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Direito Processual Penal I (CÓPIA)

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Direito Processual Penal I:
Provas:
20/03
29/05
Fichamentos:
Teoria geral e provas em espécies + sujeitos processuais. (primeira avaliação).
Ação civil + questões e processos incidentes. (segunda avaliação).
*os fichamentos tem valor de até 1 ponto de aproximação.
Atividade simulada: 
 A turma, dividida em grupos, devera dar solução ao inquérito que receberão em sala de aula. A atividade tem o valor de 1 ponto na primeira prova para aqueles que participarem, e a prova valerá 9 pontos. 
Ponto extra: (0.5 ponto)
Assistir duas audiências criminais em procedimentos diferentes, basta o atestado de comparecimento na audiência. 
*entrega na segunda avaliação.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
O bem jurídico penal é eleito entre diversos outros bens, eleito como sendo aquele que tem caráter constitucional, tendo extrema relevância social e quando outros ramos do direito não forem eficientes para fazer a sua proteção, uma vez que o direito penal é a ultima ratio. Ele tem um caráter insular, uma vez que é um bem pensado. O estado ao fazer isso traz um microssistema de proteção dos bens jurídicos penais, criando nas leis penais e no CP os tipos penais que geralmente são comandos de não fazer, são condutas descritas como condutas proibidas. Uma vez que ao descrever uma conduta como típica, o estado esta determinando que ao ser praticada levará a uma sansão penal. E, excepcionalmente, encontraremos outras que são condutas que o sujeito é obrigado a praticar diante de certa circunstancia sob pena se responder por aquilo. Trata-se aqui de uma pratica para proteger, e no outro uma pratica para não violar. Se há uma adequação entre a conduta descrita e a conduta praticada/fática, estamos diante de uma realização de uma conduta típica, descrita no tipo penal, que levara a sansão. 
O estado tem a capacidade de escolher os bens jurídicos e descrever as condutas típicas. Então o estado/legislativo tem a capacidade subjetiva, a partir da qual ele descreve/cria as condutas típicas criando os tipos penais, regulando o direito das pessoas. Quando alguém viola o direito penal, surge para o estado o dever de aplicar o direito penal ao caso concreto. Essa estrutura penal esta disposta no código penal e leis penais extravagantes. O que hoje chamamos de direito penal ou material é o que chamamos de direito material subjetivo. E hoje o que chamamos de direito penal processual é o que chamamos de direito penal adjetivo. Havendo a pratica de uma conduta que viole o direito material, o estado tem o dever de exercer o ius puniendi, ou seja, aplicar o direito penal ao caso concreto. 
O direito penal é um instrumento de força para fazer um dita pacificação e regula a vida das pessoas físicas e jurídicas, evitando comportamentos que violem os bens jurídicos protegidos pelo direito penal. Este funciona também como uma garantia do indivíduo, uma vez que se destina a evitar o arbítrio do estado, uma vez que ele só pode punir nos limites que ele mesmo impôs, ou seja, dentro dos limites legais. Quando eu digo que nasce para o estado o dever de punir, para isso é necessário perseguir, ou seja, fazer uma produção probatória, buscar os elementos necessários para modificação do estado de inocência. Trata-se então de uma persecução penal para a colheita de provas. Essa persecução deve assegurar que o individuo que esta sendo alvo dessa persecução possa contrapor, se defender desta. O processos penal é um conjunto de normas que estruturam a persecução penal, criando instrumentos de empoderamento do estado, dando poderes e prerrogativas aos seus órgãos, permitindo que os mesmos exerçam adequadamente a persecução penal e, ao mesmo tempo, regula a função jurisdicional que impõe limites a persecução penal, é destinatária de todos os elementos que permitam decidir sobre o tema e que tem a função de aplicação do direito penal ao caso concreto, e ainda regula instrumentos que permitem ao acusado ou processado a se opor aos ataques persecutórios do estado ou, excepcionalmente, do particular. Desse modo o direito processual penal é um instrumento de poder e, ao mesmo tempo, um limite a atuação estatal.
A persecução é feito pela policia, ministério publico e, em alguns casos, até a vitima. Trata-se de uma perseguição dos elementos probatórios. O estado tem o poder de realizar essa persecução penal, entretanto dentro dos limites legais. Exemplo: quando se descobre algo, mas fora dos limites legais, esse ato que descobriu aquilo se torna nulo. Deve a lei do sistema processual penal regular a atuação persecutória dos órgãos, seja na fase investigativa (inquéritos policiais) quanto na fase judicial. A fase investigativa é para analisar se o individuo deve ou não ser acionado em juízo. O direito processual penal também regula os direitos que aquele individuo tem para se opor aos ataques persecutórios. 
O processo penal brasileiro é dividido em duas partes. Primeiro temos a fase investigativa ou pré-processual, onde, por meio de diversos procedimentos investigativos, por diversos órgãos da administração publica, faz-se uma coleta de provas para se analisar se será possível ajuizar uma ação penal contra tal indivíduo. Via de regra, esse procedimento é o inquérito policial e via de regra é realizado pela policia. Esse procedimento investigativo avalia se há elementos para a realização da segunda fase: a fase judicial ou processual (ação penal). Essa segunda etapa é a etapa judicial, ou seja, processual. 
O direito penal atinge, por natureza, a dignidade das pessoas, por isso o legislador criou dificuldade para que a ação penal se inicie. Dessa forma, para que uma ação penal se inicie, deve-se ter indícios da autoria e prova de existência do crime. Só se inicia o processo se houver ação penal e justa causa. Na primeira fase ocorre uma perseguição de elementos probatórios da justa causa (indícios de autoria + prova de existência do crime) para verificar se a ação penal é viável. A função da primeira fase é fazer com que exista a justa causa. Essa fase é facilitadora, mas não é obrigatória. É possível que se tenha a primeira e que não se tenha a segunda, isto porque a primeira fase não verificou elementos necessário para fazer existir a segunda fase. É possível também o contrário: pode existir uma ação penal sem investigação, ou seja, sem a primeira fase, desde que tenha a justa causa para a ação penal. Entretanto, a regra é que se tenha a primeira fase (investigação da justa causa) e depois a segunda fase (ação penal). 
O direito processual penal é um instrumento autônomo do direito penal, mas é um instrumento de realização do direito penal. 
PRINCÍPIOS: 
Os princípios garantem a estruturação do microssistema jurídico.
*Estudar a lista de 21 princípios que foi passada em sala de aula. 
Oficialidade: 
Esse principio determina que a persecução penal será exercida por órgão oficial, ou seja, por agentes do estado ou por particulares a seu serviço. O princípio em questão é excepcionado em algumas situações. Temos que fixar a ideia de que jurisdição e persecução não se confundem, a primeira é inerte e só atua por provocação. Mas a persecução é caminhar, quem persegue esta sempre correndo atrás. Seja a persecução penal ou administrativa, tenho uma busca de elementos para convencer algo. Então a persecução pressupõe uma atividade independente de provocação. E o que esse princípio determina é que aquele que busca os elementos necessários para a comprovação de um fato seja um oficial. Dessa forma, se estabelece que o persecutor seja uma pessoa independente, indiferente aquele que se esta perseguindo. Então esse princípio estabelece que essa persecução ocorra através de órgãos. Na fase investigativa uma serie de órgãos podem atuar na persecução, mas a que foi criada especificamente para isso é a polícia federal (na união) e as polícias civis (nos estados). A policia militar também tem um papel na persecução, mas essa não foi criada para isso, atuando excepcionalmente.Outros órgãos como o MP também participam dessa fase pré-processual. 
