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FACULDADE DO MARANHÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DAVID MARTINS OLIVEIRA VALERIA DOS SANTOS VALENTIM DAS LUTAS ÀS CONQUISTAS, UMA NOVA VISÃO SOBRE O DIFERENCIAL DA LIDERANÇA FEMININA SÃO LUIS 2017 FACULDADE DO MARANHÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 2 AMINADAB RIBEIRO MENDES ARILENE DOS SANTOS ABREU LUZO CARLISON PEREIRA DOS SANTOS DAVID MARTINS OLIVEIRA DAS LUTAS ÀS CONQUISTAS, UMA NOVA VISÃO SOBRE O DIFERENCIAL DA LIDERANÇA FEMININA Trabalho apresentado à disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico da Faculdade do Maranhão, sob a orientação da Professora Maria do Socorro Corrêa da Cruz, para obtenção parcial da segunda nota. SÃO LUIS 2017 3 “Toda mulher deve se sentir dotada de uma grande missão. Não importa se faz faxina numa empresa ou se a dirige, se limpa os doentes ou se é a médica deles, se vende produtos ou se “vende ideias” em sala de aula. Sempre deve realizar seu trabalho dando o melhor de si, libertando sua criatividade, exaltando sua criatividade, exalando sua sensibilidade, honrando sua história, procurando construir uma nobre biografia”. (Augusto Cury) RESUMO 4 O presente estudo tem por objetivo identificar a importância do papel da mulher como líder nas organizações, baseados em conceitos básicos de liderança e teorias de Chiavenato e Maximiano que apresentam as classificações conforme gestão determinada. Destacar as características encontradas nesse tipo de liderança como fatores diferenciais em relação à masculina para benefício próprio e ou institucional. Descrever a evolução da participação feminina no mercado de trabalho com a gradual ocupação em cargos de liderança e sua constante busca por espaço e aceitação no mercado atual. A proposta desta pesquisa consiste em analisar quais são os desafios encontrados na liderança feminina a partir do inicio da inserção da mulher no mercado de trabalho até os dias atuais. Constatar a eficiência e eficácia dentro das organizações, finalmente tentar identificar se de fato existe o diferencial desta liderança para as empresas. Portanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, exploratória na forma de revisão da literatura para atender o propósito estabelecido. Palavras chaves: Líder, Desafios, Liderança Feminina e Diferencial. SUMÁRIO 5 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 6 2. LIDERANÇA........................................................................................................ 8 2.1 Tipos de liderança................................................................................................. 9 2.1.1 Teoria de Chiavenato..................................................................................... 9 2.1.2 Teoria de Maximiano..................................................................................... 10 2.2 O perfil do líder nas organizações....................................................................... 11 2.3 A evolução da liderança feminina....................................................................... 12 2.4 Características da liderança feminina................................................................ 13 2.5 Desafios da liderança feminina............................................................................ 15 2.6 Formação e visão empreendedora da liderança feminina nas organizações.. 16 3. CONSIDERAÇOES FINAIS .............................................................................. 18 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 19 6 1. INTRODUÇÃO Toda organização necessita de um líder no mercado de trabalho. No contexto histórico era de suma importância que o representante de qualquer que seja o ramo de natureza empresarial tivesse o controle de tudo e de todos para se manter no mercado. Um líder focado nos resultados de uma empresa, sempre busca conhecimentos, aperfeiçoamento e se especializar numa área especifica que seja seu ponto forte para liderar uma equipe de trabalho. Habilidades e capacidades trabalhadas são de fundamental importância no meio organizacional para contribuir na credibilidade tanto dos diretores quanto aos funcionários, em