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Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
1 
 
GUIA DE ESTUDOS 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE PARA ENTIDADES DE 
INTERESSE SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROF. ME. VIVIANE DA COSTA FREITAG 
 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
2 
 
Sumário 
Introdução .......................................................................................................... 4 
AULA 1 ............................................................................................................... 5 
1 Entidades do Terceiro Setor ............................................................................ 5 
1.1 Contextualização histórica ............................................................................ 6 
1.2 Objetivos, Características e Classificações .................................................. 7 
1.3 Filosofia e Missão ....................................................................................... 11 
1.4 Constituição e Funcionamento das Entidades do Terceiro Setor ............... 12 
1.5 Legislação Aplicada ao Terceiro Setor ....................................................... 13 
1.5.1 Legislação que Rege as Associações .................................... 13 
1.5.2 Legislação que Rege as Fundações ....................................... 14 
1.6 Tributação do Terceiro Setor ...................................................................... 15 
1.6.1 Isenção ................................................................................... 15 
1.6.2 Imunidade ................................................................................................ 16 
1.6.3 Tributos Aplicados ao Terceiro Setor ...................................... 17 
1.6.4 Obrigações Acessórias ........................................................... 18 
SÍNTESE .......................................................................................................... 19 
Exercícios resolvidos ........................................................................................ 20 
Questões de Revisão ....................................................................................... 21 
AULA 2 E 3 CONTABILIZAÇÕES .................................................................... 27 
2. Gestão Contábil Aplicada ao Terceiro Setor ................................................ 27 
2.1 Princípios de Contabilidade ........................................................................ 28 
2.2 Plano de Contas ......................................................................................... 29 
2.3 Contas Específicas do Terceiro Setor – Ativo ............................................ 35 
2.3 Contas Específicas do Terceiro Setor – Passivo ........................................ 40 
2.4 Contas Específicas do Terceiro Setor – Patrimônio Líquido Social ............ 43 
2.5 Contas Específicas do Terceiro Setor – Fontes de Recursos .................... 45 
2.5.1 Doações .................................................................................. 45 
2.5.2 Contribuições .......................................................................... 45 
2.5.3 Subvenções ............................................................................ 46 
2.5.4 Outras Fontes de Recursos .................................................... 47 
2.5.5 Resultados com Gratuidade e Trabalho Voluntário ................ 48 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
3 
 
SÍNTESE .......................................................................................................... 49 
Exercícios resolvidos ........................................................................................ 49 
Questões para Revisão .................................................................................... 50 
AULA 4 EVIDENCIAÇÕES............................................................................... 52 
3.1 Usuários das Demonstrações Contábeis no Terceiro Setor ....................... 52 
3.2 Balanço Patrimonial ................................................................................... 53 
3.3 Demonstração do Déficit ou Superávit do Exercício .................................. 56 
4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Social (DMPLS) ......... 58 
5. Demonstração do Fluxo de Caixa ................................................................ 60 
SÍNTESE .......................................................................................................... 66 
Exercícios resolvidos ........................................................................................ 66 
Questões para Revisão .................................................................................... 70 
AULA 5 – NOTAS EXPLICATIVAS, RELATÓRIO DE ATIVIDADES E CUSTOS76 
6. Notas Explicativas ........................................................................................ 76 
7. Relatório de Atividades................................................................................. 83 
Modelo de Relatório de Atividades ................................................................... 84 
8. Custos no Terceiro Setor.............................................................................. 86 
8.1 Métodos de Acumulação de Custos ........................................................... 87 
SÍNTESE .......................................................................................................... 88 
Exercícios resolvidos ........................................................................................ 88 
Questões para revisão ..................................................................................... 91 
AULA 6 CONTROLES NO TERCEIRO SETOR E PRESTAÇÃO DE CONTAS97 
9. Controle ........................................................................................................ 97 
9.1 Controle Interno .......................................................................................... 97 
9.2 Controle Externo ........................................................................................ 99 
10.1 Elementos que compõe a Prestação de Contas .................................... 100 
10.2 A quem devo Prestar de Contas? .......................................................... 103 
SÍNTESE ........................................................................................................ 104 
Exercícios resolvidos ...................................................................................... 105 
Questões para revisão ................................................................................... 106 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 110 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
4 
 
Introdução 
Esse guia de estudos foi dividido conforme as aulas ministradas, assim você 
poderá acompanhar o conteúdo conforme for evoluindo nos seus estudos. Esse guia 
contempla a Resolução CFC 1409/2012, que converge às práticas contábeis para 
essas instituições às normas internacionais, essa resolução é a mais atual em termos 
de Terceiro Setor, mas é importante frisar a necessidade de consultarmos 
periodicamente a legislação, uma vez que nossa profissão está sujeita às 
modificações. 
A aula 1 contextualiza as entidades do Terceiro Setor e apresenta o marco 
legal, sob o enfoque tributário dessas organizações. 
As aulas 2 e 3 apresentam a contabilização com enfoque nas peculiaridades 
inerentes ao setor. 
A aula 4 trabalha com as principais demonstrações contábeis, Balanço 
Patrimonial, Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício, Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquidoe apresenta a Demonstração do Fluxo de Caixa. 
A aula 5 contempla as notas explicativas, o relatório de atividades e faz 
menção ao aspecto gerencial da contabilidade trabalhando custos nessa realidade. 
E por fim na aula 6 tratamos do controle interno e prestação de contas. 
 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
5 
 
 
 AULA 1 
 1 Entidades do Terceiro Setor 
Diante da ineficiência estatal para tratar de todos os problemas, provenientes 
de causas econômicas ou sociais, desponta uma terceira via, para suprir o espaço 
deixado pelo estado. 
A caracterização deste setor pode ser entendida partindo-se do seu conceito, 
que, conforme Falconer (1997, p. 25) pode ser definido como: aquelas em que seus 
benefícios financeiros não podem ser distribuídos entre gestores e associados tem 
natureza voluntária, o termo original na língua inglesa remete à caridade, à memória 
religiosa medieval, e enfatiza o aspecto de doação, de si para os outros. 
As entidades que compõe o Terceiro Setor são aquelas que atuam de forma 
voluntária, junto à sociedade civil com objetivos diversos, mas em torno de um ideal 
maior que é o bem estar social, desenvolvem suas atividades geralmente onde o 
Estado não consegue atuar de maneira efetiva, e para tanto consomem recursos na 
execução desses serviços. 
Hudson, (1999, p. 2) afirma que o terceiro setor 
consiste em organizações cujos objetivos principais são sociais, em 
vez de econômicos’. A essência desse setor engloba instituições de 
caridade, organizações religiosas, fundações, entidades voltadas 
para as artes, organizações comunitárias, sindicatos, associações 
profissionais e outras organizações voluntárias. Todas essas 
organizações possuem como característica comum o fato de serem 
orientadas por valores [...] mantidas por pessoas que não só 
acreditam que mudanças são necessárias, mas que se empenham 
em fazer estas mudanças. 
 
Freeman e Shoulders (1993, p. 8 apud OLAK e NASCIMENTO 2006, p. 3) 
apresentam as peculiaridades inerentes às entidades sem fins lucrativos, a saber: 
 
a)Quanto ao lucro (profit): o lucro não é a razão de ser dessas 
entidades; b) Quanto a propriedade (ownership): pertencem a 
comunidade. Não são normalmente caracterizadas pela divisibilidade 
do capital em partes proporcionais, que podem ser vendidas ou 
permutadas; c) Quanto às fontes de recursos (resources): as 
contribuições com recursos financeiros não dão direito ao doador de 
participação proporcional nos bens ou serviços da organização; d) 
Quanto as principais decisões políticas e operacionais 
(policy&operatingdecisions): as maiores decisões políticas e algumas 
decisões operacionais são tomadas por consenso de voto, via 
assembléia geral, por membros de diversos segmentos da sociedade 
direta ou indiretamente eleitos. 
 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
6 
 
O termo terceiro setor é utilizado para denominar as organizações sem fins 
lucrativos, de participação voluntária em que o excedente é reinvestido na própria 
organização, compreendida pelo sistema econômico capitalista, que adapta-se a 
novas alternativas de planejamento, desenvolvimento democrático e social. (ARAÚJO, 
2006). 
Em geral, este setor é conceituado como organizações da sociedade civil, que 
objetivam a prestação de serviços ao público em diversas áreas onde, o governo não 
atua de forma eficiente. Dependem de doações de pessoas, empresas ou de ajuda do 
governo para poder existir. Geralmente trabalham com recursos escassos e não 
regulares, portanto necessitam de controles e uma contabilidade que reflita sua 
realidade para tomada de decisão. 
Essas entidades surgem dentro de um contexto de responsabilidade social 
Conceito esse que se destacou no Brasil da década de 1960, após a Associação dos 
Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), que reconheceu a função social da empresa. 
(TOLDO, 2002 p. 77). 
A noção da responsabilidade social nas organizações estabelece o 
comprometimento das empresas em relação às exigências da sociedade, em 
consequência de suas atividades. (TINOCO, 2001, p.25). 
Para Melo Neto e Froes (1999, p. 83), a Responsabilidade Social Empresarial 
transcende a mera Ação Social ou assistencialismo, que internamente são definidos 
como: “Projetos comunitários pontuais, geralmente de caráter filantrópico, destinados 
a mitigar mazelas sociais.” 
 