Tanto na pré processual, quanto na fase judicial (que se persegue em juízo), cabe a um órgão oficial faze-lo. Então os órgãos oficiais que devem exercer a atividade persecutória como forma de extinguir a forma de vingança, ou seja, para evitar que esta atividade seja feita por pessoas que tem o objetivo de vingança. Os integrantes dos órgãos que exercem essa atividade de persecução, através de atos. Mas as vezes temos também particulares atuando, entretanto estes sempre estarão a serviço do estado. Exemplo: muitas vezes não temos servidores do estado naquela cidade para praticar aquela pericia, de forma que o juiz nomeia um perito particular para realizar aquela pericia.
Esse princípio tem exceção, na fase processual. No processo penal brasileiro temos as ações penais condenatórias públicas condicionadas e incondicionadas (o órgão atua sem nenhum tipo de barreira) são de titularidade do MP, logo submetidas ao principio da oficialidade. Temos a ação penal privada exclusiva, onde o titular é o ofendido/vitima, podendo atuar também o seu representante quando ela não tem capacidade para estar em juízo, ou os seus sucessores; a ação privada personalíssima, onde só quem pode atuar é a vitima/ofendido; e a ação privada subsidiária da publica, onde quem atua é o ofendido em substituição ao acusador publico, porque ele não exerceu a sua função no prazo de lei – aqui o MP perde o seu prazo e ele permite que a vitima atue. Dessa forma, se eu tenho hoje uma previsão legal e até constitucional para a vitima titularizar uma ação penal e perseguir em juízo, temos uma situação onde a persecução é exercida por um particular e não por um órgão oficial. 
Resumo: o principio da oficialidade se expressa tanto na fase investigativa quanto na fase judicial, entretanto, na fase judicial, temos uma exceção quando se trata de crime de ação privada, uma vez que é autorizado e disciplinado que o particular realize a persecução. Dessa forma, expressamente por determinação do legislador temos uma exceção ao principio da oficialidade porque o legislador autoriza e disciplina a atuação do particular nos crimes de ação privada em juízo. Entretanto, na fase investigativa/ pré processual não temos nenhuma previsão para que o particular atue. Tem alguns autores que dizem que, como não há proibição, o particular pode atuar nessa fase investigativa, mas não pode ser considerado persecução, uma vez que trata-se meramente de uma faculdade do particular de coletar dados em fontes abertas. Há, entretanto, um projeto de novo CPP tratando sobre a possibilidade de persecução pelo particular na fase investigativa, como acontece nos EUA. 
Oficiosidade: 
Esse principio determina que a atuação dos órgãos persecutórios, via de regra, deverá acontecer independente de provocação de quem quer que seja. Ele acontece, via de regra, pois se aplica para os casos de ação penal pública incondicionada. O órgão do estado ira produzir a persecução independente de que alguém provoque ele, basta que ele tome conhecimento. Porque isso é regra? Porque a atuação independe de provocação é possível em todo fato que a ação for pública incondicionada, e a maioria das ações penais são públicas e incondicionadas. Ou seja, a atuação do órgão estatal em casos de ação publica incondicionada pode atuar ex oficio. Entretanto, é importante lembra que quem pode atuar independente de provocação também pode atuar por provocação, ou seja, a oficiosidade não impede a atuação provocada. Em suma, a maioria das ações penais são públicas e incondicionadas e nesses casos a atuação do estado ocorre independente de provocação, podendo até atuar contra a vontade da vítima, uma vez que representa um dever do estado de atuar nesses casos. 
Esse princípio é excepcionado por expressa determinação legal (art. 5º §4º e §5º do CPP). “Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.”
Na ação penal pública incondicionada a regra é de atua ex oficio, e essa regra serve para ambas a fases: investigativa e judicial (exemplo: homicídio). Já na ação penal pública condicionada a representação, é necessário que a vitima autorize. Nesse caso a exceção ocorre em ambas as fases, pois não poderei instaurar o inquérito, muito menos a ação penal sem autorização da vítima. Também nos casos dos crimes de ação penal privada, para que se instaure a fase investigativa é necessário requerimento da vítima, e nos casos da fase judicial o princípio sequer se aplica pois é uma função da vítima, não podendo falar em exceção. Ou seja, esse princípio não se aplica na fase judicial da ação privada, uma vez que o titular da ação não é o estado, mas o ofendido. No caso da ação publica condicionada o ato para que a ação ocorra é a representação e no caso da ação privada o ato é o requerimento. 
Obrigatoriedade da Ação Penal Pública:
O princípio em questão assegura ou determina que o MP, na sua atuação, na ausência ou presença de requisitos para exercer o seu papel constitucional. Ou seja, na atuação do ministério público, o órgão ministerial deverá atuar toda vez que estiverem presentes os requisitos investigativos ou para propositura de ação. Desse modo, quando presentes os requisitos, o MP é obrigado a exercer o seu papel acusatório. Diverso da vítima, que atua segundo o juízo de conveniência e oportunidade, o MP cumpre o seu dever pautada na obrigatoriedade. Esse princípio denominado de obrigatoriedade da ação penal pública determina que presente o binômio autorizador da ação penal (indícios de autoria + prova da existência do crime) encontra-se o MP obrigado a atuar. 
O ofendido atua no juízo discricionário para exercer ou não a ação penal, diferentemente do MP que tem a obrigação de atuar quando estiver presente a justa causa (composta pelo binômio) e não existirem fatos impeditivos (como prescrição). Para não propor a ação penal o MP deve fundamentar (em parecer), alegando que não existe justa causa ou que existem fatos impeditivos ou que existe um instituto mitigador e então arquiva-se o processo. 
É importante lembrar que esse principio serve tanto para a ação penal pública incondicionada quanto na condicionada. Entretanto, na pública condicionada eu preciso ter a representação da vítima para que o MP atue e então esteja submetido a esse princípio.
O ofendido até num consenso de direito de ação, ele tem o direito de acionar, o direito de postular perante o Estado a aplicação do direito penal ao caso concreto. Desse modo, esse direito de postular do ofendido é um juízo conveniência e oportunidade, ele escolhe se quer ou não acionar, se ele quiser aciona, se não quiser, ninguém obriga, por mais que tenha um procedimento recheado que justifique uma ação penal. O fato de haver justificativa não obriga o juiz a ingressar com a ação. Além disso, a identificação da falta de obrigação de ingressar com a ação fica patente quando demonstra que ele pode renunciar, basta que ele não queira atuar (não interessando o motivo), ou basta que ele deixe transcorrer o prazo decadencial. Então, é um juízo de conveniência e oportunidade do titular da ação penal.
Enquanto ofendido age com o direito, o MP age com o dever. O MP tem o dever constitucional, de atuar quando estiverem presentes os requisitos. Da mesma forma ele tem o dever de não atuar se tiverem ausentes os requisitos ou existir um fato impeditivo. 
A persecução penal é uma agressão, por isso só posso exercer esse direito de acordo com as limitações legais, se esses pressupostos legais não estiverem presentes se torna uma obrigação não atuar. O MP deve ser imparcial subjetivamente (não deve ter interesse na causa) e parcial objetivamente (tem interesse em sua tese) – princípio da imparcialidade.Acusar acaba sendo um peso, um ônus do acusador público, mas foi escolhido acusar para que essa escolha de ir a juizo seja imparcial, defendendo então o regime jurídico democrático. Esse regime não é pautado na perseguição, mas na acusação. O acusador não quer qualquer tipo penal, nao pode ele usar de motivo pessoais para acusar alguém assim como também não pode por motivos pessoas deixar de acusar alguém, deve-se observar os requisitos e se estão presentes deve deflagra a ação penal – princípio da impessoalidade.
O princípio é mitigado por alguns institutos, a exemplo de: transação penal (lei 9.099/95), colaboração premiada e princípio da insignificância. 