prol do progresso da organização. Porém, se a instituição não se preocupar em investir e capacitar seu corpo técnico dificilmente encontrará mecanismo de controle e progresso a longo prazo. Diversos desafios são encontrados no meio empresarial, quando se relaciona com o setor estratégico de uma empresa, pois todos os líderes enfrentam algumas dificuldades, principalmente no ramo de gestão de pessoas, as quais possuem diferentes personalidades e comportamentos. Esses desafios se tornam mais evidentes quando se trata de liderança feminina. A figura feminina nos primórdios da história da humanidade era empregada como um símbolo de fragilidade, submissão e inferioridade, pois a mesma não obtinha conhecimentos sobre a política, poder e liderança e não havia oportunidades de inserção no mercado de trabalho. A liderança sempre foi voltada para o papel masculino, e muitas teorias afirmam que as principais características são natas do homem e barreiras são postas no perfil feminino de liderar uma equipe, devido a essa imposição social que não acreditava no empoderamento feminino dentro de uma instituição. Atualmente abordar o conceito de liderança feminina no século XXI não é uma tarefa difícil, apenas em encontrar empresas que acreditam no conjunto de capacidades e habilidades que contribuem para uma gestão eficaz e dão oportunidades para esse perfil de liderança feminina. Na liderança autocrática, o líder focaliza todo o poder para si, distribui tarefas sob seu comando, sem contestações da parte dos funcionários, um perfil de líder que não aceita opiniões do setor tático e muito menos do setor operacional. 7 O perfil de líder feminino, mesmo naquele tempo não se enquadra nesse aspecto de poder centralizador, pois as mulheres sempre estarão voltadas para tomar decisões depois de muita análise, através de diálogos e negociações tanto com os diretores quanto aos funcionários, por ter convivido no setor operacional das empresas e ter experiências vivenciadas ao se tratar da liberdade de expressão inexistente. Características como essas contradizem a liderança democrática. Democracia é um termo bastante utilizado nos dias atuais, o qual nem sempre é praticado, porém o conceito é essencial para ser um líder eficiente e eficaz que se preocupa com a gestão, comando, controle e opinião do próximo, assim como uma líder feminina que trabalha em prol de todos para garantir o equilíbrio da empresa. Diversas atividades empresariais que trabalham com empreendedorismo possuem um espírito mais feminino devido as características de multifuncionalidades presentes na essência feminina para liderar, idealizar, gerar projetos, serviços e negócios voltados para qualificação pessoal e profissional. Mesmo com um aumento gradativo nas estatísticas que apresentam a margem de porcentagem das mulheres ocupando cargos de níveis hierárquicos, pode se observar que ainda existem mulheres que não sãoreconhecidas pelo seu desempenho profissional como líder de uma organização e recorrem a gerir seus próprios empreendimentos. O fato inegável é que atualmente a presença feminina nos cargos de liderança só tem aumentado. Além de apresentarem mais escolaridade, estão mais evolvidas com projetos de empreendedorismo e desempenhando cargos elevados nas empresas, entretanto muitos desafios foram e ainda precisam ser enfrentados nessa trajetória. A partir desta afirmação, com o objetivo geral, apresentar a evolução da participação da mulher nas organizações, a gradual ocupação em cargos de liderança e tentar identificar se de fato existe o diferencial desta liderança para as organizações. Baseados na problemática, quais são os fatores diferenciais da mulher no papel de líder nas organizações, buscar estabelecer as conexões e comparações. Em resposta, surgiram as seguintes hipóteses: A mulher desempenha um papel fundamental em qualquer ambiente social, seja ele organizacional ou não, pois no mundo globalizado e dinâmico, a mulher naturalmente consegue se adaptar as mudanças e desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo, se preocupando com tudo e com todo, sendo detalhista, atenciosa e mais eficiente. 