 1.1 Contextualização histórica 
Landim (1993, p. 12 apud CARNEIRO et. al. (2006, p. 5) 
descreve que no inicio da década de 90, já existia no Brasil uma série 
de organizações que não poderiam ser classificadas como 
pertencentes ao Estado nem ao Mercado. Levando-se em conta este 
fato, nota-se que, 'para além do Estado e do Mercado' existem novas 
realidades que estavam surgindo para preencher a carência do 
Estado em proporcionar a população um mínimo de bem estar social. 
 
Quando falamos de entidades sem fins lucrativos uma das primeiras relações 
que pensamos é o termo ONG (Organizações não Governamentais), devido a 
participação de muitas entidades na ECO-92 (fórum internacional para discussão do 
meio ambiente, ocorrido no Rio de Janeiro em 1992). 
Com o fortalecimento das entidades sem fins lucrativos o Estado ganha um 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
7 
 
aliado para atender o bem estar social, o Mercado torna-se um parceiro que contribui 
para a continuidade destas entidades por meio de doações. 
A Constituição Federal do Brasil em seu Art. 3º descreve como objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 
I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – Garantir o 
desenvolvimento nacional; III - Erradicar a pobreza e a 
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – 
Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Com isso podemos inferir que pela natureza diversa das atividades que 
desempenham as entidades do Terceiro setor, que essas contribuem para a 
consecução dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, e para isso 
ela depende da ajuda do Estado e do Mercado. 
 
 1.2 Objetivos, Características e Classificações 
O terceiro setor abrange Entidades Sem Fins Lucrativos que envolvem ações 
sociais. Suas principais características são a natureza específica de suas ações, de 
caráter filantrópico e de investimentos em programas e projetos sociais, e o alto grau 
de diversidade das entidades que deles fazem parte. (MELO NETO e FROES, 2005). 
Olak e Nascimento (2010, p. 6), caracterizam as organizações do terceiro setor 
como: 
instituições privadas com propósitos específicos de provocar 
mudanças sociais e cujo patrimônio é construído e mantido e 
ampliado a partir de contribuições, doações e subvenções e que, de 
modo algum, se reverte para os seus membros ou mantenedores. 
 
Fernandes, (1997 p.32) classifica o terceiro setor de acordo com quatro 
pressupostos, de acordo com as características de suas ações. 
O primeiro é que ele faz um contraponto às ações do governo, ou 
seja, os bens e os serviços prestados à população não são 
exclusividade do governo, mas, seguramente, possuem larga atuação 
das iniciativas particulares. Inclusive em conjunturas neoliberais, a 
tendência é cada vez mais enfatizar a atuação do Terceiro Setor em 
detrimento a um Estado cada vez mais minimizado. 
O Segundo pressuposto é que o Terceiro Setor faz um 
contraponto às ações do mercado. A própria presença do Terceiro 
Setor já evidencia que o mercado não dá conta das demandas e 
interesses sociais. Cabe, portanto ao Estado e ao Terceiro Setor o 
cumprimento e satisfação dessas necessidades. 
O terceiro pressupostosalienta e reforça o segundo pois modifica 
a oposição central entre Estado e Mercado, realçando o valor tanto 
político quanto econômico das ações voluntárias, sem fins lucrativos, 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
8 
 
resgatando o pensamento doutrinário (Estado, Mercado e Terceiro 
Setor). 
E finalmente, o quarto pressuposto é que o Terceiro Setor faz a 
complementação entre as ações públicas e privadas. Sem o Estado 
(Primeiro Setor) e sem o Mercado (Segundo Setor), o Terceiro Setor 
não poderia existir, pois ambos dão clareza e justificam as ações 
empreendidas. 
 
A classificação das entidades sem fins lucrativos, sugerida por Hudson (1999), 
pode ser visualizada por meio do quadro 1. 
 
Quadro 1: Classificação das Entidades Sem Fins Lucrativos 
Grupo 1 – Cultura e Recreação 
Esportes, arte, museus, zoológicos, recreação, clubes sociais 
Grupo 2 – Educação e Pesquisa 
Escolas e educação superior, treinamento vocacional 
Pesquisa médica, ciência e tecnologia, estudos de política empresarial 
Grupo 3 – Saúde 
Hospitais, reabilitação, asilos, saúde mental 
Saúde pública, educação sanitária 
Grupo 4 – Serviços Sociais 
Bem-estar da criança, serviços para jovens, famílias, idosos e deficientes 
Ajuda de emergência, complementação de rendimentos, assistência material 
Grupo 5 – Meio Ambiente 
Conservação de recursos naturais, controle da poluição 
Proteção e bem-estar dos animais, vida selvagem e preservação de ambientes rurais 
Grupo 6 – Desenvolvimento e Habitação 
Desenvolvimento econômico, social e comunitário 
Habitação 
Emprego e treinamento 
Grupo 7 – Lei, Direito e Política 
Organizações de direito, minorias étnicas, associações civis 
Serviços legais, prevenção do crime, reabilitação de delinqüentes, apoio às vítimas 
Partidos políticos 
Grupo 8 – Intermediários Filantrópicos e Promoção do Voluntariado 
Grupos econômicos de concessão de recursos, organizações de captação de recursos 
Organizações de intermediários 
Grupo 9 – Atividades Internacionais 
Programas de intercâmbio, assistência de desenvolvimento, amparo em desastres 
Direitos humanos e organizações pacifistas 
Grupo 10 – Religião 
Organizações religiosas 
Grupo 11 – Associações Profissionais e Sindicatos 
Organizações de empregados, sindicatos, associações profissionais 
Grupo 12 – Não Classificados em Outros Grupos 
Não classificados em outros grupos 
Fonte: HUDSON (1999. p. 237). 
 
Hudson (1999) se propõe a classificar as instituições por categorias de serviços, 
ou seja, são agrupadas por semelhanças entre seus objetivos. 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
9 
 
A International Classification of Non profit Organizations – ICNPO, 
(Classificação Internacional de Organizações Sem Fins Lucrativos), segundo Silva 
(2010, p.12), “se constitui como um desdobramento da definição estrutura/operacional. 
A ICNPO organiza a diversidade das organizações em grupos e subgrupos, conforme 
áreas de atuação e atividades desenvolvidas”. 
 
Quadro 2: Classificação das Entidades pela área de atuação 
Grupo 1: CULTURA E RECREAÇÃO 
Grupo 6: DESENVOLVIMENTO E 
HABILITAÇÃO 
SG 1 100 Cultura e Desenvolvimento das Artes 
SG 6 100 Desenvolvimento Econômico, Social 
e Comunitário 
SG 1 200 Esportes SG 6 200 Moradia 
SG 1 300 Outras Recreações SG 6 300 Emprego e Treinamento Pessoal 
Grupo 2: EDUCAÇÃO E PESQUISA Grupo 7: LEI, DIREITO E POLÍTICA 
SG 2 100 Educação Primária e Secundária SG 7 100 Civismo e Direito 
SG 2 200 Educação Superior SG 7 200 Leis e Serviços Legais 
SG 2 300 Outros Tipos de Educação SG 7 300 Política Organizacional 
SG 2 400 Pesquisa 
 
Grupo 8: INTERMEDIÁRIOS PARA 
FILANTROPIA E PROMOÇÃO DE 
VOLUNTÁRIOS 
Grupo 3: SAÚDE 
SG 3 100 Hospitais de Reabilitação Grupo 9: ASSUNTOS INTERNACIONAIS 
SG 3 200 Asilos para Idosos 
SG 3 300 Saúde Mental Grupo 10: RELIGIÃO 
SG 3 400 Outros Serviços de Saúde 
 
Grupo 11: NEGÓCIOS, ASSOCIAÇÕES 
PROFISSIONAIS E SINDICATOS. 
Grupo 4: SERVIÇOS SOCIAIS 
SG 4 100 Serviços Sociais Grupo 12: ATIVIDADES NÃO CLASSIFICADAS 
SG 4 200 Assistência Emergencial 
SG 4 300 Apoio à Manutenção 
Grupo 5: MEIO AMBIENTE 
Meio Ambiente 
Proteção Animal 
Fonte: Landin e Beres (1999). Adaptado por Cabral 2009 
 
