periférica ao agir sobre o 
músculo liso para provocar relaxamento dos vasos de resistência ou ao interferir na 
atividade dos sistemas que produzem constrição dos vasos de resistência (por 
exemplo, sistema nervoso simpático ou no sistema renina-angiotensina). 
 
Os fármacos anti-hipertensivos podem ser classificados de acordo com seus locais ou 
mecanismos de ação. Todos os agentes anti-hipertensivos atuam em um ou mais dos 
quatro locais anatômicos: arteríolas (resistência), vênulas (capacitância), coração 
(débito) e rim (volume). Em virtude de seus mecanismos comuns de ação, os fármacos 
dentro de cada categoria tendem a produzir um espectro semelhante de toxicidades. 
As consequências hemodinâmicas do tratamento prolongado com agentes anti-
hipertensivos fornecem o motivo para os efeitos potenciais complementares da 
terapia atual com dois ou mais fármacos. O uso simultâneo de fármacos com 
mecanismos de ação e efeitos hemodinâmicos similares produz na maioriadas vezes 
pouco benefício adicional. Entretanto, o uso simultâneo de fármacos de diferentes 
classes é uma estratégia para alcançar o controle eficiente da PA enquanto se reduz 
os efeitos adversos relacionados à dose. 
TRATAMENTOS FARMACÊUTICOS PARA DOENÇAS 
CARDIOVASCULARES 
1) Diuréticos 
2) Fármacos que atuam no SNS 
3) Fármacos que atuam no Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona 
4) Vasodilatadores Diretos 
5) Bloqueadores de Canal de Cálcio 
6) Nitratos Orgânicos 
7) Inibidores da Fosfodiesterase 
8) Fármacos Inotrópicos Positivos 
9) Agentes usados nas Arritmias Cardíacas 
DIURÉTICOS 
 Função: 
o Aumentam a taxa de fluxo da urina 
o Aumentam a taxa de excreção de sódio 
 Bloqueios de funções específicas de transporte são valiosas ferramentas para: 
o Hipertensão 
o Insuficiência cardíaca 
o Cirrose 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
4 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
 
São utilizados para aumentar o fluxo urinário e a excreção de sódio, então ajustam o 
volume e/ou a composição dos líquidos corporais. 
Além de aumentar o fluxo urinário e a excreção de sódio, também aumentam a 
excreção de um ânion associado: o cloro (Cl-) 
 NaCl: determinante do volume de líquido extracelular 
 Aplicação clínica dos diuréticos: visam reduzir o volume do líquido extracelular 
ao diminuir o conteúdo corporal total de NaCl 
 
Inibidores da 
anidrase carbônica 
osmóticos 
De alça 
Tiazídicos 
Antagonistas 
da aldosterona 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
5 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
Mecanismo de Ação 
 Alteram o equilíbrio do sódio e água 
 Restrição de sódio: o que leva a diminuição da pressão arterial em pacientes 
hipertensos 
 Mecanismo: 
o Depleção das reservas corporais de sódio 
o Diminui volume sanguíneo e débito cardíaco 
o Pode ocorrer aumento da RVP (mecanismo de compensação) 
 6 a 8 semanas: DC normaliza e RVP declina 
 Administração contínua de diurético: provoca déficit global prolongado de Na+ 
total do corpo 
 Mecanismos compensatórios equilibram a excreção de Na+: 
o Ativação do SNS 
o Ativação do eixo Renina-Angiotensina-Aldosterona 
 
Os diuréticos reduzem a PA, sobretudo ao produzirem depleção das reservas 
corporais de sódio. Inicialmente reduzem a PA ao diminuírem o volume sanguíneo e 
o débito cardíaco, porém, com o tempo pode ocorrer aumento da RVP como um 
mecanismo compensatório. 
 
Os diuréticos são efetivos na redução da PA em 10 a 15 mmHg na maioria dos 
pacientes e, com frequência, os diuréticos utilizados isoladamente proporcionam um 
tratamento adequado para a HAS leve e moderada. Na hipertensão mais grave, os 
diuréticos podem ser utilizados em combinação com outros anti-hipertensivos de 
outras classes, potencializando a eficácia de praticamente todos os outros fármacos 
anti-hipertensivos. 
No tratamento da HAS, o efeito colateral mais comum dos diuréticos (exceto os 
diuréticos poupadores de K+) consiste em depleção de potássio, levando à 
hipopotassemia. Ela pode ser muito perigosa em pacientes em uso de digitálico, 
naqueles que apresentam arritmias crônicas ou naqueles que sofreram infarto agudo 
do miocárdio. A perda de potássio está acoplada com a reabsorção de sódio, de modo 
que a restrição do aporte nutricional de sódio minimiza tal perda. Pode-se fazer 
suplementação de potássio. Os diuréticos poupadores de potássio, por outro lado, 
podem produzir hiperpotassemia, particularmente em pacientes com insuficiência 
renal e naqueles em uso de IECA ou BRA. Os diuréticos também podem causar 
depleção de magnésio, comprometer a tolerância a glicose e aumentar as 
concentrações séricas de lípides, além de aumentar as concentrações de ácido úrico, 
podendo precipitar gota. 
 
Indicação dos diuréticos: HAS, edemas em geral, insuficiências cardíaca, renal e 
hepática. 
 Local de ação: néfrons 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
6 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
 
CATEGORIAS 
 Inibidores da Anidrase Carbônica – Ex: Acetazolamida 
 Diuréticos Osmóticos – Ex: Manitol 
 Diuréticos de Alça – Ex: Furosemida 
 Diuréticos Tiazídicos – Ex: Hidroclorotiazida e Clortalidona 
 Diuréticos Poupadores de Potássio – Ex: Espironolactona, Eplerenona, 
Amilorida e Triantereno 
 
Inibidores da anidrase carbônica 
 
 Protótipo: Acetazolamida 
o Utilidade limitada como diurético; precursor dos diuréticos modernos 
 Mecanismo de ação: 
o Inibem a anidrase carbônica no túbulo contorcido proximal 
o Abolição da reabsorção de NaHCO³ no túbulo contorcido proximal 
o Aumenta excreção de HCO³-, juntamente com Na+ e K+ 
 Eleva o ph urinário 
 Leva a acidose metabólica 
o Diminui a formação de humor aquoso (reduz a PIO) 
 
Agem no TCP inibindo a enzima anidrase carbônica. Essa inibição gera um aumento 
da excreção de HCO3-, Na+ e K+; o bicarbonato se une ao sódio, gerando uma base, e 
a excreção dessa base aumenta o ph urinário. O que acarreta em acidose metabólica. 
A alcalinização do pH urinário aumenta a excreção de ácido úrico, cistina e ácidos 
fracos. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
7 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
 
 Bem absorvidos por administração oral 
 O aumento do ph urinário se dá em 30 min, no máximo 2h e persiste por 12h 
 Indicações clínicas: 
o Esta acidose metabólica justifica o uso da Acetazolamida no tratamento 
da epilepsia 
o Tratamento do glaucoma de ângulo aberto, visto que a anidrase 
carbônica está presente nos processos ciliares do olho, produzindo 
humor aquoso. Essa inibição enzimática resultará em uma menor 
produção do humor aquoso e, consequentemente, em uma redução da 
pressão intraocular (PIO) 
 Tratamento de glaucoma: Acetazolamida – 250mg (1 a 4 vezes 
ao dia) por via oral 
o A anidrase carbônica está presente em diversos tecidos fazendo com 
que haja frequentemente desenvolvimento de tolerância com esse 
fármaco, limitando a sua atividade. 
o A acetazolamida pode ainda ser utilizada preventivamente para evitar o 
mal das montanhas (a acidose metabólica compensa a alcalose 
respiratória gerada por uma hiperventilação quando estamos em 
ambientes com elevadas altitudes) 
 Inibidores da anidrase carbônica tópicos: Dorzolamida, Brinzolamida 
 
A maioria dos seus efeitos colaterais e contraindicações de seu uso se relacionam 
com a alcalinização da urina e a acidose metabólica. Pelo fato da alcalinização da 
urina desviar a amônia de origem renal da urina para a circulação plasmática, 
induzindo ou aumentando um quadro já estabelecido de encefalopatia hepática, tal 
fármaco é contraindicado no tratamento de pacientes com cirrose hepática. Além 
disso, favorece a formação de cálculo e cólica ureteral por aumento da deposição de 
sais de cálcio na urina. 
 
Diuréticos Osmóticos 
 
 Glicerina, Isossorbida, Manitol e Uréia 
 Protótipo: Manitol 
 Pouco absorvidos – administrados por via parenteral 
 A administração por via oral provocará diarreia osmótica 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
8 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Filtrado pelo glomérulo, mas não reabsorvido: provoca retenção de água, com 
diurese hídrica 
 Maior diurese que natriurese 
 
Reduzem a reabsorção passiva de NaCl na alça de Henle e no TCP ao reduzirem a 
tonicidade medular renal. O manitol é o principal representante, pouco utilizado por 
via oral – escolha por via parenteral. A glicerina e a isossorbida podem ser absorvidas 
por via oral, mas com risco de levarem a diarreia osmótica, visto que carregam água 
consigo. 
 