8 Uma trajetória feita em um mundo mais masculino e mais difícil, que demanda mais energia e perseverança. Isso, por sua vez, afeta a ambição das mulheres e a sua confiança ao longo do tempo. 2. LIDERANÇA De acordo com o Dicionário Ilustrado de Inglês (2013 p. 1) o termo liderança deriva da palavra em inglês “leader” que significa líder. Muitos estudiosos conceituam liderança como uma arte de gerenciar pessoas, um conceito generalizado no âmbito empresarial. Um bom líder tem a capacidade de atrair seguidores e influenciar comportamentos, mentalidades e ações de forma positiva. Existem pessoas que nascem com o dom de liderar, está sempre disposto a participar das tomadas de decisões em todos grupos ou segmentos que se insere, por conta disso se enquadra perfeitamente em cargos de gestão de pessoas, entretanto pode se encontrar líderes informais, destinado pelas organizações em que atuam a assumir cargos de autoridade e geralmente possuem uma adaptação mais gradativa, o que não impede de se tornar um excelente profissional. Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas. Proximidade física ou temporal não é importante no processo. Um cientista pode ser influenciado por um colega de profissão que nunca viu ou mesmo que viveu em outra época. Liderança é a realização de metas por meio da direção dos colaboradores. A pessoa que comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades especificas é líder. Um grande líder tem essa capacidade dia após dia, ano após ano em uma grande variedade de situações. (MAXIMIANO 2012, p. 205 e 206). A liderança não está restrita apenas para uso nas organizações, ou instituições formais, pode ser empregada entre grupos informais, amigos, grupos religiosos e entre outros, que todos os membros buscam objetivos em comuns. A liderança deve caminhar paralelamente com as diretrizes da organização, sendo clara e objetiva em relação a valores e ética agregados. É de suma importância uma liderança que se enquadre nos padrões da organização, com uma visão eficiente para abordagem de diferentes tipos de necessidades e interesses. Para ser um bom líder é necessário estar motivado, pois não há liderança sem motivação, precisa possuir as ferramentas para influenciar seu grupo ou equipe, é fundamental que a organização entenda e capacite seus líderes, com treinamentos, programas de aperfeiçoamentos constantes, principalmente para aqueles que eram do 9 corpo operacional, e por algum motivo, foram promovidos, para que possam saber conduzir sempre as intercorrências oportunas e inesperadas, os conflitos e estar sempre aberto para conselhos e sugestões. Assim como os processos gerencias estão em constantes modificações para se adaptar ao mercado, os processos de liderança também evoluem, novas abordagens estão sempre surgindo, entretanto, características que podem servir como pilar individual de cada líder devem sempre permanecer, como carisma, paciência, respeito, disciplina e principalmente a capacidade de influenciar seus liderados. É um líder transformador aquele que é exigente com sua equipe estabelecendo metas e objetivos desafiadores, mas ao mesmo tempo é capaz de exemplificar a equipe “colocando a mão na massa” para mostrar o que esperam (SILVA, 2017). Trabalhar de forma humana, compreendendo as necessidades de seus liderados não foge dos princípios de um bom líder, o mercado tenta exclui aos poucos aquela imagem ultrapassada de “chefes”, onde ele determinava o serviço a ser prestado e cobrava de forma autocrática. É preciso ter o controle da equipe em que se gerencia, saber cobrar e punir se necessário e principalmente orientar, ajudando na execução da tarefa solicitada. 2.1 Tipos de liderança Dos diversos conceitos sobre liderança, Chiavenato (2004) e Maximiano (2012) são referência se tratando dos tipos de liderança que abordam conceitos introdutórios relacionados a forma como é vista a liderança desde a sua origem, e como o líder deve orientar seus liderados, compreendendo as personalidades dos tipos de liderança. De acordo com os mesmos, as principais se classificam em: AUTOCRATICA, DEMOCRATICA E LIBERAL. 