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Infecções bacterianas de origem alimentar Doenças de origem alimentar • Infecção alimentar- infecções ativas, resultantes da ingestão de alimentos contaminados por patógenos. Necessária a presença de células para o desenvolvimento da infecção no hospedeiro. • Intoxicação alimentar- resultante da ingestão de alimentos contendo toxinas microbianas pré- formadas ou que são produzidas durante a sua passagem pelo trato intestinal. Poucos casos notificados de doenças causadas por alimentos- “Ponta do Iceberg” Fatores que tornam os alimentos inseguros • Controle inadequado da temperatura durante o cozimento, o resfriamento e estocagem • Higiene pessoal insuficiente • Contaminação cruzada entre produtos crus e processados • A chave para produção de alimentos seguros é: “PRODUZIR ALIMENTOS MICROBIOLOGICAMENTE ESTÁVEIS” Microrganismos causadores de doenças de origem alimentar • Alimentos que originam doenças – Parecem normais – Possuem odor normal – Possuem sabor normal • Quantidades de alimentos significativas são ingeridas, proporcionando que doses infectivas de microrganismos sejam excedidas, tornando as pessoas doentes • Manifestação depende da patogenicidade da bactéria Dose infectiva • Quantidade mínima de microrganismos viáveis capazes de produzir toxina ou causar infecção • Salmonella spp 104 – 1010 • E. coli 106 – 107 • E. coli O157:H7 10 – 102 • Staphylococcus aureus 105 – 106 • Bacillus cereus 104 – 1010 • Clostridium botulinum 103 • Clostridium perfringes 104 - 1010 • Infecção: Salmonella spp, Escherichia coli patogênicas, Listeria monocytogenes • Intoxicação: Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, Clostridium botulinum, C. perfringens Salmonella sp • Bastonete Gram- negativo • Reservatórios- trato gastrointestinal de humanos e animais • Temperatura de crescimento: ótima- 38°C e mínima- 5°C • Não formam esporos, destruídas a 60°C por 15-20 min Salmonelose • Sintomas: diarréia, náusea, dor abdominal, febre branda e calafrios, algumas vezes vômitos, dor de cabeça e fraqueza • Normalmente auto-limitante, incubação de 16 a 72 horas, persiste por 2 a 7 dias, a pessoa excretará pelas fezes grandes quantidades de bactérias durante este período, pode durar até 3 meses (portadores assintomáticos) • “Maria Tifóide”- exemplo de um portador crônico Salmonelose • Dose infectiva depende: - idade, saúde da vítima, alimento e sorotipo da Salmonella- 104 até 1010 células • Picos de incidência no verão Mecanismo de invasão Salmonella • Invadem células do trato gastrointestinal por meio da indução rearranjos dos filamentos de actina o que resulta no engolfamento da bactéria Alimentos associados à salmonelose • carne bovina crua • aves domésticas • leite e derivados • peixes, camarão e frutos do mar • molhos e temperos para salada • sobremesas recheadas e cobertas de creme • ovos (casca e gema) Surtos associados à Salmonelose • 1963-1965- 61 surtos: - 23 surtos- produtos à base de ovos - 16 surtos- carne de frango e peru - 8 surtos- carne bovina e suína - 3 surtos- sorvetes - 2 surtos- salada de batata - 8 surtos- outros produtos responsáveis Surtos RS • Geimba (2004)- produtos à base de ovos • SMS (1995-2002)- Samonella principal agente identificado em surtos • Costalunga & Tondo (2002)- carnes alimentos incriminados nos surtos 97-99 e a maionese foi citada como principal produto Formas de contaminação dos alimentos por Salmonella • Contaminação da casca por fezes contaminadas (ovo) • Contaminação do alimento ocorre devido ao controle inadequado de temperatura, práticas de manipulação e por contaminação cruzada de alimentos crus e processados Efeitos da contaminação por Salmonella em ovos • Salmonella pode contaminar a casca e a gema • Salmonella Enteritidis percorre até o ovário – infecção do ovo antes da formação da casca • Ovo não fecundado infectado - produtos derivados de ovos contaminados • Ovos fecundados – aves cronicamente infectadas, carcaças infectadas Fig. 1. Pathogenesis of egg contamination by Salmonella. (a) Salmonella is orally taken up by the hen and enters the intestinal tract. Bacteria