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INT. AO DIREITO 10ª AULA

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AULA 10
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
1. TEORIA DOS DIREITOS HUMANOS
A teoria dos direitos humanos surgiu na década de 40 do século passado, como uma evolução da teoria do direito natural. A teoria dos direitos humanos é uma versão modernizada do jusnaturalismo tendo a seu favor a garantia da positividade, pois está expressa em Resolução da ONU , instituição internacional que congrega todos os países, sendo depois encampada e desenvolvida por vários tratados internacionais.
Por causa disso, os direitos humanos estão disciplinados em textos de direito positivo que não podem ser contestados. Aliás, as ofensas aos diretos humanos não estão sujeitas à prescrição. 
Os direitos humanos surgiram em face da prática de barbaridades praticadas por governos despóticos ou por estratégias de guerra mal conduzidas por generais que não respeitavam populações civis e nem prisioneiros de guerra. Esses horrores da segunda guerra mundial culminaram com o lançamento da bomba atômica.
A discussão sobre os crimes contra a humanidade, sua enumeração, fundamentação e hierarquia começou em Paris no ano de 1947, por uma comissão de notáveis composta por filósofos, religiosos, diplomatas, professores, juristas. Ao mesmo tempo, também em Paris, reuniu-se o Conselho Econômico e Social da ONU para elaborar um projeto de Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Da primeira Comissão surgiu um texto com o pensamento de grandes intelectuais a respeito dos direitos humanos, da segunda comissão surgiu o projeto de Resolução. Essa resolução não se constitui apenas numa barreira ao despotismo político, como a Magna Carta Inglesa; ou ao feudalismo, aos privilégios da aristocracia e ao absolutismo político, como a Decretação da Revolução Francesa; ou então, aos privilégios do colonizador e do governo, como a Declaração de Independência norte-americana, ou ao capitalismo, como a Revolução Russa.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, tem como fim a ser obstáculo às perseguições políticas, à tortura, aos seqüestros e assassinatos políticos, independente de nacionalidade, sexo, religião, ou raça das vítimas. E assim é porque esses direitos não são outorgados, reconhecidos e nem declarados por país algum. Na verdade, são direitos absolutos, principalmente o direito à vida e à liberdade, decorrentes do fato de os seus titulares serem pessoas humanas, dotadas de vontade, de linguagem simbólica e articulada, de responsabilidade e de liberdade, com capacidade de criar culturas e civilizações, de produzir, de pensar e de educar e, de acima de tudo, ter consciência de seu ser e de seu valor.”� Violar esses direitos constitui crime contra a humanidade. O caso Pinochet, ex-presidente do Chile, preso em Londres, para ser julgado em Espanha, é emblemático.
Atualmente existe um Tribunal Penal Internacional para julgar os crimes contra a Humanidade, mas infelizmente os EUA e a CHINA não aderiram.
Depois da queda do muro de Berlim há quem sustente que onde houver ofensa aos direitos humanos devem as potências intervir. O caso de Kosovo é o caso mais recente. Ali a OTAN – organização militar internacional - interveio para conter abusos contra os direitos humanos.
2. ORDEM JURÍDICA
Ordem jurídica é o mesmo que ordenamento jurídico. Em outras palavras, “é o complexo de normas jurídicas (escritas ou consuetudinárias, jurisprudência, tratados internacionais, princípios gerais de direito, etc.), vigentes em dado momento histórico, numa sociedade determinada, garantido coercitivamente por sanções eficazes, que garantem a cada um o que é seu e o que pode fazer”. �
A noção de ordem jurídica, porém não abrange só a norma jurídica. De fato, também compreende órgãos e autoridade que dão eficácia ao ordenamento e garantem a ordem pública, a paz social e internacional, a segurança social e individual, bem como as atividades política, religiosa, profissional, econômica, etc.
Podemos dizer, ainda, que a ordem jurídica é uma forma de ordem social, e neste sentido com significado mais a abrangente, pois é integrada por todos os controles sociais, como a regra de direito, a regra moral a educação, etc.
3. O LÍCITO E O ILÍCITO JURÍDICOS
O lícito jurídico abrange não só o que é permitido pelo direito e também pelo que é indiferente ao direito. O que não é juridicamente proibido é lícito.
O direito impõe regras de conduta, impondo, proibindo ou facultando. Em caso de proibição ou de imposição o indivíduo não tem liberdade para se escusar de atender à lei.Nesse caso, só serve a obediência sob pena de o infrator sofrer sanções.
No caso de a lei permitir, tolerar ou facultar determinada conduta vigora a vontade individual, no sentido de poder o indivíduo fazer o que bem entender desde que não cause prejuízo a terceiro, não exponha outrem a perigo ou não o impeça de exercer os seus direitos. Também não pode não atentar contra os bons costumes ou contra a ordem pública.
Lembremos que no caso de autoridade pública não existe a mesma liberdade. Realmente, a autoridade pública só pode praticar os atos expressamente previstos na lei.
Quanto ao ilícito jurídico podemos afirmar que é tudo aquilo contrário ao prescrito ou ao expressamente proibido pelo direito. O ilícito é toda a ação ou omissão contrária à norma proibitiva. Podemos falar em ilícito penal, se a transgressão é da lei penal, e ilícito civil por inobservância de dever legal ou contratual.
O antijurídico é a condição da coerção jurídica. Em outras palavras, o Estado pune quem descumpre a norma, com penalidades que podem ser de restrição à liberdade, de direito e multas.
4. VALIDADE DO DIREITO
A validade do direito pode ser examinada no sentido científico e no sentido filosófico.
No sentido científico direito válido é aquele emanado da autoridade competente para legislar, isto é, da autoridade que o prescrever. 
A competência para legislar, por sua vez, pode ser originária ou derivada. No primeiro caso, quando decorre diretamente de uma Constituinte. No segundo caso, quando é estabelecido conforme as normas constitucionais reguladoras de sua produção.
Mas para que o direito seja válido não basta esta conformidade formal com a Constituição também é necessário a validade material, isto é, o direito deve ser compatível com a tábua de valores da Constituição. Se assim não for é lei (direito) inconstitucional nos termos da declaração do Poder Judiciário.
No sentido filosófico é mais difícil conceituar o direito válido, pois existem várias teorias para defini-lo.
Para Kelsen a validade de uma norma é dada por outra norma de caráter superior. Assim, a Constituição é que dá validade à lei se esta estiver de conformidade com ela ou se formulada segundo as suas prescrições; também dá validade ao regulamento, à sentença do juiz e negócios jurídicos. Esta teoria, todavia, não explica a validade da norma fundamental ou superior.
Teorias sociológicas. A primeira diz que a validade decorre do poder efetivo que uma autoridade tem originariamente para formular normas jurídicas ( p. ex. o ditador); a segunda, que a validade do direito vem do correspondente reconhecimento da norma pela maioria dos seus destinatários; a terceira, afirma que a validade do direito depende da correspondência efetiva do comportamento das pessoas aos padrões jurídicos vigentes. Estas teorias são falhas por confundirem fato da criação ou de legitimação do direito com a validade do direito.
Paulo Gusmão entende que do ponto de vista filosófico, o direito é válido se corresponder à justiça, às aspirações morais do povo e às reais necessidades sociais, bem como às suas finalidades, isto é, paz, ordem e segurança.�
� GUSMÃO, Paulo Dourado, op. cit, p. 56-57.
� GUSMÃO, op. cit. p.60.
� GUSMÃO, op. cit. 62;

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