A Classificação utilizada pelo ICNPO também agrupa as organizações por suas 
funções. 
Quanto ao marco regulatório, as Entidades sem Fins Lucrativos, são regidas 
pela Lei 10.406/02 do Código Civil, constituída sob o aspecto legal como Associações 
e Fundações. 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
10 
 
Ilustração 1: Divisão das Pessoas Jurídicas 
 
Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 14) 
 
A Lei 10.406/02 apresenta as características, finalidades, forma obtenção dos 
recursos e estabelecimento do patrimônio, critérios para alteração dos estatutos, para 
dissolução, e destinação do patrimônio remanescente, enfim, essa Lei representa o 
amparo legal no qual são instituídas as associações e fundações. 
Dentro do conceito de Associações, a Lei 9637/1998 criou as Organizações 
Sociais (OS), que são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas 
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento 
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Essa Lei 
em seu Art. 11 declara as OS como entidades de interesse social e utilidade pública. E 
o Art. 12 estabelece que poderão ser destinados recursos orçamentários e bens 
públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. 
Verificamos que essas entidades trabalham com recursos públicos e estão 
sujeitas ao contrato de gestão, que de acordo com o Art. 5 da Lei 9637/1998 é um 
instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização 
social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de 
atividades relativas às áreas relacionadas 
A Lei 9790/1999 criou a figura das Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público (OSCIP). Qualificam-se como Organizações da Sociedade Civil de 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
11 
 
Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde 
que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias se destinem à: promoção 
da assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita da saúde; 
promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do 
meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do 
voluntariado; promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas 
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; promoção de direitos 
estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse 
suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da 
democracia e de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de 
tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos 
técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas anteriormente. 
Além da criação dessa modalidade de sociedade, a Lei 9790/1999 em seus 
Arts. 9 e 10 instituem o Termo de Parceria, que é um instrumento firmado entre o 
Poder Público e as entidades qualificadas OSCIPs destinado à formação de vínculo de 
cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse 
público acima elencadas. 
Ou seja, essa Lei estabeleceu alguns critérios para enquadramento da 
sociedadecomo OSCIP e instituiu uma fonte de recurso que é o termo de parceria. 
 
 1.3 Filosofia e Missão 
Quando falamos de entidades sem a finalidade de lucro nos deparamos com 
uma controvérsia no sentido empresarial, na grande maioria das atividades 
econômicas, seja pela venda de produtos, mercadorias e serviços o intuito é obter 
lucro, do qual possibilita a extensão da vida econômica e financeira das empresas. As 
entidades sem finalidade de lucro, como o próprio termo nos remete “sem finalidade 
de lucro” não tem como objetivo principal terem uma remuneração sobre as vendas ou 
serviços prestados, sendo o bem estar social o seu principal objetivo. Por outro lado, 
sabemos que obter resultados positivos é fundamental para qualquer empresa, neste 
sentido as entidades sem fins lucrativos acabam buscando superávits em seus 
resultados. Comparadas com as empresas com finalidades lucrativas, a diferença na 
obtenção do superávit é que esse é incorporado ao patrimônio social e nas demais 
empresas o lucro pode ser distribuído entre os acionistas. 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
12 
 
Olak e Nascimento (2010) afirmam que as entidade sem fins lucrativos existem 
para provocar mudanças na sociedade a sua filosofia é a definição do por que e para 
que a entidade existe. Quando analisamos o por que e para que da existência das 
entidades sem fins lucrativos nos deparamos com o objeto social, neste caso a 
existência está ligado ao suprimento das necessidades da sociedade não supridas 
pelo Estado. 
 
Quadro 3: Diferenças entre objetivos das Entidades Sem Fins Lucrativos e das 
Entidades com Fins Lucrativos 
Entidades Objetivos-Meio Objetivos-Fim 
Com fins lucrativos Satisfação das necessidades dos 
consumidores 
Lucro 
Sem fins lucrativos Provocar mudanças sociais Indivíduos transformados 
Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 8) 
Podemos verificar que a missão das empresas é diretamente ligada ao seu 
objetivo, a missão das entidades sem fins lucrativos, conforme Olak e Nascimento 
(2010) é transformar a sociedade por meio dos indivíduos. 
 
 1.4 Constituição e Funcionamento das Entidades do Terceiro Setor 
As fundações são entes jurídicos que têm por característica o patrimônio. Este 
deverá ser administrado de modo a atingir o cumprimento das finalidades estipuladas 
pelo seu instituidor. a partir da vigência do Código Civil Lei 10406/2002, Art. 62 § único, 
somente podem ser constituídas fundações para fins religiosos, morais, culturais ou de 
assistência. Na fase de constituição o patrimônio deve ser formado por bens livres, ou 
seja, legalmente disponíveis ou desonerados. Deverá ser suficiente para a 
manutenção da entidade e desenvolvimento de suas finalidades estatutárias. Quando 
patrimônio for insuficiente para a constituição da fundação, este será incorporado a 
outra fundação com finalidades estatutárias iguais ou semelhantes, a não ser que o 
instituidor tenha disposto de outra forma no ato de instituição (escritura pública ou 
testamento). 
Szazi (2000) afirma que a manifestação de vontade do instituidor deve conter 
de maneira clara e especifica os fins para os quais a fundação se destina e sua 
declaração de vontade. Caso uma instituição tenha sido criada em vida, o esboço do 
estatuto e a indicação dos nomes dos primeiros dirigentes devem ser apresentados ao 
Ministério Público, que irá avaliar dentro de 15 dias, Porém, caso a instituição tenha 
sido criada sob testamento, será autorizada a lavratura da escritura definitiva de 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
13 
 
instituição da fundação em cartório de notas de livre escolha do instituidor. 
As associações são regidas por um estatuto que deverá, necessariamente, 
definir a composição e o funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos. O 
órgão de deliberação máxima é a Assembleia Geral. Esta possui as seguintes 
competências privativas:a) eleger os administradores;b) destituir os administradores;c) 
aprovar as contas;d) aprovar e alterar o estatuto. Já o estatuto da Fundação, disporá 
sobre a administração, especificando que órgãos farão parte da fundação, as suas 
competências e como se comporão. É faculdade do instituidor declarar, no ato da 
instituição, seja por escritura pública, seja por testamento, como se fará a 
administração. (BRASIL, 2002) 
 
 1.5 Legislação Aplicada ao Terceiro Setor 
As associações e Fundações são regidas pela Lei 10406 de 10 de janeiro de 
2002, conhecida como Novo Código Civil. Por meio dessa lei, no Art. 44, consta que 
são pessoas jurídicas de direito privado, as associações, as sociedades e fundações, 
mais tarde foram incluídas pela Lei 10825 de 22 de dezembro de 2003, as 
organizações religiosas e os partidos políticos. 
 
1.5.1 Legislação que Rege as Associações 
O Art. 53 da Lei 10406/2002 rege a constituição das associações, criada pela 
união de pessoas que se organizam para fins não econômicos, não havendo entre 
associados, direitos e obrigações. Sobre os estatutos, no Art. 54 da referida lei consta 
que esse deverá conter: denominação, os fins, e a sede, explicitar os requisitos para 
admissão, demissão e exclusão dos associados; direitos e deveres, fontes de recursos 
para sua manutenção, as condições para alterações estatutárias e para a dissolução. 
Ao que concerne aos órgãos deliberativos, seu modo de constituição e 
funcionamento, forma de gestão e de aprovação das contas, foram alteradas 
posteriormente pela Lei 11127/2005. 
Os Art. 55 a 58 da Lei 10406/2002 tratam dos associados, estes devem ter 
iguais direitos, porém o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. 
Se a associação trabalhar com quota ou fração do patrimônio, a transferência dessa 
quota não atribui qualidade de associado, sendo essa intransmissível, e que o 
associado não poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido 
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no 
 
 
 