Transação Penal: a lei 9099/95 diz quais são os casos e hipóteses, que mesmo diante da justa causa, pode haver o acordo judicial. 
Colaboração Premiada – trata-se de um mecanismo de investigação onde se oferece ao investigado envolvido na infração penal uma recompensa legal para ele opte a ajudar de forma significativa na investigação dos demais coautores ou do autor do crime. Essa “recompense legal” pode inclusive ser a possibilidade de não ser ajuizada ação penal contra ele. Aqui podemos estar inclusive diante de robusta prova contra a pessoa. Trata-se da famosa “delação premiada”.
Princípio da insignificância: Quando falamos que um bem jurídico é protegido entende-se que é porque ele tem um significado para a sociedade; que este deve ser respeitado por conta de seu significado. Esse significado é importante para identificarmos se a lesão a esse bem jurídico é significativa, e isso não se mensura pelo valor econômico lesado e sim pelo resultado da lesão. Observando então que o princípio da insignificância em sua essência nada tem haver com o valor econômico. Quando fala em mitigação entende-se que o fato está presente, o indivíduo participou e o promotor vai questionar se deve ou não entrar com a ação penal ex: tráfico de drogas - o significado não é só o dinheiro (valor da droga) mas também a significância da ação e a relevância desse ato. Então hoje a insignificância é um dos elementos para mitigar a obrigatoriedade da ação penal. 
Indisponibilidade da Ação Penal Pública:
A ação penal privada é disponível, já que o ofendido pode dispor dela e no meio do processo ainda pode exercer o perdão, desistência ou perempção quando extingue o processo e a punibilidade. Enquanto não houver a sentença pode haver o perdão, a diferença do perdão para a renúncia é que o perdão é pre processual e é um ato unilateral, enquanto que a renúncia é intraprocessual e precisa da aceitação do querelado. Já a ação penal pública ela vai ser indisponível. Esse princípio é da ação penal pública tanto condicionada ou incondicionada, se o MP não arquiva, significa que há requisitos para impetrar a ação penal, e esse ajuizamento será um dever do mesmo.
Nesse ponto conceituamos: o princípio em questão determina que uma vez oferecida a inicial acusatória pelo MP ou promovido o recurso pelo órgão acusatório a instituição não poderá desistir da ação que haja iniciado ou do recurso que haja interposto, conforme disciplina dos arts. 42 e 576 do CPP. A impossibilidade de desistência determinada nos artigos supracitados não impedem que o MP, na ação proposta ou no recurso interposto, em sede de ação penal pública, peça pela absolvição do réu conforme o art.385, pois pedir a absolvição é apenas pedir que o juiz julgue o mérito, mas que reconheça em favor do réu, até porque no final do processo, pedir a condenação do réu só porque a ação foi proposta inicialmente não necessariamente é dizer que é a decisão mais acertada, o juiz pode julgar contra a absolvição do réu mas a doutrina faz duras críticas a isso. 
O promotor pode não acionar, basta que ele demonstre por meio de parecer quais são os argumentos para não acionar, mas se ele não tem os argumentos para tanto ele deve denunciar. Ele pode não recorrer, depois da sentença penal mesmo que o réu seja absolvido ele pode aderir às razões do juiz ou pode absolver em uma coisa e condenar em outra e pode com isso convencer, por isso não é necessário o MP dizer nada, basta deixar o prazo recursal transcorrer e não recorrer. Ele pode não recorrer, o recurso é o prolongamento da discussão da ação, no art. 42 do CPP o MP não poderá desistir de recurso que haja interposto, ou seja, ele pode não iniciar, mas se iniciou não poderá desistir. Isso faz com que, já que é acusação pública e é a principal causa de juízo de legalidade, deve ser pautado num amadurecimento probatório, em responsabilidade, o promotor tem que ser responsável quando acusa, apenas denuncia porque tem elementos.
O princípio em questão conhece a exceção estabelecia do art.89 na lei dos juizados, por meio de instituto denominado: suspensão condicional do processo.
O princípio da indisponibilidade conhece exceção, a qual é chamada de “suspensão condicional do processo”. A suspensão condicional do processo não se confunde com suspensão do processo. A suspensão do processo ocorre quando o réu é citado por edital e não comparece em juízo nem constitui advogado, então presume-se que isso ocorreu porque o réu não teve ciência da ação. Diante disso, o processo fica suspenso e no referido periodo o estado vai atuar para encontrar o indivíduo e cita-lo pessoalmente. Diferentemente de quando ele é citado pessoalmente, pois não há dúvidas de que ele ficou ciente da ação e não se apresentou em juízo por livre e espontânea vontade, e nomeia-se um advogado para continuar o processo.
A suspensão condicional da pena é quando o indivíduo é condenado e ele cumpre os requisites e a pena a que foi aplicada é substituída por outras medidas. Então, suspensão condicional da pena pressupõe que já teve condenação; suspensão do processo pressupõe que ainda tem processo, mas está suspenso porque não localizou o indivíduo para participar pessoalmente.
A suspensão condicional do processo é uma terceira coisa que também é chamado de sursis processual que é uma suspensão constitucional do processo e não de pena, o art. 89 da Lei de Juizados traz um instituto da suspensão condicional do processo para se aplicar a crimes em que a pena mínima do crime seja igual ou inferior a um ano, não interessa a regra máxima, mas sim a regra mínima. Os crimes em que a pena mínima for igual ou inferior a um ano se o indivíduo cumprir determinados requisitos, a exemplo de não ter sido condenado, não estar sendo processado em outro crime, se ele cumpriu alguns requisitos o MP fará uma proposta de suspender o processo se ele aceitar algumas condições, como, por exemplo, não frequentar determinados lugares, reparar o dano da vítima, comparecer periodicamente perante juiz para explicar o que está sendo feito, não se ausentar da comarca sem autorização do juiz. Se o indivíduo aceitar e cumprir, extinta a punibilidade, extinto o processo. Ele foi denunciado, então o processo começa, não pode mais ter desistência, mas reunindo os requisitos o MP ao invés de continuar o processo contra ele, apresentará a proposta de acordo, se ele cumprir tudo e não cometer nem crime, nem contravenção extingue a punibilidade e extingue o processo; se ele cometer contravenção pode voltar ao processo, se ele cometer crime volta ao processo crime. Portanto, embora não seja desistência, de certo modo, o promotor dispôs, ele fez um acordo para extinguir o processo mediante alguns requisitos sem precisar de condenação, diante disso, por isso tem toda uma estrutura, a doutrina chama de “indisponibilidade mitigada” ou “discricionariedade mitigada”.
Intranscendência da Ação Penal:
É o princípio que assegura/determina que a ação penal não possa alcançar pessoa diversa da responsável pelo ato praticado, ele é uma decorrência de dois princípios de direito penal: princípio da responsabilidade pessoal e do princípio da individualização da pena, pois além de não poder alcançar pessoa diversa, também, aquele a ser alcançado deve ser alcançado de acordo com seu grau de responsabilização.
Ao falar em ação penal, ela precisaser deflagrada em face daquele ou daqueles que são indicados, há indícios de que são responsáveis pela prática do ato, na autoria intelectual e material, respectivamente quem pensou e quem executou. As pessoas que se relacionam com o crime não podem ser alcançadas pelo direito penal, veja que para que eu saiba falar em intranscendência da ação penal preciso entender o instituto de coautoria, o concurso de agentes.
