Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 EXAME FÍSICO ABDOMINAL: - Divisão em 4 quadrantes: superior e inferior direito, superior e inferior esquerdo; - Divisão em 9 regiões: hipocôndrio direito e esquerdo, flanco direito e esquerdo, fossa ilíaca direita e esquerda, epigástrio, mesogástrio / região umbilical e hipogástrio. *Baixo ventre: hipogástrio e suas imediações. 1. INSPEÇÃO: - Lesões de pele, circulação venosa colateral, estrias, manchas hemorrágicas, distribuição dos pelos, hérnias ou diástase (frouxidão) dos músculos retos anteriores. - Forma e volume do abdome, cicatriz umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas, veias superficiais, cicatrizes da parede abdominal e movimentos. Forma e volume: ATÍPICO / NORMAL: característica principal é a simetria. GLOBOSO / PROTUBERANTE: predomina diâmetro anteroposterior; gravidez avançada, ascite, distensão gasosa, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal... EM VENTRE DE BATRÁQUIO: em decúbito há grande predomínio do diâmetro transversal; ascite em regressão. PENDULAR / PTÓTICO: protrusão da parte inferior abdominal; flacidez da parede abdominal; comum no período puerperal. EM AVENTAL: obesidade em grau elevado; parede abdominal pende sobre as coxas do paciente. ESCAVADO / ESCAFOIDE / CÔNCAVO: parede retraída; pessoas muito emagrecidas. Cicatriz umbilical: geralmente está plana ou retraída; quando protrusão, indica hérnia ou acúmulo de líquido na região; Sinal de Cullen: equimose periumbilical – sinal de hemoperitônio. Abaulamentos e retrações: visceromegalia, gravidez, tumores, retenção urinária, aneurisma de aorta abdominal (raro); saber a localização para imaginar a projeção dos órgãos. Circulação colateral: indica dificuldade ou impedimento de fluxo venoso através dos troncos venosos principais (cava, ilíacas). - Dados semiológicos: * Localização: tórax, abdome, raiz dos membros superiores, segmento cefálico. * Direção do fluxo sanguíneo: comprime-se com os dois indicadores um segmento de veia >> afasta os dedos lentamente >> trecho sem sangue >> retira um dos dedos >> observa-se para onde corre o sangue. Fluxo venoso abdome-tórax, ombro-tórax ou pelve-abdome. Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 * Presença de frêmito / sopro: aparece quando há recanalização da veia umbilical (Síndrome de Cruveiller-Baumgarten). - 4 tipos fundamentais de circulação: Tipo Braquicefálica: veias ingurgitadas em ambos os lados anteriores do tórax; fluxo de fora para dentro; Tipo Cava superior: na metade superior anterior do tórax; direção de fluxo toracoabdominal; aparece quando há obstáculo na VCS. Tipo Porta: o obstáculo pode estar nas veias supra-hepáticas, no fígado ou na veia porta; regiões periumbilical, epigástrica e face anterior do tórax; direção de baixo pra cima, à procura da VCS; outras vezes, a rede venosa se concentra na região umbilical, onde se irradia como os raios de uma roda circulação colateral em cabeça de medusa. Tipo Cava inferior: obstáculo na VCI; circulação em abdome inferior, região umbilical, flanco e face anterior do tórax; flui em sentido abdome-tórax; geralmente por compressão extrínseca por neoplasias intra-abdominais. Movimentos Respiratórios: costumam desaparecer nos processos inflamatórios do peritônio que são acompanhados de rigidez da parede abdominal. Pulsações: quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal. Movimentos peristálticos visíveis: podem ocorrer espontaneamente ou após alguma manobra provocativa (piparotes). Movimentos visíveis indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo. Saber a localização e a direção. 2. AUSCULTA: faz-se a ausculta antes da palpação e da percussão para que não haja interferência nos resultados. Ruídos Hidroaéreos. - Nos casos de diarreia e oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são chamados de borborigmos. - No íleo paralítico há o desaparecimento do peristaltismo intestinal. 