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A IMPORTANCIA DO PSICOLOGO DO ESPORTE

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A IMPORTÂNCIA DO PSICOLOGO DO ESPORTE: 
 Um Novo Campo De Atuação 
 
 
 
Andréa Garcia Baran Modesto1 
Adilson José de Aviz 2 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo se fez através de um resgate histórico e bibliográfico sobre 
a relevância atribuída ao esporte e da apropriada preparação psicológica para 
atletas e praticantes do esporte e onde está inserido o profissional de 
psicologia nesse contexto. A pesquisa esta dividida em sete momentos: 
iniciando por um breve histórico da psicologia do esporte no âmbito mundial e 
brasileiro, perpassando em seguida pela definição do que é a psicologia do 
esporte, seguido da diferenciação que existe entre psicólogo do esporte e 
psicólogo inserido no esporte, mostrando em seguida qual o campo de atuação 
do psicólogo esportivo e quais as suas tarefas e atribuições. Em seguida o 
presente artigo destaca o novo campo de atuação para a psicologia e a ética 
existente nesse âmbito de ação. 
 
Palavras chave: Esporte. Psicologia do esporte. Atuação do psicólogo. 
 
 
 
 
SINTESI 
 
Questo studio è stato fatto attraverso una revisione storica e letterario 
sull'importanza data allo sport e della preparazione mentale per atleti e chi fa La 
pratica sportiva e dov‟è inserito lo psicologo professionista in questo 
contesto. La ricerca è divisa in sette tappe: a partire da uma breve storia della 
psicologia dello sport in Brasile e in tutto il mondo, passando poi dalla 
definizione di ciò che è la psicologia dello sport, seguito da differenziazione che 
esiste tra uno psicologo dello sport e uno psicologo inserito nello 
sport, poi dimostra quall‟è l‟aria di atuazione dello psicologo dello sport e quali 
sono i loro compiti e incarichi. Allora questo articolo mette in evidenza il nuovo 
campo per la psicologia e l'etica di azione Che esiste in questo settore. 
 
Parole chiave: Sport. Psicologia dello Sport. Performance dello psicologo. 
 
 
 
 
1 Acadêmica do 5ª ano, curso de Psicologia - Faculdade Guilherme Guimbala. ACE. 
2
 Professor Orientador do Artigo para conclusão de Curso. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A psicologia do esporte (P.E) é um dos ramos da psicologia pouco 
explorando e conhecido no meio acadêmico da psicologia, entretanto tem sido 
muito estudado e divulgado nas faculdades de educação física onde existem 
três cadeiras voltadas para essa área. Segundo Rubio (2000) somente a partir 
de 1998 que os cursos de psicologia começaram a oferecer a psicologia do 
esporte como disciplina optativa, restando ao profissional psicólogo que 
desejasse ingressar nessa área procurar os poucos cursos de extensão e 
especialização existentes no Brasil, levando em consideração que nos cursos 
de educação física, a psicologia do esporte já faz parte da grade curricular há 
quase duas décadas. 
Junior (2000, p. 34) afirma que: 
 
 
O primeiro grande problema da psicologia e o esporte no Brasil é a 
falta de formação específica dos psicólogos para trabalharem nesse 
campo. As faculdades de psicologia parecem não reconhecer a 
importância do esporte como campo profissional para seus egressos 
e não proporcionam a seus alunos a oportunidade de conhecer um 
pouco mais sobre o assunto. Sequer são oferecidas disciplinas 
optativas e o que se encontra são raros cursos de especialização, 
que formam pequenos grupos de psicólogos interessados e atentos 
ao movimento desse mercado de trabalho promissor. 
 
 
A problemática que levou a confecção deste artigo é verificar se os 
cursos de psicologia e os futuros profissionais psicólogos estão preparados 
para atuar na psicologia do esporte e qual a importância do psicólogo no 
ambiente de psicologia do esporte. 
Tendo como objetivo de traçar um breve histórico sobre a origem da 
psicologia do esporte no Brasil e no mundo, sendo Esta, acompanhada de 
valores culturais, públicos e de conhecimento que dificultam o crescimento 
desta área de atuação do psicólogo, bem como sua entrada no mercado de 
trabalho, pois o trabalho interdisciplinar com os outros componentes da equipe 
é um ganhar constante da confiança dos mesmos. 
Esta pesquisa propõe trazer ao conhecimento dos estudantes de 
psicologia sobre a psicologia do esporte, sua área de atuação e função. 
Acredita-se ser de grande valor a conscientização dessa área tanto no âmbito 
psicológico quanto esportivo. 
Esta pesquisa justifica-se pela necessidade de maiores estudos que 
possam investigar onde o profissional da psicologia está inserido na área 
esportiva, como este pode auxiliar na preparação emocional do atleta e das 
pessoas que praticam o esporte como um todo e qual o lugar desse 
profissional entre os outros na chamada ciências do esporte. 
A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica e 
levantamento de dados em bibliografias especializadas nas quais a psicologia 
esportiva está embasada no contexto brasileiro e mundial. 
Para Baras Filho e Miranda (1998) a preparação psicológica deveria 
acontecer naturalmente, como parte do processo de treinamento, tal qual o 
trabalho de preparação física, técnica e tática, fato que, entretanto não ocorre 
com frequência, devido à falta de informação e, até mesmo, de boa vontade 
dos envolvidos com ela. 
Segundo Rubio (2000, p.09): 
 
 
Tendo conquistado tamanha importância tanto do ponto de vista do 
espetáculo como do político, os aprimoramentos físico e técnico 
tornaram-se prioridade para técnicos e equipes esportivas. (...) Se a 
psicologia do esporte já existia há meio século, é nesse contexto de 
aprimoramento que ela ganha força. Considerada uma das sete sub- 
árias³ que vem compor as chamadas ciências do esporte. 
 
