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Ligação Covalente Estrutura da Matéria – Profa. Eliana Valle Ligação covalente • Forma-se através do compartilhamento de um par de elétrons por dois átomos, até que eles atinjam a configuração de gás nobre . • Forma-se entre elementos não metálicos (possuem E. I. altas, portanto, não tendem a perder elétrons). • Os átomos participantes da ligação são mantidos unidos através da interação eletrostática entre os dois elétrons e os dois núcleos. Dois átomos de hidrogênio separados, mostrando as atrações elétron- núcleo e as repulsões elétron-elétron e núcleo-núcleo. As atrações elétron-núcleo entre os dois átomos são praticamente nulas. Formação da ligação covalente: a otimização das atrações e repulsões faz com que os elétrons fiquem localizados entre os dois núcleos. Os núcleos são atraídos pelos dois elétrons. Energia potencial em função da distância inter-nuclear, durante a formação da ligação H-H, a partir de átomos de H isolados. Para visualizar isso, podemos ter como exemplo a formação da ligação H-H H + H H H→ fórmula eletrônica (pontos) H― H→ fórmula estrutural de Lewis (o par de elétrons da ligação é representado por um traço) H2 → fórmula molecular Formação da ligação covalente e representação da ligação covalente para a molécula de H2 Utilizando o conceito de valência: • elementos da família 7A tem valência 1 (em geral, compartilha 1 par de e-) • elementos da família 6A tem valência 2 (em geral, compartilha 2 pares de e-) • elementos da família 5A tem valência 3 (em geral, compartilha 3 pares de e-) • elementos da família 4A tem valência 4 (em geral,compartilha 4 pares de e-) hidrogênio tem valência 1 (em geral, compartilha 1 par de e-) Estruturas de Lewis para representar a ligação covalente • •• • •• H Cl par de elétrons não compartilhado (par de elétrons isolado) par de elétrons compartilhado (par de elétrons da ligação) Elétrons de valência podem ser de dois tipos: • Par de elétrons compartilhados (par de elétrons da ligação); • Par de elétrons não compartilhado (par de elétrons isolado). Vejamos agora algumas aplicações da regra do octeto: i) Ligação covalente simples: formada pelo compartilhamento de apenas um par de elétrons entre dois átomos Ex.: H2, HCl, H2O, CH4 H2O : Oxigênio tem valência 2, forma 2 ligações covalentes Estrutura eletrônica (de pontos) e estrutura de Lewis do CH4. Há 4 pares de elétrons compartilhados e nenhum par de elétrons isolado CH4 : Como Carbono tem valência 4, forma 4 ligações covalentes O HH Estrutura de Lewis da H2O Há dois pares de elétrons compartilhados e dois pares de elétrons isolados b) Ligação tripla: formada pelo compartilhamento de três pares de elétrons Ex.: N2 estrutura eletrônica de pontos N N ligação tripla ii) Ligação covalente múltipla: formada pelo compartilhamento de mais de um par de elétrons. a) Ligação dupla: formada pelo compartilhamento de dois pares de elétrons Ex.: CO2 estrutura eletrônica de pontos C OO estrutura de Lewis C OO N N estrutura de Lewis ligações dupla C O Uma ligação covalente coordenada: par de elétrons provém do oxigênio Estrutura de Lewis Estrutura eletrônica de pontos Ligação covalente coordenada: Formada quando o par de elétrons é fornecido por um dos átomos, porém, este par é compartilhado igualmente pelos dois átomos que participam da ligação. Ex.: CO C O •• •• Exceções à regra do octeto: alguns elementos podem compartilhar elétrons de modo que o número de elétrons na camada de valência não segue a regra do