3. PERCUSSÃO: - Som Timpânico: indica ar dentro de uma víscera oca; em condições normais é percebido em quase todo o abdome; mais nítido na área de projeção do fundo do estômago = Espaço de Traube. - Som Hipertimpânico: aumento da quantidade de ar; gastrectasia, meteorismo, obstrução intestinal, vólvulo, pneumoperitônio. Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 - Som Submaciço: menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal; - Som Maciço: ausência de ar; áreas de projeção do fígado, baço e útero gravídico. Hepatimetria (tamanho e limites do fígado): - Faz-se a percussão na linha hemiclavicular, de cima para baixo, dando atenção à mudanças no resultado. - De início, percebe-se som claro pulmonar; em seguida (normalmente no 5º EI) observa-se som submaciço = Limite superior do fígado. - Continuando a percussão, é delimitada a área de macicez hepática. - Sinal de Jobert: desaparecimento da macicez hepática, dando lugar ao timpanismo; pneumoperitônio. Pesquisa de ascite: - Sinal de Piparote: paciente em decúbito dorsal coloca a mão sobre a linha mediana do abdome; examinador coloca a mão no flanco esquerdo e dá leves batidas no hemiabdome direito. Se a mão contrária captar as ondas, há presença de grande quantidade de líquido e sinal de piparote positivo. - Pesquisa da macicez móvel: quando piparote é negativo e há macicez nos flancos e timpanismo no abdome médio; paciente coloca-se em decúbito direito e encontramos macicez em flanco direito e timpanismo em flanco esquerdo (porque o líquido se movimenta) = sinal da macicez móvel positivo, ascite de médio volume. 4. PALPAÇÃO: - Palpação superficial, palpação profunda, do fígado, do baço e de outros órgãos e outras manobras especiais. Palpação superficial: investiga a sensibilidade, resistência e continuidade da parede, as pulsações e o reflexo cutâneo-abdominal. *Sensibilidade: hiperestesia cutânea; pontos dolorosos (gástricos, cístico ou biliar, apendicular/McBurney, esplênico e uretrais). *Resistência da parede abdominal: contratura voluntária ou involuntária; defesa da parede abdominal; peritonite. *Continuidade da parede abdominal: diástase (separação dos músculos retos) ou hérnias (protrusão de estruturas; anel palpável). * Pulsações: visíveis e/ou palpáveis; Palpação Profunda: investigação dos órgãos e possíveis massas palpáveis. - Características semiológicas: localização, forma, volume, sensibilidade (geralmente dor), consistência (cística, borrachosa, dura ou pétrea), mobilidade e pulsatilidade. Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 * Palpação do fígado: pode ser de forma bimanual (anteriorização) ou em garra; distância da borda do rebordo costal, hepatomegalias, espessura (fina / romba), superfície (lisa / nodular), consistência (dura / cística) e sensibilidade (cápsula de Glisson). Nódulos hepáticos: cirrose (difusos), metástases (esparsos) e no câncer primitivo (únicos). Hepatomegalias: insuficiência cardíaca direita, colestase extra-hepática, cirrose, hepatite, esteatose, neoplasia e linfoma. * Palpação da vesícula biliar: só é palpável em condições patológicas. Ponto cístico: ângulo entre o rebordo costal direito e a borda externa do reto abdominal. Sinal de Murphy: dor à inspiração na compressão do ponto cístico = COLECISTITE. Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula palpável, distendida e indolor. * Palpação do baço: pode ser de forma bimanual, em garra ou na posição de Schuster (decúbitolateral esquerdo, com perna estendida, coxa fletida e ombro elevado sobre a cabeça); para que se torne palpável, é necessário que o baço dobre seu tamanho; auxílio da percussão no espaço de Traube * Manobras e sinais especiais: Sinal de Giordano: PPL pielonefrite. Sinal de Murphy: dor no ponto cístico colecistite. Sinal de Blumberg: descompressão dolorosa irritação peritoneal / apendicite (quando no ponto de McBurney). Sinal de Rovsing: descompressão dolorosa referida apendicite. Sinal do Obturador: flexão e rotação interna da coxa direita apendicite. Sinal de Jobert: timpanismo hepático ruptura de víscera oca / sobreposição. Sinal de Torris-Homini: dor na percussão hepática abcesso hepático.
Compartilhar