 
Em um país que deseja tornar-se uma potencia mundial no campo 
esportivo, o Brasil mostra-se ineficiente em competições de alto rendimento. A 
alegação de muitos atletas e dirigentes esportivos sobre a pressão exercida 
pela mídia é o problema da pressão psicológica que segundo Brandão (2011)3 
explana que o que se chama de „sofrimento psicológico competitivo‟, acontece 
 
3 1º Encontro com Treinadores e Comissões Técnicas, ABRAPESP. 28/05/2011. 
quando o atleta percebe que pode ter barreiras para atingir seus objetivos, e 
4percebe esta como uma ameaça, da qual se sente impotente. E a tensão 
emocional muito alta prejudica seu desempenho e essas reações emocionais 
de raiva, ansiedade, medo, incerteza, agem sobre o físico e de como os atletas 
não estão preparados para a mesma. É neste ambiente que o profissional da 
psicologia pode vir auxiliar aos mesmos. 
Para BECKER JR (1998, p.45): 
 
 
Dar aos atletas respaldo psicológico é tão importante quanto lhes 
fornecer uma alimentação balanceada, programada por nutricionistas. 
Afinal, o corpo físico e o mental são as duas faces de uma mesma 
unidade e merecem a igual atenção. 
 
 
1. História da Psicologia Esportiva 
 
Segundo Rubio (2000) a história da P.E. confunde-se com a da própria 
psicologia, em uma visão geral, pois os primeiros estudos relacionando os 
aspectos psicológicos e a atividade física datam do final do século XIX e início 
do XX. Davis et al (1995) trazem que Fitz conduziu uma investigação no 
laboratório de anatomia, fisiologia e treinamento físico da Universidade de 
Harvard (EUA) em 1895 com relação ao tempo de reação múltiplo e publicou 
os resultados no Psychological Review. O projeto de pesquisa conduzido por 
Norman Triplett (1898) investigou os efeitos da presença de outros 
competidores na performance do atleta colocou em evidênciaa interface entre 
esporte e psicologia. 
Samulski (2009) relata que foi na década de 1920 que surgiram os 
primeiros laboratórios e institutos de P.E., sendo estes presentes na antiga 
União soviética (Rudick, Puni), nos Estados Unidos (Griffith), no Japão (Matsui) 
e na Alemanha (Schulte, Sippel). Foi somente nas décadas de 60 e 70 que a 
área começou a receber maior atenção e organização, tanto na Europa como 
na América do Norte. 
Vieira et al (2010) relatam que Coleman Griffith foi considerado o Pai da 
P.E., por ter sido o primeiro a criar um laboratório de P.E. em 1925, na 
 
4Sub-áreas: Psicologia do esporte, Antropologia, Filosofia e Sociologia, medicina e a 
biomecânica do esporte 
 
Universidade de Illinois (EUA). Coleman tinha como objetivo investigar um 
conjunto de elementos psicológicos relevantes para o rendimento esportivo, e 
os seus estudos envolviam temas de aprendizagem, habilidades motoras e 
variáveis da personalidade. Criou vários testes sendo, portanto o primeiro 
professor de Universidade a oferecer um curso de P.E., em 1923, com a 
criação do Laboratório de Griffith marcou o início do período histórico (1920-
1940), quando a P.E. passou a ser desenvolvida e pesquisada na prática. 
Nesse período também surgem os primeiros trabalhos de preparação 
psicológica com equipes olímpicas na Tchecoslováquia. 
Além disso, os mesmos autores (Vieira et al,2010) destacam que após a 
Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1945 e 1964, surgiram vários 
laboratórios de P.E. nos Estados Unidos, tais como os de Franklin Henry 
(Universidade de Berkeley), John Lawther (Universidade da Pensilvânia) e 
Arthur Slater-Hammer (Universidade de Indiana), os quais começaram a 
oferecer cursos de P.E. nas suas universidades. Bruce Ogilvie e Thomas Tutko 
(1966) lançam nesse mesmo período o livro Problem athletes and how to 
handle them, este livro foi muito popular entre os técnicos esportivos e atletas, 
e devido a ele Ogilvie foi referenciado como o “Pai da Psicologia Aplicada ao 
Esporte”. Neste período, a corrente teórica de influência de estudos era o 
Behaviorismo5 de Watson, que principalmente Skinner divulgava nos EUA. 
Ressalta - se, porém que devido às diferenças culturais, no contexto mundial 
cada país enfatizou diferentes aspectos da P.E. e do Exercício. Um grande 
salto no plano de desenvolvimento científico ocorreu nos anos 60, em que 
estudos específicos foram apresentados, principalmente nos EUA. 
Salmela (1991) expõe que em 1965 foi fundada em Roma a Sociedade 
Internacional de P.E. (International Society Of Sport Psychology-ISSP). Ao 
longo de sua história, a ISSP realizou 11 congressos mundiais em diferentes 
países e continentes. Atualmente a ISSP tem 2.500 afiliados em 100 países 
diferentes. 
 
5
 Behaviorismo: é um termo genérico para agrupar diversas e contraditórias correntes de 
pensamento na Psicologia que tem como unidade conceitual o comportamento, mesmo que 
com diferentes concepções sobre o que seja o comportamento. A palavra inglesa behaviour 
(RU) ou behavior (EUA) significa comportamento, conduta. 
 
Segundo Samulski (2009) o numero de psicólogos do esporte no mundo 
é estimado atualmente em cinco mil pessoas, sendo que a ISSP possui um 
órgão oficial de publicação, o Iternacional Journal of Sport Psychology and 
Exercise, no qual os psicólogos do esporte de todo o mundo podem publicar os 
resultados dos seus estudos e pesquisas. 
Os registros oficiais, segundo Feige (1977) mostram que a P.E. no 
Brasil, está em sua quarta década. 
Segundo Cozac (2010, p.20) 
 
 
o inicio se deu com o Professor João Carvalhaes em 1954, no 
Departamento de Arbritos da Federação Paulista de Futebol. 
Quarenta e cinco anos é a idade que, no ser humano pode significar 
a maturidade, reflexo de ricas experiências. Em relação à P.E., no 
entanto, o caminho percorrido ainda não trouxe a desejada 
maturidade. 
 