colonizing the intestinal lumen are able to invade the intestinal epithelial cells (gut colonization). As a consequence, immune cells, more specifically macrophages, are attracted to the site of invasion and enclose the Salmonella bacteria. This allows the bacteria to survive and multiply in the intracellular environment of the macrophage. These infected macrophages migrate to the internal organs such as the reproductive organs (systemic spread). In addition to systemic spread, bacteria can also access the oviduct through ascending infection from the cloaca. (b) One possible route of egg contamination is by Salmonella penetration through the eggshell and shell membranes after outer shell contamination. Surface contamination may be the result of either infection of the vagina or faecal contamination. (c) The second possible route is by direct contamination of the yolk, yolk membranes, albumen, shell membranes and egg shell originating from infection of the ovary, infundibulum, magnum, isthmus and shell gland, respectively. (d) Salmonella bacteria deposited in the albumen and on the vitelline membrane are able to survive and grow in the antibacterial environment. They are also capable of migrating to and penetrating the vitelline membrane in order to reach the yolk. After reaching this rich environment, they can grow extensively. Escherichia coli • Bastonete Gram-negativo • Habitante trato gastrointestinal de humanos e animais de sangue quente • Reconhecida como patógeno alimentar 1971 • Várias linhagens de E.coli correspondem a potenciais patógenos transmitidos por vários alimentos E.coli patogênicas • Linhagens patogênicas –sintomas e mecanismos de patogenicidade: - ETEC – diarréia dos viajantes - EPEC – diarréia aquosa com muco em crianças - EHEC – diarréia sanguinolenta- E. coli O157:H7 - EAggEc - diarréia aquosa persistente em crianças - EIEC - disenteria EHEC- E.coli O157:H7 • Período de incubação- 3 a 4 dias • Adultos saudáveis- danos rins e sistema nervoso central (púrpura trombótica trombocitopênica) • Crianças e idosos- desenvolvem colite hemorrágica (HC) que evoluir para a síndrome uremia hemolítica (HUS) Transmissão E.coli O157:H7 • Gado- principal reservatório vaca vaca carne água humanos frutas e vegetais esterco humanos leite água Surto E.coli O157:H7- carne moída para hambúrguer • Carne moída- vários cortes e manipuladas excessivamente contém altos níveis de contaminação microbiana • Carne moída- contato com grande número de superfícies • Moedor de carne e os utensílios raramente são limpos com o cuidado e a freqüência necessários Medidas de prevenção • Manipulação adequada dos alimentos • Limpeza de equipamentos • Preparação adequada dos alimentos • Purificação da água • Hábitos de higiene Listeria monocytogenes • Bastonetes Gram – positivos • 1 a 10% da população normal é portadora intestinal de L. monocytogenes • Resistente a diversas condições ambientais e aos efeitos danosos do congelamento L.monocytogenes • Podem crescer embaixas temperaturas ( 3 a 4˚C) • Encontrada em leite e derivados, frutas e vegetais crus, embutidos, frutos do mar, peixes, carnes frescas e congeladas, Listeriose • Infecções oportunistas- afetam indivíduos com o sistema imunológico comprometido - mulheres grávidas, recém-nascidos e idosos • HCPA (2000)- coletas de dez placentas provenientes de abortos ou partos prematuros • 50% das amostras analisadas foram positivas para L. monocytogenes • Dose infectiva??? Acredita-se que varia de acordo com a linhagem e suscetibilidade da vítima que pode ser menor que 103 UFC microrganismos podem levar à doença Listeriose • Sintomas : meningite, encefalite e septicemia. Pode levar ao aborto quando a mulher for infectada no 2˚ e 3˚ trimestres • Período de incubação varia de 1-90 dias Mecanismo de invasão L.monocytogenes • Invadem o epitélio gastrintestinal e posteriormente outras células do sistema imune, favorecendo a disseminação pela corrente sanguínea o que favorece a infecção generalizada ( septicemia) Bacillus cereus • Bastonetes Gram positivos, formadores de esporos • Podem sobreviver a processos de cozimento • Encontrado