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ECA - Infância e Juventude 1º bimestre

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É a disciplina das relações jurídicas entre crianças e adolescentes de um lado, e do outro, a família, sociedade e o Estado, sendo que estes necessitam assegurar direitos fundamentais àqueles. É um direito misto, tanto público quanto privado.
Sistema heterogêneo – tem como objetivo proteger um grupo de pessoas, ele individualiza e direciona as normas de proteção. O sistema leva em conta a necessidade de maior atenção que se deve dar a uma parcela da sociedade. Convenções: OIT – antes não era regulado o trabalho infantil, depois passou a regular a idade, horários, etc; Declaração de Genebra/1924 – Carta da Liga das Nações, surgiu com o intuito que hoje a ONU tem. Segundo a doutrina, não possui coercibilidade, a criança é vista como um objeto de proteção; Declaração da Criança/1959 – a criança passa a ser vista como sujeito de direitos; Convenção sobre os direitos da criança/1989 – é um tratado internacional, portanto deve ser respeitado, criança é um sujeito de direitos
Sistema homogêneo – identifica-se pela universalidade, em razão de todos os direitos dos seres humanos serem tutelados, e não de um grupo específico. É a proteção indistinta à pessoa, sem especificação do sujeito, todos são titulares de direitos. Declaração Universal dos Direitos Humanos/1948; Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais/1966; Convenções Européias, Americana e Africana de Direitos Humanos.
Crianças são aquelas de 0 à 12 anos incompletos. Adolescentes são aqueles de 12 à 18 anos incompletos. 
Aplicação do ECA à quem já completou maioridade – 2 casos: quando a pessoa comete um ato infracional enquanto menor de idade, mas vai cumprir a medida sócio educativa depois de 18 anos completos; quando alguém quer adotar uma pessoa já adulta, se esta já estiver em sua guarda, aplica-se o ECA. 
Postulado normativo – superior interesse da criança e do adolescente. Os direitos infanto-juvenis devem ser priorizados e colocados acima de outros que, com eles, confrontem. Se colocado em igualdade de condições com o interesse do adulto, deve prevalecer o da criança. “Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto.”
Metaprincípios – estão acima dos princípios gerais e abaixo do postulado, são eles: dignidade da pessoa humana, proteção integral e prioridade absoluta. “Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares”.
Princípios derivados – a) Princípio da condição da criança e do adolescente como sujeitos de direito: a criança e o adolescente são detentores de todos os direitos; b) Princípio da responsabilidade primária e solidária do poder público: as três esferas de poder devem prezar pelos direitos da criança e do adolescente; c) Princípio da privacidade – a intimidade, imagem da criança e do adolescente, deve ser protegida; d) Princípio da intervenção mínima – a intervenção do Estado deve ser proporcional à situação de perigo; e) Princípio da proporcionalidade e atualidade – a intervenção da autoridade deve ser proporcional à situação de perigo, quanto a atualidade, deve ser levado em conta o momento da decisão, e não o momento da situação de perigo; f) Princípio da prevalência da família – sempre deve prevalecer a reintegração da criança na família, se nada adiantar, é retirada e colocada em uma família substituta, sempre dando preferência para a família natural; g) Princípio da obrigatoriedade da informação – quando a autoridade intervir, deve informar à criança e aos pais o por que e como se dará essa intervenção; h) Princípio da oitiva obrigatória e da intervenção – os pais, crianças e adolescentes, tem o direito de serem ouvidos, e suas opiniões devem ser levadas em conta.
Diferença de tratamento entre criança e adolescente – quanto a colocação em família substituta: a manifestação da criança é considerada apenas opinião, já a manifestação do adolescente é considerada consentimento; quanto a conseqüência de prática de ato infracional: para a criança é medida protetiva, para o adolescente é medida protetiva e medida sócio-educativa; quanto a viagens domésticas sem os pais: para criança é necessário autorização judicial, para os adolescentes é necessário apenas seus documentos; quanto a viagens para o exterior: para criança e adolescentes é necessária a autorização judicial.
No caso de viagem para o exterior, pode ser feita a autorização apenas no cartório se os dois pais estiverem presentes e de comum acordo; se só um deles estiver presente, é necessária a autorização por meio de um processo, levado até o juiz. 
Direitos fundamentais 
Dignidade da pessoa humana – art. 1º, III, CF: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a dignidade da pessoa humana” e art. 18, ECA: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
Direito à vida – três dimensões: existência – direito de estar e permanecer vivo; integridade física – respeito absoluto à integridade corporal e psíquica; integridade moral – moral da criança (não é psíquica). Aborto lícito: quando a vida da mãe estiver em risco, e em caso de gravidez por estupro; feto anencéfalo: não pode ser considerado aborto, é considerada uma antecipação terapêutica de parto de anencéfalo. A Lei dos Transplantes diz que no parto de anencéfalo não há vida e, se não há vida, não há aborto. Art. 7º, ECA: “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.”