octeto. Compostos com átomos que ficam com menos do que 8 elétrons na camada de valência: i) Hidrogênio Só acomoda no máximo dois elétrons na C. V., por isso, só compartilha no máximo 2 elétrons com outro átomo ii) Berílio Be atômico tem 2 elétrons na C. V., só forma 2 ligações covalentes, portanto, tem dois pares de elétrons ao seu redor. Ex.: BeCl2 iii) Boro Boro atômico tem 3 elétrons na C. V., forma 3 ligações covalentes, origina 3 pares de elétrons, i. e., fica com 6 elétrons na C. V. Ex.: BF3 B FF F B FF F Como é uma espécie deficiente em elétrons, tem tendência a receber elétrons para completar o octeto. O boro pode completar seu octeto se outro átomo ou íon com par isolado de elétrons fornecer um par de elétrons, formando uma ligação covalente coordenada. BF3 + F -→ BF4 - (ânion tetrafluorborato) + F Haletos de alumínio também podem ter estruturas em que o alumínio está deficiente em elétrons. Até 178ºC, cloreto de alumínio existe como sólido, em que as ligações são iônicas, com certo caráter covalente. Entre 178oC e 200oC, cloreto de alumínio sublima, existe como dímero, Al2Cl6, em que um átomo de Cl de uma molécula de AlCl3 usa um par de elétrons isolado para formar uma ligação covalente coordenada com o átomo de uma molécula de AlCl3 vizinha. Pode existir no estado líquido, a pressão elevada. Acima de 200oC, há equilíbrio entre AlCl3 e Al2Cl6 no estado gasoso. O AlCl3 tem a mesma estrutura do BCl3 (está com o octeto incompleto). Al2Cl6: estrutura de Lewis Al2Cl6 : estrutura tridimensional iv) Alumínio Estruturas do cloreto de alumínio Compostos com átomos que ficam com mais do que 8 elétrons na camada de valência (camada expandida) Elementos não metálicos do terceiro período ou mais abaixo (por ex. Si, P, S) - têm orbitais d disponíveis - podem acomodar mais do que 4 pares de elétrons de valência (5, 6 e até 7 pares) A C. V. é expandida, sendo que os elétrons podem estar como pares isolados ou podem ser usados para formar ligações adicionais Além disso, um fator que determina quantos átomos poderão se ligar ao átomo central é o tamanho do átomo central: átomos grandes acomodam um no maior de átomos ao seu redor. Ex.: P é maior do que o N, o que explica a existência do composto PCl5, enquanto NCl5 é desconhecido. Elementos que podem expandir sua C. V. tem covalência variável, isto é, habilidade de formar compostos com diferentes números de ligações covalentes. Ex.: fósforo � fósforo reage com quantidade limitada de Cl2, formando PCl3, um líquido: P4(g) + 6Cl2(g) → 4 PCl3(l) � a reação acima, com excesso de Cl2, ou quando se reage PCl3 com Cl2 produz PCl5, um sólido amarelo-claro. PCl3(l) + Cl2(g)→ PCl5(s) Obs.: A regra do octeto é seguida estrutura do PCl3 Estruturas de Lewis do PCl5(s), que é formado pelos íons PCl4+ e PCl6- Observar que no PCl4+ não houve expansão da C.V., isto é, o P ficou com 8 elétrons na C. V. (há 4 pares de elétrons na C. V.), enquanto no PCl6-, houve expansão da C. V. para 12 elétrons (há 6 pares de elétrons na C.V.) . Estrutura de Lewis do PCl5(g) No PCl5 houve expansão da C. V., para 10 elétrons (são 5 pares de elétrons na C. V.). No estado sólido ele é um composto iônico formado de cátions PCl4+ e ânions PCl6- PCl5(s) sublima a 160oC formando PCl5(g) molecular. A expansão da C. V. pode explicar a formação de compostos contendo gases nobres! Ex.: XeF2 (obtido na forma de cristais a partir da reação de Xe e F2 gasosos, com incidência de luz solar) O Xe atômico tem 8 elétrons na C. V. No XeF2 há expansão da C. V., ficando