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Resumo para a prova de Processo Civil III

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Resumo para a prova de Processo Civil III
Teoria geral dos Recursos:
Conceito: recurso é meio de impugnação das decisões judiciais idôneo a ensejar dentro do mesmo processo a reforma, invalidação, esclarecimento ou integração do ato jurisdicional atacado.
Sua principal característica é voluntariedade.
Natureza jurídica de prolongamento de direito público subjetivo de ação.
Quem poderá além do interessado interpor? MP e 3° prejudicado.
Art.496, NCPC
Remessa necessária, duplo grau de jurisdição, remessa oficial ou reexame necessário = NÃO SÃO RECURSOS!
Sentença contrária à Fazenda Pública = Sujeita à Remessa necessária.
Fundamentos para negar a qualidade de recurso ao reexame necessário:
Enquanto os recursos são manifestações voluntárias das partes do MP ou do terceiro prejudicado o reexame necessário é ato do juiz, sobre o qual aquelas pessoas não possuem ingerência;
O código elenca os recursos existentes em rol taxativo (art. 994NCPC), e dele não consta alusão ao reexame necessário;
 Para todo recurso existe a fixação de prazo processual que deverá ser observado quando da sua interposição ou oposição, não havendo, no entanto não há prazo estabelecido para que os juízes remetam suas decisões ao duplo grau obrigatório.
Verbo Interpor = recurso julgado por órgão diverso.
Verbo opor = recurso julgado pelo mesmo órgão.
Art.496, parágrafos 3º e 4º - hipóteses de dispensa da remessa necessária. O primeiro se vale do critério quantitativo da condenação, ao passo que o segundo se utiliza do critério da pacificação da matéria, isto é, se a sentença estiver em conformidade com a jurisprudência judicial ou administrativa não haverá remessa necessária.
Princípios Processuais Recursais:
Duplo grau de jurisdição: Divergências - Corrente majoritária: não existe, vez que não está expressamente disposto na CF e nem mesmo no CPC. 
Princípio da Taxatividade: Os recursos devem estar previstos em lei nacional e elencados em rol fechado, isto é, taxativo. Obs.: Agravo retido extinto – Agravo de instrumento e agravo interno – Art.994, NCPC.
	
Princípio da singularidade ou unirrecorribilidade: Para cada decisão existe um tipo de recurso e para cada decisão deve ser apresentado um único recurso por vez. Os embargos de declaração poderão ser opostos em face de qualquer decisão, desde que presentes os pressupostos.
Princípio da Proibição de Reforma para pior ou “ Ne Reformatio in Pejus”: Só pode significar melhora. O órgão jurisdicional revisor não poderá agravar a situação do recorrente na ausência de recurso da parte contrária. Obs.: O princípio em tela não impede que o tribunal ao julgar recurso de apelação, por exemplo conheça de decadência ou de prescrição e tal fato importe no agravamento da situação jurídica do recorrente, tendo em vista que tais matérias são apreciáveis de ofício.
Recursos em espécie:
Juízo de admissibilidade: é etapa antecedente lógica e necessariamente o juízo de mérito, momento no qual é verificado o preenchimento dos requisitos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade recurso. É comum que nesta etapa os órgãos jurisdicionais valham-se de das seguintes expressões: “recebo/deixo de receber o recurso”, “admito/deixo de admitir o recurso”, “conheço/deixo de conhecer do recurso”.
Juízo de mérito: órgão jurisdicional competente para o julgamento do recurso somente ingressará no mérito deste no caso de: ultrapassamento do juízo de admissibilidade. Com efeito, exercer juízo de mérito é negar ou dar provimento ao recurso, quer seja para anular, quer seja para reformar, quer seja para esclarecer/integrar ou dissipar contradição.
Requisitos de admissibilidade recursal:
Requisitos intrínsecos
Cabimento/adequação: Para cada decisão existe um recurso cabível, de modo que cumpre ao recorrente interpor o recurso adequado para à sua pretensão recursal.
Interesse recursal: Quem nada perdeu não tem interesse em recorrer, razão pela qual somente o sucumbente é dotado de interesse recursal.
Obs.: Deve ser frisado que o advogado conquanto não seja parte possui interesse recursal em ver majorada a verba honorária. Por essa razão, pode o advogado recorrer de forma autônoma mesmo que o seu cliente não tenha sucumbido.