2.1.1 Teoria de Chiavenato As teorias de Chiavenato (2004, p. 124 e 125) são fundamentais no meio acadêmico e fora dele, tornam-se referências para se classificar e identificar perfis de gestores são descritos três tipos de líderes para o universo empresarial, destacando características, comportamentos e a forma de gerenciar seus liderados 10 Liderança Autocrática: É aquele modelo onde o líder centraliza todo o poder e dá as ordens aos seus funcionários sem permitir que façam contestação ou mesmo que tomem decisões sem o seu consentimento. O trabalho só pode ser feito com a sua autorização e na sua presença. Neste regime fechado, os liderados sentem-se oprimidos e desvalorizados o tempo inteiro, pois na liderança autocrática o gestor faz uma liderança agressiva, que amedronta as pessoas, criam um ambiente tenso na empresa. Este tipo de líder é aquele que não gosta que sua equipe tenha relacionamento interpessoal e que só permite falar coisas do trabalho. Liderança Democrática: Este modelo é totalmente diferente do anterior, pois o líder democrático reconhece, orienta e institui os seus liderados, dando liberdade para que compartilhem suas sugestões, ideias e opiniões e façam parte do processo de tomada de decisão. A comunicação é direta e produtiva, ninguém se sente oprimido, mais sim encorajado a dar o seu melhor e colaborara com suas habilidades e conhecimento para o alcance dos resultados. Liderança liberal (Laissez-faire): - Neste modelo de liderança a delegação é a apalavra de ordem, pois o líder delega todas as tarefas e demandas para seus liderados. Entretanto, este tipo não se mostra muito efetivo, uma vez que, o líder não tem respeito de sua equipe e ainda acaba gerando uma competitividade agressiva e que gera resultados pouco expressivos. 2.1.2 Teoria de Maximiano (2012, p. 209 e 210) Autocracia: Quanto mais concentrado o poder de decisão no líder mais autocrático é seu comportamento ou estilo. Muitas formas de comportamento autocrático abrangem prerrogativas da gerência, como decisões que independem de participação ou aceitação. Democracia: Quanto mais as decisõesforem influenciadas pelos integrantes do grupo, mais democrático é o comportamento do líder. Os comportamentos democráticos envolvem alguma espécie de influência ou participação dos 11 liderados no processo de decisão ou de uso da autoridade por parte do dirigente. Ambas as teorias fornecem uma visão contemporânea dos tipos de liderança, conceitos individuas que se complementam conforme o contexto histórico. É fundamental conhecer os três tipos, mesmo sendo tão distintos, pode-se então compreender que a liderança depende diretamente das situações, consequentemente o líder passa a assumir algum dos tipos, sem especificamente perder sua natureza profissional. Nota-se que a liderança se enraíza em três pilares fundamentais, mesmo que o líder tente empregar um perfil de forma pessoal, a liderança organizacional independe dos conceitos individuais pois baseia-se em situações, onde a mesma determina qual o melhor perfil de liderar para que haja um controle ou motivação do corpo técnico a ser orientado. 2.2 O perfil do líder nas organizações De acordo com Maximiano (2004, p. 206.) estão descritas algumas características pessoais direcionadas a liderança como exercício, entre elas: A liderança é uma função, papel, tarefa ou responsabilidade que qualquer pessoa precisa desempenhar quando é responsável pelo desempenho de um grupo. Independentemente de suas qualidades, muitas pessoas são colocadas em posições de liderança, em que precisam dirigir os esforços de outros para realizar objetivos: treinadores de equipes esportivas, professores: regentes de orquestras, sacerdotes, diretores de teatro e cinemas e todo o tipo de gerentes. No papel de líderes, algumas pessoas têm mais habilidade que outras e algumas são mais motivadas que outras para desempenhá-los. Assim como a administração se fundamenta em PODC. Uma boa liderança está diretamente relacionada com os princípios da Teoria Geral da Administração, a qual enfatiza necessidades essenciais para controle interno de qualquer organização. Todo líder deve ter esses princípios inter-relacionados para o alcance dos projetos elaborados, esse profissional deve ter conhecimento de todas as ferramentas que contribuam para 12 um bom planejamento organizacional, destacando