o Xe com 10 elétrons na C. V. (5 pares de elétrons, sendo 2 pares compartilhados e 3 pares isolados). F FXe Outros elementos que também podem formar ligações com C. V. expandida: Si, Sn, As, S, Se, Cl, Br, I, etc. CH4: estrutura representada por pontos e estrutura de Lewis Estruturas de Lewis de espécies poliatômicas Escrever a estrutura de Lewis para uma molécula poliatômica simples. Ex.: CH4 Passos: 1) Contar os elétrons de valência disponíveis de todos os átomos da molécula C = 4, H = 1 x 4 = 4, total = 8 2) Arranjar os elétrons de forma que o carbonotenha um octeto e o hidrogênio tenha um dubleto. carbono forma 4 ligações covalentes, tem valência 4 Algumas informações e dicas importantes para escrever estruturas de Lewis: Um átomo terminal é aquele que está ligado a somente um átomo. Ex.: átomo de H no CH4 é terminal. Obs.: O átomo de H é quase sempre terminal. Exceções: boranos Um átomo central é aquele que tem pelo menos dois átomos ligados a ele. Ex.: O C no CH4 é o átomo central. escolher como átomo central o elemento com mais baixa E. I. (átomos com maiores E. I. têm maior tendência a manter seus elétrons como pares isolados) Arranjar os átomos simetricamente em torno do átomo central. Exceção à regra: N2O, que tem o arranjo assimétrico NNO. Ex.: SO2 A sequência dos átomos é OSO, não SOO Estruturas de Lewis de espécies poliatômicas Em fórmulas químicas simples, o átomo central é frequentemente escrito primeiro. Exceções: água (H2O) e H2S, em que os átomos centrais são o O e o S. Ex.: no OF2, o átomo central é o O e não o F. Nos oxiácidos (ácidos de fórmula HxAOy), onde A é um não metal, os átomos de hidrogênio ácidos estão ligados aos átomos de oxigênio, que por sua vez estão ligados ao átomo central. Ex.: HClO (ácido hipocloroso) H-O-Cl Qual é a sequência de átomos no H2SO4? Obs.: os dois H são ácidos. (HO)2SO2 Exemplo: HCN 1. Conte o número total de elétrons de valência em cada átomo. Para íons, deve-se somar a carga do íon, no caso de um ânion e subtrair a carga do íon, no caso de um cátion. Determine o no de pares de elétrons. HCN tem 1 + 4 + 5 = 10 elétrons de valência, então, são 5 pares de elétrons. 2. Escreva o provável arranjo dos átomos na molécula, usando padrões comuns e regras dadas anteriormente. Ex.: Para o HCN, o arranjo é HCN, porque o C tem a E. I. mais baixa. 3. Colocar um par de elétrons entre cada par de elétrons ligados. Para o HCN , usamos dois pares de elétrons para formar as ligações: H C N C NH Obs.: sobraram 6 elétrons que não foram usados: 2 do C e 4 do N C ficou com 6 elétrons e o N ficou com 6 elétrons na C. V. 4. Completar o octeto (ou dubleto no caso do H) de cada átomo, colocando os pares de elétrons remanescentes em torno dos átomos. Se necessário, forme ligações múltiplas. Para o HCN, verifica-se que tanto o N quanto o C ficaram com 6 elétrons na C. V. na etapa 3. Portanto, faltam 2 elétrons para completar a C. V. do N e do C formar mais duas ligações covalentes entre os dois átomos NCH H C N Verificar que o N e o C ficaram com o octeto completo Estrutura eletrônica de pontos e de Lewis do HCN Qual é a fórmula de Lewis do H2SO4? (a) (b) (c) S O O OO H H S O O OO H H S O O OO H H Obs.: Na estrutura b) há uma ligação coordenada S-O (em vermelho) e na estrutura c) há duas ligações coordenadas S-O Para descobrir qual das estruturas é que tem a maior contribuição, vamos fazer o cálculo da carga formal dos átomos da molécula Carga formal de um átomo é a carga que o átomo teria se a ligação fosse perfeitamente covalente, e cada átomo tivesse exatamente a metade dos elétrons compartilhados usados para formar as ligações . Quanto menor a carga formal dos átomos em uma certa estrutura, maior é a contribuição dessa estrutura para o híbrido de ressonância. Passos para atribuir a carga formal: 1. Um átomo possui um elétron de cada par de ligação preso a ele. 2. Um átomo possui completamente seus pares de elétrons isolados. 