 Toxicidade e efeitos adversos: 
o Remoção de água intracelular 
o Expansão do volume extracelular 
 Edema pulmonar na insuficiência cardíaca 
 Hiponatremia com expansão hídrica 
o Hipernatremia e desidratação com perda de água após passar pelo rim 
o Contraindicados em pacientes com anúria 
 
Antes de chegar aos rins,os diuréticos osmóticos aumentam enormemente o volume 
sanguíneo por remoção da água intracelular para o compartimento vascular (através 
da osmose), o que pode sobrecarregar muito o coração. Sendo assim, é 
contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca podendo favorecer o 
surgimento de um edema pulmonar. Com essa expansão hídrica, tais fármacos levam 
inicialmente (antes de passar pelos rins) a uma hiponatremia (nível de sódio no 
sangue baixo). Posteriormente (após passar pelos rins) levam a uma hipernatremia e 
desidratação, devido a maior magnitude da diurese hídrica do que da natriurese. 
 
 Indicações clínicas: 
o Redução da pressão intraocular no pré e pós-operatório de cirurgia 
ocular 
o Redução do edema cerebral por redução da pressão intracraniana. 
(usado em neurocirurgias) 
o Antigamente, no tratamento do paciente altamente desidratado que 
poderia cursar para uma necrose tubular aguda, era indicado o uso de 
manitol para “abrir os rins”, devido ao grande volume que passava por 
eles devido à expansão hídrica. Hoje em dia, ele não é mais utilizado 
para este fim, pois sabe-se que o seu benefício não supera o de uma 
boa hidratação 
o Além disso, são utilizados no tratamento da Síndrome do Desequilíbrio 
da Diálise: a remoção muito rápida dos solutos do fluido extracelular 
leva a uma redução da osmolaridade desse fluido, provocando 
hipotensão e cefaleias, por deslocamento da água do compartimento 
extracelular para o intracelular. Os diuréticos osmóticos aumentam a 
osmolaridade do compartimento extracelular e, portanto deslocam a 
água de volta para esse compartimento 
 Dose: 1 a 2 g/Kg de manitol IV; não se aconselha o uso prolongado de manitol 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
9 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
Diuréticos de Alça 
 
 Inibem a reabsorção de NaCl no ramo ascendente espesso da alça de Henle 
 Aumentam a excreção urinária (Na+, Cl-, Ca²+ e Mg²+) 
 Medicamentos: Furosemida, Bumetanida, Ácido Etacrínico 
 Principal representante: Lasix, Furosemida 
 
Furosemida 
 Absorção e efeito: 2 a 3h 
 Mecanismo de ação: inibição do transporte luminal de Na+/K+/2Cl-, queda na 
reabsorção de NaCl e de Ca e Mg 
 
 
 São também chamados diuréticos de alta potência (promovem diurese 
abundante) – mais eficazes, de alto limiar, visto que atuam na alça de Henle 
(segundo local de maior absorção) 
 Rapidamente absorvidos 
 Furosemina induz: 
o Aumento da capacitância venosa sistêmica 
o Diminui pressão de enchimento do ventrículo esquerdo, antes do 
desenvolvimento da diurese 
o Pacientes com doença renal: meia vida de eliminação é prolongada 
 Toxicidade: 
o Hiponatremia (baixo nível de sódio) 
o Hipomagnesemia (risco de arritmias cardíacas) 
o Hipopotassemia (induz arritmia cardíaca) 
o Hipocalcemia (contraindicados em mulheres na menopausa devido ao 
risco de osteopenia) 
o Todos os inibidores do simporte sódio, potássio, cloreto, aumentam a 
excreção urinária de potássio e hidrogênio, gerando uma alcalose 
metabólica 
o Ototoxicidade (zumbido, surdez, vertigem) 
o Hiperuricemia (aumenta reabsorção do ácido úrico devido à 
hipovolemia). 
o Redução de HDL (lipoproteína de alta densidade) 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
10 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Alcalose Metabólica Hipopotassêmica: 
o Inibição da reabsorção de sal no RAR 
 Aumenta o aporte para o ducto coletor 
o Aporte aumentado leva a um aumento da secreção de K+ e H+ pelo 
ducto 
o Revertida pela reposição de K+ e correção da hipovolemia 
 Ototoxicidade 
o Perda auditiva relacionada com a dose 
o Habitualmente reversível 
o Comuns em pacientes com diminuição da função renal 
o Uso de outros fármacos ototóxicos (aminoglicosídicos) 
 Hiperuricemia: 
o Pode precipitar ataques de gota 
o Aumento da reabsorção de ácido úrico no túbulo contorcido proximal 
associado à hipovolemia 
o Evitado com uso em doses baixas 
 Hipomagnesemia: 
o Uso crônico de diuréticos de alça 
o Revertida pela administração de magnésio por via oral 
 Indicações clínicas: 
o Hipertensão arterial 
 Reduzem a PA 
 Redução da morbidade e mortalidade com os tiazídicos 
o Edema agudo de pulmão 
o Hiperpotassemia 
o Insuficiência cardíaca congestiva (emergências), pois diminui o débito 
cardíaco 
o Edema e ascite da cirrose hepática 
o Edema da síndrome nefrótica 
o Insuficiência renal crônica 
 Doses: em uma ou duas doses fracionadas 
 
 
Apesar de terem meia vida curta, são somente utilizados em 1 ou 2 doses, porque 
sua expoliação é alta. Na emergência, no entanto, utilizam dosagens maiores até a 
melhora do quadro do paciente. 
 
Diuréticos Tiazídicos 
 
 Protótipo: 
o Hidroclorotiazida 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
11 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
o Clortalidona 
 Aumentam a excreção de NaCl 
o Inibem o transportador Na+/Cl- no TCD 
 Aumentam a excreção de K+ 
 Aumentam a reabsorção de ácido úrico 
 Boa absorção por via oral 
 
 
 Toxicidade e efeitos adversos: são raros 
o Distúrbios do SNC (vertigem, cefaleia, fraqueza) 
o Gastrointestinais (anorexia, náuseas, cólicas, pancreatite) 
o Hematológicos (discrasias sanguíneas) 
o Dermatológicos (fotossensibilidade e erupções cutâneas) 
 Bem tolerados 
 Incidência de disfunção erétil maior que de outros anti-hipertensivos 
 Toxicidade 
o Anormalidades do equilíbrio hidroeletrolítico: 
 Depleção do volume extracelular 
 Hipotensão 
 Hipopotassemia 
 Hiponatremia 
o Hiperuricemia 
o Diminui a tolerância à glicose 
 Diabetes mellitus pode revelar-se durante a terapia 
o Pode aumentar os níveis de: 
 LDL-colesterol 
 Colesterol total 
 Triglicérides 
o Alcalose metabólica hipopotassêmica 
o Comprometimento da tolerância aos carboidratos 
 Hiperglicemia 
 Compromete a liberação pancreática de insulina e diminui a 
utilização tecidual da glicose 
 Reversível com a correção da hipopotassemia 
o Hiperlipidemia 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
12 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Aumento de 5 a 15% dos níveis de colesterol e LDL 
 Retorno aos valores basais após o uso prolongado 
o Obs: 
 A perda de potássio pode ser um grande problema nessa classe. 
Os IECA e os BRA atenuam essa perda, no entanto ao serem 
administrados com outros agentes poupadores de potássio ou 
com suplementos desse íon, podem gerar uma 
hiperpotassemia, potencialmente perigosa em alguns 
pacientes 
 A efetividade dos tiazídicos é reduzida quando a TFG está muito 
baixa (com exceção da metolazona, eficaz em pacientes com 
insuficiência renal). A maioria dos pacientes responderá aos 
diuréticos tiazídicos com uma redução na PA em cerca de 4 a 6 
semanas 
 Também são o suporte principal para tratamento da diabetes 
insipidus nefrogênico. São utilizados também na osteoporose 
(com a administração crônica reduzem a excreção de ácido úrico 
e de cálcio, já que aumentam a reabsorção desse íon e 
diminuem também a formação de cálculos renais, por exemplo) 
 
A ação inicial dessa classe é a redução do volume extracelular ao interagir com o 
transportador de NaCl sensível à tiazida, expresso no TCD do rim. Essa interação 
potencializa a excreção de sódio na urina causando queda do débito cardíaco. 
Entretanto, o efeito hipotensor não é mantido durante a terapia prolongada, já que 
o débito cardíaco retorna para os valores pré-tratamento graças às respostas 
compensatórias do corpo, como a ativação do sistema renina-angiotensina. Os 
diuréticos tiazídicos também promovem uma vasodilatação a longo prazo, de 
mecanismo ainda desconhecido (pode ocorrer como uma consequência indireta da 
ação desses fármacos nos rins). 
As benzotiadiazinas (tiazidas) são a classe de agentes anti-hipertensivos mais usados 
nos EUA. O primeiro a ser descoberto foi a clorotiazida, que hoje em dia é conhecidocomo hidroclorotiazida. A clortalidona não é uma benzotiadiazina, porém apresenta 
características estruturais e funções semelhantes às originais, sendo também 
amplamente utilizada no tratamento da HAS, assim como a indapamida. Os 
membros dessa classe possuem efeitos farmacológicos muitos semelhantes, e são 
intercambiáveis (com um adequado ajuste de dose). Porém, a farmacocinética e a 
farmacodinâmica deles é diferente, então eles não possuem exatamente a mesma 
eficácia clínica. 
 