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estatuto. 
Por meio da Lei 11127/2005 foram inclusos os critérios de exclusão do 
associado, em que são admissíveis, mediante justa causa desde que seja assegurado 
direito de defesa e de recursos previstos em estatuto. 
A Lei 11127/2005 por meio do Art. 59 estabeleceu as competências exclusivas 
da Assembleia Geral, que possibilita excluir os administradores e alterar estatutos, 
desde que seja convocada para tal fim e que tenha quórum mínimo e critérios para 
eleição dos administradores estabelecidos pelo estatuto vigente. A mesma lei trata da 
convocação dos órgãos deliberativos que garantem o mínimo de um quinto dos 
associados com direitos, para tal situação. 
Quanto à dissolução da associação, a Lei 10406/2002 em seu Art. 60 a 61, 
rege que o remanescente do seu patrimônio Líquido, após deduzidas as quotas 
deverá ser destinada à Entidade Sem Fins Econômicos estabelecida por seu estatuto, 
ou em caso de omissão dessa informação, por deliberação dos associados, para 
instituição em qualquer esfera do governo, com finalidades no mínimo semelhantes. 
Também há possibilidade de ressarcimento de contribuições que os associados 
tiverem realizado para o patrimônio da entidade. Não havendo associação que 
atendam as condições de semelhança, o patrimônio remanescente deverá ser 
entregue à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
1.5.2 Legislação que Rege as Fundações 
Ao que diz respeito à criação das fundações, a Lei 10406/2002, por meio do Art. 
62 a 65 infere que o instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação 
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina,e declarando, se quiser, 
a maneira de administrá-la, quando esses recursos forem insuficientes para constituir 
a fundação, os bens a essa destinada serão, se de outro modo não dispuser o 
instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. Uma vez instituída a fundação ainda em vida, o instituidor fica obrigado a 
transferir propriedade ou direitos sobre os bens, caso contrário esses serão registrador 
por conta de um mandado judicial. 
A constituição de fundações somente poderá possuir fins religiosos, morais, 
culturais ou de assistência. 
Cabe ao instituidor designar a aplicação do patrimônio, e de acordo com sua 
base, criar estatuto, submetendo à aprovação da autoridade competente com recurso 
ao Juiz, se a elaboração do estatuto não for realizada no prazo estipulado pelo 
 
 
 
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instituidor, em cento e oitenta dias essa tarefa ficará à encargo do Ministério Público. 
De acordo com Lei 10406/2002, por meio do Art. 66 compete ao Ministério 
Público estadual velar pelas fundações, no caso das atividades da fundação se 
estenderem por meia de um estado, estarão sujeitas às fiscalizações dos Ministérios 
Públicos dos estados abrangidos. 
No que concerne à alterações de estatuto nas fundações, a Lei 10406/2002, 
por meio do Art. 67 regulamenta as alterações de estatuto, sendo necessária 
deliberação de dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, 
desde que não sejam contrariadas ou desvirtuadas suas finalidades. E que essas 
sejam aprovadas pelo órgão do Ministério Público. O Art 68 estabelece que quando 
essa alteração não for aprovada por unanimidade, os administradores da fundação, 
devem submeter o estatuto ao órgão público, requerendo que se dê ciência à minoria 
vencida com direito à impugná-la se achar necessário em dez dias. O Art. 69 
estabelece que se a alteração for ilícita, impossível ou inútil à finalidade da fundação, o 
órgão do Ministério Público ou qualquer interessado poderá promover sua extinção 
 
 1.6 Tributação do Terceiro Setor 
Ao tratarmos de tributação ao Terceiro Setor, verificamos que o regulamento do 
imposto de renda, trata dessas entidades sob o enfoque da imunidade e isenção. 
De acordo com Higuchiet al.; (2008, p. 447): “a diferença é que imunidade está 
prevista na Constituição Federal enquanto a isenção é concedida por lei”. 
O Art. 150 da Constituição Federal estabelece como limitação ao poder de tributar aos: 
templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, e das instituições 
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. 
A imunidade impede a incidência de tributação, sobre determinado fato, 
categoria, ou pessoa, e está prevista na Constituição Federal, já a isenção acontece 
quando uma Lei exclui a incidência de tributos em situações específicas, desde que 
atendidos determinados requisitos.Á suspensão á imunidade e á isenção estão 
previstas pelo Art. 14 da Lei 9532/97, remete ao Art. 32 da Lei 9430/1996. 
 
1.6.1 Isenção 
São consideradas isentas de acordo com Art. 15 da Lei 9532/97 as instituições 
de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que 
 
 
 
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prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas, sem fins lucrativos. Essa 
isenção é aplicada exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa 
jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, não estão abrangendo os 
rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou 
de renda variável. 
Olak e Nascimento (2010) complementam afirmando que as entidades sem fins 
lucrativos também são imunes à Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social (CONFINS). 
Os requisitos necessários para enquadramento da instituição como imune, 
compreende a não remuneração dos seus dirigentes e a apresentação anual da 
Declaração de Rendimentos, em conformidade com a Secretaria da Receita Federal; 
Fabretti (2011) afirma que a isenção é um favor fiscal temporário, que exclui o 
pagamento do tributo, incorre sobre determinado período, e não dispensa o 
cumprimento das obrigações acessórias. 
A suspensão para a isenção, bem como para a imunidade das instituições sem 
fins lucrativos podem ser suspensas pela Secretaria da Receita Federal caso essas 
não atendam as condições fixadas em lei para o gozo da isenção e imunidade. 
(HIGUCHI et al. 2008) 
 
 1.6.2 Imunidade 
O Art. 12 da Lei 9532/97 considera imune a instituição de educação ou de 
assistência social, que preste os serviços para os quais foram constituídas, os coloque 
à disposição da população em geral de forma complementar ao estado e que não 
tenham fins lucrativos. Além disso, para se enquadrar como imune a lei propõe 
requisitos: seus dirigentes não podem ser remunerados, deverá aplicar integralmente 
seus recursos na manutenção de seus objetivos sociais, manter escrituração formal, 
conservar por cinco anos, documentos que comprovem suas origens de receitas e 
efetivação das despesas,ou qualquer documento que justifique a modificação de 
situação patrimonial, apresentar anualmente a Declaração de Rendimentos à 
Secretaria da Receita Federal, recolher os tributos retidos sobre rendimentos por elas 
pagos ou creditados e a contribuição para a seguridade social relativa aos 
empregados, cumprir com as obrigações acessórias decorrentes da seguridade social, 
assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições 
para gozo da imunidade em caso de fusão, cisão ou encerramento em última instância 
à órgão público. 
 
 
 
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A imunidade será suspensa no ano calendário em que a instituição tiver 
praticado ato que constitua infração à dispositivo da legislação tributária, ou declarar 
falsamente, omitir, ou simular recebimento de doações em bens ou em direito, ou 
cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique atos ilícitos de ordem fiscal. 
Incluem-se nas infrações o pagamento em favor de associados, acionistas ou 
dirigentes, despesas indedutíveis na determinação da base de cálculo do Imposto de 
Renda ou da Contribuição Social sobre o Lucro. 
De acordo com Szazi (2000), não basta que o estatuto da entidade preveja a 
condição de entidade [sem fins lucrativos], é preciso demonstração desde sua criação, 
por meio de seus objetivos que se destina a realizar atividades de caráter altruístico, 
voltadas ao interesse coletivo e bem-estar da comunidade onde atua. O autor 
complementa que essa é a condição que o estado utiliza para garantir que os recursos, 
não arrecadados por conta da imunidade, sejam destinados ao desenvolvimento, e 
assistência à população. 
Amorim (2011) ressalta que a imunidade tributária de ser reconhecida 
administrativamente mediante a comprovação das condições legais previstas no art. 
14 do Código Tributário Nacional (CTN), e requerida junto ao ente administrativo 
tributário, que tem a competência para concessão da mesma. 
 
1.6.3 Tributos Aplicados ao Terceiro Setor 
No entanto Szazi (2000) ressalta que apesar de algumas entidades estarem 
imunes ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), e Contribuição Social 
sobre o Lucro (CSLL) continuam obrigadas a cumprir outros encargos, relacionados à 
tributos também previstos pelo Regulamento do Imposto de Renda. 
Um importante detalhe dessa isenção é o reflexo dessa sob as aplicações 
financeiras dessas organizações também ficarão dispensados da retenção do Impostode Renda, com exceção dos rendimentos e ganhos de capital obtidos por meio de 
aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável 
As entidades que fazem parte do Terceiro Setor, desde que devidamente 
enquadradas como imunes não realizam recolhimento de Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias (ICMS). 
Ao que se refere às Contribuições Sociais, sobre a folha de pagamento e 
demais rendimentos de trabalho, às entidades beneficentes de assistência social, que 
tem como finalidade prestar serviços nas áreas de assistência social, saúde ou 
 
 
 
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educação, tem isenção à essas desde que se enquadrem nos requisitos estabelecidos 
pela Lei 12101/2009. 
 
1.6.4 Obrigações Acessórias 
Independentes de sua forma jurídica, as organizações do Terceiro Setor terão 
informações de diversas naturezas que precisam ser prestadas aos órgãos públicos, 
conforme pode ser visualizadas no quadro a seguir. 
 