3. Conte o número de elétrons atribuídos a um átomo dessa forma e subtraia o resultado do número de elétrons de valência no átomo livre. Carga formal = V – (L + S/2) V = no. de elétrons de valência do átomo livre; L = no. de elétrons presentes como pares isolados; S = no. de elétrons compartilhados Obs.: a soma das cargas formais é igual à carga da espécie: para uma molécula neutra é igual a 0, para um íon é igual à carga do íon Estruturas de Lewis e cargas formais para os átomos S O O OO H H S O O OO H H (a) (b) (c) Portanto, estrutura que tem maior contribuição é a (a) Observar que é a única estrutura que não tem ligações coordenadas S O O OO H H 0 0 0 0 0 Cálculo das cargas formais para o H2SO4 para as estruturas (a), (b) e (c). V L S/2 L + S/2 V – (L + S/2) S em (a) 6 0 6 6 0 S em (b) 6 0 5 5 +1 S em (c) 6 0 4 4 +2 O em 6 4 2 6 0 O em 6 4 2 6 0 O em 6 6 1 7 -1 O O OH Outros exemplos de aplicação das cargas formais: i) o cálculo das cargas formais mostra que o CO2 tem a seqüência de átomos OCO e não COO, cargas formais para duas possíveis estruturas do CO2 ii) o monóxido de dinitrogênio tem a seqüência de átomos NNO e não NON cargas formais para duas possíveis estruturas do dióxido de nitrogênio Obs.: desenhar as estruturas mostrando as ligações por pontos e identificar as ligações coordenadas, para entender melhor as estruturas O = O - O O - O = O Ressonância O ozônio, O3, é um gás instável, que apresenta uma propriedade a princípio, estranha: as duas ligações oxigênio – oxigênio têm o mesmo comprimento (1,28 angstroms) Como explicar isso, se as duas estruturas de Lewis, abaixo, mostram que as duas ligações são diferentes (uma ligação é simples e a outra ligação é dupla)? Obs.: d (O-O) = 1,32 angstroms , d (O=O) = 1,21 angstroms Ressonância → presença de duas ou mais estruturas que diferem apenas no arranjo dos elétrons e que contribuem para a estrutura da molécula (ou íon). Explicação: A estrutura real é uma mistura (ou híbrido) de ressonância das várias estruturas de Lewis. No caso do O3, as duas estruturas são equivalentes, contribuindo igualmente para a estrutura da molécula. As ligações oxigênio- oxigênio são intermediárias entre uma ligação O-O e uma ligação O=O. Poderíamos pensar que uma estrutura se transforma na outra! Porém, na verdade, não existe esse movimento de elétrons, isto é, estas duas estruturas não estão se alternando. Há uma única estrutura que é uma mistura das duas. Os elétrons envolvidos em estruturas de ressonância são chamados de deslocalizados. Representação das estruturas híbridas de ressonância do O3: O = O – O ↔ O - O = O Outros exemplos de espécies em que ocorre ressonância: estruturas de ressonância do íon acetato (CH3CO2-) → íon nitrato (NO3-), Atkins, p. 192 (Ed. 2006 pg. 174) → SO3 → íon acetato (CH3CO2-) Quais as estruturas de ressonância dessa molécula? ATKINS&JONES, pg. 195 Resposta Íon Sulfato, SO42- Ex.: Faça a estrutura do SO42- e ache a estrutura mais estável Estruturas de ressonância do benzeno (estrutura de Kekulé) Devido à ressonância, as seis ligações C-C são idênticas, tendo um valor