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SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO – MFP e PERDAS AULA 3 PROFª: MARIANE SOUZA SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO Objetivo: eliminação total dos desperdícios e, assim, redução dos custos e aumento dos lucros; Pilares: Jidoka (autonomação); Just-in-time; Desperdícios (perdas) na produção Produção = Trabalho + Desperdícios Desperdícios (perdas) na produção Objetivo Produção = Trabalho Crise do Petróleo 1973 > OFERTA GLOBAL C = P - L DEMANDA Princípio do não custo (busca pela eliminação das perdas) Tradicionalmente, define-se o preço a partir do custo, somando-se o lucro desejado (o cliente deve pagar pelas ineficiências do processo): Preço = Custo + Lucro Entretanto, em um mercado competitivo, o preço é definido pelo cliente, e a equação deve ser substituída por: Lucro = Preço – Custo Somente com a eliminação das perdas é possível ter lucro em um mercado competitivo. Sistema Toyota de Produção Quebra de paradigma no STP Separação homem-máquina (Autonomação); Taylor/Ford: “um homem/um posto/uma tarefa”; Nova abordagem na compreensão dos sistemas produtivos: Mecanismo da Função Produção (MFP), com foco na melhoria do processo; Taylor/Ford: foco na melhoria da operação; Mecanismo da Função Produção Auxilia no entendimento do funcionamento de um sistema produtivo em geral; Mais especificamente, é fundamental na compreensão do Sistema Toyota de Produção. Visão tradicional de processo Mecanismo da Função Produção Produção é uma rede de processos e operações; Processo: fluxo de materiais no tempo e no espaço, é a transformação da matéria prima do início ao final da produção; Operação: fluxo do sujeito de trabalho (pessoas ou máquinas) no tempo e no espaço, refere-se aos diferentes estágios nos quais trabalhadores e/ou máquinas encontram-se ao longo da jornada de trabalho. Elementos do Processo Elementos do Processo Mecanismo da Função Produção Elementos das Operações Operação principal: atividades diretamente ligadas a fabricação/processamento em si, inspeção, transporte e espera. Pode ser subdividida em: Operações essenciais: ações que executam essencialmente a operação principal (processamento, inspeção, transporte e estocagem); Operações auxiliares: ações que se encontram imediatamente antes e imediatamente depois das operações essenciais Elementos das Operações – Exemplos Operações de ajuste (setup): Troca de matrizes e operações de limpeza do equipamento. Operação principal: Operações essenciais: usinagem de um produto, medição da qualidade, movimentação de material; Operações auxiliares: colocar peça na máquina, carregar a empilhadeira, colocar produtos na prateleira. Operações Essenciais Constituem-se na execução dos processos de produção em si. Encontram-se homens, mas máquinas e dispositivos (sujeito do trabalho) e os materiais (objeto do trabalho), Operação essencial de processamento: constitui-se na fabricação e montagem dos produtos; Operação essencial de inspeção: constitui-se na observação no local de trabalho (chão de fábrica) da qualidade dos produtos; Operação essencial de transporte: constitui-se na mudança de posição dos produtos dentro do local de trabalho; Operação essencial de estocagem: refere-se a estocagem de produtos em prateleiras, armários, pastas , documentos, etc. Operações Auxiliares Operação auxiliar de processamento: alimentação e desalimentação das máquinas e linha de montagem. Operação auxiliar de inspeção: atividades que precedem e sucedem à operação principal de inspeção. Exemplo: Manipulação de instrumentos, equipamentos visando a efetivação da inspeção. Operação auxiliar de transporte: carregamento que precedem o transporte efetivo em si. Operação auxiliar de estocagem: atividades de colocação e retirada dos produtos dos locais específicos de estocagem, tais como: preparação das prateleiras. Elementos das Operações Folgas: tempo onde os recursos produtivos não estão realizando operações de preparação ou operações principais. Folgas não ligadas ao pessoal: decorrem de operações irregulares (não são repetidas regularmente). Estas podem ser: ◦ Folga na operação: decorrentes diretamente da operação; ◦ Folga entre operações: comum a diversas operações ou entre operações; Folgas ligadas ao pessoal: ligadas diretamente às pessoas e não às máquinas: ◦ Folgas por fadiga: necessidade de recuperação de fadiga física ou mental; ◦ Folgas físicas ou higiênicas: relacionadas à satisfação de necessidade fisiológicas. Elementos das Operações – Exemplos Folgas: Folgas não ligadas ao pessoal: Folga na operação: lubrificação, manutenção, etc; Folga entre operações: espera pelo suprimento de materiais e falta de energia; Folgas ligadas ao pessoal: Folgas por fadiga: pausa por esforço físico excessivo; Folgas físicas ou higiênicas: tomar água e ir ao banheiro. Análise de um processo Análise de uma operação 1. O operador P1 transporta um lote de matéria-prima A, até a máquina M1 em sua área de trabalho; 2. Prepara a máquina M1 para o processamento do lote; 3. Apanha uma das peças armazenadas no container próximo a máquina; 4. Fixa a peça na máquina; 5. Aciona a partida da máquina; 6. Aguarda o final do processamento; 7. Retira a peça da máquina; 8. Armazena a peça processada em outro container; 9. Interrompe a produção e dirige-se ao lavatório; 10. Na volta, transporta o container de peças já processadas até as proximidades da máquina M2; ... Mecanismo da Função Produção Processo não é um conjunto de atividades menores (“operações”); Pelo MFP percebe-se claramente que nem sempre a melhoria nas operações resulta numa melhoria no processo (a visão tradicional induz a esse raciocínio); Na melhoria do sistema produtivo deve-se priorizar as melhorias no processo. DUVÍDAS??? Desperdícios/Perdas Somente pela eliminação das perdas uma empresa pode ter lucros; 7 Perdas: 1) Perda por superprodução (quantidade ou antecipação); 2) Perda por espera; 3) Perda por transporte; 4) Perda no processamento em si; 5) Perda por estoque; 6) Perda por desperdício de movimentos; 7) Perda por produtos defeituosos. 