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Responsabilidade Civil Contratual

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Responsabilidade Civil Contratual 
 
 
Dever de reparar dano decorrente do descumprimento, inexecução de uma obrigação prevista no contrato e imputável ao devedor. 
Existe uma relação jurídica previamente estabelecida pelas partes (obrigação originaria), fundada na autonomia da vontade e regida pelas regras comuns do contrato. E o dever de reparar surge quando uma das partes descumpre com algo estipulado no contrato. 
Regra: culpa presumida. Cabe ao credor demonstrar que a obrigação não foi cumprida e ao devedor provar que não agiu com culpa ou que ocorreu causa excludente do nexo causal. Se a obrigação assumida foi de resultado e não conseguiu êxito: culpa presumida ou responsabilidade objetiva (cirurgia plástica). Se a obrigação assumida foi de meio: fundada na culpa provada (ex: dentista). 
Pressupostos da Responsabilidade contratual: existência de um contrato válido (nasce da vontade das partes, surgindo o princípio da obrigatoriedade), inexecução do contrato (ocorrência do ilícito contratual, materializado pelo inadimplemento ou mora. Regra Geral: art. 475 CC) e dano e nexo causal (art. 403 CC: aparecimento de outra causa, imputável a terceiros ou ao próprio credor, rompe nexo causal). 
A indenização funciona como substitutivo da prestação contratada, que deve ser feita de modo completo, no tempo e lugar determinado no contrato. 
Perdas e danos incluem: prejuízos efetivos, o que se perdeu (danos emergentes) e lucros cessantes (o que deixou de lucrar).  Ambos dependem de provas (regra geral). Exceção: casos legais de juros de mora e cláusula penal. Art. 402cc 
juros de mora: devidos, ainda que não se alegue prejuízo, conforme art. 407 cc. É indenização mínima, legalmente presumida pelo retardamento do cumprimento da obrigação. 
Cláusula penal: prefixa a indenização no caso de inexecução da obrigação ou retardamento no seu cumprimento. Pacto acessório estipulado no próprio contrato principal, podendo também ser estipulado apartado (art. 409 CC). As partes estimam previamente as perdas e danos a serem ressarcidas por aquele que descumprir o contrato. Secundariamente tem função compulsória, por constituir um meio de forçar o cumprimento do avençado. Especie de pena que visa a compelir o devedor ao adimplemento da obrigação. 
Cláusula penal moratória e cláusula penal compensatória: a primeira é convencionada para caso de simples atraso no cumprimento da obrigação. Não compensa, nem substitui o inadimplemento, apenas pune o retardamento do cumprimento da obrigação. A segunda funciona como prefixação das perdas e danos 
Inadimplemento: pode ser absoluto ou relativo (mora). Art. 389cc: retardamento de pagamento. Absoluto: Obrigação não cumprida, não mais subsistindo para credor possibilidade de receber prestação. Ex: buffet contratado 
para festa e não servido porque houve atraso da empresa contratante. Caso de inadimplemento absoluto. Prestação se tornou inútil para credor, não podendo trazer mais proveito ou utilidade prática ao credor, não atende mais a sua finalidade. Admitida resolução do contrato. 
Mora: apesar do retardamento do cumprimento da obrigação, ainda subsiste a possibilidade de cumprimento, devedor ainda pode cumprir obrigação com proveito para credor. (ex: divida venceu, mas devedor promete pagá-la dez dias depois, havendo interesse do credor nesse pagamento). Elemento culpa: dispensável. Indenização: menos extensa que no inadimplemento absoluto, porque ainda poderá se cumprir a obrigação principal. 
Mora do credor: injusta recusa de aceitar o adimplemento da obrigação no tempo, lugar e forma devida (arts. 394, 396 CC). Mora do devedor: fato ou omissão do devedor (culpa é elementar). A obrigação não é cumprida na forma e tempo e lugar estipulados, persistindo a possibilidade de ser cumprida com proveito para credor. 
Mora “ex re”: quando houver estipulação de termo certo para cumprimento da obrigação. Independe de notificação. Mora “ex persona”: quando não houver tal estipulação. Notificação do devedor é indispensável para constitui-lo em mora. (Art. 397cc) art. 389cc: impõe dever de indenizar as perdas e danos decorrentes do inadimplemento absoluto ou da mora. 
Concede-se ao credor a faculdade de requerer cumulativamente: cumprimento da obrigação, multa contratualmente estipulada, indenização correspondente às perdas e danos, decorrentes da mora. 
 
 
CASO CONCRETO 
 
   F, pintor se obrigou a fazer quadro para exposição em galeria arte, pelo preço de      R$ 50.000,00 e entregue até 15 dias antes do inicio da exposição, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1.000,00. se o quadro não fosse entregue até o dia do inicio da exposição, aplicação de multa de R$ 30.000,00. o quadro não foi entregue no prazo previsto (15 dias antes). Então o dono da exposição, três dias antes, adquiriu outro quadro em substituição. Moveu ação de indenização contra o pintor, requerendo pagamento de R$ 30.000 de multa e reparação de danos materiais (emergentes e  lucros cessantes) de R$ 25.000,00, sendo R$ 10.000 pela diferença a mais pelo preço pago pela compra do quadro em substituição e R$ 15.000,00 devidas pela melhor cotação dos quadros do pintor inadimplente. Poderão ser acolhidos todos os pedidos? 
 
R: Poderá ser cobrada a multa de R$ 1.000,00 diária, pelo atraso na entrega do quadro, por ser uma cláusula pena moratória e conforme art. 411 cc. Devidos 12 dias de multa, ou seja, R$12.000,00. O autor ao comprar outro quadro,  três dias antes para substituir o inicialmente pactuado, teve cessada a mora do pintor, tornando-se inútil para o credor e passando a haver inadimplemento por parte do devedor. A multa de R$ 30.000,00, pela não entrega do quadro é cláusula penal compensatória, em razão do inadimplemento, conforme art. 409 e 410 cc. Essa multa não pode ser exigida cumulativamente com perdas e danos e converte-se em alternativa, a beneficio do credor. Este pode optar pela cláusula penal compensatória ou perdas e danos, devendo neste último caso provar a quantia do seu prejuízo. Melhor para autor é optar pela multa compensatória, já que superior ao valor que está pleiteando a título de perdas e danos e não precisará provar o prejuízo

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