 
Cozac (2010) narra que o professor Carvalhaes quando atuou como 
psicólogo da seleção brasileira de futebol, os testes aplicados por ele 
reprovaram o Mané Garrincha, que mais tarde, foi o grande astro desta 
seleção, o que levou a falta de credibilidade no professor Carvalhaes e em 
seus métodos de pesquisa, fazendo com que a P.E. fosse desacreditada por 
longos anos. Cozac (2010) ressalta ainda que o que se esquece é que Mané 
Garrincha faleceu de cirrose hepática, em péssimas condições psicológicas. Se 
as ferramentas utilizadas pelo professor não foram eficazes para a seleção e o 
traço de perfil psicológico esportivo, certamente já demonstravam a fragilidade 
psicoemocional de um dos maiores astros do futebol brasileiro de todos os 
tempos. 
Samulski (2009, p.02) relata: 
 
 
O desenvolvimento da P.E. na América Latina teve início na década 
de 1970. No ano de 1979, foi fundada s Sociedade Brasileira de P.E., 
da Atividade Física e da Recreação (SOBRAPE), em 1986, foi criada 
a Sociedade Sul-Americana de P.E., Atividade Física e da Recreação 
(SOSUPE). O primeiro presidente eleito no Brasil foi B.Becker J. 
Palacio (1991) na Colômbia, B.Becker (1991,2000) no Brasil, e G. 
Dellamary e R. Balboa (1991) no México traçaram um bom panorama 
sobre o desenvolvimento e a situação atual da P.E. na América 
Latina. O Brasil ocupa posição de liderança na América Latina, na 
área de P.E., o que pode ser comprovado com base no grande 
volume de publicações, no número dos congressos realizados, bem 
como na quantidade de laboratórios de P.E. existentes. 
 
 
Becker Jr (2000) ressalta, porém que no Brasil ainda existe certa 
dificuldade em determinar o início preciso da P.E. em um país, sem correr o 
risco de cometer várias injustiças, mormente no Brasil onde estes eventos têm 
pouca ou nenhuma divulgação. Cozac (2010) relata que o psicólogo do esporte 
foi o ultimo integrante da comissão técnica interdisciplinar a ser reconhecido 
pelos clubes. Sendo que até hoje esse profissional sofre com o preconceito e a 
desinformação daqueles que, supostamente, deveriam zelar pelo bem estar 
dos atletas. 
 
2. Essa tal P.E. 
 
Becker (2000) ressalta que a P.E. segundo a Federação Europeia de 
associações de P.E. – FEPSAC (1996), refere-se aos fundamentos 
psicológicos, processos e consequências da regulação psicológica das 
atividades relacionadas ao esporte, de uma ou mais pessoas praticantes dos 
mesmos. O foco desse estudo está nas diferentes dimensões psicológicas da 
conduta humana, portanto, afetiva, cognitiva, motivadora ou sensório-motora. 
Os objetos de estudo são os sujeitos envolvidos nos esportes ou exercícios, 
como atletas, treinadores, árbitros, professores, psicólogos, médicos, 
fisioterapeutas, espectadores e pais. 
Gill (1986) descreve que a P.E. é o estudo cientifico de pessoas e seus 
comportamentos em complexo esportivos e de exercícios e aplicações de 
práticas de tal conhecimento. 
Segundo Nitsch (1989, p.29): “A P.E. analisa as bases e os efeitos 
psíquicos das ações esportivas, considerando por um lado à análise de 
processos psíquicos básicos (cognição, motivação, emoção) e, por outro lado, 
a realização de tarefas práticas do diagnostico e da intervenção.” Para Nitch 
(1986), a função da P.E. consiste na descrição, na explicação e no prognóstico 
de ações esportivas, tendo como objetivo desenvolver e aplicar programas, 
fundamentados cientificamente, de intervenção, levando em consideração os 
princípios éticos. 
Na concepção de Singer (1993), a P.E. integra a investigação, a 
consultoria clínica, a educação e as atividades práticas programadas 
associadas à compreensão, à explicação e à influência de comportamentos deindivíduos e de grupos que estejam envolvidos em esporte de alta competição, 
esporte recreativo, exercício físico e outras atividades. 
Para Weinberg e Gould (2001, p.28): “A P.E. e do Exercício é um estudo 
científico de pessoas e seus comportamentos em atividades esportivas e 
atividades físicas, e a aplicação deste conhecimento”. 
Para Rubio (2010) a P.E. é considerada uma das sub-áreas das 
Ciências do esporte, concomitantemente com a antropologia, filosofia, 
sociologia, medicina e a biomecânica do esporte. É também considerada como 
uma especialidade da psicologia. A P.E. vem ganhando visibilidade, porque o 
esporte é na atualidade um dos produtos da indústria cultural, e tem 
despontado como um campo privilegiado de atuação profissional para o 
psicólogo. 
Barreto (2003) relata que o corpo teórico da P.E. enquanto campo 
científico encontra suporte em várias especialidades da Psicologia, entre elas a 
Psicologia Experimental - em que se incluem a Psicologia da Aprendizagem, a 
da Memória e a da Motivação - e a Psicologia do Desenvolvimento, 
responsável por estruturar o entendimento do desenvolvimento esportivo do 
indivíduo desde criança até a fase adulta. 
Ainda nesse contexto Vieira et al (2010)dizem que podem também citar 
a Psicologia da Personalidade, centrada nos estudos das diferenças 
individuais; a Psicologia Social, voltada às relações interpessoais da equipe 
esportiva e ao desenvolvimento da coesão do grupo; e por fim, a Psicologia 
Clínica, que focaliza os problemas de desajustamento psicológico do atleta e 
suas modificações. 
Segundo Samulski (2009, p.04): “A P.E., entretanto, é um componente 
integrado à ciência do esporte, estabelecendo uma relação interdisciplinar com 
as disciplinas cientificas: Medicina do esporte- Fisiologia do esporte e 
Sociologia do esporte”. 
Para a American Psychology Association (1999) a P.E.: 
 
 
a) É o estudo dos fatores comportamentais que influenciam e são 
influenciados pela participação e desempenho no esporte, 
exercício e atividade física. 
b) Aplicação do conhecimento adquirido através deste estudo 
para a situação cotidiana. 
 