 Uso terapêutico: 
o Hipertensão arterial: doses baixas, isolados ou em associação a outros 
anti-hipertensivos 
o Insuficiência cardíaca congestiva 
o Cirrose hepática 
o Insuficiência renal crônica 
o Glomerulonefrite aguda 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
13 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Doses: 
o Hidroclorotiazida: 12,5 a 50mg 
o Clortalidona: 25 a 50mg 
 Econômicos 
 Eficazes 
 Administrados uma vez ao dia 
 Para hipertensão: prescrever doses baixas (25mg) 
o Melhor tratamento incial, sem complicação 
 
Um estudo sugeriu que a eficácia da clortalidona é mais favorável do que a da 
hidroclorotiazida. Isso porque durante a noite, os efeitos da primeira eram melhores, 
já que sua meia vida (>24h) é maior do que a meia vida da segunda (algumas horas). 
Além disso, dados obtidos em estudos clínicos apoiam a capacidade da clortalidona 
em diminuir os eventos cardiovasculares adversos. 
Se utilizarmos um diurético tiazídico como monoterapia, podemos alcançar efeitos 
anti-hipertensivos em vários pacientes com uma dose pequena (12,5mg). Porém, a 
dose máxima diária não deve exceder o dobro dessa dose (25mg). Sendo assim, 
apesar da maior diurese obtida com doses altas, evidências sugerem que isso não é 
tão eficaz na redução da PA. Então, devemos adicionar uma segunda classe de 
fármaco ao invés de aumentar a dose dos tiazídicos, uma vez que se aumentarmos 
essa dose, os benefícios não compensam os efeitos adversos (como a perda de 
potássio e a inibição da excreção de ácido úrico). 
Como os efeitos diuréticos e hipotensores destes fármacos são muito potencializados 
quando administrados em combinação, deve-se ter cuidado ao iniciar a terapia 
combinada, com baixas doses de cada um destes fármacos. Ao contrário dessa 
limitação de dose dos tiazídicos usada na monoterapia, o tratamento da HAS grave, 
quando o paciente não responde a três ou mais fármacos, pode exigir doses maiores 
desses tiazídicos. 
Os diuréticos também têm a vantagem de reduzir a retenção de sal e água que é 
comumente provocada pelos vasodilatadores e alguns fármacos simpaticolíticos. É 
improvável que os diuréticos sejam eficientes como monoterapia em pacientes com 
hipertensão estágio II (PA sistólica maior ou igual a 160 ou PA diastólica maior ou 
igual a 100), sendo necessária a adição de outras classes. 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
14 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
Diuréticos Poupadores de Potássio 
 
 Impedem a secreção de K+  antagonizam os efeitos da aldosterona do túbulo 
distal final e no túbulo coletor 
 
 
 Amilorida e Triantereno: 
o Inibição do influxo de Na+ pelos canais iônicos da membrana luminal 
 Espironolactona 
o Antagonista dos receptores mineralocorticóide  Antagonista da 
aldosterona 
 A absorção de Na+ (e a secreção de K+) nos túbulos e ductos 
coletores é regulada pela aldosterona 
 Início de ação lento: leva dias para obtenção do efeito terapêutico integral 
 Indicações clínicas: 
o Natriurese discreta: raramente utilizados no tratamento do edema ou 
da hipertensão 
o Hiperaldosteronismo primário: 
 Adenomas suprarrenal ou hiperplasia suprarrenal 
o Hiperaldosteronismo secundário: 
 Insuficiência cardíaca 
 Cirrose hepática 
 Síndrome nefrótica 
o Diminuição do volume intravascular efetivo 
 
Inibem o influxo de sódio pelos canais iônicos da membrana luminal do TCD e DC 
(ducto coletor). É assim que agem a amilorida e o triantereno. Existem ainda os 
diuréticos poupadores de potássio, antagonistas mineralocorticóides (por 
competição), que são a espironolactona e a eplerenona. 
Os diuréticos poupadores de potássio são considerados de baixa potência, 
promovendo uma natriurese discreta, já que o DC é um local de pouca reabsorção. 
Por esse motivo, não são utilizados isoladamente nem para o edema nem para a 
HAS, mas aumentando a resposta diurética e anti-hipertensiva de outros diuréticos e 
mantendo os níveis de potássio normais. São utilizados também quando temos 
edema da cirrose hepática (espironolactona) e hiperaldosteronismo primário ou 
secundário. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
15 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Espironolactona: 
o Diurético de escolha na cirrose hepática 
o Diminui a morbidade, a mortalidade e as arritmias ventriculares da IC 
o Aumenta a resposta diurética antihipertensiva dos diuréticos tiazídicos 
e de alça 
o Resulta em níveis plasmáticos normais de K+ 
 Toxicidade: 
o Hiperpotassemia: pode ser potencialmente fatal 
o Contraindicações: pacientes hiperpotassêmicos 
o Acidose metabólica 
o Os antagonistas mineralocorticoides têm alguma afinidade pelos 
receptores de progesterona e androgênio (antagonizam testosterona) e, 
portanto, podem induzir efeitos colaterais como: 
 Ginecomastia 
 Impotência 
 Libido reduzida 
 Hirsutismo 
 Engrossamento da voz 
 Irregularidades menstruais 
 Obs: A eplerenona tem menos desses efeitos que a espironolactona. Quanto 
maiores os níveis de aldosterona no indivíduo, maior será a eficácia clínica da 
droga 
 Doses: 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
16 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
 
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 
Fármacos simpaticoplégicos ou simpaticolíticos reduzem a resistência vascular 
periférica, função cardíaca e aumentam o acúmulo venoso nos vasos de capacitância 
(os últimos dois efeitos reduzem o débito cardíaco). São utilizados para pacientes com 
hipertensão moderada a grave. Todos os agentes que reduzem PA ao modificarem a 
função simpática podem produzir efeitos compensatórios por meio de mecanismos 
que não dependem de nervos adrenérgicos. O efeito anti-hipertensivo pode ser 
limitado por aumento da retenção renal de sódio e expansão do volume sanguíneo. 
Por esse motivo tais agentes são mais efetivos quando associados com diuréticos. 
 Sistema nervoso simpático promove: 
o Aumento da contratilidade miocárdica 
o Aumenta a FC 
o Elevação da resistência vascular sistêmica 
Categorias 
 Antagonistas β-adrenérgicos: metoprolol, atenolol, propranolol 
 Antagonista α-adrenérgicos: prazosina, doxazosina, fentolamina 
 Antagonistas adrenérgicos mistos: labetalol, carvedilol 
 Agentes de ação central: metildopa, clonidina, guanabenzo 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
17 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
Antagonistas dos receptores adrenérgicos 
Bloqueadores dos receptores β-adrenérgicos 
 Receptor β1: responsável pelo aumento da força e da frequência de contração 
do coração e aumenta secreção de renina 
 Receptor β2: responsável por relaxar os músculos lisos respiratório, uterino e 
vascular 
 Receptor β3: responsável pela lipólise nas células adiposas 
 Afeta a regulação da circulação através: 
o Redução da contratilidade miocárdica, da FC, do DC e reduz a secreção 
de renina (angiotensina II) 
 Úteis na hipertensão leve, moderada e grave 
 Úteis para impedir taquicardia reflexa dos vasodilatadores 
 Reduzem mortalidade por insuficiência cardíaca  são particularmente úteis 
no tratamento da HA em pacientes com IAM prévio e insuficiência cardíaca 
 Toxicidade e efeitos adversos: 
o Resultam do bloqueio dos receptores β-cardíacos vasculares ou 
brônquicos 
o Indução de IC em pacientes suscetíveis 
o Bradiarritmias potencialmente fatais 
o Interrupção abrupta– pode exacerbar a angina 
o Piora da asma pré-existente 
o Fadiga e depressão 
o Comprometer reconhecimento da hipoglicemia nos diabéticos 
dependentes de insulina 
 Catecolaminas promovem glicogenólise e mobilizam glicose em 
resposta a hipoglicemia 
 Atenuam percepção de sintomas da hipoglicemia 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
18 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Não seletivos: 
o Propranolol: 
 Dose inicial: 40 a 80mg/dia 
 Manutenção: 80 a 480 mg/dia 
 β1 seletivos: 
o Atenolol: 
 Dose inicial: 50mg/dia 
 Manutenção: 50 a 100mg/dia 
o Metoprolol (Lopressor, Seloken) 
 Antagonista β1 seletivo 
 Dose média: 100mg/dia 
Propranolol: Bloqueador não seletivo. Demonstrou ser efetivo no tratamento da 
hipertensão e da cardiopatia isquêmica, já que reduz a contratilidade cardíaca e a 
demanda de oxigênio. Ele também inibe a estimulação da produção de renina 
pelas catecolaminas (mediada pelos receptores β1). Os principais efeitos tóxicos 
do propranolol resultam do bloqueio dos receptores β cardíacos vasculares e 
brônquicos: como não são seletivos, podem gerar broncoconstrição 
(contraindicado para pacientes asmáticos), aborto (contraindicados para 
grávidas), insuficiência vascular periférica, redução acentuada da contratilidade 
(contraindicado para pacientes com bradicardia ou doença cardíaca), e 
comprometimento do reconhecimento da hipoglicemia (contraindicado para 
diabetes. Isso porque as catecolaminas promovem a glicogenólise e mobilizam 
glicose em resposta à hipoglicemia). Quando se suspende o propranolol após o 
seu uso regular prolongado, alguns pacientes apresentam síndrome de 
abstinência manifestada por nervosismo, taquicardia, maior intensidade da 
angina e elevação da PA. Assim não é recomendado a suspensão abrupta. 
Metoprolol e Atenolol: em baixas dosagens são β1 seletivos. Em altas dosagens, 
perdem a especificidade. Por serem cardiosseletivos são os β bloqueadores mais 
usados no tratamento da hipertensão. A cardiosseletividade relativa pode ser 
vantajosa no tratamento de pacientes hipertensos que também apresentam 
asma, diabetes ou doença vascular periférica. Estudos recentes mostraram que o 
Atenolol é menos efetivo do que o Metoprolol na prevenção de complicações da 
hipertensão. Metoprolol causa disfunção erétil. 
 