Direito à saúde – saúde da gestante – art. 8º, ECA. Todas as mulheres devem ter acesso aos programas e políticas de saúde da mulher, e as gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no SUS. O atendimento pré natal deve ser realizado por profissionais da atenção primária. O poder público deve proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as conseqüências do estado puerperal, assim como às gestante e mães que tenham interesse em entregar seus filhos à adoção, também àquelas que se encontram em privação de liberdade. 
Obrigação dos hospitais públicos e privados – art. 10, ECA: “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência juntoà mãe; VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.” O responsável pela violação deste artigo pode ir preso, conforme art. 228 e 229, ECA. 228: “Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.” 229: “Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.”
Direito à liberdade – art. 16, ECA: “O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.”
Direito ao respeito – art. 17 e 18, ECA. 17: “O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.”; 18: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
Inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral – proibição de qualquer abuso por parte de pais e responsáveis. Os excessos de toda ordem constituem conduta criminosa, fora isto, trata-se do exercício regular de direito, advindo do poder familiar.
Preservação da imagem, identidade, autonomia, valores, idéias e crenças – a imagem não devem ser expostas ao público por meios de comunicação sem autorização dos pais ou responsável, em alguns casos do juiz. O mesmo serve para a identidade, que pode ser relevante para o caso de processos envolvendo a prática de atos infracionais. Quantos aos valores, idéias e crenças, formam um conjunto dos objetivos a serem atingidos pelo amadurecimento de qualquer pessoa. Os filhos devem formar seus próprios valores, ter suas próprias idéias e, se quiserem, sua própria crença. Nada pode ser imposto neste campo. 
Preservação de espaços e objetos pessoais – ter um espaço para brincar e objetos para cuidar não torna crianças e adolescentes titulares desses bens como se fossem adultos, o objetivo desta norma é indicar aos pais a relevância de assegurar aos seus filhos o ambiente adequado para formarem e consolidarem sua própria individualidade e personalidade. 
Preservação da dignidade sexual – art. 241-A, ECA: “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1o  Nas mesmas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo”.
Violência sexual x exploração sexual – violência é a prática de um ato com a criança ou adolescente, já a exploração, é quando a criança ou o adolescente são utilizados sexualmente para ganhar dinheiro.
Bullying – violência psíquico ou física com a intenção de agredi-la ou diminuí-la. É todo ato de violência física ou psicológica intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente. 
Lei da Palmada – veda meios cruéis e degradantes ou castigo físico para educar e disciplinar as crianças. 
Direito à convivência familiar e comunitária – art. 19, ECA. A regra é que a criança e o adolescente permaneça com a família natural. Se não for possível, fica com uma família substituta, de preferência a extensa (tios, primos, etc). O objetivo é proporcionar o desenvolvimento integral. Reavaliação periódica: a família deve ser reavaliada de 6 em 6 meses, para ver se já se reestruturou, se a família se reestruturar, a criança volta para a família natural; acolhimento familiar ou institucional: é uma forma de medida protetiva. Pode ser em família acolhedora ou entidade de atendimento governamental ou não governamental. 
Prazo máximo – o prazo é de 2 anos, podendo ser prorrogado por mais 2 anos fundamentado no superior interesse da criança. Passado os 2 anos, volta para a família natural ou vai para a adoção. 
Igualdade entre os filhos – art. 20, ECA: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
Poder familiar – art. 21, ECA: “O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência”. Formas de extinção do Poder Familiar: perda (oitiva da criança ou adolescente por decisão judicial), maioridade, emancipação, falecimento, tutela e adoção.
Dever de guarda, sustento e educação – art. 22, ECA: “os pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei”. O fato de não haver condição de manter a criança não PE motivo para a perda do poder familiar. A simples condenação do pai e da mãe não perde o poder familiar, a não ser que o crime seja doloso contra a criança.
Poder familiar – prerrogativa ou autoridade que se exerce em relação a outra pessoa de exercício obrigatório sob pena de perda ou suspensão.
Critérios para colocação em família substituta – art. 28, §3º: “A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. §3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.”
Manutenção dos grupos de irmãos – art. 28, §4º: “Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais”
Preparação gradativa e acompanhamento posterior – art. 28, §5º: “A colocação da criança ou adolescenteem família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.”
Adoção de indígena ou remanescente de quilombo – art. 28, §6º: “Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.”