 
Becker Jr (2000) afirma que existe uma disciplina chamada psicologia 
aplicada ao exercício e ao esporte e que esta investiga as causas e os efeitos 
das ocorrências psíquicas que apresenta o ser humano antes, durante e depois 
o exercício ou o esporte, sejam estes de cunho educativo, recreativo, 
competitivo ou reabilitador. 
 
3. Diferenças entre Psicólogo do Esporte e Psicólogo no Esporte 
 
De acordo com Weinberg (2001) vários segmentos da psicologia têm 
influenciado a P.E. na medida em que contribuem para a ampliação do 
conhecimento dos fenômenos psicológicos que englobam a atividade esportiva. 
Entre eles estão à psicologia social, a psicologia do desenvolvimento, a 
psicologia clínica, a psicologia organizacional, a psicologia da personalidade e 
a psicologia educacional. 
Cozac (2003) diz ser importante lembrar que no atendimento ou 
intervenção junto ao atleta é necessário que o profissional esteja bem 
familiarizado com os seguimentos da psicologia acima citados e suas 
propostas teóricas. Salmela (1991) relata, porém, que a P.E. é um segmento 
com objetivos específicos e área própria de interesse e, portanto com 
aplicações e técnicas próprias. Assim sendo a P.E. e psicologia no esporte não 
é sinônimo, visto que esta ultima inclui intervenções relacionadas com outras 
áreas da psicologia e de outras ciências. 
Feijó (2000) declara que quando se enfoca a P.E., a preocupação que 
se tem é a de propor uma „interpretação psicológica‟ do fenômeno esportivo, 
mas, porém, ao se mudar a ênfase para a psicologia no esporte, o enfoque 
passa a ser um estudo sobre os tipos de intervenção psicológica que o esporte 
deve requerer. 
Franco (2000) resalta que questões como a motivação do atleta, 
concentração em uma competição, persistência no treino, temperamento do 
atleta, liderança de equipe, a influência no desempenho atlético da equipe e 
influencia negativa e positiva da torcida sobre o atleta são alguns dos temas 
abordados pela P.E., sendo esta uma ciência. Pesquisas vêm sendo feitas nos 
meios acadêmicos e de estudos da P.E. ao longo dos anos no intuito de 
confirmar hipóteses formuladas, consolidar teorias e, enfim, aplica-las juntos 
aos atletas. 
Quanto a isso Cillo (2003, p.37-38) diz: 
 
 
Importante ressaltar que no trabalho da P.E. deve-se oferecer apoio e 
aconselhamento para os atletas e demais envolvidos, mas isso não 
significa que o psicólogo estará realizando psicoterapia. “Fazer” P.E. 
não é carregar um divã portátil que pode ser montado no garrafão ou 
próximo à trave. 
 
 
Samulski (2009) declara que a P.E. não deve ser interpretada somente 
como uma matéria especial da psicologia aplicada. O esporte e suas ações 
esportivas têm a suas próprias regras, suas estruturas e seus princípios. Como 
consequência, surge a necessidade da P.E. recorrer a teorias e métodos 
psicofisiológicos que melhor se adaptam a situações esportivas específicas. 
Portanto, o desenvolvimento de uma teoria para a P.E. e de métodos 
especificamente esportivos podem contribuir para o desenvolvimento da 
psicologia, pois as duas são relacionadas intrinsecamente. 
 
4. Campo de atuação do Psicólogo do Esporte 
 
Segundo Epiphanio (1999) a área de atuação do psicólogo esportivo 
onde se encontra a maior difusão é junto ao esporte de alto nível, por ser este 
o meio onde se observa um maior investimento tanto na parte técnica como 
monetária. O psicólogo atua junto a equipes esportivas, ou com atletas 
individualmente, no sentido de elaborar os conflitos que possam prejudicar o 
rendimento do atleta, proporcionando com isto, uma reelaboração de vida. Em 
esporte de alto nível, o psicólogo, também, atua como assessor e orientador de 
fenômenos psicológicos, além disso, este profissional está interligado a um 
movimento de ação social, rumo a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. 
Esta é uma área de atuação que depende de investimentos por parte dos 
governos, realizando programas para crianças carentes, onde, educação, 
saúde, alimentação e esporte caminhem juntos. A atividade física, de forma 
geral, também é outra área de atuação desse profissional. 
Brandão (1995) observa que por ser disciplina regularmente oferecida 
somente na graduação dos alunos de Educação Física isto significa que o 
delineamento do que faz um profissional da P.E. e que formação ele necessita, 
ainda, não estão claros. Prova disto, é que encontramos engenheiros, médicos, 
professores de Educação Física e profissionais de outra formação universitária, 
trabalhando e até mesmo "treinando mentalmente atletas”. 
Cozac (2010) propõe em sua aula inaugural do curso de formação em 
P.E. que as áreas de atuação do psicólogo do esporte são: 
 
 
a) Alto Rendimento 
b) Pesquisas 
c) Prevenção e promoção de saúde 
d) Escolas 
e) Exercício Físico 
f) Recreação 
g) Academias de Ginástica 
h) Clínica – Reabilitação 
 