Antagonista α1 adrenérgico 
 Efeitos anti-hipertensivos 
o Bloqueio α1 nas arteríolas e vênulas 
 Diminuem a resistência arteriolar 
 Aumentam a capacitância venosa 
 São usados primariamente em homens com HA e hiperplasia benigna 
prostática e obstrução vesical concomitantes 
 Alguns pacientes exibem uma queda abrupta da PA na posição ereta, pouco 
depois da absorção da primeira dose - por esse motivo, a primeira dose deve 
ser pequena e administrada ao deitar 
 Aumentam o reflexo da frequência cardíaca e a atividade da renina 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
19 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
o Retorna aos valores normais com tratamento prolongado 
 Aumentam o risco de ICC 
 Prazosina e doxazosina são α1 bloqueadores: produzem a maior parte de seus 
efeitos anti-hipertensivos por meio do bloqueio seletivo dos receptores α1 nas 
arteríolas e vênulas. Esses agentes provocam menos taquicardia reflexa quando 
reduzem a PA do que os antagonistas α não seletivos como a fentolamina. 
 Uso clínico: 
o Efeito hipotensor discreto em longo prazo 
o Aparecimento de tolerância 
 Por retenção de sal e água quando esses fármacos não são 
associados a diuréticos 
 Exige o uso de doses gradativamente maiores 
 Devem ser associados a outros anti-hipertensivos  não recomendado como 
monoterapia 
o Mais efetivos em associação com betabloqueadores e diuréticos 
 Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico 
 
 Prazosina 
 Dose inicial: 3mg/dia 
 Manutenção:10 a 30mg/dia 
 
 Doxazosina 
 4mg/dia 
 Indicado para hipertrofia prostática benigna (HPB) 
Fármacos de Ação Central 
Fármacos agonistas dos receptores α2-adrenérgicos 
 
 Metildopa 
 Mecanismo de ação: análogo da L-DOPA  convertida em α-metildopamina e, 
finalmente em α-metilnorepinefrina 
 Pró fármaco que segue a via de síntese de norepinefrina 
o A α-metilnorepinefrina é armazenada em vesículas, nas quais substitui a 
norepinefrina 
o Agonista nos receptores α2 adrenérgicos pré-sinápticos no tronco 
encefálico, reduzindo a descarga do SNS 
 Uso limitado ao tratamento da HA durante a gravidez 
 Inibe o efluxo adrenérgico no tronco encefálico e a liberação de norepinefrina 
(vasoconstritora) 
 Dose inicial: 250mg, 2 vezes/dia 
 Dose de manutenção: 1 a 2g/dia 
 Efeito indesejável: sedação e cansaço mental 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
20 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Clonidina 
 Agonista dos receptores α2-adrenérgicos do tronco cerebral 
o Diminui a descarga simpática do SNC 
 Efeito sobre o débito cardíaco 
o Diminui a FC 
 Resistência periférica: relaxa vasos de capacitância 
 Efeitos indesejáveis: 
o Sedação 
o Xerostomia 
o Síndrome da abstinência (crise hipertensiva) 
 Dose inicial: 0,2mg/dia 
 Dose de manutenção: 0,2 a 1,2 mg/dia 
Reduzem a descarga simpática dos centros vasomotores no tronco encefálico, mas 
permitem que eles conservem ou até mesmo aumentem a sua sensibilidade ao 
barorreceptor. Também podem atuar no cérebro reduzindo a liberação de 
norepinefrina nos sítios receptores relevantes. Temos, como principais 
representantes, a clonidina e a metildopa (que gera como produto a 
etilnorepinefrina). Ambas regulam a PA ao envolver neurônios adrenérgicos centrais 
que modulam os efeitos barorreceptores. Elas ligam-se firmemente aos receptores 
α2 adrenérgicos. A clonidina liga-se também a um sitio não receptor adrenérgico, o 
receptor de imidazolina, que também pode mediar efeitos anti-hipertensivos. Os 
efeitos hemodinâmicos das duas drogas são ligeiramente diferentes: a clonidina 
diminui mais a FC e o DC do que a metildopa. 
 
Antagonistas adrenérgicos mistos 
 
 Esses fármacos exercem efeitos tanto β-bloqueadores quanto vasodilatadores 
 Associar antagonista α1 com β bloqueador não é o mesmo que utilizar 
bloqueadores adrenérgicos mistos, uma vez que a relação β:α muitas vezes 
não é de 1:1 
 
 Labetalol: 
 Mistura racêmica, em que a relação de antagonismo β:α é de 3:1 
 A redução da PA deve-se a diminuição da resistência vascular sistêmica (através 
do bloqueio α), sem alteração significativa da FC ou do DC 
 Em virtude de sua ação combinada alfa e beta bloqueadora, o labetalol tem 
utilidade no tratamento da hipertensão do feocromocitoma e nas 
emergências hipertensivas 
 
 Carvedilol: 
 Bloqueio β1, β2 e α1 
 Efeitos antioxidantes e antiproliferativos 
 Antagonista β1-seletivo dos receptores β e antagonista α1-seletivo 
 Produz vasodilatação 
 Dose inicial: 6,25mg duas vezes/dia 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
21 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Até 25mg duas vezes/dia 
 Mistura racêmica, relação antagonismo β:α é de 10:1 
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA 
 
 Renina, angiotensina e aldosterona – participam de modo significativo da 
hipertensão, na IC, infarto no miocárdio e nefropatia diabética 
 Três classes: 
o IECA – Ex: Captopril, Enalapril, Lisinopril 
o BRA’s – Ex: Losartana 
o Inibidor direto de renina – Ex: Alisquireno 
 
 
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona 
 
 A renina é liberada pelas células justaglomerulares, estimulada por fatores 
como: queda da pressão, ativação do SNS e redução da concentração de sódio 
no túbulo distal do néfron 
 Converte o angiotensinogênio em angiotensina I, convertida em angiotensina II 
pela ECA 
 A angiotensina II atua em receptores AT¹ 
o Nos vasos promovendovasoconstrição 
o Nos rins leva a retenção de sódio e água 
 A angiotensina II também estimula a liberação de aldosterona na medula das 
suprarrenais e potencializa a atividade simpática 
 Aldosterona também atua nos rins, promovendo a reabsorção de sódio e de 
água 
 
 Angiotensina II: 
 Potente vasoconstritor arterial 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
22 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Mediador da retenção de Na+ e água 
 Potencializa a liberação de catecolaminas 
 Liberação de aldosterona 
 Proliferação celular – mediados por receptor AT¹ 
 É arritmogênica 
 Promove hiperplasia vascular 
 Hipertrofia miocárdica patológica 
 Estimula a morte de miócitos 
 
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) 
 
 Bloqueiam a conversão de angiotensina I em angiotensina II 
 Diminuem a resistência vascular periférica 
 Reduzem a progressão da glomerulopatia diabética 
 Atenuam a elevação das concentrações de aldosterona em resposta à perda de 
Na+ (mecanismo compensatório) 
 Aumentam a eficácia dos diuréticos 
 Efeitos adversos: 
o Pode ocorrer retenção de K+ 
o Tosse seca 
o Angioedema 
o Contraindicados na gravidez 
o Exantema e febre 
 Iniciar terapia com pequenas doses – acentuada queda inicial da PA 
 
 Captopril: 
 Dose inicial: 50mg/dia 
 Dose de manutenção: 75 a 150mg/dia 
 
 Enalapril: 
 Dose inicial: 5mg/dia 
 Dose de manutenção: 10 a 20mg/dia (1 ou 2 vezes/dia) 
 
 Lisinopril: 
 Dose inicial: 5 a 10mg/dia 
 Dose de manutenção: 5 a 40 mg/dia (1 ou 2 vezes/dia) 
 
Bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) 
 
 Bloqueio seletivo do receptor AT¹ Ang II 
 Principais efeitos biológicos da angiotensina II 
 
 Losartana: 
 Dose de manutenção: 25 a 100mg/dia 
 Menos frequente tosse e angioedema 
 Não devem ser administrados na gravidez 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
23 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Efeito completo 4 semanas após início 
 São renoprotetores no diabetes mellitus 
 
Inibidores Direto da Renina 
 
 Alisquireno 
 Inibidor competitivo da renina 
o Inibe a atividade renina plasmática 
o Reduz a formação de angiotensina II via angiotensina I 
 Baixa biodisponibilidade oral (2,6%) 
 Meia vida de eliminação de 40 horas 
 Uma administração ao dia 
 Reações Adversas: 
o Vertigem, fadiga 
o Sintomas semelhantes à gripe 
o Dores nas costas 
o Hiperpotassemia 
o Tosse (baixa incidência) 
 
As angiotensinas contribuem, assim, para a manutenção de uma RVP elevada nos 
estados hipertensivos associados à grande atividade da renina plasmática, como 
estenose da artéria renal, alguns tipos de doença renal intrínseca e hipertensão 
maligna, bem como na hipertensão essencial, após tratamento com restrição de 
sódio, diuréticos ou vasodilatadores. Além disso, a ECA ainda inativa a bradicinina, 
um potente vasodilatador, que atua pelo menos em parte ao estimular a liberação 
de oxido nítrico e de prostaciclina. 
Os inibidores da angiotensina são os agentes que bloqueiam a produção ou ação da 
angiotensina, e assim reduzem a RVP e potencialmente o volume sanguíneo. A PA de 
pacientes hipertensos com renina elevada responde de modo satisfatório a fármacos 
que interferem no sistema, sustentando o papel do excesso de renina e angiotensina 
nessa população. Além dos IECA e dos BRA, existem também outros antagonistas 
não peptídicos (alisquireno, antagonista da renina, ativo por via oral), inibidores do 
receptor de aldosterona (espironolactona, eplerenona, diuréticos poupadores de 
potássio) e β bloqueadores (que podem reduzir a síntese de renina). 
 