Legitimidade: O terceiro para que seja reconhecido como legitimado a interposição de recursos deve demonstrar o seu interesse jurídico no resultado da demanda. 
Obs: art. 138 p. 1º do NCPC – Embora o CPC trate o “amicus curiae” como terceiro, este não possui legitimidade para a interposição de recursos, salvo quando se tratar de decisão judicial que julgar incidente de resolução de demandas repetitivas. 
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: qualquer comportamento da parte capaz de demonstrar sua concordância com o provimento jurisdicional a impedirá de recorrer ou tornará extinto este direito. Neste sentido, ver art. 1000 NCPC. 
Requisitos extrínsecos:
P. 5º, art. 1003 do NCPC – Estabelece prazo de 15 dias para os recursos – regra geral. 
Tempestividade: cumpre o recorrente a tempestividade quando efetua o protocolo de seu recurso dentro do prazo assinado pela lei. 
Preparo: via de regra, os recursos sujeitam-se ao prazo de 15 dias com exceção dos embargos de declaração, cujo prazo de oposição é de 5 dias (art.1023 NCPC e 1007, parágrafo 4º) – ônus processual imposto ao recorrente, que lhe obriga a efetuar o pagamento das despesas necessárias ao processamento e julgamento dos recursos.
Regularidade Formal: Requisitos necessários a interposição do recurso – Art.1010, NCPC.
Novo CPC – Contagem dos prazos quanto aos dias úteis nos termos do art. 219 do CPC. 
O MP, a advocacia pública, a defensoria pública e os advogados de escritórios distintos dispõem de prazo em dobro para recorrer em razão do que preveem os arts. 180, 183, 186 e 229 do NCPC respectivamente. 
Tratando-se de feriado local a parte recorrente tem o ônus de comprová-lo quando da interposição do recurso, nos termos do p. 6º do art. 1003 do NCPC.
Tratando-se de processo eletrônico os advogados dos escritórios distintos não disporão da prerrogativa de manifestarem-se no prazo em dobro, de acordo com o p. 2º do art. 229 do NCPC.
	Recurso Adesivo (Não é recurso em espécie) PROVA
	Apelação
	Agravo de Instrumento
	Agravo Interno
	Embargos de Declaração
	Caso em que há sucumbência recíproca, ou seja, ambas as partes são vencedoras e perdedoras simultaneamente.
OBS.:Recurso adesivo não é espécie de recurso, mas forma pela qual poderão ser interposta a apelação, o recurso especial e o recurso extraordinário.
Prazo: O mesmo que a parte dispuser para responder o recurso principal.
A resposta ao Recurso denomina-se CONTRARRAZÕES.
O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal, razão pela qual a inadmissibilidade deste impedirá o julgamento daquele. Da mesma forma, a renúncia/desistência apresentada pelo recorrente principal impedirá o julgamento do adesivo.
 
	Apontar “Erro In Procedendo”(Anular a sentença) ou “Erro in Judicando”(Reformar ou modificar”.
Prazo: 15 dias para interpor e responder – Art.1003, parágrafo 5º NCPC.
Cabimento: Art.203, Parágrafo 1º NCPC – Em face de sentença.
Regularidade Formal: Art.1010,NCPC – Princípio da dialeticidade recursal – Cumpre ao recorrente, demonstrar em suas razões recursais qual tipo de erro macula a decisão recorrível.
Caso o magistrado tenha deixado de observar o regular processamento da ação, a sentença conterá “Erro in Procedendo” – Neste caso o Tribunal remeterá ao juízo inferior com expressa ordem para que observe o devido processo legal, bem como para que profira outra sentença.
Configura “Erro in Judicando” a não compreensão dos fatos , a incorreta valoração das provas e aplicação do direito, neste caso o Tribunal realizará a Reforma da Sentença, adequando-a.
Juízo de admissibilidade: Art.1010, parágrafo 3º, NCPC – ausênciade juízo de admissibilidade por parte do juízo “A Quo” – Aquele que profere a decisão recorrida, juízo inferior.
Efeito devolutivo: “Tantum Devoluntum, QuantumApelato” – o objeto do recurso é aquilo que foi pedido – Art.1013,NCPC.
Cabe ao decorrente delimitar a extensão da devolutibilidade de seu recurso, só será objeto de análise o que foi pedido.