 
Sendo assim, Cozac (2010) diz que o campo para esse profissional é 
amplo, não limitado aos atletas de alto rendimento como é comumente 
relacionado com a P.E. 
Segundo o Conselho Regional de Psicologia do estado do Paraná em 
seu site6 as atribuições do psicólogo do esporte são: 
 
 
1 - Proceder ao exame das características psicológicas dos 
esportistas, visando o diagnóstico individual ou do grupo, dentro da 
atividade em que se encontram. 
2 - Desenvolve ações utilizando-se de técnicas psicológicas 
contribuindo em nível individual, para realização pessoal e melhoria 
do desempenho do esportista e em nível grupal, favorecendo a 
otimização dasrelações entre esportistas, pessoal técnico e 
 
6 http://www.crppr.org.br/pagina. php?idF=17#esporte. 
dirigentes. 
3 - Realiza atendimento individual ou em grupo de esportistas, 
visando a preparação psicológica no desempenho da atividade física 
em geral. 
4 - Acompanha, assessora e observa o comportamento dos 
esportistas, visando o estudo das variáveis psicológicas que 
interferem no desempenho de suas atividades específicas(treinos, 
torneios e competições). 
5 - Orienta pais ou responsáveis visando facilitar o acompanhamento 
e o desenvolvimento dos esportistas. 
6 - Realiza atendimento individual ou em grupo com esportista, 
visando a preparação psicológica no desempenho da atividade física 
em geral. 
7 - Realiza estudos e pesquisas individualmente ou em equipe 
multidisciplinar, visando o conhecimento teórico-prático do 
comportamento dos esportistas, dirigentes e públicos no contexto da 
atividade esportiva. 
8 - Elabora e participa de programas e estudos educacionais, 
recreativos e de reabilitação física orientando a efetivação de um 
trabalho de caráter profilático ou corretivo, visando o bem-estar dos 
indivíduos. 
9 - Colabora para a compreensão e mudança, se necessário do 
comportamento de educadores no processo de ensino-aprendizagem 
e nas relações inter intra pessoais que ocorrem no ambiente 
esportivo. 
10 - Elabora e emite pareceres sobre aspectos psicológicos 
envolvidos na situação esportiva, quando solicitado. 
11 - Encaminha o esportista a atendimento clínico quando houver 
necessidade de uma intervenção psicológica que transcenda as 
atividades esportivas. 
12 - Ministrar aulas de psicologia no esporte em cursos de psicologia 
e educação física, oportunizando a formação necessária a estes 
profissionais, a prática das atividades esportivas e seus aspectos 
psicológicos. 
 
 
Samulski (2009, p.14) destaca a necessidade de uma formação 
abrangente apontando como sendo quatro os campos de aplicação da P.E.: 
 
 
O esporte de rendimento que busca a otimização da performance 
numa estrutura formal e institucionalizada. Nessa estrutura o 
psicólogo atua analisando e transformando os determinantes 
psíquicos que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo 
esportivo. 
O esporte escolar que tem por objetivo a formação, norteada por 
princípios sócio-educativos, preparando seus praticantes para a 
cidadania e para o lazer. Neste caso, o psicólogo busca compreender 
e analisar os processos de ensino, educação e socialização inerentes 
ao esporte e seu reflexo no processo de formação e desenvolvimento 
da criança, jovem ou adulto praticante. 
Já o esporte recreativo visa o bem-estar para todas as pessoas. É 
praticado voluntariamente e com conexões com os movimentos de 
educação permanente e com a saúde. O psicólogo, nesse caso, atua 
na primeira linha de análise do comportamento recreativo de 
diferentes faixas etárias, classes sócio econômicas e atuações 
profissionais em relação a diferentes motivos, interesses e atitudes. 
Por fim o esporte de prevenção, saúde e reabilitação são 
pesquisadas as possibilidades preventivas e terapêuticas do esporte, 
bem como o sentido de regulação psíquica por meio da conduta 
esportiva (terapia pelo movimento, jogos e dança), desenvolve um 
trabalho voltado para a prevenção e intervenção em pessoas 
portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva, ou 
não, e também com pessoas portadoras de deficiência física e 
mental. 
 