Então, esse princípio da intranscendência é um reflexo processual, eu só tenho uma ação intranscendente porque existe a responsabilidade subjetiva. Além disso, de ter a intranscendência se relacionando com a responsabilidade pessoal, ela também se relaciona com a individualização, porque além de eu só poder alcançar o responsável eu só posso alcança-lo na medida de sua responsabilidade. Portanto, o MP não pode acionar mais para conseguir menos, ele tem que ser exato, apenas pode alcançar na medida do que o indivíduo fez, é um ajuste de conduta ao fato. Diante disso, a intranscendência também tem a ver com a adequação porque o juiz, inclusive, para individualizar a pena precisa saber o que foi feito por cada sujeito.
Dessa forma, fechamos os cinco princípios citados em sala. Além disso, temos que pensar que: princípio é vetor nuclear, instrumento de fundação do sistema jurídico; devo pensar que é essencial para a compreensão do microssistema, não há o que se falar em processo penal sem pensar, por exemplo, em juiz natural, o direito penal deve ser um direito impessoal, deve alcançar aos indivíduos que cometem tipicidade, portanto, deve ter um juiz impessoal, o qual é a figura do juiz natural, é a figura de um órgão jurisdicional criado legalmente, deve ter sido criado antes de o fato acontecer e precisa dotar o procedimento a ser utilizado, dotar o órgão com uma pessoa/ um julgador que se paute na imparcialidade.
Logo, a impessoalidade é o mesmo que imparcialidade, porém imparcialidade não se confunde com neutralidade. Veja que a imparcialidade significa criar mecanismos para que o indivíduo não tenda a um lado, então o que o legislador determina é que o juiz que vai presidir a causa deixe o processo seguir de forma regular, a magistratura é imparcial e impartial, ou seja, o juiz é imparcial subjetivamente, ou seja, não tem interesse na causa em relação aos sujeitos; além disso, ele não deverá ter interesses na causa, teses, pois a tese não é dele, ele é um repositório de teses, mas ele não faz tese, por isso ele não pode começar a ação, para não ter teses. O MP é imparcial subjetivamente, ele não tem relação com as partes, mas ele é parcial objetivamente, ele é parte, ele tem a tese acusatória, ele é partial, mas não é partial como o advogado que tem vínculo com o cliente. É necessário permitir que o acusador exerça o papel dele dentro da legalidade, limitando-o ao tempo em que precisa permitir ao réu o exercício o direito de maneira mais ampla possível, porque a limitação é o contraditório da acusação, não existe o princípio da acusação, para a acusação é o princípio do contraditório e exercício da bilateralidade de audiência, de participar, de fazer suas teses. A ampla defesa é contraditório na forma simples, apenas pode impedir ilegalidade. Diante disso, eu não posso pensar em processo penal sem princípios.
SISTEMAS PROCESSUAIS:
Um sistema processual diz muito sobre um povo, sobre a sua historia. Temos três modelos, três formas que o estado pode perseguir os elementos que permitem aplicar o direito penal ao caso concreto. Quando estudamos a historia, em certo momento temos a predominância de um sistema, e em outro momento outro sistema. Da mesma forma ocorre com a geografia, onde o modelo muda de acordo com o local. 
 
Sistema Inquisitivo ou inquisitório: 
Escrito
Sigiloso
Funções no mesmo órgão 
Ele foi largamente utilizado no momento da inquisição, entretanto ele não nasce com a inquisição, mas muito anteriormente. Ele é formal, escrito e, portanto, um modelo menos célere. Adota o sigilo, o que, em certa medida, protege a imagem daquele que se submete a persecução. Entretanto, torna mais difícil a fiscalização. Todas as funções (defesa, acusação e julgamento) eram realizadas pelo mesmo órgão. Esse órgão era tão imparcial que ele trazia elementos da defesa e da acusação. Esse órgão era chamado de órgão inquisidor. Esse órgão tinha que ser extremamente justo e imparcial uma vez que teria que trazer elementos de ambos os lados: defesa e acusação. Naquela época esse órgão inquisidor era o representante do poder divino, que era o rei. Hoje em dia ainda falamos nesse modelo, uma vez que ainda podemos ter países com regimes menos democráticos que resolvam adotar esse modelo. E também no modelo misto. Quando falamos em funções distintas, falamos em funções livres, onde cada órgão exerce a sua função sem influencia do outro. E quando falamos em um modelo em que o sigilo se adota, temos que perceber que esse tem duas vertentes: o sigilo interno e externo. O sigilo externo significa que todos os estranhos ao procedimento não terão acesso, mas quando falamos em sigilo interno, isso quer dizer que até os próprios interessados, até o acusado, não tem acesso. Quando falamos em sigilo no sistema inquisitivo, estamos falando no sigilo puro, tanto interno quanto externo. Ele se aproxima hoje de modelos não democráticos; é mais clássico, uma vez que privilegia a forma. 
Sistema Acusatório: 
Oral
Publicidade
Funções distintas dos órgãos 
Pressuposto contraditório
Esse modelo preferencia a oralidade e também a regra da publicidade (pelo menos da interna, que permite que os envolvidos possam tomar conhecimento). Como posso exercer ampla defesa e contraditório se não tenho conhecimento das provas que estão sendo produzidas? Por isso que a publicidade interna se faz tão indispensável. As funções são distintas, cada um dos órgãos exercem seu papel de forma independente dentro da pauta legal. Quando o juiz apresenta um controle é para controlar meramente a legalidade, mas não a atuação dos outros órgãos. Qualquer pessoa, salvo haja alguma restrição fundamentada pelo juiz, pode assistir uma audiência. E isso é possível devido a publicidade externa. 
Misto: 
Parte inquisitivo – em juízo – 
Parte acusatório – em juízo
É um modelo muito forte na Europa, onde parte dele tem características de um modelo inquisitório e parte dele de um modelo acusatório. A primeira parte é a inquisitiva, onde teremos as características do modelo inquisitivo. E a segunda parte é a acusativa, onde teremos características do modelo acusatório. Essas duas fases acontecem em juízo, não se confunde com a parte administrativa, que é a atuação da administração pública na investigação. 
Sistema Adotado no Brasil? 
O posicionamento do STF é que o sistema brasileiro é o acusatório. Entretanto, existem uma série de autores que defendem que o modelo adotado no Brasil é o sistema misto e outra série deles que defende que adotamos o misto. A CF determina a cada um dos órgãos uma função distinta; diz que adotamos a publicidade e excepcionalmente o sigilo; diz que garantimos o contraditório e a ampla defesa, dentre outras coisas. Dessa forma, o viés do nosso modelo é acusatório. Entretanto, a legislação penal traz um viés inquisitório, uma vez que traz uma série de poderes ao juiz, reduzindo o papel das partes, deixando-o em um papel muitas vezes superior ao das partes. Ou seja, o nosso CPP traz uma série de poderes inspirados no modelo inquisitivo para o juiz. E isso tem a ver com o modelo histórico em que ele foi criado. Dessa forma, fazemos conviver/compatibilizar uma CF de 1988 que tem um viés acusatório com uma legislação infraconstitucional que tem um viés inquisitório. O CPP é inspirado em um sistema inquisitivo, embora atenha traços acusatório. Mas esse código tem que ser utilizado em um sistema constitucional de natureza acusatória. A reforma de 2008 do CPP alterou, dentre outras coisas, a parte de provas, o que trouxe ainda mais medidas de viés inquisitivo. Ou seja, mesmo após 1988,o nosso legislador ainda tem a cultura da arbitrariedade, uma vez que mesmo em 2008 foi possível se trazer medidas de viés inquisitório ao nosso sistema. Dessa forma, o nosso sistema acaba sendo bem contraditório, levando a sua série de discussões quanto a sua natureza.
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA: 
Polícia miliar estadual – função ostensiva – (Secretaria de Segurança Pública).