Efeito suspensivo:Art.1012 – uma vez interposta a apelação no prazo legal, nenhum efeito produzirá sentença, salvo se estivermos diante de uma das exceções contidas nos incisos do parágrafo 1º do referido artigo.
A existência de efeito suspensivo quanto ao recurso de apelação, impede que se promova o seu cumprimento/execução.
Teoria da Causa Madura – Art.1013, parágrafo 3º, NCPC: o tribunal independentemente do retorno do processo a primeira instância enfrentará o mérito da lide, decidindo-a inclusive pela primeira vez se for o caso. A justificativa para a presente possibilidade passa pela desnecessidade de produção de provas, bem como pela necessidade de solução da controvérsia em prazo razoável (art. 5º, LXXVIII) e ainda pelo princípio da instrumentalidade das formas.
Sendo caso de aplicação da teoria da causa madura, não será possível alegar supressão de instância.
	Impugnação de decisões interlocutórias. Para hipóteses taxativas do art.1015,NCPC.
Art.1016,NCPC – Será interposto diretamente no Tribunal competente para o seu julgamento.
Art.1018, NCPC – Faculdade de comunicar ou não o juiz prolator da decisão recorrida. 
No processo físico há obrigatoriedade de comunicar, conforme os parágrafos 2º e 3º do referido artigo.
Regularidade formal: Arts. 1016 e 1017 do NCPC - devendo ser realçada a disposição contida no inciso I do art. 1017 que estabelece os documentos que obrigatoriamente serão utilizados na formação do instrumento.
Verificada irregularidade ou deficiência na formação do instrumento, o relator com base no par. 3º do mesmo artigo 1017 permitirá ao agravante corrigir a irregularidade no prazo de 5 dias, de acordo com o par. Único do art. 932.
Obs.: Processo eletrônico, dispensada a juntada de docs dos incisos I e II do parágrafo 5º, ficando facultada a juntada de outros docs. Que entender relevante.
Papel do relator: Ao exercer juízo positivo do agravo de admissibilidade do agravo de instrumento observará as determinações contidas nos incisos do art. 1019. 1º Verificar se é caso ou não de se conceder efeito suspensivo e ainda se é caso ou não de se antecipar total ou parcial os efeitos da tutela. Concede-se efeito suspensivo quando a decisão agravada for de conteúdo positivo, isto é, quando impuser ao agravante uma obrigação de fazer, não fazer ou dar. Antecipa-se a tutela recursal na hipótese de decisão de conteúdo negativo, ou seja, nos casos em que o agravante não obteve o que almejava na primeira instancia. 2ºCientificar o agravado, intimando-o pessoalmente por carta ou por meio de publicação dirigida ao seu advogado. 3º Se o caso for comunicará o MP do agravo para que se manifeste se quiser.
	Revela-se cabível/adequado para impugnar decisão monocrática proferida por relator quando da análise de recurso ou de ação de competência originária.
Transfere o julgamento do recurso ao seu juízo natural, qual seja, órgão colegiado.
Art.1021, Pár.5º - Requisito extrínseco de admissibilidade – exigir pagamento da multa imposta pela interposição de agravo interno manifestadamente improcedente ou inadmissível, como causa para admissão de qualquer outro recurso.
	São oponíveis em face de qualquer decisão judicial, aí incluídos os despachos – Art.1001, em via de regra, não caberá recurso para impugnar despachos, ressalvada a possibilidade de oposição de embargos de declaração. Art.1022 e 203,NCPC.
Verbo opor – pois serão julgados pelo próprio magistrado prolator da decisão embargada.
Prazo: 5 dias – Art.1023, NCPC.
São gratuitos, uma vez que não se exige preparo. 
Embargos de declaração com efeitos modificativos: Quando seu eventual acolhimento possuir aptidão para promover alteração substancial na decisão embargada. Art.1023, par.2º obriga o magistrado à franquear a manifestação em contraditório por parte do embargado.
Embargos de declaração pré-questionadores:
Súmula 98 do STJ – embargos opostos com o intuito de promover o pré-questionamento não poderão ser considerados protelatórios e por essa razão não poderá ser imposta multa ao embargante – Art.1026, par.2º,NCPC. Pré-questionar=forçar o julgador do processo se manifestar sobre determinado principio, artigo... de modo a permitir ao embargante acesso as vias extraordinárias, sem que ocorra, não poderá a parte recorrer ao STF ou STJ.