IECA – INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA 
São a primeira linha no tratamento de pacientes com ICC. Os IECA, portanto reduzem 
a PA principalmente ao reduzirem a RVP. Ao contrário dos vasodilatadores diretos, 
esses agentes não resultam em ativação simpática reflexa e podem ser usados com 
segurança em indivíduos portadores de cardiopatia isquêmica. Os IECA 
desempenham um papel particularmente útil no tratamento de pacientes com 
doença renal crônica, visto que diminuem a proteinúria e estabilizam a função renal. 
Esse efeito é bastante valioso no caso de portadores de diabetes, e hoje, tais 
fármacos são recomendados a esses pacientes mesmo na ausência da hipertensão. 
O captopril e outros fármacos dessa classe inibem a enzima conversora que hidrolisa 
a angiotensina I em angiotensina II. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
24 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
O enalapril é um pró-farmaco oral, convertido por hidrolise em IECA. A vantagem do 
enalapril sobre o captopril são intervalos maiores de administração (administrado 1 
ou 2 vezes ao dia, enquanto o captopril deve ser administrado 3 vezes ao dia). 
Lisinopril também pode ser utilizado, com uma meia vida maior ainda. 
Toxicidade: insuficiência renal aguda (geralmente em pacientes com estenose da 
artéria renal). Por diminuírem a pressão de filtração glomerular são contraindicados 
em pacientes portadores de insuficiência renal. Tosse seca (a bradicinina e a 
substância P parecem responsáveis pela tosse, já que se acumulam no pulmão) e 
angioedema. Os IECA são contraindicados durante o segundo e terceiro trimestre de 
gravidez, devido ao risco de hipotensão fetal, anúria e insuficiência renal, algumas 
vezes associado a má formações ou morte fetal. As interações medicamentosas 
importantes incluem aquelas com suplementos de potássio ou diuréticos 
poupadores de potássio, que podem resultar em hiperpotassemia. Os IECA e 
antagonistas do receptor de angiotensina II relaxam a artéria eferente renal 
diminuindo a pressão de filtração glomerular, aumentando a taxa de reabsorção de 
potássio, sendo por esse motivo utilizado para atenuar a perda de potássio induzida 
por diuréticos. 
 
BRA – BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA 
O losartano e o valsartano foram os primeiros bloqueadores do receptor de 
angiotensina II do tipo 1 (AT1). Esses fármacos não exercem efeito sobre a 
bradicinina e, portanto são bloqueadores mais seletivos dos efeitos da angiotensina 
do que os IECA. Porém, são superiores ao IECA teoricamente, mas não clinicamente – 
existem outras enzimas além da ECA capazes de gerar angiotensina II através de vias 
alternativas. Os BRA proporcionam benefícios semelhantes àqueles dos IECA em 
pacientes com insuficiência cardíaca e doença renal crônica. Os efeitos colaterais são 
semelhantes também, incluindo o risco de uso durante a gravidez. A tosse e o 
angioedema, porém, são menos comuns. Por esse motivo, os bloqueadores do 
receptor de angiotensina são indicados para pacientes que não suportam a tosse 
seca produzida pelos IECA. Ainda usamos mais IECA porque eles já foram 
extremamente estudados, garantindo eficácia, diminuição da morbidade e 
mortalidade, enquanto os BRA ainda estão com seus estudos em andamento. 
 
VASODILATADORES DIRETOS 
 
 Relaxam o músculo liso das arteríolas 
 Diminuem a resistência vascular periférica 
 Desencadeiam respostas compensatórias 
o Barorreceptores 
o Sistema nervoso simpático 
o Sistema renina-angiotensina-aldosterona 
 Melhor atuação: 
o Associação com anti-hipertensivos que se opõem às respostas 
cardiovasculares compensatórias 
 Podem induzir isquemia miocárdica 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
25 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Hidralazina: 
 Pouco usada devido a taquifilaxia (tolerância) 
 Utilizada na hipertensão grave 
 Com terapia combinada: 
o Simpaticolíticos e diuréticos 
 Efeitos adversos: 
o Cefaleia, náuseas, palpitações, rubor, taquicardia e síndrome do lúpus 
induzida (após seis meses de uso) 
 Dose: 40 a 200 mg/dia 
 Mecanismo de ação 
o Promove relaxamento do músculo liso arteriolar 
o Envolve queda na concentração intracelular de cálcio 
o Interferênciana ação do inusitol trifosfato (IP3) sobre a liberação do 
cálcio do retículo sarcoplasmático 
o Não induz relaxamento das artérias coronarianas - não atua no leito 
venoso 
 
 Minoxidil: 
 Eficaz para formas graves e resistentes de hipertensão 
 Dilata as arteríolas, mas não as veias 
 Reservado para hipertensão grave, resistente, com insuficiência renal: 
o Associado a diurético e β bloqueador 
 Dose: 5 a 10 mg/dia (até 40 mg/dia) 
 Mecanismo de ação 
o Envolve sua conversão em um metabólito ativo, o sulfato de minoxidil 
o A vasodilatação arteriolar envolve a abertura de canais de potássio no 
músculo liso 
o O efluxo de potássio proveniente dessa abertura causa 
hiperpolarização e consequente relaxamento da musculatura lisa 
 Reações adversas e efeitos adversos: 
o Vasodilatação arteriolar, com queda da pressão arterial, pode causar 
ativação do SNS 
o Taquicardia, palpitações, edema, cefaleia, sudorese e hirsutismo 
o Aumento do débito cardíaco: resulta em insuficiência cardíaca 
 Aumento da frequência e contratilidade cardíaca e maior 
consumo de oxigênio pelo miocárdio reduz o fluxo sanguíneo de 
áreas isquêmicas 
o Essas ações podem agravar a isquemia miocárdica em pacientes com 
coronariopatia 
o Pode induzir maior retenção de sódio e água, em razão da queda da 
pressão de perfusão renal 
o Minoxidil tópico pode ser utilizado como estimulante do crescimento 
capilar para correção da calvície. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
26 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
 
Os vasodilatadores úteis na HAS relaxam a musculatura lisa das arteríolas, 
diminuindo assim a RVP. A diminuição da resistência arterial e da PA desencadeia 
respostas compensatórias; assim, os vasodilatadores atuam melhor em combinação 
com outros agentes que se opõem a estas. 
Hidralazina: vasodilatador oral que dilata as arteríolas, mas não as veias. Pode ser 
usada de modo mais efetivo no tratamento da HA grave. A combinação da 
hidralazina com nitratos mostra-se útil na IC. Os efeitos colaterais mais comuns 
consistem em: cefaleia, náuseas, anorexia, palpitações, sudorese e rubor. Com doses 
altas, pode-se observar uma síndrome caracterizada por artralgia, erupções cutâneas 
e febre que se assemelham ao lúpus eritematoso. Essa síndrome não está associada 
a lesão renal e é revertida com a suspensão do fármaco. Interfere na ação do inusitol 
trifosfato e assim impede a liberação de cálcio no retículo sarcoplasmático. 
Minoxidil: vasodilatador oral que gera abertura de canais de potássio nas 
membranas das células musculares lisas; estabiliza a membrana em seu potencial de 
repouso e torna mais difícil a contração. Dilata arteríolas, mas não veias. Em virtude 
do seu maior efeito potencial, deve substituir a hidralazina nos casos em que a 
administração máxima desta ainda não é efetiva. Ainda mais que a hidralazina, o 
minoxidil está associado à estimulação reflexa simpática e à retenção de sódio e 
água. Deve ser por esse motivo ser usado com β bloqueador ou diurético de alça. A 
cefaleia, a sudorese e a hipertricose são relativamente comuns (devido a esse último 
efeito, o minoxidil tópico é aplicado para correção da calvície). 
 
BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO 
 
 O conhecimento de que é necessário influxo de cálcio para a contração dos 
músculos liso e cardíaco remota do final do ano de 1800 
 A descoberta de canais de cálcio no músculo cardíaco, e, posteriormente, em 
outros tecidos possibilitou o desenvolvimento de fármacos bloqueadores 
desses canais clinicamente úteis 
 Mecanismo de ação: 
o Os bloqueadores de canais de cálcio bloqueiam os canais do tipo L no 
músculo cardíaco e no músculo liso arterial 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
27 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Exercem poucos efeitos sobre o leito venoso. 
o Diidropiridinas 
 Maior efeito sobre o músculo liso 
o Verapamil e o Diltiazem 
 Mais seletivos para canais de cálcio no músculo cardíaco 
o Outros tipos de canais de cálcio são menos sensíveis à ação desses 
bloqueadores 
 
Antagonismo dos Canais de Cálcio 
 
 No músculo liso vascular sua ação resulta em relaxamento nos leitos arteriais 
 Produzem também: efeitos inotrópicos e cronotrópicos negativos 
 Fármacos: 
o Diidropiridinas: anlodipino, nifedipino 
o Não-diipiridínicos: diltiazem, verapamil 
 Efeitos cardiovasculares: 
o Relaxam o músculo liso arterial 
o Exercem pouco efeito sobre os leitos venosos 
 Não afetam significativamente a pré-carga cardíaca 
o Produzem efeito inotrópico negativo 
o O nifedipino não afeta a condução do nó SA e AV 
o O verapamil e diltiazem deprimem o nó SA e AV, base do tratamento 
de taquiarritmias supraventriculares 
 Efeitos hemodinâmicos: 
o Diminuem a resistência vascular coronariana e aumentam o fluxo 
sanguíneo coronariano 
o Diidropiridinas: vasodilatadoras mais potentes que o verapamil, que é 
mais potente que o diltiazem 
o Redução da PA: provoca reflexos simpáticos, taquicardia, inotropismo 
positivo 
o Menos taquicardia reflexa com o anlodipino do que com o nifedipino, 
devido a meia vida longa 
o Verapamil e diltiazem: efeito cronotrópico negativo e diminuem a PA 
 Toxicidade 
o Vasodilatação excessiva: 
 Tonteira, hipotensão, cefaléia, rubor, náuseas, edema periférico 
o Depressão cardíaca 
o Bradicardia 
o Bloqueio atrioventricular 
o Insuficiência cardíaca 
o Contraindicada associação de verapamil venoso com antagonistas β-
adrenérgicos 
 Bloqueio AV, depressão da função ventricular 
 Usos Terapêuticos: 
o Anlodipino: 
 Indicação: angina, hipertensão 
 Dose: 5 a 10mg, 1 vez/dia 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
28 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
o Nifedipino: 
 Indicação: angina, hipertensão, fenômeno de Raynaud 
 Dose: 20 a 40mg VO, a cada 8h 
 Usada com formulação de liberação prolongada (diminui cefaléia 
e rubor) 
 Não mais usada na redução urgente da PA 
 Inibem a eliminação de digoxina 
 Monoterapia 
 Tratamento preferido: idosos com hipertensão sistólica isolada 
o Diltiazem 
 Indicação: angina, hipertensão, fenômeno de Raynaud 
 Dose: 30 a 80mg VO, a cada 8h 
o Verapamil 
 Indicação: angina, hipertensão, arritmias, enxaqueca 
 Doses: 80 a 160mg VO, a cada 8h 
 
 
 
Além de seus efeitos antianginosos e antiarritmicos, os bloqueadores dos canais de 
cálcio também reduzem a RVP e a PA. O mecanismo de ação na hipertensão e em 
parte na angina consiste na inibição do influxo de cálcio nas células musculares lisas 
arteriais. 
DIIDROPIRIDÍNICOS: anlodipino, nifedipino. São todos igualmente efetivos na 
redução da PA. Nifedipino é utilizado principalmente em idosos como monoterapia 
na hipertensão sistólica isolada. 
NÃO-DIIDROPIRIDÍNICOS: verapamil, diltiazem. Possuem menor poder vasodilatador 
e maior efeito depressor cardíaco (o verapamil pode diminuir tanto a FC quanto o 
DC). Por esses motivos, são mais indicados nos pacientes com cardiopatias 
isquêmicas e arritmias. Podem causar bradicardia. Recomenda-se que as 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
29 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
diidropiridínas orais de ação curta não sejam utilizadas no tratamento da HA; as de 
ação de liberação prolongada proporcionam um controle mais uniforme da PA. 
O canal de cálcio do tipo L limitado pela voltagem é dominante na musculatura lisa e 
cardíaca e contém vários receptores para fármacos. Os fármacos agem a partir do 
lado interno da membrana dessas células e se ligam de forma mais efetiva aos canais 
abertos e inativados. A ligação do fármaco reduz a frequência de abertura dos canais 
de cálcio em resposta a um estímulo despolarizante, o que resulta em acentuada 
diminuição da corrente de cálcio transmembrana. Assim, no músculo liso, tem-se 
vasodilatação de longa duração e, no músculo cardíaco, redução da contratilidade 
por todoo coração e diminuição da frequência do marca passo do nodo sinusal e da 
velocidade de condução do nodo AV. As respostas do músculo liso ao influxo de 
cálcio através dos canais de cálcio regulados por ligante também são reduzidos por 
estes fármacos, mas não de modo tão acentuado. 
As diidropiridínas possuem maior proporção sobre a musculatura lisa vascular em 
relação aos efeitos cardíacos das não diidropiridínas (verapamil). O bloqueio 
simultâneo dos canais de potássio pelo verapamil podem ser responsáveis pelo 
efeito relativamente menor deste sobre a vasodilatação. As diidropiridinas parecem 
bloquear os canais de cálcio do músculo liso em concentrações abaixo daquelas 
necessárias aos efeitos cardíacos significativos, sendo então menos depressoras 
cardíacas que os fármacos não diidropiridinicos. 
No sistema vascular, as arteríolas parecem ser mais sensíveis que as veias, o que gera 
uma redução da pós-carga. A redução na RVP é o mecanismo pelo qual estes agentes 
podem beneficiar o paciente com angina de esforço. A redução do espasmo da 
artéria coronária foi demonstrada nos pacientes com angina variante. O músculo 
cardíaco depende bastante do influxo de cálcio durante cada potencial de ação da 
função normal, a geração do impulso no nodo sinoatrial e a condução no nodo AV. 
Os chamados potenciais de ação de resposta lenta ou cálcio-dependentes podem 
estar reduzidos ou bloqueados por todos os bloqueadores dos canais de cálcio. Além 
disso, o acoplamento excitação-contração em todas as células cardíacas requer o 
influxo de cálcio, de tal maneira que esses fármacos reduzem a contratilidade 
cardíaca de modo dose-dependente. Essa redução da função mecânica cardíaca 
constitui outro mecanismo pelos quais os bloqueadores dos canais de cálcio 
diminuem a demanda de oxigênio nos pacientes com angina. Como o músculo 
esquelético utiliza suas reservas de cálcio intracelular para sustentar o acoplamento 
excitação-contração, não é tão dependente do influxo de cálcio transmembrana. 
Em resumo, o bloqueio do canal de cálcio na musculatura lisa vascular diminui a PA e 
a pressão intraventricular, o que reduz a tensão da parede ventricular, diminuindo 
também a demanda miocárdica de oxigênio. A FC diminuída com o uso de verapamil 
e diltiazem provoca diminuição adicional dessa demanda. O verapamil e o diltiazem 
por diminuírem a condução nodal e AV são com frequência efetivos no tratamento 
da taquicardia supraventricular por reentrada e na diminuição das respostas 
ventriculares na fibrilação atrial. O nifedipino não afeta a condução atrioventricular. 
Sendo assim, a taquicardia reflexa significativa em resposta a hipotensão ocorre com 
mais frequência com o nifedipino e menos com os fármacos não diidropiridinicos 
(ocorre menos com o anlodipino do que com o nifedipino, devido a meia vida mais 
longa). 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
30 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
Toxicidade: a inibição excessiva do influxo de cálcio pode provocar grave depressão 
cardíaca, inclusive bradicardia, bloqueio atrioventricular e insuficiência cardíaca, que 
são mais frequentes com o uso de bloqueadores de canais de cálcio de ação 
relativamente curta e liberação imediata, como o nifedipino. As toxicidades menores 
incluem rubor, tontura, náuseas, constipação e edema periférico. A constipação é 
particularmente comum com o uso de verapamil. Na presença de insuficiência 
cardíaca evidente, todos os bloqueadores dos canais de cálcio podem gerar 
agravamento adicional do problema em consequência de seu efeito inotrópico 
negativo. Nos pacientes que recebem digitálicos, o verapamil deve ser usado com 
cautela, porque pode aumentar os níveis sanguíneos da digoxina por meio de uma 
interação farmacocinética. 
 
TRATAMENTO DA ANGINA DE PEITO 
Fisiopatologia da Angina 
 
A etiologia primária da angina de peito é um desequilíbrio entre a demanda e a oferta 
de oxigênio. Ela é descrita como um desconforto em aperto que irradia para os 
ombros, pescoço, etc. Sua causa mais comum é a obstrução ateromatosa dos grandes 
vasos coronários, porque diminui o raio do vaso e assim compromete o fluxo 
sanguíneo coronariano. A angina é classificada em três tipos: 
 
 Angina de esforço: a demanda miocárdica de oxigênio aumenta em especial 
durante o exercício físico e o fluxo sanguíneo coronário não sofre aumento 
proporcional. 
 Angina de variante ou de Prinzmetal: o fornecimento de oxigênio fica prejudicado 
devido a um vasoespasmo coronário reversível. O espasmo dos vasos coronários 
pode ser revertido por nitrato ou vasodilatadores que bloqueiam os canais de 
cálcio. 
 Angina instável: os episódios de angina acontecem no repouso e quando há um 
aumento na gravidade, frequência e duração da dor torácica com angina 
previamente estável. Na maioria das vezes está associada a complicações da placa, 
que levam a formação de trombos. Estão associadas a alto risco de IAM e morte, 
sendo considerada uma emergência médica. 
 