Exceção – função investigativa = IPM
A polícia militar é uma instituição dos estados, ou seja, cada estado e o DF tem a sua. Ela tem uma função ostensiva, isto é, uma função de prevenção de incidentes criminais com a sua própria presença (policial fardado, presença física). Segurança tem a ver com sensação, as pessoas precisam ter essa sensação de segurança e a PM tem esse papel através da sua presença física. A PM tem função de atuação ostensiva, ela não tem função de investigar crimes ela só atua com função investigativa de forma excepcional, quando tratar de crimes militares estaduais (crime tipificado no código penal militar em que o autor do fato típico é um policial ou bombeiro militar) – inquérito policial militar. Nesse caso o procedimento será feito pela PM, que é o inquérito policial militar. Essa polícia é submetida à Secretaria de Segurança Pública dos Estados.
Polícia da união (rodoviária federal e ferroviária federal) – função ostensiva – ministério da justiça. 
Assim como os estados tem a polícia militar, a união também tem a sua polícia com função ostensiva, mas esta é uma polícia especializada, ou seja, funciona em espaços controlados pela União - rodovia ou ferrovia. A polícia da união está ali para evitar crimes na rodovia ou na ferrovia. São policiais fardados, mas não militares. A polícia da união é submetida o Ministério da Justiça. 
Polícia judiciaria: 
Polícia Civil (Secretaria de Segurança Pública) – função investigativa – Inquérito Policial
Polícia Federal (Ministério da Justiça) – função investigativa – Termo Circunstanciado.
A polícia judiciária levanta elementos que servirão para futura causa judicial. Ela tem função investigativa, a sua função é de apurar o crime tanto que tem função repressiva, pois atua em razão do autor do fato e também funciona de forma preventiva, pois elucida os fatos. A polícia investigativa age por meio do inquérito policial ou termo circunstanciado, são os meios usados pela polícia investigativa para elucidar os fatos delituosos. 
São duas as polícias judiciárias: a do estado que é a polícia civil e a da união que é a federal. Como a união não tem polícia militar ela irá utilizar força nacional de segurança ou as forças armadas. Na função investigativa a união tem a policia federal e na função ostensiva ela tem a policia da união, mas esta é uma polícia especializada em rodovia e ferrovia, logo não sendo uma dessas hipóteses a união não terá polícia com função ostensiva, por isso ela lança mão da força nacional de segurança ou das forças armadas.
As polícias estaduais estão submetidas ao secretário de segurança pública, lembrando que quem comanda a PM é o comandante geral da PM e quem comanda a polícia civil é o delegado chefe da polícia civil e ambos estão submetidos ao secretário de segurança pública. A polícia civil irá exercer a sua função investigativa por meio do inquérito policial, já a polícia federal irá exercer sua função investigativa por meio do termo circunstanciado. 
Força Nacional de Segurança – função ostensiva – Ministério da Justiça.
A polícia ostensiva da União é somente sobre Rodovia e Ferrovia, se a União quiser atuar de forma ostensiva não tem sua própria polícia. Para resolver sua ausência de polícia militar a União criou a Força Nacional de Segurança. Esta é ligada ao ministério da justiça, ou seja, quem convoca é o Ministro da Justiça.
Forças Armadas – Ministério da Defesa (exército, marinha, aeronáutica).
Doutrinariamente a PM foi montada para prevenção de crimes buscando a preservação da vida, já nas Forças Armadas a doutrina é matar ou ferir. Geralmente, usa-se as Forças Armadas na área de inteligência, logística, ajuda com equipamentos e reserva o mínimo para policiamento ostensivo. Como a União não tem policiamento militar para agir ostensivamente pode optar pelas Forças Armadas de forma geral em sua técnica ou específica como: inteligência, logística. 
As forças armadas estão submetidas ao ministério da defesa e são utilizadas excepcionalmente para a segurança pública, mas a busca é que cada dia mais ela atue para funções diversas do policiamento. Em um estado organizado as forças armada não é pra ser usada com o povo.
SISTEMA PRELIMINAR DE INVESTIGAÇÕES:
Aqui vamos estudar a polícia judiciaria, pois é ela que exerce a investigação, através do inquérito policial e do termo circunstancial. Esses são utilizados pelas policias investigativas para que elas possam elucidar os fatos. A ação penal pode se iniciar sem que exista um procedimento investigativo administrativo, de forma que o inquérito não é pressuposto para que a ação exista. O que é pressuposto é a justa causa, composta pelos indícios de autoria (indicativos de que alguém é autor do fato) e a prova da existência do crime (demonstrar na inicial acusatória que o fato existiu). As provas são: corpo delito direto, indireto e testemunhal. Entretanto, este não é o normal, uma vez que muitas vezes é necessário um mínimo de investigação para que se chegue a justa causa. A ação penal, diferentemente da civil, não pode se iniciar apenas com a história que a pessoa conta. Aqui é necessário a justa causa para que a ação se inicie. Dessa forma, as ações penais tem que ser sustentáveis, plausíveis, isso porque o processo penal pode destruir a vida de alguém. Diante de uma dúvida não se pode deflagrar ação penal. A justa causa funciona como um filtro, um dificultador para o exercício da ação penal.
O estado cria uma estrutura de procedimentos e órgãos para que estes, com os poderes estruturados em um sistema, possam capturar os elementos probatórios que demonstrem a justa causa. Assim nasce o sistema preliminar de investigações. Temos aqui várias instituições (cada uma com as suas atribuições) que irão exercer a função investigativa através da sua função administrativa.
Polícia Investigativa 
Polícia Civil dos Estados 
Polícia Federal
Procedimentos Policiais 
Inquérito Policial (polícia civil e federal) 
Termo Circunstanciado (polícia civil, federal e militar ou PRF)
As policias investigativas tem a função de investigar supostos crimes, e os inquéritos polícias e termos circunstanciados tem por finalidade elucidar fatos supostamente criminosos. Difere dos demais, que nos seus procedimentos podem apurar outras coisas e se deparar com fatos criminosos. Ou seja, os demais órgãos tem papeis que não são criminais, mas que a investigação feita pela policia não exclui a dos órgãos administrativos em suas funções, que é o que ocorre com a receita federal por exemplo. Exemplo: a receita federal apura fatos tributários e, eventualmente, pode se deparar com um fato criminoso. O que interessa é que haja a identificação da justa causa, mas este pode advir de polícia investigativa ou de outras instituições administrativas. O procedimento das demais instituições poderão levar a uma atuação criminal, diferentemente da policia investigativa que tem uma atuação criminal por natureza.
A policia investigativa pode utilizar dois procedimentos investigativos. O termo circunstanciado é utilizado pela policia civil e federal quando estamos diante de uma infração penal que se enquadra no conceito de infração de menor potencial ofensivo (IMPO). A infração de “menor potencial ofensivo” são as contravenções penais e os crimes para os quais o legislador comine pena máxima em abstrato igual ou inferior a dois anos, cumulado ou não com multa. Esses fatos, desde que não exista um lei vedando, são considerados IMPO. Nas contravenções a pena privativa é prisão simples combinada ou não com multa ou simplesmente multa, enquanto nos crimesa pena privativa é de reclusão ou detenção combinada ou não com multa. Quando não se enquadrar no conceito de IMPO, o procedimento que a policia civil e federal irá utilizar é o inquérito policial. 
A polícia federal faz uma interpretação do art. 107 dizendo que ela tem exclusividade para investigar os crimes federais, isso entretanto diz respeito a policia civil, uma vez que essa não atua em âmbito federal. Entretanto, o ministério público pode investigar sim, inclusive se recusou a PEC 37 que propôs o contrário. 