Cabimento: Decisão obscura – decisão judicial que não seja suficientemente clara – análise subjetiva – Deve-se pedir ao magistrado que esclareça, aclare a decisão que aos seus olhos é obscura.
Decisão contraditória - decisão judicial contiver proposições inconciliáveis entre si, deve transparecer confusão de ideias por parte do julgador e precisa ser eliminada para que as partes alcancem segurança jurídica quanto ao conteúdo do ato jurisdicional.
Decisão Omissa - quando o juiz deixar de se pronunciar sobre argumentos deduzidos pelas partes que em tese seriam capazes de contrariar a conclusão encontrada pelo julgador, exemplos – despachos saneadores e sentenças.
Correção de Erro material – Quando a decisão contiver erro material, com o nome incorreto das partes, por exemplo. Podem as partes valerem-se dos embargos para que seja corrigido o erro material.
*Embargos de declaração tidos por protelatórios – Art.1026, par.2º, NCPC, permite que o juiz ou Tribunal, condene o embargante em multa não superior em 2% sobre o valor atualizado da causa. Caso seja reiterada , a multa pode ser elevada a 10%(será requisito extrínseco de admissibilidade e deverá ser depositada previamente à interposição de qualquer recurso, de acordo com o parágrafo 3º.
Permite-se a aplicação conjunta das multas pela litigância de má-fé e da aplicação em razão da oposição de embargos de declaração tidos por protelatórios.
*Princípio da complementaridade – Art.1024, par.4º, NCPC – Julgamento = modificação da decisão contra a qual o embargado já tiver interposto outro recurso, não se operará a preclusão consumativa quanto à parte modificada em razão do acolhimento dos aclaratórios, sendo facultado à outra parte complementar seu recurso.
Súmula 418, STJ – Art.1024, par.5º, NCPC.
*Princípio da fungibilidade: Art.1024, par.3º, permite que os embargos sejam conhecidos como Agravo Interno, só quando for entendimento do tribunal.
Matéria Av2
Recurso Ordinário Constitucional - PROVA
O recurso ordinário constitucional será apreciado pelo STF ou pelo STJ no exercício do segundo grau de jurisdição. Quando STF ou STJ julgam o recurso em questão não estão funcionando com instância extraordinária/excepcional, mas, como verdadeiro tribunal de revisão, o que lhes permite reapreciar, inclusive, matéria de fato e de provas. 
Obs.: não se exige prequestionamento para a interposição de recurso ordinário. 
Recurso ordinário para o STF (Art. 1027, I)
 Somente o impetrante de mandado de segurança, habeas data ou mandando de injunção poderá interpor recurso extraordinário para o STF (LEGITIMIDADE), desde que a decisão nas referidas ações constitucionais seja denegatória, isto é, contrária aos seus interesses (INTERESSE RECURSAL).
Necessário se faz ainda que a decisão de única instância seja da lavra de tribunal superior (STJ, TST, STM, TSE) no exercício de suas competências originárias. 
Recurso ordinário para o STJ (Art. 1027, II, a)
Caberá ao STJ julgar recurso ordinário interposto em face de decisão proferida por TRFs, TJs ou pelo TJDFT no exercício de suas competências originárias e desde que se trate de decisão denegatória proferida em sede de mandado de segurança. 
Recurso ordinário em matéria internacional (art. 1027, II, b) 
Não há competência originária. Nas denominadas causas internacionais que são aquelas onde figura como parte de um lado Estado estrangeiro ou organismo internacional e de outro município ou pessoa residente no país o recurso ordinário eventualmenteinterposto será decidido pelo STJ, independentemente do tipo de ação. 
Recursos excepcionais – Recurso extraordinário e especial
Os recursos acima apresentados servem apenas a reanálise ou ao rejulgamento do direito neles discutido. É dizer, não prestam a reanálise de matéria fática. Ver a esse respeito as súmulas 279 STF e súmula 7 STJ. 
Os recursos excepcionais exigem ainda que o recorrente demonstre a existência do prequestionamento da matéria de direito objeto da impugnação. Prevalece assim, que o prequestionamento é requisito extrínseco próprio destes recursos. Alguns doutrinadores discordam desse pensar e fundamentam sua divergência no fato de que somente a constituição federal poderia estabelecer requisitos para o cabimento de recursos nela previstos. 