 
Segundo Gauvin e Spence (1995) os estudos na P.E e do Exercício têm-
se dividido em duas sub-áreas: a da Psicologia relacionada ao exercício físico 
e atividade física e da Psicologia do Esporte. A primeira refere-se ao 
relacionamento entre o exercício físico e a saúde (prevenção, reabilitação), 
enquanto a segunda está direcionada para os determinantes e consequências 
do desempenho e envolvimento com o esporte competitivo. 
Ganzáles (1997) descreve que a American Psychology Association 
(APA) bem como a Associação de Psicologia do Canadá julgam necessário 
estabelecer critérios básicos para dois campos de atuação do psicólogo do 
esporte: o educacional e o clínico. O psicólogo educacional se ocupa mais da 
análise de dinâmicas de grupo, em atividades mais relacionadas ao ensino e à 
pesquisa, do treinamento mais pedagógico do que clínico; por seu turno, o 
psicólogo clínico é aquele que faz psicodiagnóstico esportivo e pratica 
intervenções clínicas tanto individualmente no atleta quanto nos contextos 
grupais. 
De acordo com Weinberg e Gould (2001), os psicólogos do esporte 
possuem três áreas de atuação profissional: o ensino, a pesquisa e a 
intervenção. Na área do ensino a finalidade é transmitir conhecimentos e 
habilidades técnicas esportivas, para tal os profissionais precisam ter 
conhecimentos das capacidades psicológicas necessárias para melhor 
compreender o comportamento humano no âmbito do esporte sendo essa a 
função de professor. Na área da pesquisa, os procedimentos diagnósticos são 
mais explorados tendo como objetivo medir características psicológicas das 
pessoas, fazer avaliações esportivas e medidas de intervenção psicológica 
para competição e treinamento sendo essa a função de pesquisador, a terceira 
área é a da intervenção psicológica onde o profissional exerce a função de 
consultor na qual são realizados psicodiagnósticos, programas psicológicos de 
treinamento mental, juntamente com medidas de aconselhamento e 
acompanhamento. 
Dante Jr (2000) salienta que existem dois campos nas quais o psicólogo 
esportivo atua, sendo o primeiro o campo de estudo e atuação aonde a P.E. 
tem sido requisitada a responder questões como de que forma a atividade 
esportiva e a competição afetam o comportamento dos indivíduos e interferem 
no seu desempenho, quais os fatores psicológicos relacionados a essas 
atividades e que podem interferir no desempenho de atletas, técnicos e 
dirigentes, quais os fatores extracompetitivos que podem afetar o desempenho 
dos atletas. No campo do exercício, a psicologia tem atuado contribuindo para 
a manutenção do bem estar geral do individuo, não visando o atleta, mas todos 
os que fazem da atividade física um meio para melhorar seu estado geral de 
saúde o que inclui a saúde mental, como na máxima “mens sana in corpore 
sano”. Nesse caso pode-se perceber que existem duas sub-áreas de 
investigação da P.E., que são importantes pois são geradoras de inúmeras 
oportunidades de pesquisas, sendo estas divididas em dois pontos de vistas: 
do ponto competitivo, esta pode atuar em dois grandes setores: a psicologia 
relacionada à atividade esportiva e a psicologia relacionada ao atleta que se 
estende aos técnicos, árbitros e dirigentes. 
 
5. Tarefas e Funções do Psicólogo do Esporte 
 
De acordo com Singer (1993, pag. 131-146), o psicólogo do esporte tem 
as seguintes tarefas: 
 
 
a) Cientista/pesquisador, o qual contribui na produção de 
conhecimento; 
b) Docente, o qual transmite conhecimentos; 
c) Intermediário entre técnico e atleta; 
d) Especialista em psicodiagnósticos, o qual mede o potencial do 
atleta; 
e) Especialista em análise das condições do treino 
f) Especialista para otimizar o desempenho 
g) Conselheiro para solucionar conflitos 
h) Consultor-especialista em consultoria de programas 
psicológicos; 
i) Responsável pela saúde e pelo bem estar dos atletas. 
 
 
Nitsch (1986) enfatiza as tarefas e funções do psicólogo do esporte, 
destacando áreas de atuação: No ensino, no qual o psicólogo propõe a realizar 
cursos e seminários psicológicos tendo como público alvo os professores de 
educação física e técnicos esportivos, para que estes tenham o conhecimento 
e capacidades psicológicas específicaspara melhor compreensão do 
comportamento humano no âmbito do esporte. Para tal, esses cursos e 
seminários devem constar a transmissão de: princípios e fundamentos 
psicológicos dos processos de aprendizagem e de ensino, conhecimentos e 
capacidades psicológicas para a educação prática nos diversos setores de 
aplicação no esporte, conhecimentos e técnicas em metodologia da pesquisa 
psicológica e técnicas para a aquisição e desenvolvimento próprio dos 
conteúdos citados na futura prática profissional. 
Na área da pesquisa psicológica no esporte Nistch (1989, p.203) diz que 
esta são voltadas para as seguintes tarefas: 
 
 
a. Desenvolver uma teoria de ação esportiva como base para a 
aplicação e o prognostico de fenômenos psicológicos no 
esporte, no sentido de que nada é mais prático do que a boa 
teoria. 
b. Desenvolver procedimentos diagnósticos para medir 
características psicológicas de pessoas, de situações e de 
atividades esportivas (como por exemplo, motivação para o 
rendimento, medo e agressão no esporte, coordenação 
psicomotora, personalidade de atletas e treinadores). 
c. Desenvolver medidas de intervenção psicológica para o ensino, 
treinamento, competição e terapia (preparação e assessoria 
psicológica). 
 
 
De acordo com Samulski (2009) a intervenção psicológica na pratica 
esportiva como, por exemplo, no esporte escolar e de rendimento pode ser 
realizada através de alguns programas psicológicos de treinamento, assim 
como por medidas psicológicas de aconselhamento também chamado de 
Counselling e acompanhamento conhecido também por coaching. 
Cozac (2010) propõe em sua aula inaugural do curso de formação em 
P.E. que atuação do psicólogo no esporte: 
 
 
a. Estudar os comportamentos que influenciam ou são 
influenciados pela participação e desempenho no esporte, 
exercício e atividade física, além da aplicação do 
conhecimento adquirido através deste estudo para a situação 
cotidiana (atleta + ser humano = unicidade). 
b. Auxiliar o atleta a desenvolver sua capacidade emocional e 
psicológica para adaptar-se mais adequadamente a rotina 
esportiva. 
c. Auxiliar a equipe técnica no planejamento de metas e no 
treinamento de aspectos ligados a performance esportiva. 
 