intermediário entre o de uma ligação simples e o de uma ligação dupla Estrutura híbrida de ressonância do benzeno O benzeno não sofre reações típicas de compostos de ligações duplas! → Benzeno Reações típicas de alcenos e de aromáticos Reação típica de Br2 com um alceno: reação de adição, formando um produto incolor. Radicais Radical Biradical Molécula com 1 elétron desemparelhado Molécula com 2 elétrons desemparelhados Hidroperóxido, HO2. Um birradical São geralmente muito reativos! Representado por um ponto na fórmula. ATKINS&JONES,2006 Antioxidantes – Ajudam o corpo a controlar a população de radicais livres Folhas da árvore Gingko Biloba Extratos desta planta são considerados como tendo propriedades anti-oxidantes Propriedades de ligações químicas A. Ordem de ligação B. Comprimento de ligação C.Força de ligação D. Eletronegatividade e polaridade de ligação E. Polarizabilidade e caráter covalente da ligação iônica Ligação duplaLigação dupla Ligação simplesLigação simples Ligação triplaLigação tripla 1 ligação: O. L. = 1 (ligação simples) 2 ligações: O. L. = 2 (ligação dupla) 3 ligações: O. L. = 3 (ligação tripla) acrilonitrila A. Ordem de ligação (O. L.): número de ligações entre um par de átomos tipodesseligaçõesdetotalNo ligaçãodetipocertoumemenvolvidoselétronsdeparesdeNoLO . . .. = Ordem de ligação é proporcional a duas importantes propriedades da ligação: (a) Força da ligação (b) Comprimento de ligação 745 kJ 414 kJ 112 pm143 pm H2CO (formaldeído) Obs.: ordem de ligação pode ter valor fracionário (ocorre em moléculas que têm estruturas de ressonância) NO2- (nitrito) estruturas de ressonância híbrido de ressonância O O O O N•• •• •• •• •• • • •• • • •• •• •• •• ••N O.L. = 3 pares de elétrons em ligações = 3/2 = 1,5 no de ligações N O O N O N O B. Comprimento de ligação (ou distância de ligação): Distância internuclear entre os dois átomos que formam a ligação química, na posição de equilíbrio. Mínimo da curva de energia potencial. Comprimento de ligação depende da ordem de ligação Comprimentos de ligação (em angstroms) calculados utilizando o programa CAChe. 1 Angstrom = 10-10 m. CH3OH CO2 CO H—F H—Cl H—I Comprimentos de ligação (em angstroms) calculados utilizando o programa CAChe. 1 Angstrom = 10-10m. Comprimentos de ligação (em angstroms) calculados utilizando o programa CAChe. 1 Angstrom = 10-10m. Comprimento de ligação depende do tamanho dos átomos que formam a ligação Comprimentos de ligação médios e reais (pm) Comprimento de ligação médio: valor médio de comprimento de ligação para várias moléculas que tenham um certo tipo de ligação. Ex.: ligação C-O no CH3-OH, CH3CH2-OH e CH3-O-CH3 Como são determinados os comprimentos de ligação experimentalmente? � Moléculas no estado gasoso: espectroscopia rotacional � Moléculas no estado sólido (cristalino): difração de raios X. C. Força de ligação: Medida pela energia necessária para quebrar uma ligação química, isto é, separar os átomos que formam a ligação química. Ex.: Dissociação da molécula de HCl: H―Cl(g) ↔ H(g) + Cl(g) ∆H0 ≈ D ligação fraca ligação forte distância internuclear E n e r g i a Essa energia é chamada de energia de dissociação (D). ΔH0 = energia de dissociação termodinâmica D= energia de dissociação espectroscópica Energias de dissociação média de ligações Obs.: Energia de dissociação média de ligação: valor médio de energias de dissociação de ligação para um conjunto de moléculas que tenham essa ligação. Não é, portanto, um valor preciso. Ex.: energia de dissociação de ligação