Quadro 4: Síntese das Obrigações Gerais 
Obrigações Gerais Entidades que estão sujeitas Periodicidade 
Secretaria da Receita Federal do Brasil 
DIPJ Todas as entidades imunes ou isentas. Anual 
DIRF Entidades imunes ou isentas que tenham pago ou 
creditado rendimentos que sofreram retenção de 
impostos de renda na fonte (IRRF) ou que tenham 
efetuado retenção da CSLL, da Cofins e da 
contribuição do PIS/Pasep sobre pagamentos 
efetuados a outras pessoas jurídicas. 
Anual 
DCTF Entidades imunes ou isentas cujo valor mensal de 
impostos e contribuições a declarar na DCTF seja 
superior a R$10.000,00. 
Mensal ou 
Semestral 
DACON Entidades imunes ou isentas cujo valor mensal das 
contribuições a serem informadas no Dacon seja 
superior a R$10.000,00. 
Mensal ou 
Semestral 
Ministério do Trabalho e Emprego 
RAIS Todas as ESFL, com ou sem empregados. Anual 
GFIP ESFL sujeitas ao recolhimento do FGTS ou às 
contribuições e/ou informações à Previdência Social. 
Mensal 
CAGED ESFL que tenham admitido, desligado ou transferido 
empregado com contrato de trabalho regido pela CLT. 
Mensal 
Ministério Público 
Exame dos atos 
constitutivos 
Fundações. Na constituição 
Prestação de 
contas 
Fundações. Anual 
Fonte: adaptado de OLAK; NASCIMENTO (2010, p. 199) 
 
A Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) 
apresenta uma declaração de rendimentos da entidade. 
Se a organização tiver pago valores à titulo de salários, que tiveram retenção 
de valores de Imposto de Renda, deverão apresentar essa movimentação na 
Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), a organização deverá 
informar por meio da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) se 
 
 
 
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tiver valores de impostos e contribuições federais (débitos) e respectivos (créditos) de 
pagamentos, compensação, parcelamento) referentes a: Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica (IRPJ), Imposto de Renda Retido a Fonte (IRRF), Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou 
relativo a Títulos de Valores Mobiliários (IOF), Contribuição Social sobre o Lucro 
Líquido (CSLL), Contribuição para o PIS/PASEP, Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social (COFINS) e Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico 
(CIDE). Mesmo que a instituição não tenha valores a registrados dessa natureza 
precisa entregar essa declaração. 
O Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON) é 
apresentado para a Receita Federal, quando apura contribuição com base na folha de 
pagamento da instituição para o PIS/PASEP, e da COFINS, estão dispensadas da 
entrega, as entidades com valores mensais inferiores a R$ 10.000,00. 
Por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) as entidades 
informam dados sobre suas atividades trabalhistas, mesmo que não hajam trabalho 
remunerado nas organizações. 
A Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social 
(GFIP) fornece ao governo informações sobre os empregados, suas remunerações, 
fatos geradores de contribuição previdenciária. 
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), informa o fluxo 
de movimentação de seus empregados, demitidos, contratados e transferidos. 
Às Fundações tem seu ato constitutivo analisado pelo Ministério Público e 
precisam prestar contas anualmente à esse órgão. 
 
 SÍNTESE 
As entidades que compõe o Terceiro Setor atuam de forma voluntária, junto à 
sociedade civil com objetivos diversos, mas em torno de um ideal maior que é o bem 
estar social, desenvolvem suas atividades geralmente onde o Estado não consegue 
atuar de maneira efetiva, e para tanto consomem recursos na execução desses 
serviços. 
A Lei 10.406/02 apresenta as características, finalidades, forma obtenção dos 
recursos e estabelecimento do patrimônio, das organizações do Terceiro Setor, 
critérios para alteração dos estatutos, para dissolução, e destinação do patrimônio 
remanescente, enfim, essa Lei representa o amparo legal no qual são instituídas as 
associações e fundações. 
 
 
 
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As fundações são entes jurídicos que têm por característica o patrimônio. As 
associações são organizações de pessoas em torno de um objetivo comum, com fins 
não econômicos. 
A tributação nas entidades do Terceiro Setor possuem peculiaridades, algumas 
podem se enquadrar como isentas, outras como imunes. A imunidade impede a 
incidência de tributação, sobre determinado fato, categoria, ou pessoa, e está prevista 
na Constituição Federal, já a isenção acontece quando uma Lei exclui a incidência de 
tributos em situações específicas, desde que atendidos determinados requisitos. Á 
suspensão á imunidade e á isenção estão previstas pelo Art. 14 da Lei 9532/97, 
remete ao Art. 32 da Lei 9430/1996. 
Mesmo a entidade se enquadrando nos requisitos de imune ou isenta, ainda 
está sujeita à entrega das obrigações acessórias. 
 
 Exercícios resolvidos 
Exercício Resolvido 1 
O órgão de deliberação máxima é a Assembleia Geral para as Associações. 
Esta possui as seguintes competências privativas 
A) Eleger os administradores, destituir os administradores, aprovar as contas, 
aprovar e alterar o estatuto. 
B) Eleger os administradores do Conselho Curador, destituir o Conselho Fiscal, 
aprovar as contas, aprovar e alterar o parecer do Conselho Curador. 
C) Eleger os funcionários, aprovar as contas, aprovar as doações que a 
entidade perceberá ao longo do exercício social. 
D) Elaborar parecer sobre as questões financeiras, bem como apresentar 
estratégia de alavancagem das receitas para o cumprimento das finalidades 
estatutárias. 
Alternativa correta a) 
Exercício Resolvido 2 
A atuação do Terceiro Setor no atendimento às grandes demandas sociais: 
I – Tem possibilitado o crescimento econômico e o desenvolvimento social de 
comunidades e povos do mundo inteiro. 
II – Utiliza-se de uma verdadeira rede de cooperação mútua entre Estado, 
Mercado e 
Sociedade Civil. 
 
 
 
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III – Tem possibilitado uma cooperação entre as três esferas do poder; União, 
Estados e Distrito Federal. 
IV – É essencial e emergente a sua atuação, pois sua ampliação está cada vez 
maior de iniciativas privadas com sentido público. 
V – É composto por uma parceria indiscutível entre o Terceiro Setor da 
economia e do Estado, estes dois setores se complementam formando uma bi-setorial. 
A) Alternativas I e III e V estão corretas 
B)Alternativas II, IV e V estão corretas 
C) Alternativas I, II e IV estão corretas 
D) Todas as alternativas estão corretas 
Alternativa correta c) 
 
Exercício 3 
Estão esclusas da isenção das entidades consideradas imunes, explique? 
As entidades que possuem o beneficio da imunidade, devido estarem 
contempladas pela Constituição Federal do Brasil ficam excluídas do direito de 
isenção, pois os benefícios da isenção foram atingidas pela imunidade. 
 
Exercício 4 
Com base na Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, em seu artigo 15º as 
instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações 
civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à 
disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos são 
consideradas: 
A) Imunes. 
B) Suspensas dos tributos, devido a regime especial. 
C) Isentas. 
D) Inconstitucional ao Tributo 
Alternativa correta c) 
 
 Questões de Revisão 
1) Qual é Objetivo do acréscimo do termo "SOCIAL” na conta do Patrimônio 
Líquido? 
Resposta: O termo “SOCIAL” tem por objetivo caracteriza a quem realmente pertence 
 
 
 
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a entidade sem fins lucrativos, ou seja, pertence a sociedade. 
 
2) FCC - 2008 - TRT - 18ª Região (GO). Terceiro Setor é um movimento 
associativo, em escala planetária, que abarca um conjunto heterogêneo de entidades 
sociais, organizações empresariais e organizações não-governamentais dos mais 
variados tipos. Tal movimento relaciona-se com a: 
a) expressão do ideário doutrinário, inspirado na solidariedade, mas que 
ultrapassa o senso comum de ajuda aos pobres. 
b) nova consciência de cidadania e a nova cultura de direitos sociais. 
c) necessidade da parceria entre o Estado e a sociedade para o enfrentamento 
da organização popular. 
d) desregulamentação do papel do Estado na economia e na sociedade, 
transferindo parcelas de responsabilidades para a sociedade civil organizada. 
e) filantropia, a benemerência, a solidariedade e a dignidade humana. 
Alternativa correta d) 
 
3) FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ). O chamado Terceiro Setor só pode ser 
compreendido dentro de uma conjuntura social, econômica e política que determinam 
o seu significado e a sua dimensão. Nesse sentido, considere: 
 
I. O Terceiro Setor ocupou e ocupa o papel que é do Estado na formulação e 
execução das políticas sociais. 
II. Não se pode negar a importância das ações desenvolvidas pelas organizações do 
Terceiro Setor no enfrentamento das diferentes manifestações da questão social. 
III. O Terceiro Setor se configurou nos últimos 20 anos dentro de um contexto de 
avanço do projeto neoliberal caracterizado pela implementação de políticas sociais 
focalizadas e seletivas. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I e III, apenas. 
b) II e III, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) I, II e III. 
Alternativa correta b) 
 
 
 