 
6. Um Novo Campo de Atuação 
 
Cozac (2010) em sua aula inaugural do curso de formação de psicologia 
do esporte7 relata que há a lotação de outros campos de ação da psicologia 
como o clínico, o educacional, o hospitalar, o Rh8. Além disso, ressalta que 
existe ainda o medo dos dirigentes em diversas modalidades esportivas quanto 
às possíveis influências da presença do psicólogo na equipe. Sendo assim, 
deve-se salientar que o psicólogo no esporte atua como meio de auxílio ao 
atleta para que possa melhorar sua performance dentro e fora de sua atividade 
interdisciplinar ( informação verbal). Nesse contexto o autor ainda destaca os 
preconceitos frente à imagem do psicólogo como um sintoma cultural que 
dificulta a atuação em outras áreas bem como no esporte, além de. colocar em 
evidência a dificuldade de reconhecimento da importância do psicólogo pelas 
pessoas que gerenciam o esporte, bem como os treinadores e atletas que em 
sua maioria ainda mantêm a ideia que a psicologia é sinônimo de patologia. 
Lacrape e Chamalidis (1995) afirmam que percepção do serviço da P.E. 
depende da interação de fatores como experiência passada dos atletas com o 
psicólogo esportivo, expectativas do grupo, confiança mútua e a especificidade 
da situação. Becker Jr (2000) ressalta que a partir dos elementos citados por 
Lacrape e Chamalidis, é de grande importância o modo pelo qual o psicólogo 
será apresentado aos membros de uma equipe esportiva. Uma apresentação 
simples, com nome, função, experiência e objetivos parece ser o suficiente, 
pois não despertará o sentimento de onipotência e de que o psicólogo possui 
 
7 Curso Psicologia Esportiva. Sociedade Brasileira da Psicologia do Esporte (CEPPE) e 
Associação Paulista da Psicologia do Esporte. 06/11/2010. 
8
 Recursos humanos 
poderes mágicos, fazendo com que o atleta e os outros integrantes da 
comissão técnica o vejam como mais um integrante da equipe. 
Becker Jr (2000) ressalta ainda que o que o psicólogo diz na sua 
apresentação é muito importante. Uma explicação simples sobre o que faz 
ajudará bastante, pois, embora já se tenha mudado muito a informação sobre 
suas funções, existe ainda quem o classifique como “alguém que trata de 
loucos”, o autor observa que provavelmente essa resistência tenha ocorrido 
também no inicio da atividade do médico e do dentista no esporte. 
Segundo Rubio (2011)9 deve-se perceber quem é o atleta brasileiro, 
levando em consideração que este não é o atleta que se encontra nos EUA 
que tem formação acadêmica, e onde pode estar praticando com técnicos, a 
realidade do esportista brasileiro, na maior parte do tempo e dos esportes é a 
dedicação ao esporte sem ter condições mínimas para tal e devendo ir atrás de 
patrocínios para poder dedicar-se ao mesmo. Deve-se observar que o nível de 
resiliência de um atleta olímpico é fora do normal, e, portanto deve-se salientar 
as diferenças culturais e qual o tipo de conduta que se passa a ter sobre esse 
atleta. Rubio lembra que o psicólogo esportivo ao fazer parte das comissões 
técnicas deve levar em consideração essas diferenças e trabalhar com a 
comissão técnica, com relação a isso. Para tal, a autora traz um modelo de 
intervenção psicológica no qual se deve considerar a tríade - Atleta-família-
tecnico (quando o atleta é ainda criança), auxiliar a comunicação entre o atleta 
e o técnico e lembrar que o que faz a diferença entre vencer ou perder é o 
detalhe (informação verbal). 
Hallage (2011)10 lembra que nas Olimpíadas de 2008, todos os 
sucessos do Brasil tinha tido uma preparação psicológica, para tal houve o 
trabalho do psicólogo nas categorias de base, além disso, salienta que o 
psicólogo do esporte, deve sempre atuar na sua função e avaliar sua relação 
com a comissão técnica de uma equipe, levando em consideração as ciências 
aplicadas ao esporte na qual participam a medicina, a fisiologia, a biomecânica, 
a fisioterapia e a nutrição. Hallange destaca que no Brasil é preciso construir a 
P.E., e que para que tal ocorra é necessário entender junto com a comissão 
técnica que o atleta muda seu comportamento se quiser mudar e até aonde o 
 
9 1º Encontro com Treinadores e Comissões Técnicas, ABRAPESP. 28/05/2011. 
101º Encontro com Treinadores e Comissões Técnicas, ABRAPESP. 29/05/2011. 
psicólogo pode chegar, combatendo assim a imagem que o psicólogo é aquele 
que chega e resolve. 
A preparação do atleta deve passar por: preparação física, preparação 
técnica, preparação tática e preparação psicológica e, portanto, deve-se chegar 
ao inicio da temporada e fazer a periodização do atleta, não chamando o 
psicólogo apenas em momentos de crise, pois segundo Hallange o psicologo 
esportivo não se pode trabalhar na crise, quando esta se instala não se pode 
fazer quase nada, somente dar apoio psicológico. Resaltando que, porém é só 
aqui que o psicólogo é lembrado. Hallange destaca que a preparação 
psicológica deve ser cuidada desde o início do trabalho técnico. São comuns 
as expressões: „O time não estava preparado psicologicamente‟, „faltou 
concentração‟ ou ainda „é preciso ter controle emocional‟, porém deve-se 
ensinar para a comissão técnica o que é cada um desses itens, observar com o 
atleta o que esta acontecendo com o mesmo, analisar a personalidade do 
atleta. Quanto mais o psicólogo conseguir falar a mesma língua da comissão 
técnica, mais fácile acessível se tornará o trabalho do psicólogo do esporte, 
pois como Hellange observa que a confiança esta muito ligada aos 
acontecimentos de um jogo. 
A medalha de ouro, a vitória é consequência do trabalho conjunto das 
ciências do esporte, independente de quem. Os objetivos da P.E. então são 
promover o desempenho, o bem estar psicológico, a educação e a formação do 
atleta. 
 
7. Princípios Éticos para a P.E. e do Exercício 
 
Para Becker et al (1998,p.31), no treinamento psicológico devem-se ser 
considerados alguns princípios éticos: 
 
 
a. A participação no treinamento psicológico deve acontecer por 
interesse próprio e sem pressão externa; 
b. Antes de aplicar o treinamento psicológico, deve-se informar os 
atletas sobre seus objetivos, métodos, indicações e efeitos. 
c. Os métodos aplicados no treinamento psicológico devem ser 
cientificamente comprovados. 
d. O treinamento psicológico deve contribuir para o 
desenvolvimento da personalidade e desenvolver saúde, bem 
estar, autodeterminação e responsabilidade social. 
 