1. Perdas por Superprodução Perda por produzir demais (superprodução por quantidade) Uma fábrica pretende vender 500 peças de um dado produto. Portanto, fabricou 550 peças. Após a produção obteve-se apenas 30 peças defeituosas, assim, foram deixadas 20 peças desnecessariamente em estoque. Perdas por Superprodução Perda por produzir antecipadamente (superprodução por antecipação) É a perda decorrente de uma produção realizada antes do momento necessário, ou seja, as peças/produtos fabricadas ficarão estocadas aguardando a ocasião de serem consumidas ou processadas por etapas posteriores. Esta é a perda mais perseguida no Sistema Toyota de Produção Uma fábrica deve entregar um lote de 80 peças de um dado produto no dia 10 de dezembro. Caso este itens sejam produzidos no dia 05 de dezembro, 80 peças ficarão em estoque por cinco dias desnecessariamente. 2. Perda por espera O desperdício com o tempo de espera consiste de um intervalo de tempo no qual nenhum processamento, transporte ou inspeção é executado. Para os materiais é a própria perda por estoque; Está associada ao custo da não utilização dos trabalhadores e equipamentos. 3. Perda por transporte O transporte é uma atividade que não agrega valor, e como tal, pode ser encarado como perda que deve ser minimizada. A otimização do transporte é, no limite, a sua completa eliminação. A eliminação ou redução do transporte deve ser encarada como uma das prioridades no esforço de reduçãode custos. 3. Perda por transporte As melhorias mais significativas são aquelas aplicadas ao processo de transporte, obtidas através de alterações de layout que eliminem as movimentações de material. Somente após esgotadas as possibilidades de melhorias no processo é que, então, as melhorias nas operações de transporte são introduzidas. É o caso da aplicação de esteiras, transportadores aéreos, braços mecânicos, talhas, pontes rolantes, etc. 4. Perda no processamento em si São parcelas do processamento que poderiam ser eliminadas sem afetar as características e funções básicas do produto/serviço. A utilização de técnicas de Engenharia de Valor na determinação das características e funções do produto/serviço e dos métodos de fabricação a serem empregados, é recomendável como forma racional de otimizar o processamento. 4. Perda no processamento em si 4. Perda no processamento em si 5. Perda por estoque É a perda sob a forma de estoque de matéria-prima, material em processamento e produto acabado. Uma barreira para o ataque às perdas por estoque é a “vantagem” que os estoques proporcionam de aliviar problemas de sincronia entre os processos. No ocidente, os estoques são vistos como um “mal necessário”. O STP utiliza a estratégia de diminuição gradativa dos estoques intermediários como uma forma de identificar outros problemas no sistema, escondidos por trás dos estoques. 5. Perda por estoque Custos de oportunidade Dinheiro aplicado em estoques poderia estar investido no mercado financeiro Custos de estocagem e manuseio Aluguel de espaço e contratar terceiros para gerenciar movimento de materiais Custos de oportunidade também incidem aí Impostos, seguros, obsolescência e deterioração Impostos e seguros proporcionais ao volume de estoques Obsolescência alta em setores como vestuário e informática Deterioração alta em setores como alimentação e farmacêuticos 6. Perdas por desperdício de movimentos Relacionam-se aos movimentos desnecessários realizados pelos operadores na execução de uma operação. Podem ser eliminadas através de melhorias baseadas no estudo de tempos e movimentos. Vale alertar que a introdução de melhorias nas operações via mecanização é recomendada somente após terem sido esgotadas todas as possibilidades de melhorias na movimentação do operário e eventuais mudanças nas rotinas das operações. 7. Perda por fabricação de produtos defeituosos São o resultado da geração de produtos que apresentem alguma característica de qualidade fora de uma especificação ou padrão estabelecido e que por esta razão não satisfaçam a requisitos de uso. É a mais visível, pois os sinais se evidenciam no objeto de produção, trazendo como consequências o retrabalho e eventual sucateamento. 7. Perda por fabricação de produtos defeituosos Grande impacto negativo no cliente interno e externo: prazo, preço, qualidade. A circulação de produtos defeituosos é capaz de gerar perdas por espera, por transporte, por movimentação, por estoque e outras. DÚVIDAS?? Atividades Extra Classe Capítulo 3 do livro: WOMACK, J.; JONES, D; ROOS, D. A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MFP Capítulo 3 do livro: ANTUNES, J.; et al. Sistemas de produção - Conceitos e Práticas para Projeto e Gestão da Produção Enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. Perdas Pág. 225 a 228, SHINGO, S., O Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre, Bookman, 1996.
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