Ninguém discute que outros podem investigar, mas que apenas a policia pode utilizar do inquérito policial. Já o termo circunstanciado tem um procedimento mais simples e na pratica a policia tem simplificado ainda mais esse procedimento, de forma que a policia rodoviária federal e a policia militar tem reivindicado que eles também poderiam fazer o termo circunstanciado. E cada dia mais cresce no Brasil legislações estaduais que permitem isso. Em tese, termo circunstanciado é um procedimento investigativo de policias investigativa e não de policia ostensiva, mas essa realização de um procedimento simplificado pelas policias investigativas tem aberto espaço para a policia ostensiva reivindicar que também tem capacidade para realizar. E porque tem se aceitado isso? Custo, uma vez que temos uma quantidade muito maior de policia ostensiva do que de policia investigativa. Entretanto, o STF ainda não consagrou isso, na verdade decidiu contra. Essa solução acabou sendo muito mais pragmática do que jurídica. Isso tem levado a um prejuízo aos termos circunstanciados. 
Outras Instituições 
CADE, MP, Receita Federal, IBAMA, Secretarias da Fazenda, Tribunais de Conta, Casas Legislativas e etc.
Outras instituições podem realizar investigação (busca de elementos) e se este identificar fato que hipoteticamente é delituoso, esse órgão deve direcionar ao MP. Dessa forma, essas instituições não realizam investigação penal, eles realizam um procedimento investigativo administrativo e se, eventualmente, se debater com um suposto fato típico eles encaminham ao MP.
Ministério Público 
MPE, MPF e MPDFT – Investigação Direta (IC e PIC).
O PIC tem o objetivo de investigar fatos criminais. A investigação que é produzida diretamente pelo MP é um PIC. Aqui eu quero elucidar um fato criminoso. Entretanto, as vezes o MP instaura um procedimento para apurar um outro tipo de fato, que até então não é crime, e se depara com um crime, aqui estamos falando de um inquérito civil. Dessa forma, o IC (inquérito civil) é um procedimento investigativo que não tem o objetivo de elucidar um fato criminoso, mas nada impede que no decorrer do seu procedimento o MP se depare com um crime. E o PIC é aquele procedimento investigativo que é instaurado especificamente para elucidar um fato criminoso.
Casas Legislativas 
Parlamento Federal
Assembleias Legislativas inquérito parlamentar – CPI.
Câmara de Vereadores 
Quem investiga são as casas legislativas, através da CPI (comissão parlamentar investigativa) que investiga e o procedimento utilizado por ela para investigar é o inquérito parlamentar. Posso ter comissão mista, formada por senadores e deputados. A CF no artigo 58, p.3. quer dizer que os atos que os demais investigadores precisam de ordem judicial para realizar a CPI não precisa, ou seja, que ela tem poderes próprios. Enquanto as demais instituições que não são casas parlamentares se dividem em atos precisam de ordem judicial para serem praticados e outros não. Então a CPI pratica os atos que as demais instituições praticam sem ordem judicial e aqueles que elas necessitam de ordem judicial a CPI pode praticar sem ordem judicial desde que não estejam submetidas a cláusula de reserva de jurisdição. E essas que se submetem a essa cláusula, nem a própria CPI pode realizar sem ordem judicial (exemplo: interceptação telefônicas, prisões cautelares, busca e apreensão em asilo inviolável). Cláusula de reserva de jurisdição impede que esses atos sejam praticados sem ordem judicial, foi criado pelo STF para limitar a interpretação desse artigo. Entretanto, outros atos como quebra do sigilo bancário e fiscal podem ser realizados pelas CPIs federal e estadual sem autorização judicial, enquanto a CPI municipal e as outras instituições precisarão de ordem judicial. As CPIs podem ser criadas pela câmara, pelo senado, ou em conjunto. Esse artigo também diz que a CPI tem que ser em cima de fato determinado e prazo certo. 
Poderes das CPIs limites impostos pelo STF, cláusula de reserva de jurisdição.
Federal
Estadual 
Municipal 
Todas as três tem seus poderes limitados como foi abordado a cima. As CPIs federais e estaduais tem os mesmo poderes, uma vez que há uma igualdade de poderes entre os parlamentares federais e estaduais. Quando um parlamentar realiza um ato que necessita de ordem judicial para as demais instituições ele o faz com os poderes de um juiz federal se ele for um parlamentar federal ou com os poderes de um juiz estadual se ele for um parlamentar estadual. Já as CPIs municipais tem um atuação mais limitada, uma vez que ele não tem um judiciário para que seus parlamentares atuem com poder de juiz. Além disso os parlamentares municipais não tem prorrogativa de função como os estudais e federais. Dessa forma, a CPI municipal não pode realizar os atos judicias que as demais casas legislativas podem realizar sem ordem judicial. Dessa forma, na prática, seus poderes se comparam as demais instituições que não são casas legislativas e realizam investigação.
Dúvida: as CPIs realizam apenas investigação dos membros das casas legislativas? Não, o inquérito parlamentar não investiga apenas infrações penais praticadas pelos membros das casas legislativas. Os parlamentares com prerrogativa de foro, a investigação será controlada pelo órgão de julgamento daquela pessoa que tem a prerrogativa. Exemplo: se o parlamentar for federal será o STF. Lembrando que em âmbito municipal, apenas o prefeito tem prerrogativa de foro, o vereador não tem. O inquérito parlamentar não se restringe a investigação de infrações penais.
INQUÉRITO POLICIAL:
Conceito:
Procedimento que compõe o sistema preliminar de investigação, chamado de informatório; utilizado por uma policia que integra o sistema de segurança publica, e é o procedimento investigativo mais estruturado que nos temos e também o mais antigo, por isso, muito criticado. Sua disciplina legal acaba sendo subsidiariamente em diversos outros procedimentos investigativos, uma vez que este é o mais estruturado, mais disciplinado e mais antigo. O inquérito policial é um procedimento administrativo preparatório presidido por a autoridade policial (delegado de policia civil ou delegado de policia federal, que deverá ser uma bacharel em direito aprovado em concurso público na forma dos artigos 37 e 144 do STF) destinado a apurar supostas infrações penais elucidando completamente o fato e identificando elementos de autoria e existência do crime . Ele acontece por meio de um procedimento que se instaura através de um ato, e será composto por uma sequência de atos administrativos interligados entre si destinados a um fim (identificação da justa causa). Esse procedimento é um instrumento que permite o legitimado a ação penal decidir se vai deflagrar ou não a ação penal. É instrumento informativo, ou seja, informa ao legitimado o que aconteceu. A atuação da policia investigação é reunir elementos a permitir o legitimado a ação penal formar o seu juízo de valor acerca daquele caso. Esse procedimento permite que se verifique se existem elementos para perseguir aquele sujeito em juízo ou não, se aquela ação penal será ou não sustentável, pois só será possível deflagrar a ação caso ela seja plausível. Por isso dizemos que é um procedimento preparatório da ação penal.
Quem atua na reunião dos elementos? A policia investigativa – policia judiciaria (civil e federal). Todos os outros demaisque podem investigar não poderão faze-lo através desse procedimento. O mais próximo da utilização do inquérito policial por autoridade diferente da policial judiciaria é a policia militar no inquérito militar, quando tivermos crimes militares (praticados por policial ou bombeiro militar). Quem vai presidir esse procedimento? Delegado da policial civil ou federal. Além disso, a investigação se da por órgãos oficiais, de forma que os demais agentes e escrivães de policia ajudarão esse delegado. Por vezes na estrutura do estado não teremos profissionais próprios do estado para realizar determinado ato que o procedimento necessite, dessa forma se nomeia um particular para realizar aquilo. Dessa forma, é possível que se nomeie particulares para atuar em nome do estado, para atuar com função pública naquele caso especifico, na falta de um profissional próprio da policia ou da administração pública. 