 
Winterstein (2004) argumenta que a P.E, enquanto uma área que deve 
buscar a melhoria das condições humanas da prática esportiva não está alheia 
às mudanças do contexto esportivo nacional e internacional. Assim sendo, seja 
no âmbito da pesquisa, é no da intervenção ou da formação profissional, deve-
se estar atento às formulações preestabelecidas que determinam os 
denominados "procedimentos éticos" reguladores das relações profissionais 
entre os sujeitos envolvidos. Portanto, não basta submeter projetos de 
pesquisa às respectivas comissões de ética, quando os interesses, tanto dos 
membros destas comissões, quanto dos próprios investigadores, se pautam em 
critérios muitas vezes escusos e corporativistas. 
Segundo BUTT (1987, p.54): 
 
 
Os psicólogos que atuam de acordo com o código de ética da 
associação dos Psicólogos, sempre colocando o bem- estar, quer 
dizer a saúde física e mental, acima do desempenho esportivo. Os 
psicólogos devido a sua orientação estão seguros do seu papel e, 
portanto, não assumem o papel de outras posições esportivas 
(direção, técnico, atleta). O psicólogo irá sugerir ideias, técnicas, 
opiniões sobre os atletas, técnicos e organização. A decisão de 
querer usar as ideias e como persuadir o time, ou querer adotar as 
alternativas para atingir objetivos, é sempre a partir do técnico. 
 
 
Segundo Hallage, o psicólogo do esporte deve ter formação, 
conhecimento da modalidade (se não souber o que é não tem como se 
comunicar com a comissão técnica, em parceria com todos), lembrar que é 
mais um integrante da comissão técnica (mas tem um olhar diferenciado, nisso 
ele faz parte, mas tem que ter um distanciamento para ser mais imparcial, A 
realidade do psicólogo esportivo é que ele deve estar em vários lugares ao 
mesmo tempo), ressaltar que não é o salvador da pátria, o mágico, não é 
dotado de super poderes.Além disso deve deixar claro que a media de horas 
de trabalho depende muito do entendimento do psicólogo com a comissão 
técnica, deve estar presente em varias situações, pois não deve estar 24 horas 
por dia, mas deve estar presente. 
 
8. Considerações Finais 
 
Este estudo procurou contribuir para a reflexão sobre a importância do 
papel da psicologia no âmbito esportivo, demonstrando através de referencias 
bibliográficas de autores nacionais e internacionais. Deve-se levar em 
consideração que no Brasil estes autores estão em sua maioria situados nos 
estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul onde existem cursos 
de psicologia do esporte tanto na graduação quanto em cursos de pós 
graduação, mestrado e doutorado. Em outros estados os autores estudados 
relatam que os cursos de psicologia do esporte se encontram raras vezes nos 
meios acadêmicos de psicologia sendo estas cadeiras oferecidas de forma 
optativa. Ficou evidente nesta pesquisa que as faculdades de psicologia não 
estão preparando ou mesmo informando seus acadêmicos sobre essa área de 
atuação, o qual vem sendo ocupado por profissionais de outras áreas das 
ciências do esporte. Rubio (2000, p.17): 
 
Espera-se que o movimento existente atualmente no Conselho de 
psicologia do esporte a um crescimento significativo. A inclusão da 
matéria da Psicologia do Esporte nos currículos das Faculdades de 
Psicologia é, a meu ver, fundamental para que se consiga a obtenção 
de mais esse campo de atuação. 
 
Procurou-se, através deste estudo, trazer ao conhecimento a história da 
psicologia do esporte, situando- a não só no âmbito internacional como no 
Nacional e levando ao conhecimento de muitos que a psicologia do esporte 
não é como se pensa em senso comum algo novo e sim uma área de 
conhecimento técnico existente à mais de um século no exterior e 60 anos no 
Brasil. 
 Pode-se notar através das bibliografias encontradas, qual o papel do 
psicólogo do esporte e desmistificar a ideia de que seu trabalho é fazer clinica 
no esporte. Além disso, pode-se chegar a conclusão que o psicologo esportivo 
assim como em outras aeras da psicologia faz um trabalho interdisciplinar com 
os outros componentes da comissão técnica, quais as possibilidades de 
intervenção desse profissional junto a atletas, comissão técnica, família e 
praticantes de esporte para a saúde e lazer. 
 É relevante salientar que o país participará de uma Olimpíada no 
próximo ano, além de sediar um mundial de futebol e a próxima Olimpíada, na 
qual poucos atletas tem o auxílio de um psicologo do esporte por esse não se 
encontrar entre a maioria das comissões técnicas. Cabe resaltar que este 
profissional quando é lembrado, principalmente no meio futebolístico, é 
chamado a trabalhar em uma condição de crise já existente para se apagar o 
fogo, não com o objetivo de um acompanhamento psicológico do atleta desde 
que este começa a preparação física como deveria ser feito, ocorrendo então a 
visão de que este profissional faça mágicas se o time for bem ou que este é 
desnecessário se a equipe não render o esperado. Não são desenvolvidos, 
portanto, trabalhos qualificados na maioria dos clubes. 
 Por fim, cabe aos cursos de graduação oferecer a possibilidade de 
conhecimento dessa nova “velha” área de atuação, na qual o estudante de 
psicologia possa ao menos saber que esta existe, qual a função e o trabalho 
desenvolvido por esse profissional no âmbito esportivo, possibilitando assim 
que surjam maiores procuras por profissionais capacitados a trabalhar no 
esporte, sabedores de suas atribuições, deveres e ética. 
 
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