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4) FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG). O terceiro setor distingue-se do 
primeiro, que é o setor público, e do segundo, representado pelas atividades lucrativas. 
O terceiro setor é um campo marcado por uma diversidade de atores e formas de 
organização. Neste sentido, podemos afirmar que 
a) é uma esfera pública não-estatal sem a iniciativa privada. 
b) tem o mérito de romper a dicotomia entre público e privado. 
c) é uma esfera pública estatal e de iniciativas privadas. 
d) é um espaço de participação e experimentação de um pensar e agir sobre a 
realidade social. 
e) tem caráter autônomo, e não se submete à lógica do mercado e à 
governamental. 
Alternativa correta d) 
 
5) Explique porque o patrimônio quando for insuficiente para a constituição da 
fundação, este será incorporado a outra fundação com finalidades estatutárias iguais 
ou semelhantes. 
Resposta: O patrimônio quando de sua dotação inicial se transforma em doação por 
parte do seus fundadores, neste caso os fundadores possuem como objetivo a 
prestação de serviço para atender a sociedade através de atividades sociais, caso o 
patrimônio seja insuficiente para que cumpra com o objetivo inicial este deve ser 
destinado para outra entidade que possua finalidades iguais ou semelhantes, neste 
caso o patrimônio doado estará cumprindo com o seu papel. 
6) Apresente 7 obrigações acessórias que as entidades de Interesse Social 
estão obrigadas a informar aos órgãos do governo: 
R: DIPJ, DIRF, Dacon, DCTF, Rais, Caged e GFIP 
 
7) Qual a diferença entre imunidade de isenção do tributo? 
R: Imunidade é uma limitação criada por uma norma constitucional ao poder de 
tributar, enquanto que a isenção é a parcela que a lei exclui da hipótese de tributação. 
 
8) CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado. A Igreja Céu Azul, que 
goza de imunidade quanto ao pagamento de certos tributos, é proprietária de vários 
imóveis, um deles alugado a terceiro, e outro, onde são celebrados os cultos, que 
possui uma casa pastoral, um cemitério e um amplo estacionamento. Considerando a 
 
 
 
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situação hipotética apresentada e as normas atinentes à imunidade tributária, assinale 
a opção correta. 
a) O imóvel alugado a terceiros goza de imunidade quanto ao pagamento do 
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, desde que o valor dos 
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais da Igreja Céu Azul. 
b) A imunidade tributária conferida à referida igreja dispensa-a do recolhimento 
de impostos, taxas, contribuições de melhoria, bem como do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias. 
c) Apenas a União está autorizada a instituir impostos sobre o patrimônio, 
renda e serviços da Igreja Céu Azul. 
d) A imunidade não abrange a casa pastoral, o cemitério e o estacionamento 
da Igreja Céu Azul, pois a norma constitucional se refere apenas aos templos de cultos 
religiosos. 
Alternativa a) 
 
9) CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado. Entidade beneficente 
de assistência social sem fins lucrativos pode gozar, desde que atenda aos requisitos 
legais, de imunidade de: 
a) contribuições para a seguridade social, a despeito de ter de pagar impostos 
sobre patrimônio, renda e serviços. 
b) impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, mas não de contribuições 
para a seguridade social. 
c) impostos sobre o patrimônio, renda e serviços e de contribuições para a 
seguridade social. 
d) quaisquer impostos, mas não de contribuições para a seguridade social. 
Alternativa c) 
 
10) FMP-RS - 2011 - TCE-RS. Examine as proposições abaixo e escolha a 
alternativa correta. 
I. As imunidades são verdadeiras limitações constitucionais ao poder de tributar 
que nem sempre são autoaplicáveis. 
II. Segundo o entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal, é 
irrelevante à aplicação da imunidade dos livros, jornais e periódicos, o conteúdo da 
publicação. 
III. A imunidade recíproca impede a instituição de impostos e taxas sobre a 
 
 
 
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renda, o patrimônio e os serviços de um Ente Político por outro, sendo extensiva às 
autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
a) Somente a afirmativa I está correta. 
b) Somente a afirmativa II está correta. 
c) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 
d) Somente as afirmativas I e III estão corretas. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
Alternativa c) 
 
Bibliografia Comentada 
A respeito das diversas definições que envolvem as entidadesque compõe o 
Terceiro Setor, acesse: <http://www.filantropia.org/OqueeTerceiroSetor.htm> 
 
Leia o artigo Missão e Valores na estruturação de relacionamentos de parceria, 
ajudará a entender a importância dessas definições para o planejamento estratégico 
das organizações do Terceiro Setor. 
<http://www.responsabilidadesocial.com/article/article_print.php?id=492> 
 
Consultando a Legislação 
 
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> .Acesso em 01 Set. 
2012. 
 
BRASIL, Lei 10406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> .Acesso 
em 01 Set. 2012. 
BRASIL, Lei 111127 de 28 de junho de 2005. Lei que Altera o Código Civil. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11127.htm#art2. .Acesso em 01 Set. 2012. 
 
BRASIL, Lei 9637 de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação das 
entidades como Organizações Sociais. Disponível em: 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
26 
 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9637.htm> .Acesso em 01 Set. 2012. 
 
BRASIL, Lei 9790 de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação das 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos como Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Privado. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9790.htm> .Acesso em 01 Set. 2012. 
 
 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
27 
 
 
 AULA 2 E 3 CONTABILIZAÇÕES 
 2. Gestão Contábil Aplicada ao Terceiro Setor 
A contabilidade é a ciência que estuda a evolução do patrimônio das entidades. 
Tem como objetivo fornecer informações de natureza econômico – social – financeira 
das entidades, para seus usuários. 
Para Iudicibus, (2004, p 21) 
o objetivo da Contabilidade é fornecer aos usuários, 
independentemente de sua natureza, um conjunto básico de 
informações que, presumidamente, deveria atender igualmente bem a 
todos os tipos usuários, ou a Contabilidade deveria ser capaz e 
responsável pela apresentação de cadastros de informações 
totalmente diferenciadas, para cada tipo de usuário. 
 
Nas entidades de Terceiro Setor, a contabilidade, controla e gerencia os 
recursos escassos, e ainda funciona como instrumento de prestação de contas à 
sociedade. 
Olak e Nascimento (2010) afirmam que, no Brasil, 
 
são embrionárias, ainda, as normas e práticas contábeis que 
contemplam particularmente as entidades do Terceiro Setor. Além 
disso, as pesquisas e publicações sobre o tema são raras e apenas 
recentemente o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
pronunciou-se sobre o assunto, editando normas técnicas aplicáveis 
às organizações sem fins lucrativos. 
 
As normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas (NBC T) emitidas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade específico para o Terceiro Setor, NBCT 10.4, 
NBCT 10.18 e NBCT 10.19 foram revogadas em 2012 por meio da Resolução 
1409/2012 de 27 de setembro de 2012 que deve ser aplicada às Entidades Sem Fins 
Lucrativos para o exercício de 01 de janeiro de 2012. 
A Resolução 1409/2012, aprova a Interpretação Técnica ITG 2002 Entidades 
Sem Fins Lucrativos, é destinada à entidades constituídas sob a natureza jurídica de 
fundação de direito privado, associação, organização social, organização religiosa, 
partido político e entidade sindical. 
Essa resolução obriga as Entidades do Terceiro Setor utilizar os Princípios de 
Contabilidade e a Interpretação ITG 2002, a NBC TG 1000 – Contabilidade para 
Pequenas e Médias Empresas ou as normas completas [IFRS completas] naqueles 
aspectos não abordados por esta Interpretação. Alterando significativamente os itens 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
28 
 
de reconhecimento, demonstrações contábeis obrigatórias e métodos de avaliação de 
ativos e passivos, convergindo às práticas contábeis aplicadas às Entidades do 
Terceiro Setor, às normas internacionais de contabilidade. 
 