O professor critica a denominação da justa causa, pois leva a entender que necessariamente deve-se encontrar aquele fato, sendo que muitas vezes o crime pode não ter ocorrido. Dessa forma, a critica diz respeito ao o conceito ser incompleto, porque algumas vezes os elementos podem não existir porque o fato/crime não ocorreu. O conceito diz que o procedimento se destina a encontrar a justa causa, sendo que o procedimento também se destina a não encontrar a justa causa, quando o crime não existiu. Temos ainda na doutrina quem diz que o inquérito policial se destina a identificar os indícios de autoria e a encontrar a materialidade do crime, mas nem todo crime é material, podendo ser um crime forma, de forma que não se encontrará a materialidade. Aqui o conceito está incorreto, diferentemente do outro que está incompleto. 
Lei 10.446 trata da atuação da polícia federal nos casos de crimes estaduais, havendo uma colaboração com a polícia civil (sequestro, cárcere privado, etc). O comum é que crime de ordem federal são investigados pela polícia federal, enquanto os estaduais são investigados pela polícia civil do estado, e no caso de DF, pela polícia do DF. 
O inquérito policial é realizado pela polícia judiciária (civil ou federal) e tem que ser presidido por autoridade policial, um delegado de polícia civil ou delegado de polícia federal. A figura do delegado nomeado é inconstitucional, porque agora existem os concursos públicos. O correto é falar que polícia e MP tem “atribuição” não “competência”.
- Investigação criminal contra autoridade com foro de prerrogativa
Remeter autos ao juízo competente. 
Características:
Escrito (art. 9, CPP): o procedimento é predominantemente escrito, pois na época que nasceu colocar as coisas escritas era sinônimo de segurança. Hoje em dia temos outras formas de captar a palavra (ex: filmar, gravar, etc), coisa que não tínhamos naquela época. 
Sigiloso (art. 20 + art. 201, p.6º, CPP + art. 7, XIV, lei 8906/94 + súmula vinculante 14): procedimento sigiloso que tratamos aqui não se confunde com procedimento secreto, uma vez que o secreto nem o próprio sujeito que está sendo submetido aquele procedimento tem ciência do mesmo. Não podem ser dadas informações que venham a prejudicar a investigação ou a imagem das pessoas que estão submetidas a investigação. Cabe ao delegado avaliar quais informações ele pode dar. Ele não pode dizer que não existe inquérito quando na verdade existe, por exemplo. 
Existe o sigilo interno e sigilo externo. E existe a dimensão da publicidade interna e a publicidade externa (as pessoas do povo tem acesso aquele ato; ex: qualquer um pode assistir audiência criminal desde que não seja declarado sigilo externo pelo juiz). No sigilo interno se impede que até os envolvidos não tenha acesso aquele procedimento. E a publicidade interna traz que os envolvidos no processo terão informações sobe ele. 
 O sigiloso escolhido pelo legislador no CPP é apenas o sigilo externo, ou seja, assegura que não saia para a sociedade informações sobre aquele procedimento e a própria imagem de quem está sendo investigado. Aqui o legislador faz utilização da expressão “sigilo necessário” de forma que até mesmo terceiros poderão ter acesso a informações quando necessário. O STF sumulou a matéria dizendo que é direito do defensor, no interesso do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova aquele que já estão documentados em procedimento investigatório. Os elementos que ainda estão sendo produzidos não terá conhecimento. Exemplo: não se avisa que vão realizar um escuta telefônica, mas depois de realizada a escuta, esta será degravada e constituirá o inquérito, podendo o defensor ter acesso a essa degravação. Então o sujeito poderá ter acesso apenas o que já esta documentado no inquérito. 
Qualquer procedimento investigativo de natureza criminal, aplica-se a súmula.
Sigilo não se confunde com incomunicabilidade. O art. 21 do CPP traz hipóteses em que o sujeito pode ficar incomunicável, todavia, essa norma é anterior a CF/88, não tendo sido recepcionado pela CF.
Exceção entendida pelo prof: pessoas que tem seu nome exposto no inquérito, como testemunha importante, e é necessário colocá-la no ProVita (programa de proteção de vítimas e testemunhas, algo assim). Antes de colocar no programa, a pessoa fica desamparada. A vida da pessoa justifica que seja suspensa o acesso a investigação, de tal modo que a informação vazada pode gerar risco de vida à testemunha/ vítima. 
Oficialidade: ele é realizado por um órgão oficial que é a polícia judiciaria.
Oficioso (art. 5, p.4º + 5º, CPP): procedimento que se inicia independe de provocação e autorização de quem quer que seja, salvo as exceções: crime de ação penal privada e ação penal publica condicionada a representação. 
Dispensabilidade (art. 12, 27, 39,§5º, 46,§1º do CPP): o inquérito policial poderá ser dispensado, caso a justa causa já tenha sido trazida pela vitima ou através de outra forma de investigação, de forma que o ministério público dispense esse procedimento preparatório para ajuizar a ação penal. Ele é dispensável para que haja a ação penal, uma vez que esta pode existir sem a existência daquela. Ele é dispensável para o acusador poder adentar com uma ação penal. Quem dispensa o inquérito é o titular da ação.
Indisponibilidade (art. 17, CPP): o fato dela ser dispensável não quer dizer que ela possa ser disponível, já que uma vez instaurado o inquérito a autoridade policial não poderá arquiva-lo. Ou seja, a autoridade pode até não instaurar o inquérito, mas uma vez instaurado ele não pode ser arquivado pela autoridade, ele deve encaminhar para o MP e o juiz para que façam o arquivamento. Uma vez acontecido um fato, e estando presente a justa causa, a autoridade policial está obrigada a instaurar o inquérito (por isso falamos em “obrigatoriedade”). Se por ventura a autoridade indeferir qualquer tipo de pedido de instauração do inquérito, ele ao indeferir cabe ao que pediu recorrer na estrutura administrativa. No art. 5º, p.2º está dizendo que cabe recurso administrativo ao chefe de policia do ato do delegado que indefere pedido de instauração de inquérito. A figura “chefe de polícia” não existe mais, sendo a superintendência da policia federal na esfera federal e na estadual depende de como o estado se organiza, podendo ser a figura do delegado da policia civil ou do secretario de segurança pública. Poderá o sujeito noticiar o fato ao ministério público para que ele se convença da historia dele e o delegado estará obrigado a instaurar, ou pode noticiar ao juiz da comarca. A doutrina critica muito esse artigo, entendendo que o juiz ao requisitar se tornaria parcial, uma vez que estaria assumindo o juízo de valor sobre o fato. Mas quando o indeferimento pode ocorrer? A lei não diz, e a jurisprudência e a doutrina dizem que seriam os casos de quando estivermos diante de uma prescrição ou decadência escancarada, ou seja, quando não há dúvidas da prescrição ou da decadência. O inquérito policial pode ser arquivado por um ato complexo realizado em conjunto com o ministério público. Odelegado não poderá arquivar. 
Obrigatoriedade: presentes os requisitos essenciais para a instauração da ação penal, ou seja, presente a justa causa, a autoridade policial tem a obrigação de instaurar o inquérito. Uma vez instaurado, não é possível arquivar, mas haverá discricionariedade para escolher a linha para conduzir a investigação. Art.5, §2º CPP. O delegado pode indeferir o pedido de abertura do inquérito. O recurso para o chefe de polícia não existe mais no brasil, cabendo recurso na área federal a superintendência da policia federal, na área estadual o delegado geral da policial civil ou secretário de segurança pública. 
A lei autoriza que o juiz requisite o inquérito policial, desde que de forma fundamentada. 