Impedimento para colocação em família substituta – art. 29, ECA: “Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.” 
Imprescindível autorização judicial fundamentada – art. 30, ECA: “A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.”
Guarda com modalidade de família substituta – regularizar posse de fato; assistência (moral, física, alimentar, educacional); transitória (antecede a volta da família natural ou coloca em família substituta); destruição do poder familiar. 
Guarda compartilhada – é a modalidade de guarda em que há uma responsabilidade conjunta e simultânea dos guardiões em relação a criança e adolescente. Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. Desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada.
Revogabilidade – a guarda pode ser revogada a qualquer momento. Art. 35, ECA: “A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.”
Hipóteses de cabimento de guarda – art. 33, §1º, é a regra: “A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros”; exceção: art. 33, §2º: “Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados.”
Natureza duplica da ação de guarda – quando o juiz nega a guarda para tal pessoa automaticamente vai para a outra, mesmo sem pedir. Serve somente para genitores. Família extensa ou ampliada é aquele que se estende para além da unidade pais e filhos, ou da unidade do casal, formada por parentes próximos, com os quais a criança ou adolescente convive e mentem vínculo de afetividade e afinidade. 
Tutela – trata-se da forma de colocação em família substituta que, além de regularizar a posse de fato da criança e do adolescente, também confere direito de representação ao tutor, permitindo a administração de bens e interesses do pupilo. Desta feita, a tutela pressupões a destituição ou suspensão do poder familiar. 
Idade máxima do tutelado – 18 anos incompletos, fez 18 não pode mais ser posto sob tutela. Art. 36, ECA: “A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda”
Caução – deve ser prestado para conseguir o direito de representação, pode ser dispensada pelo juiz se a idoneidade da pessoa for bem conhecida.
Tutela testamentária – por ato de última vontade, nomeia um tutor, que após a morte da pessoa tem 30 dias para pedir a colocação da criança ou adolescente em família substituta para a tutela ser concedida a ele (a família é a dele, que foi indicado no testamento, pois é necessária a confirmação do juiz, por isso o prazo). Art. 37, ECA: “O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato”
Destituição da tutela – deve ser no processo judicial. Art. 24: “A perda e a suspensão do  poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22”. Art. 22: “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.”
Adoção – é a medida protetiva de colocação em família substitutiva que estabelece o parentesco civil entre adotandos e adotados. 
Classificação – quanto ao rompimento de vínculos anteriores: unilateral (apenas o pai ou mãe), bilateral (tanto do pai quanto da mãe), plurilateral (mais de 2 pais e/ou mais de 2 mães – rompimento com todos), alateral (não há rompimento de vínculos, ex: padrasto adota e a criança não tinha vínculo com o pai biológico); quanto a formação de novo vínculo: singular (apenas uma pessoa está pedindo adoção), conjunta (mais de uma pessoa está pedindo adoção); quanto ao vínculo entre adotantes: heteroafetiva (heterossexuais), homoafetiva (homossexuais), pluriafetiva (mais de 2 pessoas no relacionamento; quanto ao consentimento dos pais: consentida ou não consentida (é necessário ação de destituimento familiar); quanto a escolha do adotando: cadastral (através de registros), personalíssima (art. 50, §13º - hipóteses que não precisa cadastrar-se para adotar alguém; quanto ao momento: em vida ou póstuma.
Características – ato personalíssimo (não é possível adoção por procuração, art. 39, §2º); excepcional (porque a regra é a manutenção da criança em sua família natural, art. 39, §1º); irrevogável; incaducável (nem através da morte dos adotantes se restitui o poder familiar dos pais biológicos); plena; constituída por sentença judicial (sempre através de decisão judicial).
Art. 39: “A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.§ 2o  É vedada a adoção por procuração”.
Requisitos subjetivos para adoção – idoneidade do adotante; motivos legítimos/desejo de filiação; reais vantagens para o adotando.
Requisitos objetivos para adoção – requisitos de idade (podem adotar os maiores de 18 anos e que tenham uma diferença de 16 anos entre o adotante e o adotando); consentimento dos pais (de regra deve haver consentimento); procedência do estágio de convivência (é obrigatório). Adoção internacional: o estágio nunca vai poder sés dispensado e deve ocorrer em território nacionalpor 30 dias. Adoção nacional: é dispensado quando já houver vínculo afetivo ou a guarda; prévio cadastramento. 
Impedimentos – art. 42: “§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.” 
Adoção póstuma – tem efeito retroativo, art. 42, §6º: “A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.” 
Direito ao conhecimento da ascendência biológica e acesso irrestrito aos autos do processo de adoção – art. 48: “O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.”

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