objetivos específicos e metas claras, orientando sempre de forma eficiente. A falta de organização não facilita a distribuição de tarefas e muito menos a utilização de recursos adequados a determinados investimento, característica essencial de liderança que busca a maximização do lucro e valorização dos funcionários sustentando uma estrutura organizacional à longo prazo. Liderar configura-se em direcionar, tornar-se um guia multifuncional equilibrado com o objetivo de coordenar e motivar contribuindo para o desenvolvimento interpessoal ao alcance dos objetivos estipulados no planejamento. A união desses princípios são base de sustentação para obter um controle geral de tudo que foi planejado e executado, um líder desprovido desses conceitos e entre outros, dificilmente se enquadra no perfil de excelência exigido pelo mercado de trabalho. Segundo o portal da administração esse profissional eficaz precisa compreender a si mesmo a equipe e o clima organizacional. 2.3 A evolução da liderança feminina A luta das mulheres na constante busca pela igualdade dos direitos sempre existiu desde os tempos em que as mesmas eram vistas como “sexo frágil’’, “objeto de prazer”, “dona do lar” entre outros termos, onde o homem era o responsável pela segurança e finanças de sua família, já a mulher se via responsável por zelar e cuidar dos filhos e da residência. Por longos anos esses padrões foram empregados como estereótipos sociais, submetendo a mulher a sujeitar e conformar-se com esses padrões, sem direito de questionar e opinar, era desconhecido o termo democracia para as mesmas. O homem assumia então, o papel de líder absoluto, por consequência, com o passar dos anos as características de liderança sempre foram vistas como naturais masculinas devido a essa alienação imposta pela sociedade. Segundo Samara (2002, p. 32), no início dês séculos XVI e XVII [...] o papel do sexo estava bem definido por costumes ou tradições apoiadas na lei. O poder de decisão formal pertencia ao marido, como protetor e provedor da mulher e dos filhos cabendo à esposa o governo da casa e assistência moral à família. Durante a I e II Guerra Mundial enquanto os homens lutavam frente às batalhas, as mulheres juntamente com as crianças se tornavam a única mão de obra disponível, o que marcou o início da inserção da mulher no mercado. As indústrias exploravam o trabalho dos mesmos, com a fabricação de armas, munições e insumos. 13 Após o fim da guerra, os homens que retornavam e ocupavam essas antigas funções, grande parte estavam incapacitados, sem condições físicas ou mentais para trabalhar nas indústrias, por consequência esses homens foram substituídos pelas mulheres, as quais contribuíram para o crescimento da economia em geral, favorecendo as profundas transformações de pensamento sobre a incorporação das mulheres no mercado de trabalho naquele século. Em decorrência das guerras a mão de obra feminina se valorizou, assumindo cargos que outrora eram exclusivos dos homens, nos quais se destacaram, surgindo os primeiros traços de liderança feminina. Samara (2002, p. 37) complementa, [...] por outro lado, a atuação das mulheres no mercado de trabalho, durante o século XX caracteriza-se, sobretudo, pela sua inserção em atividades que não apareciam nos séculos anteriores. Nesse rol encontra-se, então, a prestação de serviços (médicas, advogadas, dentista, empregadas públicas, entre outras) e várias ocupações em diferentes ramos da indústria. Ainda segundo Samara (2002, p. 36), No Brasil o aumento da participação feminina no mercado de trabalho formal é um processo que, ao longo do século XX vai se acentuando, mais há que se considerar sempre a inserção nos setores informais e a importância do trabalho domiciliar que contribui para o orçamento familiar mais que não aprece contabilizado... 