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Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 TRAUMA CRANIENCEFÁLICO - Sobreviventes de TCE geralmente apresentam dano neurológico. - Objetivo: prevenir lesão cerebral secundária. Pode ocorrer por hipotensão, hipóxia, hipercapnia ou hipocapnia iatrogênica (ventilação artificial excessiva). - Fornecer oxigenação adequada e manutenção de P.A. suficiente para garantir perfusão cerebral. - Quase sempre utilização de TC do crânio (o que não deve retardar a transferência do doente). - Couro Cabeludo: irrigação abundante; sua laceração pode causar perdas significativas de volume. - Meninges: dura-máter, aracnoide e pia-máter; seios venosos podem causa hemorragia maciça; artéria meníngea >> hematoma epidural; veias em ponte >> hematoma subdural; líquor no espaço subaracnóideo. - Encéfalo: lobo esquerdo contém centros da linguagem; lobo frontal controla execução, emoções, funções motoras; no lado dominante há a expressão da fala (área motora da fala); lobo parietal função sensorial e espacial; lobo temporal funções da memória; lobo occipital responsável pela visão; cerebelo responsável pela coordenação e equilíbrio. - Sistema ventricular: LCR produzido constantemente e preenche os ventrículos; a presença de sangue no líquor pode prejudicar sua reabsorção >> aumento da pressão intracraniana. - Herniação do lobo temporal pode comprimir o NC III. Acima do oculomotor há fibras constritoras da pupila >> herniação causa midríase. - Herniação Uncal: dilatação da pupila ipselateral e hemiplegia contralateral (comprime NC III e mesencéfalo). - Quando há o aparecimento de uma massa intracraniana, o organismo é capaz de um mecanismo de compensação dessa pressão. Quando o limite atinge, a pressão intracraniana aumente rapidamente. - Se a PA for muito baixa, pode ocorrer isquemia e infarto cerebral. Se a PA for muito alta por ocorrer edema com aumento da pressão intracraniana. Classificação de Lesões Craniencefálicas: - Lesão primária: causada diretamente pelo mecanismo de trauma. - Lesão secundária: agressões que iniciam após o trauma inicial; edema, isquemia; é onde podemos atuar >> manter uma boa oxigenação e uma boa perfusão. * Gravidade de Lesão: Escala Glasgow. Igual ou < 8 = trauma grave; entre 9 e 12 = moderado; entre 13 e 15 = leve; na pontuação, considera a melhor resposta. Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 * Morfologia: Fraturas de Crânio: podem ser na calota / base de crânio, lineares / estreladas e abertas / fechadas; sinais de base de crânio: (1) equimose periorbital, (2) equimose retroauricular, (3) rinorréia, (4) otorreia e (5) disfunção do NC VII e VIII – paralisia facial e perda da audição; Lesões Intracranianas: podem ser focais ou difusas. - DIFUSAS: concussões leves [distúrbio neurológico transitório, geralmente com perda da consciência], agressão hipóxica / isquêmica ao cérebro; TC com edema difuso, perda da distinção normal entre cinza e branco; lesões por cisalhamento / lesão axonal difusa [hemorragias pontilhadas]. - FOCAIS: hematomas epidurais [forma biconvexa / lenticular, empurram a dura, região temporal ou temporoparietal, ruptura da artéria meníngea média], hematomas subdurais [dilaceração de vasos pequenos ou vasos ponte, forma do contorno do cérebro, presença de lesão parenquimatosa concomitante], contusões [lobos frontal e temporal, pode evoluir para um hematoma intracerebral, pacientes devem ser submetidos a TC repetidas para avaliar a mudança no padrão da contusão] e hematomas intracerebrais. Tratamento Clínico do TCE: - Prevenir a lesão secundária em um cérebro já lesado. 1. Fluidos Intravenosos: normovolemia; usar ringer lactato; cuidar com hiponatremia (pode causar edema cerebral). 2. Hiperventilação: diminui a PCO2 e faz a vasoconstrição cerebral; quando prolongada pode fazer isquemia; a hipercapnia faz a vasodilatação cerebral, podendo levar ao aumento da PIC, portanto deve ser evitada. Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 3. Manitol: usado para reduzir a PIC; solução a 20%; NÃO deve ser administrado a doentes hipotensos porque ele não baixa PIC em hipotensão e é um potente diurético osmótico; usar quando: pupila dilatada, hemiparesia ou perda de consciência enquanto observado; 1g/kg. 4. Solução Salina Hipertônica: reduzir PIC elevada; correspondente ao manitol; pode ser usada em doentes hipotensos porque não promove diurese. 5. Barbitúricos: reduzir a PIC; não usar quando hipotensão ou hipovolemia; geralmente PRODUZ hipotensão; coma barbitúrico imita morte cerebral. 6. Anticonvulsivantes: podem inibir a recuperação do cérebro, por isso usar só quando absolutamente necessário; epilepsia pós-traumática; convulsões não são controladas com relaxantes musculares. Tratamento Cirúrgico: - Lesões de couro cabeludo: limpar e inspecionar; pressão direta e cauterização de vasos; sutura; presença de vazamento de LCR indica laceração da dura-máter; - Afundamento de crânio: saber o grau de afundamento; se maior que a espessura da calota, reduz cirurgicamente. - Lesões intracranianas de massa: trapanação por neurocirurgião (perfurar buracos na calota craniana). Tratamento de TCEL: - Definido por: GCS 13 – 15; desorientação, amnésia ou perda transitória da consciência de um doente que está consciente e falando. - Não há abuso de substâncias até que prove que não há lesão neurológica. - Saber o mecanismo de lesão, se houve perda de consciência (por quanto tempo), convulsão, amnésia (duração). - TC: realizada em todos os doentes com suspeita de lesão cerebral, fratura exposta do crânio, sinal de fratura de base de crânio, mais do que 2 episódios de vômitos, mais de 65 anos, perda de consciência por mais de 5 minutos, amnésia por mais de 30 minutos, mecanismo de trauma importante, cefaléia grave. - Paciente não recebe alta se: TC com alterações, traumatismo cranioencefálico penetrante, piora do nível de consciência, intoxicação por substâncias, perda de LCR, falta de acompanhante em casa, GCS < 15. Tratamento de TCEM: - Paciente capaz de obedecer ordens simples, mas geralmente estão confusos ou sonolentos. Podem apresentar déficit focal (ex: hemiparesia). - GCS 9 – 12. - Utilizamos o exame neurológico seriado. - TC de crânio em todos. - Cuidar com a possível piora e consequente perda da capacidade de manter a via aérea aberta. Possível intubação de urgência. Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022.1 Tratamento para TCEG: - Paciente não é capaz de obedecer ordens simples mesmo após estabilização cardiopulmonar. - GCS 3 - 8. - Cuidar com hipotensão! (aumenta muito a taxa de mortalidade). - Avaliação primária: se doente comatoso, fazer intubação endotraqueal; hemorragia intracraniana não pode causar choque hemorrágico. Hipotensão não é consequência de lesão cerebral; exame neurológico direcionado: Escala Glasgow + resposta pupilar + déficit localizado; não usar sedativos ou relaxantes musculares na avaliação primária. - Avaliação secundária: exames seriados para detectar piora neurológica (escala GCS, lateralização e resposta pupilar). - Procedimentos diagnósticos: TC de urgência após a normalização hemodinâmica (hematoma, contusões, desvio da linha média). Cuidar com o paciente que utiliza anticoagulante (precisa reverter).
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