Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluna: Gislaine C.A.Silva Maluf Direito 7º A noturno EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO Rito Especial Mário, casado, empresário, portador do CPF Nº XXX, endereço eletrônico xxxxxx@xxx.xx.br, domiciliado e residente na rua xxx, cep xxx, nº xxx, cidade xxx, ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado – legalmente habilitado, inscrito na OAB nº XXXXXX, com endereço na rua xxx, nºxxx, CEP xxx, cidade xxx e endereço eletrônico xxxxxx@xxx.xx.br, também insertos na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V e art. 287, caput, ambos do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, com suporte no art. 539 e segs., do Código de Processo Civil, ajuizar a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Em desfavor de Henrique, solteiro, empresário, portador do CPF nº XXXX, endereço eletrônico, domicílio e residência são desconhecidos, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. I - DOS FATOS O autor e o réu celebraram contrato de compra e venda de uma máquina de cortar grama, no valor de R$ 1.000, com pagamento na forma de cheque nº 007 da agência 507 do banco X, elegendo o foro da cidade de Rio de Janeiro para dirimir possíveis conflitos. Ocorre que por desemprego posterior do autor, este se viu sem poder adimplir sua obrigação para com o réu. Em face da inadimplência da parte autora, o cheque foi devolvido por duas vezes, acarretando inclusão do nome da parte autora nos cadastros de inadimplentes. Contudo, após 10 meses da inadimplência, o autor voltou a trabalhar e a ter condições financeiras para saldar a dívida, objeto da relação jurídica aqui citada, e com isso retirar o nome parte autora dos cadastros de inadimplentes. Entretanto, a parte ré não mais reside no domicílio declarado no contrato, tendo o autor diligenciado à sua procura, sem qualquer indício de seu paradeiro. Diante da pretensão da parte autora de adimplir sua obrigação, mas, sem ter como fazê-lo, interpõe a presente ação. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS A relação jurídica entre autor e réu está demonstrada através do contrato de compra e venda anexa a esta petição, bem como cópia do cheque de nº cheque nº 007, da Agência nº 507, do Banco X, emitido por Mário para o pagamento da dívida, cheque este que foi pós-datado para ser depositado em 30 dias. Ocorre que, conforme já relatado, o autor deseja quitar o seu débito, estando impossibilitado em face de desconhecer o paradeiro atual da parte ré. Desta fora, tal desconhecimento não pode impossibilitar a desobrigação da dívida, tendo em vista possuir o autor condições financeiras e interesse em quitá-las. Neste sentido, o ordenamento jurídico pátrio contém dispositivos que protegem o credor na situação aqui posta, permitindo, desde que efetuado o pagamento, que se desonere da dívida existente. Senão vejamos o que dispõe o art. 334 e 335 do Código Civil: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Art. 335. A consignação tem lugar: (...) III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; De fato, restou demonstrado que o credor está residindo em local incerto e não sabido, se adequando a situação concreta aqui tratada ao dispositivo acima transcrito. Nota-se que, visando não prejudicar o credor que tem interesse no pagamento, é perfeitamente possível que o mesmo extinga a dívida existente, desde que respeitados os pressupostos legais. Neste sentido, o Código de Processo Civil também traz disposições relativas à questão, inclusive estabelecendo procedimento especial para andamento do feito. Vejamos o que dispõe a norma citada: Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Em síntese, todas as normas acima disposta corroboram para o entendimento de que as alegações tecidas pela parte Autora são verossímeis, refletem a realidade dos fatos e estes, por si só, denotam a inércia cometida pela parte Ré e a injustiça que restaria configurada caso a parte Autora seja privada do direito que lhe assiste e tenha seu nome mantido nos cadastros dos órgãos de restrição ao crédito, tendo demonstrado incessante empenho na quitação do débito. II- DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação emerge do seguinte fato: dos prejuízos financeiros que a parte Autora irá experimentar em razão da manutenção de seu nome nos cadastros dos órgãos de restrições ao crédito, uma vez que necessita estar com o nome limpo para poder exercer atividade mercantil e ter acesso a crédito no mercado. É sabido que o Código de Processo Civil, ao regular o instituto da tutela de urgência assim dispõe: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Tendo em vista o perigo de dano decorrente da manutenção do nome da parte autora no cadastro de restrições de crédito, o que dificulta e até impossibilita a relação comercial junto a bancos, certo é que toda essa situação merece ser o quanto antes interrompida, razão pela qual se faz mister a antecipação da tutela pretendida, para o fim de determinar a exclusão imediata do nome da parte Autora dos cadastros dos órgãos de restrições ao crédito, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 III - PEDIDO Diante do exposto, igualmente, restando evidente e cristalino o direito que fundamenta a presente ação, vem respeitosamente à presença da vossa excelência no mérito, requer a parte autora: Seja a presente ação julgada procedente, a fim de que seja deferida a antecipação da tutela provisória pretendida, qual seja, determinação da retirada do nome de Mário dos cadastros de inadimplentes confirmando-a ao fim da demanda; A gratuidade de Justiça, por ser pobre na forma da lei; Que seja deferido o depósito da quantia devida judicial da quantia devida, em conformidade com o art. 542, I do CPC; IV – CITAÇÃO Em face de todo o exposto, vem respeitosamente a presença de a vossa excelência requerer: Que seja a parte Ré citado por edital, em conformidade com o art. 256, II do CPC, para levantar o depósito ou oferecer resposta; Declarar extinta a obrigação pelo pagamento de custas e os honorários advocatícios, em conformidade com o art. 546 do CPC, Condenando o réu a cumpri-lo; Pretende-se provar o alegado com todas as formas de provas admitidas em direito. V - PROVAS Protesta a autora por provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, VI - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Tendo em vista a aplicabilidade subsidiária do procedimento comum (Código de Processo Civil, art. 318, parágrafo único) o autor desde já, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta não ter interesse em auto composição.. VII - VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00. Respeitosamente, pededeferimento. Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2017. Gislaine Cristina Alves da Silva Maluf Advogado OAB/PR - XXXX
Compartilhar