É importante lembrar que o tratamento não farmacológico é de extrema importância. 
Os medicamentos que reduzem o tamanho, a frequência ou a força do coração 
diminuem a demanda miocárdica de oxigênio. Assim, os β bloqueadores, os 
vasodilatadores-nitratos orgânicos e os bloqueadores dos canais de cálcio 
apresentam benefícios previsíveis na angina. 
Obs: (uso de β bloqueadores): Os efeitos hemodinâmicos dos agentes β bloqueadores 
estão relacionados a diminuição da FC, PA e contratilidade, os quais diminuem a 
demanda miocárdica de oxigênio em repouso e durante o exercício. Os efeitos 
indesejáveis dos agentes β bloqueadores na angina incluem o aumento do volume 
término-diastólico e do tempo de ejeção, os quais tendem a aumentar a demanda 
miocárdica de oxigênio. Esses efeitos deletérios dos β bloqueadores podem ser 
contrabalanceados pelo uso de nitratos concomitantemente. Os fármacos β 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
31 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
bloqueadores inespecíficos podem agravar ainda mais a angina vasoespástica. Isso 
ocorre porque os receptores β2 estão presentes no vaso e promovem relaxamento. 
Assim, o seu bloqueio leva a contração do vaso. 
 
NITRATOS ORGÂNICOS 
 São vasodilatadores 
 Nitroglicerina 
o Protótipo do grupo 
o Não é explosiva 
 Mecanismo de ação e toxicidade semelhantes 
 Fonte de óxido nítrico (NO) 
o Princípio ativo 
o Promove o relaxamento das células musculares lisas: resulta em 
vasodilatação 
 Mecanismo de ação: 
o Pró-fármacos que liberam NO 
o NO liberado: 
 Ativa guanililciclase 
 Aumento dos níveis intracelulares de GMP cíclico (GMPc) 
 Causa desfosforilação da cadeia leve de miosina 
 Não há interação entre a miosina e actina 
 O efeito final é o relaxamento do vaso 
 
Nitritos e Nitratos 
 Biodisponibilidade oral baixa 
o Prefere a via sublingual 
o Evita efeito hepático de primeira passagem 
o Níveis sanguíneos terapêuticos em poucos minutos 
 Duração total do efeito curto: 15 a 30min 
 Existem preparados orais para ação mais longa 
 Farmacocinética: 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
32 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Nitroglicerina: 
o Atinge concentrações plasmáticas máximas em torno de 4min após 
administração sublingual 
o Meia-vida de 1 a 3min 
o Metabólitos têm meia-vida de cerca de 40min 
 Com potência bem menor que o fármaco original 
 
 Dinitrato de Isossorbida (Isordil): 
o Concentrações plasmáticas máximas em 6min, com base na 
administração sublingual 
o Meia-vida de aproximadamente 45min 
o Seus metabólitos, o 2-mononitrato de isossorbida e o 5-mononitrato de 
isossorbida 
 Meia-vida mais longa (3 a 6h) colaboram para eficácia 
 
 5-mononitrato de isossorbida (Monocordil): 
o Disponível em comprimidos para administração oral 
o Apresenta meia-vida maior 
o Por ser ummetabólito, não sofre metabolismo de primeira passagem 
significativo 
o Ótima biodisponibilidade oral 
 
 Efeitos Cardiovasculares: 
o Nitrovasodilatadores 
 Promovem relaxamento do músculo liso vascular 
o Nitroglicerina em baixas concentrações 
 Dilata mais as veias do que as artérias 
o Venoditalação: 
 Diminui o tamanho das câmaras ventriculares esquerda e direita 
e as pressões diastólicas finais 
o PA: pode cair ligeiramente 
o FC: pode sofrer ligeira elevação 
o Cefaleia: dilatação de vasos arteriais meningeos 
o Doses altas: maior acúmulo venoso e diminuição da resistência 
arteriolar e redução da pressão sistólica e diastólica 
o Taquicardia reflexa e vasoconstrição arteriolar: 
 Tendem a restaurar a resistência vascular sistêmica 
o Pacientes com disfunção autônoma 
 Diabetes 
 A queda da PA não pode ser compensada 
 Redução da perfusão coronariana 
 Tolerância e Toxicidade 
o Extensão direta da vasodilatação terapêutica: 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
33 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Hipotensão ortostática (tonteira e fraqueza), taquicardia e 
cefaléia pulsátil (comum e intensa) 
 Álcool acentua a hipotensão postural com síncope 
 Medidas que facilitam o retorno venoso 
 Únicas medidas terapêuticas necessárias 
 Combinação com sildenafila: pode causar hipotensão extrema 
o Tolerância: 
 O músculo liso pode desenvolver tolerância (taquifilaxia) 
 Preparados de ação longa (oral e transdérmico) 
 Exposição frequentemente repetida ou contínua a altas doses 
 Atenuação dos efeitos farmacológicos 
 Interromper a terapia durante 8 a 12h diariamente possibilita o 
retorno da eficácia 
 
 Uso terapêutico: 
o Angina de esforço: 
 Diminui o retorno venoso, reduz o volume intracardíaco: 
diminuição da tensão da parede e a necessidade de oxigênio do 
miocárdio 
o Angina variante: 
 Relaxam o músculo liso das artérias coronárias e aliviam o 
espasmo 
o Angina instável: 
 Dilatação das artérias coronárias epicárdicas 
 Redução da demanda de oxigênio do miocárdio 
o Administração oral (profilaxia) 
 Nitroglicerina 
 Dinitrato de isossorbida (Isordil) 
 5-mononitrato de isossorbida (Monocordil) 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
34 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
o Administração sublingual 
 Nitroglicerina 
 Dinitrato de isossorbida (Isordil) 
 5-mononitrato de isossorbida (Monocordil) 
o Administração Cutânea (discos transdérmicos) 
 Nitroglicerina (Nitrodisc): 
 Início de ação: 1 a 2h 
 Doses habituais: 2,5 a 15mg, 12 a 16h por dia 
 Interromper durante pelo menos 8h a cada dia para 
evitar o aparecimento de tolerância 
 
A nitroglicerina é ativada através de uma enzima e libera óxido nítrico, um potente 
vasodilatador. Sendo assim, ela não é uma doadora direta de óxido nítrico. O óxido 
nítrico promove um aumento do GMPc via ativação da guanililciclase, o que 
representa a primeira etapa no sentido de relaxamento do músculo liso. Ele, porém, 
não tem efeito direto sobre os músculos esquelético e cardíaco. Em doses 
hipotensoras, tem-se respostas reflexas autônomas, e pacientes com disfunção 
autônoma (como diabéticos) apresentam uma queda de PA que não pode ser 
compensada, gerando redução da perfusão coronariana. 
Todos os segmentos do sistema vascular, desde as grandes artérias até as grandes 
veias, relaxam em resposta a nitroglicerina. A maior parte das evidências sugere um 
gradiente de resposta, com as veias respondendo nas concentrações menores e as 
artérias em concentrações ligeiramente mais elevadas. As arteríolas dilatam de 
forma mínima devido às respostas reflexas e às diferentes capacidades dos vasos de 
liberarem óxido nítrico a partir do fármaco. 
Como efeito direto, ocorre aumento da capacitância venosa e redução consequente 
da pré-carga, que pode gerar hipotensão ortostática acentuada podendo levar a 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
35 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
sincope. Como na ICC a pré-carga está geralmente aumentada, os nitratos e outros 
vasodilatadores tem efeito benéfico sobre o DC. 
Ação sobre as plaquetas: o aumento do GMPc é responsável por uma diminuição da 
agregação plaquetária. 
Os efeitos indiretos da nitroglicerina consistem em respostas compensatórias 
evocadas pelos barorreceptores e mecanismos hormonais, que respondem a PA 
reduzida gerando taquicardia e contratilidade cardíaca aumentada. Essas respostas 
compensatórias contribuem para o desenvolvimento de tolerância. As pulsações da 
artéria temporal e uma cefaleia pulsátil associados a pulsação da artéria meníngea 
são efeitos comuns da nitroglicerina. As principais toxicidades agudas dos nitratos 
orgânicos são as extensões diretas da vasodilatação terapêutica: hipotensão 
ortostática, taquicardia e cefaleia pulsátil, que não melhora com analgésicos. São 
contraindicados quando há elevação da pressão intracraniana. 
A exposição a altos níveis de nitratos pode acontecer na indústria química, em 
especial onde são fabricados os explosivos. Devido a tolerância gerada, um período 
isento de nitrato de no mínimo 8 horas entre as doses deve ser praticado. 
O fígado contém uma redutase de nitrato orgânico de alta capacidade, a qual 
remove os grupamentos nitrato por etapas, a partir da molécula original e inativa 
por fim, o fármaco. Por conseguinte, a biodisponibilidade oral dos nitratos orgânicos 
tradicionais (nitroglicerina e dinitrato de isossorbida - Isordil) é baixa. Por esse 
motivo, a via sublingual, a qual evita o efeito de primeira passagem é preferida para 
se conseguir um nível sanguíneo terapêutico com rapidez. Tais fármacos 
administrados por essa via atingem os níveis terapêuticos em alguns minutos, mas a 
duração total da ação é também breve (cerca de 15 a 30 minutos). Quando se faz 
necessária a duração de ação mais prolongada, podem ser fornecidas preparações 
orais que contenham uma quantidade de fármaco suficiente para resultar em níveis 
sanguíneos sistêmicos sustentados do fármaco original + metabólitos ativos. O 5-
mononitrato de isossorbida (Monocordil) é o metabolito ativo do Isordil e não tem, 
portanto, efeito de primeira passagem hepática, possuindo uma biodisponibilidade 
de 100%. É mais utilizado preventivamente. 
INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE 
 Disfunção erétil (DE): 
o Incapacidade recorrente e persistente de ter/ou manter uma ereção 
peniana para uma relação sexual satisfatória 
 Grande prevalência 
 Tratamento oral de primeira linha 
o Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iF5) 
 Promovem o relaxamento da célula muscular do tecido cavernoso 
o Condições necessárias para obtenção de ereção 
Bases Anatômicas 
 Pênis é composto por 3 estruturas cilíndricas: 
o O corpo esponjoso 
o Dois corpos cavernosos 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
36 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Corpo esponjoso: tecido erétil, situado ventralmente e envolve a uretra 
 Glande: extensão do corpo esponjoso 
 Corpos cavernosos: tecido erétil envoltos pela túnica albugínea. Responsáveis 
pela rigidez do pênis durante a ereção 
 Ereção Peniana: 
o Requer relaxamento da musculatura lisa não vascular dos corpos 
cavernosos 
o Ereção: 
 Resposta à liberação de óxido nítrico 
 Associada à descarga parassimpática 
o Ejaculação: função motora simpática intacta 
o Orgasmo: nervos sensoriais e profundos independentes 
o Também modulação hormonal: principalmente testosterona 
o Musculatura lisa dos corpos cavernosos, artérias e arteríolas: 
tonicamente contraída durante o estado de flacidez peniana 
o Estímulos eróticos 
 Visual, tátil, olfativo ou auditivo 
 Promovem ativação de centros supraespinhais, área pré-
óptica medial e núcleo paraventricular do hipotálamo e 
hipocampo 
Leva à liberação de neurotransmissores nas terminações 
nervosas localizadas no corpo cavernoso 
 Promove relaxamento das fibras musculares lisas 
 Enchimento sanguíneo dos sinusóides: processando-se a 
ereção peniana 
 Principais Neurotransmissores Envolvidos 
o Principal neurotransmissor periférico 
 Óxido nítrico 
 Inicia a ereção peniana 
 Sintetizado pela enzima óxido nítrico sintetase 
 Liberado a partir das células endoteliais e terminações 
nervosas não-adrenérgicas /não-colinérgicas 
o Promove a liberação do GMPc no interior das células musculares lisas 
dos corpos cavernosos 
o Fechamento dos canais de cálcio e abertura dos canais de potássio da 
membrana celular 
o Diminuição do cálcio intracelular: leva ao relaxamento das fibras 
musculares lisas 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
37 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
 Mecanismo de ação dos Inibidores de Fosfodiesterase 
o Medicamentos administrados por via oral: 
 Primeira opção terapêutica da disfunção erétil 
o Citrato de sildenafila: aprovada pela FDA, lançada em 1998 
o Inibição competitiva da fosfodiesterase tipo 5: responsável pela 
degradação do GMPc 
o Eficaz em pacientes com disfunção erétil: causa orgânica, psicogênica e 
mista 
o Outras drogas inibidoras da fosfodiesterase 5: 
 Mesmo mecanismo facilitador de ereção 
 Vardenafila e Tadalafila 
 Diferenças entre os inibidores de fosfodiesterase 
 