 2.1 Princípios de Contabilidade 
Para a contabilidade atingir seu objetivo, faz uso de procedimentos 
padronizados, desde a inserção dos dados contábeis em um sistema de informação, 
até a elaboração dos demonstrativos contábeis, nesse processo, os princípios se 
apresentam como direcionadores de toda prática contábil. 
A adoção dos princípios contábeis, além de respeitarem as normas brasileiras 
de contabilidade, representa a essência das doutrinas e teorias em contabilidade. E 
são igualmente aplicáveis nas instituições que compõe o Terceiro Setor. 
Os princípios contábeis editados pelo Conselho Federal de Contabilidade, por 
meio da Resolução CFC 1282/2010 são: entidade; continuidade; oportunidade; 
registro pelo valor original; competência e prudência. 
O princípio da entidade, reconhece a autonomia patrimonial, em linhas gerais, 
o patrimônio das entidades não deve se confundir como o patrimônio de seus sócios. 
Na realidade das entidades que compõe o Terceiro Setor, se aplica com a condição 
que o patrimônio da entidade, não deve se confundir com o patrimônio de seus 
associados, membros, diretores. 
A continuidade reza que enquanto não houver situações econômicas ou 
jurídicas em contrário, a entidade irá operar por tempo indeterminado. 
O princípio do registro pelo valor original prevê que os ativos e passivos devem 
ser registrados a valores de entrada, ao custo de aquisição em moeda corrente do 
país, no entanto uma vez incorporados ao patrimônio, esses elementos podem ser 
corrigidos, pelos métodos de custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo 
e pela atualização monetária. 
A competência define o momento de reconhecimento das receitas, que tem 
como fato gerador, a transferência do produto ou serviço ao cliente, às despesas tem 
seu fato gerador no momento do consumo, gerando confrontação com as receitas. 
Nas entidades do Terceiro Setor, muitas instituições prestam serviços à comunidade 
ou comercializam produtos, como fonte de recursos para subsidiar suas operações, 
também incorrem em consumo de materiais para atingirem seus objetivos, que podem 
ser classificados como custos ou despesas, é momento do reconhecimento das contas 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
29 
 
de resultado que o princípio da competência é mais exigido. 
A prudência trabalha com as condições de não antecipação de cenários 
positivos que poderá não se concretizar, e sempre que possível evidencia perdas 
eminentes. 
A Oportunidade trata da tempestividade e integridade dos registros a fim de 
gerar informação relevante e válida a seus usuários. Considere que a informação tem 
prazo de validade para ser relevante, principalmente no processo de tomada de 
decisão. 
 2.2 Plano de Contas 
As contas contábeis que compõem o conjunto de bens, direitos e obrigações 
são organizadas por grau de liquidez, no ativo, e grau de exigibilidade no passivo. As 
contas que formam o resultado das entidades, são dispostas pelas origens, receitas, 
deduzidos em ordem vertical, seus custos e despesas até se chegar ao resultado. 
Nas entidades sem fins lucrativos, o resultado é tratado com déficit ou superávit. 
Para melhor definir a ordem de apresentação das contas contábeis, o plano de 
contas é um instrumento que favorece a padronização das contas, serve como um 
guia. Na sequência veremos um quadro, que elenca as principais contas contábeis 
passíveis de utilização no Balanço Patrimonial. 
Chamamos a atenção que mesmo objetivando a padronização das contas, os 
planos, não são instrumentos imutáveis,e sua utilização permite a customização a fim 
de atender necessidades por informações específicas. 
 
Quadro 5: Plano de Contas Patrimoniais - Ativo e Passivo 
ATIVO Reúne as aplicações de recursos em bens e direitos da organização. 
Ativo Circulante Bens e direitos conversíveis no curso do exercício social subsequente à 
data do balanço patrimonial. 
Disponibilidades Recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da 
organização. 
Recursos vinculados. Nesse caso, devem ser contabilizados em contas 
separadas. 
Valores a Receber São créditos junto a terceiros, oriundos de negócios realizados com 
organização, valores mobiliários e outros direitos como aluguéis a 
receber, dividendos a receber, entre outros. 
È prudente provisionar expectativas de não recebimentos. Nesse caso, a 
provisão (conta redutora) levaria a um valor líquido provável de 
realização. 
Adiantamentos Adiantamentos aos funcionários (salários, férias, 13.º salário) 
adiantamentos de viagens, a fornecedores e outros. Nesse grupo 
estariam reunidos os valores a receber e/ou descontar de pagamentos 
futuros. 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
30 
 
Estoques Nesse grupo são registrados os recursos relativos aos bens adquiridos ou 
produzidos, com objetivo de vendas ou consumo interno, embora as 
ESFL também possam produzir e comercializar, nessas entidades é mais 
comum registros de bens utilizados no consumo interno (almoxarifado), 
bens recebidos em forma de doações para futura distribuição, 
mercadorias e produtos em consignação. 
Impostos e 
Contribuições a 
Recuperar 
Havendo comercialização de produtos, por exemplo, a “regras” para as 
ESFL são as mesmas válidas para as empresas. Nesse caso, devem ser 
registrados nesse grupo os valores pagos no ato da compra (ou retidos 
em função de outros pagamentos) e que poderão ser compensados em 
algum momento, no futuro. 
Despesas a 
Apropriar 
Registra-se nesse grupo o valor contratado e, mensalmente, contabiliza-
se nas contas de resultado (despesas) a fração correspondente. 
Ativo Não 
Circulante 
São bens e direitos que servem para: produzir renda para a organização 
(investimentos); ser utilizados nas atividades operacionais normais da 
entidade (imobilizado) ou valores intangíveis como a marca. 
Ativo Realizável a 
Longo Prazo 
Registra-se os valores relativos aos itens incluídos no circulante, cujos 
prazos esperados de realização situem-se após o término do exercício 
social subsequente à data do balanço patrimonial. 
Investimentos Bens e direitos utilizados na consecução das atividades-fim da 
organização. Nas ESFL os casos mais comuns são os imóveis alugados 
(para renda) e as aplicações (ações ou quotas) em empresas, cuja 
finalidade é gerar renda para a entidade. 
Imobilizado Bens e direitos utilizados na consecução das atividades-fins da 
organização, como, por exemplo, os imóveis, veículos, móveis e 
utensílios, equipamentos etc. 
Intangível Registra-se os valores em direitos imateriais da entidade, comomarcas, 
direitos autorais, patentes, entre outros. 
PASSIVO O passivo representa, em linhas gerais, as obrigações para com 
terceiros. São as dívidas da organização tanto de curto como de longo 
prazo. 
Circulante São registrados os valores devidos a terceiros que vencem a curto prazo. 
O passivo circulante tem equivalência como ativo circulante em termos de 
classificação, ou seja, aqui classificam-se as obrigações e os encargos 
estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados situem-se no curso 
do exercício social subseqüente à data do balanço patrimonial. 
Obrigações com 
Instituições 
Financeiras e de 
Créditos 
As ESFL, assim como as empresas, também podem contrair dívidas no 
mercado financeiro, como empréstimos e financiamentos. Assim, neste 
grupo são registradas essas dívidas, desde que vencíveis no curso do 
exercício seguinte. 
Fornecedores São registradas aqui as compras a prazo vinculadas ao fornecimento de 
bens e serviços para a entidade. 
Obrigações 
Empregatícias 
São compromissos com empregados (funcionários) da entidade, 
previstos na legislação trabalhista e em acordos coletivos como, por 
exemplo, salários, adicional por tempo de serviço, horas extras, adicional 
de insalubridade, repouso semanal remunerado, férias, 13.º salário etc. 
Obrigações Fiscais, 
Previdenciárias e 
Tributárias 
São registradas nesse grupo as obrigações para o Estado. Em função da 
existência de trabalho remunerado, comercialização de mercadorias e 
produtos, prestação de serviços remunerados entre outros. Neste grupo 
podem ser contabilizados também os valores retidos (em folha de 
pagamento, de clientes, fornecedores) por exigência legal, cabendo à 
organização a responsabilidade pelos respectivos recolhimentos. 
Provisões Pelo Principio Contábil de Competência, a entidade deve provisionar 
pagamentos futuros, em função de despesas já incorridas, mesmo que 
 
 
 
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31 
 
não tenham data fixa de pagamentos ou mesmo que seus valores não 
sejam exatamente conhecidos. São normalmente encargos e riscos, 
conhecidos e calculáveis, mesmo que por estimativa. São exemplos 
típicos nas ESFL: provisões para férias, 13.º salário, encargos sociais 
sobre provisões etc. 
Contratos, 
Convênios e 
Termos de 
Parcerias 
É comum e pertinente às ESFL a celebração de convênios, contratos ou 
termos de parceria para consecução de projetos específicos, vinculados 
às atividades da entidade. Nesses casos, os recursos recebidos 
(vinculados ao projeto) constituem-se verdadeiras “dívidas”, enquanto os 
projetos não forem executados. Assim, neste grupo, registra-se a “dívida” 
pelo valor recebido e, à medida que os recursos tiverem sido 
consumidos, “baixa-se” o valor da dívida (contabilmente, uma conta 
devedora denominada de “recursos aplicados no projeto”). 
Antecipações de 
Receita 
Eventualmente, a entidade pode receber receitas que seriam devidas, 
pelo regime de competência, a exercícios futuros. Nesse caso, a 
contabilização mais adequada é nesse grupo. 
Outras contas a 
Pagar 
Não é recomendável a utilização de grupos e/ou contas genéricas 
(“contas diversas”, “outros valores”) com montantes significativos, o que 
dificultaria a análise de composição das dívidas por parte de usuários 
externos, principalmente. Assim, neste grupo, são contabilizadas as 
dívidas, normalmente de menor relevância, não enquadradas nos grupos 
anteriores como, por exemplo, contas de água, luz, telefone, aluguel. 
Exigível a Longo 
Prazo 
São dividas conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos 
contratados ou esperados situe-se após o término do exercício social 
subsequente à data do balanço patrimonial. 
Receitas Diferidas Essa conta será utilizada para as contrapartidas de recebimento de 
subvenções governamentais 
Fonte: Adaptado de Olak e Nascimento p(2010, p. 87-89) Incluindo as Modificações exigidas 
pela Resolução do CFC 1409/2012. 
 