A CF exige nos arts.102 e 105 que para que o STF e o STJ possam conceder, respectivamente, os recursos extraordinário e especial que as causas já tenham sido decididas pelas instâncias inferiores. Quando as instâncias inferiores já tiverem enfrentado o ponto objetivo do recurso terá havido prequestionamento. A ausência deste importará no não reconhecimento do recurso em questão.
Dos acórdãos proferidos por turma recursal de juizados não cabe recurso especial – Art.105, III, CF – exige decisão de tribunal para o cabimento de recurso especial e os processos dos juizados especiais tem inicio e fim na primeira instância. Cabe, no entanto, nessas decisões, recursos extraordinários para o STF desde que o acórdão proferido por Tuma recursal manifeste contrariamente a correta interpretação que deva ser atribuída as normas da CF, sendo necessário, ainda, que o recorrente demonstre a repercussão geral das matérias dicutidas no processo.
Repercussão geral PROVA– Art.102, parágrafo 3° da CF – Filtro para controlar a admissão ou não dos recursos extraordinários, ou seja, o STF só decidirá os recursos extraordinários que versem sobre matérias capazes de impactar de alguma forma na sociedade. Neste contexto, conclui-se que a repercussão geral está para o recurso extraordinário como requisito extrínseco, específico e necessário à sua admissão. 
Interposição conjunta de recurso extraordinário e especial. 1031 NCPC. 
Quando o acordão se assentar em dois ou mais fundamentos de índole constitucional e infraconstitucional, sendo qualquer deles suficiente para isoladamente manter hígida a decisão a parte interessada deverá interpor simultaneamente recurso extraordinário e especial. Sendo interposto apenas um recurso, este não será admitido.
A simultaneidade acima referida não pode ser compreendida como única peça processual contendo as razões dos dois recursos, uma vez que o artigo 1029 exige duas peças distintas. 
Nos julgamentos dos recursos simultâneos o STJ será provocado a decidir em primeiro lugar remetendo os autos em seguida ao STF para que decida o recurso extraordinário. 
Efeito suspensivo? 
Os recursos excepcionais não são dotados de efeito suspensivo, mas a luz das circunstâncias do caso concreto e desde que observado o § 5° do art. 1029 do NCPC tal efeito lhes poderá ser atribuído. 
Art. 995
Recurso extraordinário 
Art. 102, III, a.
A hipótese mais evidente de cabimento de recurso extraordinário é a verificada pela contrariedade do acórdão relativamente ao que dispõe a constituição federal. Exige a jurisprudência do STF que a contrariedade à Constituição seja direta e imediata não bastando simples violação reflexa ou indireta. 
Art. 102, III, b, CF
Para que um Tribunal declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal tem necessariamente que entende-lo contrário a CF porque na aferição de inconstitucionalidade a norma infraconstitucional é o objeto de controle. Enquanto que a constituição funciona como parâmetro de controle. Esta decisão por certo não poderia escapar da apreciação do STF posto que o caput do 102 é expresso ao lhe conferir “a guarda precípua da Constituição”. 
Art. 102, III, c, CF
Tem-se nesta hipótese o propósito de impedir conflito federativo evitando que atos praticados por governos locais estejam em desacordo com a constituição. 
Art. 102, III, d, CF
A possibilidade de recurso aqui tratada foi introduzido pela emenda 45/2004 legitimando antiga jurisprudência do STF que permitia que a suprema corte solucionasse em grau de recurso extraordinário conflito entre entes políticos da federação, de modo a evitar que se imponha riscos a forma federativa de estado. 
Recurso especial
Art 105, III, a 
Acórdão do TJ, TRF e TJDFT que contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhes vigência desafiará reparo em sede de recurso especial, pois ao STJ cabe a última palavra a última palavra quanto a correta interpretação do direito federal infraconstitucional. 
Art. 105,III, b, CF
Mais uma vez o que está em xeque é a correta aplicação do direito federal infraconstitucional. Por isso, a possibilidade de se conferir acesso do jurisdicionado ao STJ. 