 Vardenafila: 
o Estrutura molecular semelhante a sildenafila 
o Potência “in vitro” nove vezes maior 
o Não apresenta diferenças significativas na eficácia clínica 
 
 Farmacocinética 
o Utilizados sob demanda: na presença de desejo e estímulo sexual 
o Sildenafila : 25,50 e 100mg 
o Vadenafila: 5,10 e 20mg 
o Tadalafila: 5 e 20mg 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
38 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 
Efeitos Colaterais: 
 Transitórios e de leve intensidade 
o Cefaléia, rubor facial, epigastralgia e congestão nasal 
 Dor lombar e mialgia: 
o Mais frequente com o uso de Tadalafila 
 Seguros do ponto de vista cardiovascular: 
o Não apresentam efeitos negativos sobre a função cardíaca, não piora 
o quadro de insuficiência coronariana estável 
 Alterações no ECG não significantes 
 Não aumenta incidência de acidentes vasculares 
 Não causam alteração significativa da PA, nem na FC 
 Na insuficiência cardíaca congestiva 
o Sildenafila: bem tolerada, aumenta capacidade de pacientes aos 
exercícios 
 Absolutamente contraindicado: 
o Concomitância com nitratos (vasodilatadores coronarianos) 
 Sinergismo e potencialização dos efeitos hipotensores dessas 
medicações 
Interação Medicamentosa: 
 Metabolizados primariamente pela via do citocromo CYP3A4 
 Outras drogas metabolizadas por esta via: 
o Cetonoconazol, inibidores da protease (ritonavir, saquinavir) 
 São inibidores deste citocromo 
 Retardam a metabolização 
 Aumentam seus níveis plasmáticos 
 Rifampicina: 
o Indutor seletivo do CYP3A4, pode reduzir os níveis dos iF5 
 α bloqueadores: efeito hipotensor, contra-indicação relativa 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
39 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 Uso de um ou mais anti-hipertensivos: não traz alterações significativas dos 
níveis pressóricos 
 As únicas contraindicações absolutas dos iF5 são sensibilidade aos mesmos e 
uso concomitante com nitratos. 
São uma classe de drogas que bloqueiam um ou mais dos cinco subtipos da enzima 
fosfodiesterase. Os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iF5) constituem hoje a 
terapia oral mais utilizada e atuam promovendo o relaxamento da célula muscular 
do tecido cavernoso, condição necessária para obtenção da ereção. É o principal 
tratamento, de primeira linha, para a disfunção erétil (incapacidade recorrente ou 
persistente em ter ou manter uma ereção peniana para uma relação sexual 
satisfatória). 
O principal neurotransmissor periférico responsável pela ação do medicamento é o 
óxido nítrico. Os nitratos liberam rapidamente o óxido nítrico no tecido erétil, bem 
como no músculo liso e ativam a guanililciclase. O aumento do GMPc causa 
desfosforilação das cadeias leves de miosina e relaxamento, o que aumenta a 
ereção. Seu protótipo é a Sildenafila. 
 
TRATAMENTO DA ANGINA 
 
A terapia de primeira linha é a não-farmacológica, e consiste na modificação dos 
fatores de risco: tabagismo, HAS, hiperlipidemia, obesidade e depressão clínica. Já a 
terapia farmacológica pode ser feita com agentes antiplaquetários, hipolipemiantes, e 
terapia agressiva: que é a colocação do stent. Os vasodilatadores convencionais não 
têm valor porque os vasos distais as lesões obstrutivas comumente já estão dilatados 
em repouso. 
 
Estratégias Terapêuticas 
 Bloqueadores β adrenérgicos bloqueiam a taquicardia reflexa e os efeitos 
inotrópicos positivos dos nitratos. Os nitratos, por sua vez, atenuam o aumento 
de volume diastólico final do VE associado aos β bloqueadores. 
 Bloqueadores dos canais de cálcio e nitratos: proporcionam alivio adicional da 
angina vasoespástica, mas pode ocorrer grande hipotensão. 
 Uma combinação de verapamil ou diltiazem com β bloqueadores pode produzir 
bloqueio AV e gerar depressão da função cardíaca grave. O nifedipino e 
anlodipino, por não bloquearem a condução cardíaca, podem ser usados em 
concomitância com β bloqueadores, aumentando inclusive a eficácia clinica destes 
últimos. 
 
FARMÁCOS INOTRÓPICOS POSITIVOS 
 Inotropismo: propriedade cardíaca relacionada com a força de contração 
 Agentes inotrópicos: 
o Aumentam a contratilidade miocárdica 
o Promovem elevação da concentração e da disponibilidade de cálcio 
intracelular ou aumentam a sensibilidade dos miofilamentos ao cálcio. 
 Digitálicos 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
40 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
o Digitalis 
 Nome do gênero da família de plantas que fornece a maior parte 
dos glicosídios cardíacos 
 Apenas a digoxina obtida da Digitalis lanata (dedaleira branca) 
permanece em uso clínico 
 Mecanismo de ação: 
 A digoxina atua inibindo a bomba Na+/K+ ATPase 
ancorada na membrana celular 
 A ligação do glicosídio ocorre na subunidade α da 
bomba, no local de ligação do K+ 
 Inibição reversível e competitiva, podendo ser 
influenciada pela concentração de K+ 
 Ao inibir a bomba, o Na+ fica retido no interior da célula 
 O aumento de Na+ intracelular reduz a ação do trocador 
Na+/Ca²+ 
 O resultado é o acúmulo de Ca²+ no interior da célula, 
disponibilizando mais Ca²+ para se ligar à troponina C 
 A troponina C torna possível o deslizamento dos 
filamentos de actina e miosina, resultando na contração 
do músculo cardíaco 
 Farmacocinética: 
 Absorção da digoxina após administração oral: em torno 
de 65 a 80% 
 Eliminação: principalmente pela via renal de maneira 
inalterada (66%), meia-vida de eliminação de 36 a 48h 
em pacientes com função renal normal 
 Depuração renal de digoxina: proporcional à depuração 
de creatinina 
 Uma vez no sangue: distribui amplamente para os 
tecidos, incluindo o SNC 
 Pacientes idosos ou com disfunção renal avançada: 
meia-vida do fármaco pode aumentar e levar a reações 
adversas 
 Reações Adversas 
 Pode afetar outros tecidos excitáveis: músculo liso e SNC 
 Efeitos adversos incluem: anorexia, náuseas, vômito e 
diarreia 
 Idosos: podem ocorrer alucinações, desorientações e 
distúrbios visuais 
 Concentrações altas: podem aumentar a atividade 
simpática 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
41 RESUMO DE FARMACOLOGIA 
 A elevação do Ca²+ intracelular e do tônus simpático 
pode levar ao aparecimento de arritmias ventriculares, 
até fibrilação ventricular 
 Doses mais baixas 
o Aumentam

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