Entre as contas que compõe o passivo destaca-se a criação da conta Receitas 
Diferidas no Passivo, essa surge para atender a Resolução 1409/2012, na situação 
em que: 
Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento no 
resultado, a contrapartida da subvenção, de contribuição para custeio 
e investimento, bem como de isenção e incentivo fiscal registrados no 
ativo, deve ser em conta específica do passivo. 
 
É preciso destacar as contas do Patrimônio Social, dadas especificidades que 
compreendem esse grupo de contas. 
 
Quadro 6: Plano de Contas Patrimoniais - Patrimônio Líquido 
Patrimônio Líquido Por patrimônio liquido entende-se a diferença entre os valores ativos 
(bens e direitos) e passivos (obrigações). Essa equação, aliás, é comum 
tanto para as entidades com fins lucrativos (empresas)ou sem fins 
lucrativos. A expressão “social” melhor designa a quem realmente 
“pertence” o patrimônio, ou seja, à sociedade (sentido lato). 
Patrimônio Social Este grupo representa, em linhas gerais e de forma simplificada, o 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
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“investimento” inicial dos associados fundadores (fundo quota-parte ou 
equivalente), mais os resultados líquidos (superávits e déficits) a esse 
incorporado ao longo dos anos. 
Outras Reservas A entidade pode, por deliberação social e prevista em orçamento, 
designar parte dos superávits não vinculados, para a formação de fundos 
específicos, para atender a necessidades pontuais futuras. Por exemplo, 
designar certo percentual do superávit de cada exercício para 
constituição 
de um fundo para modernização dos equipamentos. Nas empresas, é 
comum a constituição de reservas de lucros (legais, estatutárias, para 
contingências, para expansão etc.), formadas a partir do lucro liquido do 
exercício. 
Ajustes de 
avaliação 
patrimonial 
Registram-se, nesse grupo, as contrapartidas dos ajustes decorrentes de 
avaliações patrimoniais feitas em ativos da organização. Opcionalmente, 
os acréscimos contabilizados no ativo em função de novas avaliações. O 
registro segregado é importante para fins de controle e transparência das 
informações, sabendo, também, que isso é evidenciado na 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido Social, no ano em 
que ocorreram as atualizações. 
Superávits e 
Déficits Acumulados 
Os superávits e déficits acumulados em exercícios anteriores são 
acumulados neste grupo, enquanto não transferidos para o grupo “ Fundo 
Patrimonial”. 
Fonte: Adaptado de Olak e Nascimento p (2010, p. 87 - 89) Incluindo as Modificações exigidas 
pela Resolução do CFC 1409/2012. 
 
O Patrimônio Líquido nas entidades com fins lucrativos é a parcela líquida da 
empresa que pertence aos acionistas, como vimos é a diferença entre as contas do 
Ativo e das contas do Passivo. Caso a empresa encerre suas atividades o saldos do 
grupo do Patrimônio Líquido serão destinados aos seus acionistas. 
Nas entidades sem fins lucrativos o objetivo dessas é atender a sociedade, 
cumprindo um papel importante na área social, por este fato para haver uma 
diferenciação entre entidades com fins lucrativos e as e as entidades sem fins lucrativo 
foi incluído o termo “social” na nomenclatura do Patrimônio Líquido, a nova 
nomenclatura será Patrimônio Líquido Social, pois o resultado patrimonial da entidade 
não pertence aos seus associados fundadores, mas sim à sociedade. 
Este termo tem como finalidade apresentar a quem é destinado à entidade, ou 
seja, a sociedade. Isso fica evidente quando ocorre o encerramento das atividades das 
entidades sem fins lucrativos, e que o patrimônio é revertido para os associados 
fundadores, já o resultado das entidades sem fins lucrativos, são destinados a 
entidades sem fins lucrativos que possuem objeto social semelhante. 
As contas patrimoniais que sofreram maiores alterações por conta da 
Resolução do CFC 1409/2012, encontram-se no Patrimônio Social, anteriormente, as 
doações e subvenções patrimoniais, como exemplo: o recebimento de uma instalação 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
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ou terreno, era contabilizado no ativo e sua contrapartida encontrava-se no Patrimônio 
Social, em virtude da convergência às normas internacionais, essa não permite o 
reconhecimento das subvenções diretamente ao Patrimônio Social. 
Ao se tratar do Plano de contas aplicado ao resultado das entidades do 
Terceiro Setor, primeiramente vamos resgatar alguns conceitos. Consideramos contas 
de resultado, as receitas, custos e despesas da entidade. Todas essas são resultantes 
da execução das atividades operacionais da empresa, esse conceito também se aplica 
às Entidades do Terceiro Setor e devem ser reconhecidos à luz do princípio da 
competência. 
As receitas, se originam se originam das atividades de venda de produtos ou 
serviços, geralmente tem natureza operacional, os custos compreendem todos os 
gastos que envolvem a produção desses produtos ou serviços, de forma direta ou 
indireta, e as despesas são os gastos ligados ao processo de obtenção das receitas, 
mas que não tem ligação com a produção e sim com a comercialização, e 
funcionamento da empresa. 
Do confronto entre receitas, custos e despesas, o resultado poderá ser 
superávit ou déficit. 
Assim, como no Balanço Patrimonial, as contas que elencam a Demonstração 
do Superávit ou Déficit do Exercício, também obedecem a uma ordem, são dispostas 
verticalmente de forma dedutiva, ou seja, a partir das receitas, subtraem-se os custos 
e despesas até a obtenção do resultado final. 
No quadro a seguir podemos visualizar como ficam essas contas. 
 
Quadro 6: Plano de Contas de Resultado 
RECEITAS Constituem-se receitas nas ESFL subvenções, doações, contribuições, 
vendas de bens e serviços, financeiras, patrimoniais, investimentos, de 
capital, dentre outras, necessárias para a manutenção e crescimento das 
atividades da organização. 
Subvenções, 
Doações e 
Contribuições 
São, normalmente, as principais fontes de recursos, sem as quais essas 
entidades dificilmente teriam condições de sobrevivência. 
Subvenções Compreendem as transferências (ou promessas de transferências) de 
recursos, derivadas da lei orçamentária e concedidas por órgãos do setor 
público, ou mesmo por outras organizações privadas, com o objetivo de 
cobrir despesas com a manutenção e o custeio destas, caracterizadas ou 
não pela contraprestação de bens e serviços da beneficiária dos 
recursos. 
Doações Doações são transferências (ou promessas de transferências) gratuitas, 
em caráter definitivo, de recursos financeiros ou do direito de propriedade 
de bens móveis e imóveis, com as finalidades de custeio, sem 
contrapartida do beneficiário dos recursos. 
 
 
 
Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
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Contribuições Compreendem as transferências derivadas da lei orçamentária e 
concedidas por entes governamentais, destinadas à aplicação em custeio 
e manutenção destes. 
Vendas de Bens e 
Serviços 
Nada impede que as ESFL também promovam a venda de bens 
(mercadorias e produtos) e serviços. Nesse caso, “equiparam-se” às 
empresas, no que diz respeito ao trato contábil (fluxos de registro). 
Despesas 
Tributárias das 
Vendas 
Havendo vendas de bens e serviços, essas entidades estão sujeitas ao 
pagamento de tributos como se empresas fossem. Assim, são registrados 
neste grupo os impostos devidos, conforme legislação. 
Custo das Vendas 
De Bens e Serviços 
Custo relacionados com as unidades (produtos, mercadorias e serviços) 
vendidas no período, observando o Principio Contábil da Competência. 
Receitas 
Financeiras 
São registradas neste grupo as receitas oriundas de aplicações 
financeiras em função de excedente de caixa, bem como outras receitas 
dessa natureza, relacionadas, por exemplo, com recebimento em atraso 
(multas e juros). 
Receitas 
Patrimoniais e de 
Investimentos 
Receitas oriundas de investimentos em títulos e valores mobiliários, 
aluguéis e arrendamentos etc. 
Receitas de Capital Neste grupo são registradas as receitas das vendas de bens patrimoniais 
e os respectivos custos correspondentes, evidenciando os ganhos (ou 
perdas) nessas operações. 
Receitas de 
Projetos e Eventos 
É muito comum nessas organizações a realização de projetos e eventos, 
normalmente por um período determinado. Nesse caso, primando pela 
transparência na divulgação das informações geradas pela contabilidade, 
é prudente e recomendável que se contabilizem as receitas (evento por 
evento, projeto por projeto) em contas especificas e, por dedução

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