Art. 105, III, c, CF
Pretendeu o constituinte originário com a alínea c do inc. III do referido artigo permitir ao STJ uniformizar em todo território nacional a aplicação da legislação infraconstitucional evitando-se desse modo insegurança jurídica revelada pela existência de posicionamentos divergentes.
OBS para o extraordinário e especial: cabe ao recorrente quando da interposição de seu recurso indicar expressamente a alínea no qual se funda a insurgência, sob pena de seu não conhecimento.
Embargos de divergência
O recurso de embargos de divergência é próprio dos tribunais superiores, quais sejam STF e STJ e tem por objetivo eliminar divergência interna verificada entre seus órgãos fracionários, uniformizando assim a jurisprudência. 
STF
Pleno
	1° turma 2° turma
Art. 1043 A rigor, consoante se depreende dos incisos I, II, III do art. 1043 do NCPC os embargos de divergência tem cabimento a partir de acórdão que decide recurso extraordinário ou recurso especial. O inciso IV de seu turno, introduz novidade no cenário jurídico ao permitir a interposição do recurso em questão em face de acórdão que decida ação de competência originária do STF ou do STJ. 
OBS.: o art. 204 do NCPC conceitua acórdão como sendo a decisão proferida pelo órgão colegiado de tribunal. 
Atos judiciais: que decidem uma questão decisões lato sensu proferidos por juízo singular sentenças 
 (dotadas de conteúdo 		proferidos por juízo colegiado	D. interlocutórias
 meritório)
	Colegiadas: finais e interlocutórias	Unipessoais finais e interlocutórias
	
Ação rescisória:
Art. 502 NCPC: a coisa julgada é garantia constitucional prevista no art. 5° XXXIV sendo verdadeiro corolário da segurança jurídica, eis que impede a rediscussão por meio de recursos de determinada decisão judicial. 
Coisa julgada material x coisa julgada formal
Denomina-se coisa julgada material a impossibilidade de rediscussão de decisão extintiva, isto é, de decisão dotada de conteúdo meritório.
De outro lado, a coisa julgada formal é verificada em face de decisão que não possa ser objeto de discussão no mesmo processo mas que poderá ser reapreciada em outro processo. A coisa julgada formal guarda relação com as decisões terminativas ou seja, aquelas que encerram o processo sem se debruçar sobre o seu mérito. 
Visto isto, já é possível conceituar ação rescisória como sendo meio de impugnação voltado a desconstituição da coisa julgada. 
Não se pode confundir, recurso também é meio de impugnação mas de decisão ainda não acobertada pela coisa julgada. É dizer mais, a interposição de um recurso não inaugura nova relação jurídico-processual. Ao passo que o ajuizamento de ação rescisória instaura nova lide. 
Em razão de sua excepcionalidade o cabimento da ação rescisória é restrito as 8 hipóteses constantes no artigo 966 do CPC. 
Ainda por conta de sua excepcionalidade o ajuizamento de ação rescisóriasujeita-se a biênio decadencial, cujo o início do prazo será a data do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, de acordo com o artigo 975 do NCPC. Ultrapassado o referido prazo de 2 anos forma-se a coisa soberanamente julgada. 
Competência para julgamento de ação rescisória.
O julgamento da ação rescisória é de competência de tribunal, falecendo esta, em qualquer caso para os juízes de 1° instância. 
O tribunal competente será aquele que proferiu a última decisão de mérito a respeito do processo onde se tenha formado a coisa julgada. Ex.: no caso de um recurso especial interposto em face de acórdão proferido pelo TJRJ a análise da competência dependerá da admissão ou não do especial. Sendo o recurso admitido no STJ qualquer que seja o resultado final caberá a este tribunal decidir a rescisória. Em sentido contrário, no caso de o especial se quer ser admitido a competência para o julgamento da rescisória será do TJRJ tendo em vista que foi o último órgão jurisdicional a se debruçar sobre o mérito da causa. 
Legitimidade
Art. 967 NCPC 
Procedimento da ação rescisória
Art. 968 NCPC
Art. 969 e 970. 