disseminado no ambiente • Presente naturalmente em baixos níveis nos alimentos Bacillus cereus • Intoxicação alimentar inicia quando o alimento é exposto a abusos de tempo- temperatura • Produzem 2 tipos de enfermidades: diarréica e emética Bacillus cereus • Intoxicação alimentar diarréica – diarréia aquosa, dores abdominais, náuseas e raramente vômitos. Ocorre 8 a 24 horas após consumo de alimento contaminado, associada a carnes, vegetais e peixes . • Intoxicação alimentar emética – náusea, vômitos, dores abdominais e possível diarréia. Ocorre 30 minutos a 6 horas após consumo de alimento contaminado, associada a produtos de arroz, massas, batatas e queijos Medidas de prevenção B.cereus • Prevenção da germinação de esporos e da multiplicação em alimentos cozidos prontos para o consumo • Estocagem de alimentos abaixo de 10°C • Reaquecimento rápido do alimento ajuda evitar a multiplicação dos microrganismos Staphylococcus aureus • Cocos Gram positivos • Produzem enterotoxinas termoestáveis resistentes ao cozimento e enzimas proteolíticas que atuam no trato gastrointestinal S. aureus • 7 enterotoxinas distintas: A,B,C1,C2,C3, D e E • Enterotoxina A (superantígeno) freqüentemente associada à intoxicação alimentar estafilocóccica • Estimulam grande número de célulaT ocorrendo a liberação de citocinas • Resposta inflamatória generalizada- perda intensa de fluido do intestino S.aureus • Presentes no ar, na poeira, no esgoto, na água, no leite e nos alimentos ou equipamentos de processamento de alimentos, nas superfícies expostas aos ambientes • Fazem parte da microbiota normal da pele de humanos • Fontes de contaminação: manipuladores, equipamentos e superfícies S. aureus • Alimentos associados à intoxicações por S.aureus – carnes e produtos de carne, frangos e produtos de ovos, saladas como as de atum, galinha, batata e macarrão, produtos de panificação como creme, tortas de creme e bombas de chocolate, sanduíches e leite e produtos lácteos • Resistente a altas concentrações de sais e à secagem • Sintomas : náuseas, vômitos e dores abdominais Medidas de prevenção- S.aureus • Adoção de medidas sanitárias e higiene durante as etapas de produção e preparo • Armazenamento em temperatura adequada até o seu consumo Clostridium perfringens • Bastonetes Gram - positivos formadores de esporos • 5 tipos, de acordo com a exotoxina produzida: – Humanos : tipos A, C e D – Animais : B,C, D e E – Enteritite necrótica, necrose dos intestinos e septicemia, associada ao tipo C e é causada pela ingestão de grande quantidades de alimentos contaminados – Gastrinterites de origem alimentar Clostridium perfringens • Sintomas: dor abdominal, náusea, diarréia aguda (8-12horas) • Alimentos- pratos à base de carne preparados em um dia e consumidos no dia seguinte • Células vegetativas são destruídas pelo congelamento e refrigeração mas, os esporos podem sobreviver • Controle- por meio da cocção, do resfriamento e reaquecimento Clostridium botulinum • Bastonete Gram-positivo, formador de endósporo, anaeróbio restrito • Botulismo- consumo de alimentos contendo a exotoxina • Habitante normal do solo ou água • 7 tipos de C.botulinum (A-G) são diferenciados basicamente pela antigenicidade da toxina Clostridium botulinum Sintomas : náusea, vômitos, dores de cabeça, tonturas, fadiga, visão dupla, garganta e nariz secos, falhas respiratórias, dificuldade na articulação de palavras, paralisia Sintomas 12 a 36 horas após ingestão de alimento contaminado, pode durar de 2 horas a 14 dias Alimentos enlatados de baixa acidez (principalmente aqueles na produção caseira), vegetais, peixes, produtos de carne e mel Botulismo alimentar Esporos m alimentos Toxinas Ingestão das toxinas, absorção pelo estômago Botulismo infantil Ingestão de C. botulinum Multiplicação no cólon Produção de toxinas, absorção lenta pelo cólon Toxina no sangue Ataque aos neurônios periféricos, causando paralisia flácida. A toxina é internalizada no neurônio, prevenindo a liberação da acetilcolina, impedindo a transmissão de pulsos nervosos Paralisia Flácida- Clostridium botulinum
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