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Uso de Drogas na Amamentação
	GIUGLIANI, C.; GIUGLIANI, E.R. J.
Atualmente, devido à valorização do aleitamento materno, a prevalência e a duração da amamentação estão cada vez maiores. O uso de medicamentos (prescritos ou não) é um hábito comum entre mulheres que amamentam. Isso pode ser considerado com algo perigoso e/ou como algo que exige muita atenção. Afinal, as drogas passam do plasma para o leite humano, principalmente, por difusão. Na maioria das vezes, o nível plasmático da droga é o fator mais importante na determinação de sua presença no leite materno. Porém, a quantidade de droga excretada no leite depende de diversos fatores: fatores maternos (metabolismo renal e hepático, dose de duração da terapia, via de administração); fatores relacionados à criança (idade, absorção da droga, metabolismo renal e hepático, quant. de leite materno consumido, etc.); fatores relacionados à droga (pka, hidro e lipossolubilidade, ligação às proteínas, tamanho da molécula, biodisponibilidade oral, toxidade, efeito na oferta de leite). 
Antes do uso de medicação durante a lactação, é importante que as seguintes questões sejam consideradas: 
A terapia medicamentosa é realmente necessária?
Deve-se usar sempre a droga mais segura (as drogas de ação prolongada devem ser evitadas); se existir a possiblidade de efeitos adversos na criança, deve-se considerar a dosagem da concentração plasmática do fármaco no lactante, além da observação cuidadosa da criança.
Pode-se minimizar a exposição da criança à droga com sua administração em períodos aos quais a criança não necessite da amamentação: durante o sono.
Em alguns casos em que há impossibilidade de postergar um tratamento tóxico, pode ser necessária a interrupção temporária da amamentação.
O Efeito de Drogas mais comuns
Analgésicos: A aspirina e outros metabólitos, por exemplo, se encontram em baixas concentrações no leite materno. Porém deve ser administrada com cautela durante a lactação, pelo risco de síndrome de Reye no recém-nascido 
Antibióticos: o risco para a criança do uso de antibióticos durante a lactação depende do tipo de antibiótico e dos seus níveis no leite materno, que variam com o pH e o pka da droga. Algumas preocupações gerais são o potencial para a sensibilização da alteração da flora gastrintestinal da criança.
Drogas cardiovasculares: Os efeitos na criança depende da quantidade da excreção da droga no leite, que depende individualmente de cada agente. Deve-se estar atento para efeitos adversos no lactante, como depressão respiratória, bradicardia e hipoglicemia.
Antidepressivos: a princípio, os antidepressivos não são recomendados durante a amamentação, pois não se conhecem os efeitos na criança. A relação risco benefício deve ser avaliada em cada caso, e a experiência descrita com o fármaco em questão deve ser considerada. No caso de exposição da criança ao antidepressivo, esta deve ser sempre cuidadosamente monitorada.
O Efeito de Drogas potencialmente deletérias
Nicotina: A quantidade de nicotina que a criança recebe através do leite materno depende do número de cigarros consumidos por dia e do tempo entre o último cigarro e a amamentação. O fumo está relacionado com uma menor duração da amamentação e diminuição do volume de leite. Apesar da nicotina ser contraindicada na lactação, não existem evidências de que lactantes de fumantes pesadas apresentem sintomas à nicotina. Um estudo, porém, demonstrou uma forte relação entre fumo e cólica nos bebês.
Álcool: passa livremente para o leite materno, mas seu metabólito tóxico, o acetaldeído, não é excretado no leite. O consumo materno de altas doses de álcool pode suprimir a lactação. Pesquisas recentes têm mostrado que a exposição crônica ao álcool no leite materno tem um efeito adverso sobre o desenvolvimento psicomotor dos lactantes. O efeito parece ser dose-dependente. Os efeitos do álcool sobre os lactantes não estão completamente esclarecidos. Mas, o uso abusivo de álcool durante a amamentação deve ser evitado durante a lactação. 
Cafeína: o consumo materno de até duas bebidas que contém cafeína por dia está associado com níveis aceitáveis no leite materno. Porém, quando o consumo é frequente pode acumular na criança. Existem relatos de casos em que se observou irritabilidade e diminuição do sono em lactentes de mães que faziam consumo excessivo de cafeína. 
O Uso de Compostos Herbais
Faz-se necessário esclarecer que a maioria dos dados disponíveis não inclui científicos. É importante observar que as concentrações da substância ativa variam conforme a planta. Assim, torna-se difícil quantificar as doses e não há controle de qualidade. Quanto aos chás de ervas, existe o mesmo problema, pois a concentração do princípio ativo é influenciada por vários fatores. Além do princípio ativo, podem existir várias outras substâncias que passem para o leite materno. Ainda, deve-se estar atento para a falta de regulamentação e o rico de contaminação. 
Portanto, o aleitamento materno é uma prática fundamental para mãe e para o bebê, portanto deve ser sempre incentiva e protegida, salvo algumas exceções. Na decisão do uso de medicamentos durante a lactação, deve-se avaliar de ante mão os riscos e os benefícios do uso de substâncias/ fármacos para a mãe e para o bebê.

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