A ação rescisória como em qualquer outro processo será deflagrada por uma petição inicial que deverá conter os requisitos genéricos do artigo 319 e os requisitos específicos do artigo 968, quais sejam: 
Art. 968, I: pode ser que para o autor da ação rescisória baste a desconstituição da coisa julgada antes formada. Se assim for ser-lhe-á exigido apenas a formulação de pedido rescindendo (pedido para desconstituir a coisa julgada). Todavia, na hipótese de ser necessário o rejulgamento da causa deverá o autor postular pedido rescisório. (Pedido de nova decisão). No caso de não bastar o pedido rescindendo e não ter sido formulado pedido rescisório a petição inicial será inepta, oportunidade em que deverá ser conferido ao autor da decisória prazo para que emende sua petição inicial. Não sendo suprido o vício deverá o tribunal extinguir o feito sem análise de mérito. 
A ação rescisória está sujeita a requisito específico de procedibilidade consistente no depósito prévio de 5% sobre o valor da causa, valor da ação rescisória e, não, valor da causa primitiva onde se formou a coisa julgada cuja a rescisão é buscada. Não se sujeita a tal depósito a fazenda pública e o hipossuficiente. A hipossuficiência há de ser atual, isto é, há de ser aferida no bojo da ação rescisória. 
A não realização do depósito importará no indeferimento da inicial nos termos do § 3° do artigo 968 NCPC.
Participação do réu na ação rescisória. 
Por se tratar de ação autônoma o réu na ação rescisória deve ser citado para integrar a relação jurídica sob pena da total invalidade do processo (artigo 239 do NCPC).
OBS. 1: andou mal o legislador no artigo 970 quando diz que o réu será citado para apresentar resposta. Isso porque nos termos do artigo 335 do NCPC o réu é citado para oferecer contestação, o que se contrapõe frontalmente ao regime do código de 73 em que seu artigo 297 dispunha que o réu seria citado para oferecer resposta, expressão genérica que abarcava a contestação, a reconvenção e a exceção. 
OBS. 2: O prazo de que dispõe o réu para contestar é específico e unicamente aplicável as ações rescisórias sendo o mínimo de 15 e o máximo de 30 dias nos termos do 970 do NCPC. O MP, a fazendo pública, a Defensoria Pública ou quando existirem 2 ou mais réus representados por advogados distintos de escritórios distintos poderão contestar valendo-se do prazo em dobro. É preciso dizer ainda que do regime do código atual os prazos serão contados em dias úteis, nos termos do 219 . 
Incidente de resolução de demanda repetitiva – art. 976 PROVA
Conceito doutrinário: trata-se de incidente processual que tem por escopo a uniformização jurisprudencial voltada a evitação de multiplicação de demandas idênticas. Instituto novo que não guarda qualquer paralelo com o CPC/73 e foi concebido para emprestar força normativa as decisões dos TJs e TRFs. Ou seja, é incidente de competência de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 
De acordo com o § 5° do artigo 976 trata-se de incidente gratuito. O que foi pensado para que não fosse criado óbices à uniformização da jurisprudência. 
Legitimidade – 977 NCPC
Os legitimados para instauração do IRDR constam do artigo 977 NCPC.
Procedimento 
A distribuição do IRDL será feita pelo presidente do tribunal (art. 977) passando na sequência a presidência do relator do órgão colegiado previsto no regimento interno do tribunal para julga-lo. Art. 978 c/c 982 NCPC. 
O principal efeito processual da admissão do IRDL consta do artigo 982, I, e consiste na paralização de todos os demais processos que tramitam no estado ou na região. 
O MP quando não houver suscitado o IRDR manifestar-se-á obrigatoriamente como fiscal da ordem jurídica (976 § 2° c/c 982, III) 
O IRDR permite a participação da figura do amicus curiae, nos termos do artigo 983; previsão legislativa baseada na necessidade da máxima qualidade possível da tese a ser formada ao final do julgamento. Ou seja, quanto maior o número de pessoas que contribuírem com os seus conhecimentos para o julgamento do IRDR maior será a probabilidade de se alcançar justiça com a decisão ao final proferida. 
FORÇA VINCULANTE
Art. 984, 985 NCPC. 
O IRDL se origina de um processo subjetivo onde se verifica a presença de autor e réu mas a decisão nele tomada transcenderá aos limites subjetivos da causa. Melhor dizendo, não obstante o IRDL surgir de um processo específico a decisão que nele for tomada vinculará a todos, sendo dotada pois, de eficácia erga omines com força vinculante. O descumprimento da tese ensejará o cabimento de reclamação a teor do que dispões o § 1° do artigo 985 do NCPC. 
 INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA (art. 947 NCPC)
O incidente de assunção de competência tal como o incidente de IRDR é de competência de tribunal. No entanto, duas diferenças básicas podem ser apontadas: 
1ª – O IRDR é de competência de tribunal de justiça, enquanto que o incidente de assunção de competência pode ser suscitado em qualquer tribunal, TJ, TRF, STJ ou STF
2ª – No IRDR exige-se multiplicidade de demandas versando sobre a mesma questão de direito, enquanto que no incidente de assunção de competência não há tal requisito.
O vocábulo assunção deve ser entendido como avocação, do verbo avocar, que significa chamar para si.
O p. 3º do art. 947 impõe vinculação a todos os juízes e órgãos fracionários quanto o que houver sido decidido no incidente de assunção de competência.
Tal vinculação se dá em menor medida se comparada àquela estabelecida para a tese formada no incidente de resolução de demandas repetitivas, que não sendo observado ensejará inclusive o cabimento de RECLAMAÇÃO. 
Desse modo, não se pode confundir a eficácia vinculante atribuída aos institutos em questão, pois sem dúvida há vinculação em maior medida em sede de IRDR.
INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (art.948 até 950)
O art. 97 da CF estabelece o que a doutrina denomina de “cláusula de reserva de plenário”. Quer o artigo dizer que está reservado ao órgão máximo do tribunal (plenário ou órgão especial) a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, o que impede que turma, câmara ou sessão reputem inválido lei ou ato normativo. 
O incidente em questão será admitido ou não pela turma ou câmara a qual competir o conhecimento do processo. Este órgão exercerá juízo de admissibilidade quanto ao cabimento do incidente. Sendo o mesmo rejeitado o processo seguirá seu curso normal. Admitindo-se o incidente o mesmo será encaminhado para o órgão máximo do tribunal a fim de que decida sobre a constitucionalidade ou não da lei ou do ato normativo sobre o qual se discute a sua validade. 
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitosda alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
Incidente de desconsideração de personalidade jurídica
Poderá a parte interessada, de acordo com a lei, requerer que seja desconsiderada a personalidade da pessoa natural ou jurídica, na medida que isso se faça necessário à satisfação de direitos.
Pode ser requerida em pedido formulado na inicial ou por meio de incidente processual. No último caso o processo será suspenso até que o incidente seja resolvido, nos termos do art.134, par.3º, NCPC.
Se for na inicial – O contraditório será exercido na contestação.
Se for em incidente – a parte contraria será citada para manifestar-se em 15 dias.
Tratando-se de incidente, a decisão que o resolver tem natureza de decisão interlocutória que é recorrível através de AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Se a decisão for de relator na 2ª instância – AGRAVO INTERNO. 
Art. 937.  Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
Art. 945.  A critério do órgão julgador, o julgamento dos recursos e dos processos de competência originária que não admitem sustentação oral poderá realizar-se por meio eletrônico.
Embargos de declaração – Mundanças que alteraram os juizados 
A primeira mudança, trazida pelo art. 1.064 do NCPC, se refere ao art. 48, quanto ao cabimento do recurso, que passará a ter a seguinte redação: “Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil”. Como podemos perceber, a lei 9.099 de 95 não irá mais prever os casos de cabimento dos Embargos, que estarão previstos no próprio Código.  Este, por sua vez, trata da matéria em seu art. 1.022, onde prevê três hipóteses de cabimento do recurso, a saber: I- esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II- suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;III- corrigir erro material. Ou seja, a nova redação elimina o vício dúvida, mantendo os demais.
Com essa alteração, o NCPC acaba com a distinção que existia entre procedimento do juizado especial e o processo comum. A partir da entrada em vigor do novo código, é nele que estarão previstos os vícios que, se detectado no acórdão ou na sentença, ensejarão a oposição dos  Embargos de Declaração.
Já quanto a segunda mudança, o art. 1.065 altera a redação do art. 50 da lei 9.099/95, que atualmente prevê: “Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso”. A partir da entrada em vigor do NCPC, o referido artigo passará a ter o seguinte texto: “Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.”. Assim, como prazo será interrompido ao invés de suspenso, mas uma vez se acaba com a diferença que existia entre o procedimento dos juizados especiais e o processo comum.

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