2.4 Características da liderança feminina Segundo DEIS (2017, p 1) Os líderes que estão se preparando para o terceiro milênio serão os que hoje estão buscando construir “sua liderança”, seu jeito de ser, sua marca, suas grandezas individuais na busca do “ser”, que serão reconhecidos pela sua identidade retratada pela vivência dos seus valores, da sua missão, da sua disciplina e consciência. As mulheres conseguem viver o hoje e ter uma visão de futuro mais longa, capaz de imaginar o futuro e até sonhar com ele, enquanto o homem é mais racional. As organizações estão se tornando cada vez mais criteriosas com relação à contratação de mão de obra especializada, estar apto e capacitado é fundamental. As mulheres começam a entender e buscam por especialização, almejando seu espaço no mercado para crescimento profissional e pessoal. 14 Para muitos cargos, a sociedade ainda é “machista”, são capazes de “abrir mão” da candidata melhor qualificada por acreditar que o homem se enquadra melhor no perfil, uma visão totalmente arcaica para a atualidade. Conforme DEIS (2017, p. 1 e 2), das diversas características das mulheres, destaca a capacidade à atenção aos detalhes, visão multifocal e a própria multifuncionalidade devido ao seu principal papel dentro da organização família. Nota-se que esses atributos natos se relacionam quando tratados dentro de uma organização, onde se busca alcançar o objetivo primordial de uma empresa,se baseando por planos gerenciais. As mulheres estão cada vez mais em busca de qualificações técnicas para se tornarem mais eficientes e eficazes ao ponto de exercer funções antes destinadas apenas aos homens. Ainda que sejam qualificadas para o mercado de trabalho, muitas organizações não compreendem as reais necessidades das mulheres. Uma pesquisa realizada por CALYPER (2007, p. 1) em parceria com HSM apresenta um levantamento feito com 66 mulheres que ocupam cargos de liderança em comparação com o perfil masculino. O quadro abaixo revela essa relação entre a gestão feminina e masculino e nota-se as atribuições relevantes em cada gestão conforme as caraterísticas descritas: Quadro 1: Caliper, HSM (2007) - Perfil da Executiva Brasileira Diferenças entre estilos de gestão feminino e masculino A mulher busca mais o bem-estar das pessoas (mais maternal), enquanto o homem é muito mais orientado para si próprio 25% A mulher consegue administrar inúmeras atividades, olhar tudo de forma mais ampla, enquanto o homem é mais focado e objetivo. Mas a mulher sabe quando é necessário focar 15% A mulher é mais intuitiva 23% A mulher é mais humana, dócil, usa mais a emoção. Os homens são mais frios, práticos, calculistas. O homem é mais focado no poder 12% A mulher é mais detalhista 8% A mulher é mais ágil e tem maior facilidade na tomada de decisões 5% A mulher tem mais flexibilidade 5% Sobre o ponto dos negócios são equivalentes, não há diferença 5% A mulher tem mais capacidade de ver e ouvir maior do que a do homem 3% A mulher tem mais paciência para esperar resultados em longo prazo 3% A mulher consegue buscar de cada profissional o que ele tem de melhor 2% A mulher dá mais voltas para chegar onde quer. É menos direta 2% A mulher frente a um problema respira, pensa e consegue buscar soluções. O homem é mais ansioso na mesma situação 2% 15 Ao analisar o quadro acima, se constata a importância que as mulheres possuem com o perfil de liderança, responsável com toda equipe e organização assim correspondendo às expectativas que o mercado atualmente exige, onde rapidamente se modificam conforme essas características são vistas como essenciais e indispensáveis para manter o equilíbrio entre liderança e liderados, é primordial que ambos possuam plena consciência de seus direitos e deveres, respeitando e apoiando as decisões, sem centralização de poder. Todos os desafios apresentados explicam especificamente a trajetória cursada pelas mulheres até alcançar o empoderamento feminino, assunto que se destaca como conjunto de habilidades e capacidades que contribui satisfatoriamente para traçar metas, tomadas de decisões consistentes para alcançar o principal objetivo de uma organização preocupada com a missão, visão e valores. Este empoderamento confirma teses que defendem esse pensamento, fortificando ainda mais para os próximos desafios que serão superados. 