A lei não diz as hipóteses de indeferimento do inquérito. A doutrina acabou consagrando hipóteses, como a atipicidade manifesta. Ex: contratei um pedreiro, pagando em parcelas, e verifiquei que ele não realizou o serviço, por isso, sustei o cheque. Isso é uma briga contratual, e o delegado irá indeferir. A atipicidde deve ser manifesta!!
Ex: 2 amigas aos 18 anos de idade; uma delas sabe que a outra foi a uma joalheria e trocou um anel verdadeiro por um falso. 20 anos depois, as duas amigas têm cada uma um filho que estudam na mesma escola e os filhos brigam entre eles, e as amigas interferem na briga dos filhos, tornando-se inimigas. Por isso, a amiga que soube que a outra trocou o anel verdadeiro pelo falso, decide denunciar a amiga. O delegado irá indeferir, em face da decadência manifesta. 
O delegado deve deixar claro que não assiste razão para instaurar o inquérito policial, ou seja, deve fundamentar. 
Discricionariedade (art. 14 + art. 107, CPP): a obrigatoriedade é a de instaurar presente os requisitos e a discricionariedade é na escolha da linha investigativa e dos atos praticados na investigação. Há uma liberdade para fazer a eleição da forma de conduzir a investigação bem como dos atos investigativos que pretende produzir. Só é vinculado o delegado a requisição do ministério público. Quando a investigação é concluída, esta é encaminhada ao ministério público que vai analisar se o que foi feito é suficiente, podendo fazer voltar requisitando atos que devem ser produzidos e o delegado estará obrigado a produzir. O investigado e a vítima também poderão fazer requisições, mas a autoridade policial não estará vinculado a essa requisição. 
O legislador autoriza a requisição, que não se confunde com a condução da investigação. O MP não pode intervir na investigação comum da polícia, cabendo a polícia escolher o caminho para realizar a investigação.
Inquisitivo: esse procedimento tem o caráter da inquisitório. Ele não tem como características legais a presença do contraditório e a ampla defesa, uma vez que ele é discricionário. O momento de exercer o contraditório e a ampla defesa é em juízo. O contraditório é diferido, pois aquilo que foi produzido na fase investigativa pode ser contestado/atacado na fase judicial. Apesar do contraditório não existir, existe um mínimo de defesa para que o acusado possa ter acesso ao inquérito policial, através do habeas corpus, mandado de segurança e reclamação constitucional. Desse modo, hoje em dia cada dia mais essa característica tem sendo mitigada. 
Não se submete a contraditório, porem dizer que há uma completa desassitencia de ampla defesa é se contrapor ao que está escrito na própria lei. 
Valor probatório relativo (art. 155, CPP): autores progressistas como Auri Lopes diz que se algo é inquisitivo não poderia jamais servir de prova, uma vez que o sujeito não participou daquilo. Entretanto, até 2008 sempre se entendeu que poderia, e depois de 2008 continuou autorizando a utilização do inquérito no processo judicial, negou apenas a utilização exclusiva da prova advinda do inquérito. Ou seja, a reforma determinou que se poderia utilizar a prova produzida no inquérito policial (sem a presença do contraditório), mas desde que também se utilizasse a prova advinda de uma produção onde se permitiu o contraditório, isso porque se negou a utilização exclusiva dessa prova sem contraditório. O professor defende que é necessário sim o que foi produzido no primeiro momento como prova na fase judicial, mas que deveria se dar espaço ao contraditório desde o primeiro momento, no inquérito. 
Vícios não maculam a ação penal (regra): A doutrina esmagadora e os tribunais quase que de forma unanime dizem que os vícios ocorridos no inquérito não atrapalham a ação penal. Isso entretanto não corresponde a realidade, isso porque existem vícios que são tão graves que macularão sim a ação penal, entretanto essa exceção não foi feita. Exemplo: se eu investigo e a única prova produzida foi realizada de forma ilícita e foi essa prova que permitiu o ministério público deflagrar a ação, e o acusado impetra mandado de segurança para trancar a ação penal, uma vez que esse vicio macula sim a ação.
Negar valor probatório ao inquérito policial é negar a realidade. *sobre o principio da proibição de provas ilícitas e na teoria geral das provas que iremos fichar o art. 157, que trata de provas ilícitas por derivação. 
No processo de guarda, há a mitigação da provas ilícitas, por estar protegendo um vulnerável, vai se utilizar em um processo de guarda, porém não vai se usado para incriminar alguém. Perceba que na área criminal excepcionalmente em razão do prncipuo da presunção e inicencia e da am´pla defesa, se mitiga esse principio. Por via geral o art. 157
Atos de Instauração/ Peças Inaugurais: Art. 5º do CPP)
Portaria (ex ofício): nos crimes de ação pública incondicionada é possível instaurar o inquérito de oficio por portaria, ou seja, independente de provocação ele poderá instaurar o inquérito por portaria. A portaria é o ato que a autoridade pratica para instaurar o inquérito de oficio. 
Auto da prisão em flagrante: todas.
Requerimento do ofendido (ou representante): ação penal pública condicionada ou ação privada.
Requisição do MP ou autoridade judiciaria: pública condicionada (quando há representação) e incondicionada.
Representação do ofendido (ou representante) ou requisição do ministro da justiça: ação pública condicionada. Requisição do Ministro da Justiça: mas essa passa pelo crivo do MP, por isso que não esta no slide.
A instauração quando o crime é de ação penal pública incondicionada será através de portaria, lembre que a suprema corte, entende que as informações sobre fatos sem que a pessoa se identifique não impede que instaure o inquérito processual. 
Também poderá ser instaurado através de requisição do MP ou do ofendido (nos crimes de ação penal privada SÓ pode começar por requerimento da vítima, mas na ação penal publica ele TAMBÉM pode ser requerido pela vitima, porque é ex oficio. Não esqueça que a representação é ato informal. 
Porde começar a partir de requisição ministro da justiça, porem a preocupação que se confunda um ato político de um ato jurídico, por isso a doutrina entendi isso, porque a lei em si não tem nenhum dispositivo que determine o procedimento do requerimento do ministro da justiça. Olhar!
Auto de prisão: Art. 302 do CPP. 
Esses atos inauguram o processo penal, e uma vez inaugurado eles precisam andar.
5) Atos de investigação (diligências):
- Art. 6º e 7º do CPP, (rol exemplificativo)
Esses atos se dedicam a formar o juízo de valor, o convencimento a respeito do fato, assim ele vai encerrar o inquérito policial com o relatório. 
6) Encerramento
- Relatório (art. 10, 1º, CPP)
É o ato que encerra o inquérito policial. É o momento que delegado de polícia apresenta toda sua produção investigativa, indiciando ou não indivíduo. Uma vez encerrado o inquérito polícia (ponto 2 lá em cima) ele é encaminhado os autos ao juízo competente. 
- Indicamento 
7) Encaminhamento
-Juizo competente 
- Central de inquéritos – Convênio: MP/TJ/ Secretária de segurança pública
8) Prazos de conclusão
CPP (REGRA GERAL): preso 10 dias – solto 30 (possível dilação)
Lei 5.010/66(crimes federais):preso 15 +15 – 30 (+quantas vezes autorizado)
Lei 11.343/06 *drogas): – preso 30- solto 90 (1 vez a dilação)
Lei crimes contra a economia popular – preso 10 –solto 10 (não cabe dilação)
Exceção de prisão temporária: Duração 5 dias, prorrogável por mais 5, durante a fase investigativa.
Lembre-se que a prisão temporária é diferente da prisão preventiva. 
*crime hediondo (8.072): 30 dias prorrogável por igual período.

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