2.5 Desafios da liderança feminina A liderança feminina contemporânea alcança gradativamente posições consideradas utopias, porém, diante das lutas enfrentadas, ainda é visível o preconceito quanto ao próprio gênero. Apesar das conquistas, um dos maiores desafios nessa trajetória é desvincular essa ideia sobre características de liderança apenas para o perfil masculino, pois ambos possuem um conjunto de habilidades e capacidades para serem líderes de renome. De acordo com Mandelli (2016, p. 3) [...] a mulher adota um estilo comando-controle ou que se comporá de um modo extremamente assertivo está vulnerável a ser mal avaliada pela sua equipe. Paradoxalmente, homens que exibem o mesmo comportamento são elogiados. Se levarmos em consideração que a chave para uma liderança bem-sucedida está no poder em influenciar pessoas, podemos dizer que as mulheres levam vantagem, já que elas têm melhor habilidades para a comunicação se comparadas aos homens e isso, sem dúvida alguma, facilita o poder de persuasão e influencia na formação de coalizões corporativas. Ao adotar uma liderança inovadora a mulher utiliza ferramentas diferenciadas como comando-controle, característica assertiva geralmente má vista por seus liderados, em contra partida, essas características efetivamente vinculadas ao homem, são aceitas e valorizadas. 16 MANDELI (2016, p. 3) categoricamente afirma As líderes femininas acabam colocando em prática dentro das organizações tudo aquilo que já vem embutido em seu comportamento do gênero. Elas estão prontas para focar no negócio sem se esquecerem das pessoas que as circulam. Estão mais preparadas para vencer a médio e longo prazo. GOMES (2016, p. 1-3) classifica cinco desafios de extrema relevância enfrentados pelas mulheres na atualidade. Cultura patriarcal na empresa; Equilibrar as várias áreas da vida; Competição entre mulheres; Empoderamento e liderança feminina; Ter que incorporar características masculinas. Conforme tudo que foi estudado, observa-se a real presença e ênfase dada as características fundamentais que influenciam do desenvolvimento gradual da postura ou pensamento feminino. Diante dos desafios impostos confirma-se que há uma resistência por parte doa homens ao serem liderados por mulheres, justamente porque devido a multifuncionalidade feminina, às classificam como líderes eficazes para controle da vida profissional e pessoal. Das diversas atribuições dadas às mulheres, principalmente cargos de liderança, estão sujeitas a competições entre elas em busca de destaque e reconhecimento profissional. Ter que aceitar e se ajustar ao perfil de liderança masculina é um dos maiores desafios enfrentados nos dias atuais, e muitas que se sujeitam, esquecem que o diferencial da classe, está enraizado na própria essência feminina. 2.6 Formação e visão empreendedora da liderança feminina nas organizações A realidade do cenário em que se encontram grandes mulheres de sucesso, atualmente está diretamente relacionada com o perfil de liderança feminina, preocupada em agregar valor com seu posicionamento de gestora, ao qual utiliza mecanismos eficazes para comando e administração das empresas, que busca ter empatia nas negociações e principalmente ser flexível às situações adversas sem criar conflitos desnecessários. Essa capacidade desafia em buscar cada vez mais superar seus limites, conquistar mais espaço e se destacar na sociedade. Das muitas estratégias utilizadas pelas mulheres para manter esse posicionamento competitivo com os homens, as mesmas com o foco na realização pessoal e profissional, optam por gerir seus próprios negócios. 17 De acordo com Mandelli (2016). Capacidade de inovar, convencer os outros, de vender ideias, envolver pessoas, lidar com “ciumeiras” e interagir com o sistema psicossocial da organização são atividades essenciais na condução de projetos. Observa-se que essas qualidades estão vivas na essência feminina que facilitam a encarar as mais diversas situações que surgem, e utiliza-las como mecanismos, às permitem estar sempre no controle das situações. Empreender não é uma tarefa fácil atualmente, o mercado está cada vez mais competitivo, não apoiam a inserção de novas empresas devido à realidade bastante disputada. Segundo o Portal Brasil (2017), destaca uma enquete que aborda a porcentagem de mulheres que abriram seus próprios negócios visando uma vida financeira equilibrada. Cada vez mais mulheres têm se lançado como empreendedoras no País. O caminho do negócio próprio é uma das alternativas para aumentar a rendimento ou até mesmotornar a atividade como principal fonte de renda. Nos últimos quatorze anos, o número de empresárias subiu 34%, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Em 2014, o País tinha 7,9 milhões de empresárias. Ainda segundo o Portal Brasil (2017) Um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que é a principal pesquisadora de empreendedorismo do mundo, aponta que, em 2014, 51,2% dos empreendedores que iniciam negócios são mulheres, o que contribui para o aumento da autonomia financeira das mulheres. A renda adquirida por essas mulheres torna-se de extrema importância para o orçamento familiar, adquirindo uma melhor qualidade de vida, porém o mais importante torna-se a realização pessoal. Logo conclui-se que esses dados revelam efetivamente os benefícios da atuação feminina no mercado como novas e grandes empreendedoras, possuindo uma visão diferenciada do pensamento masculino, utilizando técnicas e pensamentos racionais e inovadores. 18 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nas pesquisas podemos constatar que o papel da mulher não somente nas organizações, mas também em sociedade vem se modificando de forma positiva e constante, após séculos de lutas do chamado “sexo frágil”, essa expressão tornou-se um verdadeiro objetivo a ser transformado e desvinculado ao gênero, são visíveis as potencialidades encontradas na gestão feminina. O que antigamente era considerado fraquezas do gênero, podem ser utilizadas como benefícios competitivos para obter uma gestão ideal, associadas à delicadeza, multifuncionalidade, ampla visão e versatilidade em seus processos de gestão. Em ambientes que a concorrência tende a se tornar cada vez mais acirrada, as organizações se veem obrigadas a encontrar artifícios que as tornem mais ágeis nos processos de tomada de decisão, mais flexíveis as constantes variações que são obrigadas a administrar com frequência, e um ambiente mais maleável para negociações com clientes internos e externos. Entende-se que não há um distanciamento exorbitante entre a liderança feminina e masculina, a mulher tende a se aprofundar e especializar-se mais, pois compreende que a cultura ainda persiste em ser masculinizada, ambos possuem um potencial que utilizados de forma heterogênea e unificada na organização trará uma visão mais abrangente e concisa de um todo, objetivando e gerindo as imprevisibilidades do mercado de forma eficiente e eficaz. Cabe ressaltar, as comparações entre os gêneros é inevitável, pois há diferentes estilos empregados, porém isso não significa que se tornem adversários ou concorrentes, pelo contrário, com a sincronia de homens e mulheres, ambos fortalecem no desenvolvimento de grupos ou equipes muito mais preparadas e sociedade que lute por direitos assegurados com desenvolvimento e igualdade profissional e social. Há um enorme potencial individual entre ambos que bem explorados agregam valores para as instituições, trabalhados em conjunto fortalecem ainda mais a gama de conhecimentos já existentes, tornando-os melhores líderes, oferecendo um ambiente de trabalho harmonioso, levando a instituição ao objetivo planejado. Na liderança feminina tem se encontrado essas características ideais, que possam suprir essas necessidades. Conclui-se que o comportamento andrógeno, que se baseia na mistura de características masculinas e femininas, pode ser a grande chave do sucesso das organizações e conscientizar sobre o respeito, valor e importância da líder feminina para as organizações. 19 REFERÊNCIAS RECCHIA, José; BROUGH, George; MOURA, Alessandra. Perfil da executiva Brasileira. Portal CALIPER. 2007. Disponível em: <http://www.caliper.com.br/portfolio/perfil-da-executiva-brasileira-2/> Acesso em: 20/05/2017 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. São Paulo. Elsevier – Campus, 2004. Acesso em: 28/05/2017. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier - Campus , 2004. Acesso em: 28/05/2017. CORRÊA, Guilherme M. Estilos de tipos de Liderança: Autocrática, Democrática e Liberal. Portal Administradores. Março, 2011. 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