C-O no CH3-OH, CH3CH2-OH e CH3-O-CH3 Fatores que influem na força de ligação: 1. Ordem de ligação: quanto maior a ordem de ligação, maior a força de ligação (e geralmente maior a energia de dissociação) Energias de dissociação (kJ.mol-1) de ligações C—C, C=C e C C valores esperados se as energias de dissociação das ligações C=C e C C fossem, respectivamente 2 x e 3 x o valor do de uma ligação C—C 1.1. Ressonância Observar que a energia de dissociação da ligação no benzeno (518 kJ.mol-1) é intermediária entre os valores para uma ligação simples C-C (348 kJ.mol-1) e uma ligação dupla C=C (613 kJ.mol-1), já que a ordem de ligação é intermediária, devido à ressonância . C C 2. Raios atômicos Quanto maiores os raios atômicos dos átomos da ligação, mais fraca é a ligação . 3. Presença de pares isolados Havendo pares de elétrons isolados em átomos vizinhos, eles se repelem e, como conseqüência, há enfraquecimento da ligação. Ex.: H2 e F2 (ligação F-F é mais fraca devido à presença de pares isolados nos átomos de F.) Energias de dissociação de ligação (kJ.mol-1) para os haletos de hidrogênio O O••• •• •• •• •• ••O O O••• •• •• •• •• ••O Ligação O. L. Comprimento Energia HO—OH O=O 11 142 pm142 pm 210 kJ/mol210 kJ/mol 22 121pm121pm 494 kJ/mol494 kJ/mol 1.51.5 128pm128pm ?? Resumindo: A força da ligação aumenta com o aumento da ordem de ligação, diminui com o aumento do número de pares isolados nos átomos vizinhos e diminui com o aumento do raio atômico D. Eletronegatividade e polaridade de ligação Para o caso de uma molécula diatômica homonuclear, pode-se considerar a ligação como puramente covalente. Ex.: Cl2 estruturas de ressonância ClCl Cl Cl ClCl Ligações iônicas e ligações covalentes são dois modelos extremos da ligação química! As ligações químicas podem ser consideradas como híbridos de ressonância entre uma ligação puramente covalente e uma ligação puramente iônica. Estrutura com ligação covalente: é a única que contribui para o ”híbrido” de ressonância Estruturas com ligação iônica: (i) tem pequena contribuição para o híbrido de ressonância; (ii) as 2 têm a mesma contribuição: a carga média em cada Cl é 0. Porém, para uma molécula diatômica heteronuclear, as duas estruturas iônicas têm contribuições diferentes. Ex.: HCl: o Cl tem maior afinidade eletrônica do que o H. Formam-se cargas parciais nos átomos δδδδ+H―Clδδδδ- Cargas parciais nos átomos de H e de Cl, obtidas por cálculo teórico. ClH ClHH Cl estruturas iônicas têm contribuições diferentes estrutura iônica predominante estrutura com ligação covalente estruturas de ressonância: Superfície de isodensidade (fornece uma representação da forma da molécula) e estrutura de varetas do etanol (C2H5OH) Superfície de potencial eletrostático (Elpot) do etanol azul: carga positiva elevada vermelho: carga negativa elevada Os dois átomos em uma ligação covalente polar formam um dipolo elétrico, que é representado pelo momento de dipolo elétrico (µµµµ): - É um vetor que aponta para a carga parcial negativa. - Magnitude do vetor é uma medida das cargas parciais. Representação do dipolo e do vetor momento de dipolo elétrico µ = q.r ; q= carga (no caso, q = δ), r = distância entre os centros do dipolo unidade: debye (D); 1D = 3,336 x 10-30C.m. (coulomb.metro) → Ex.: H-Cl µ = 1,04 D; H-F µ = 1,9 D µ Momento de dipolo Momento de dipolo de moléculas Moléculas diatômicas: o µ é igual ao momento de dipolo da ligação entre os dois átomos. Ex.: HCl µ = 1,04 D Moléculas poliatômicas: momento de dipolo (µ) da molécula resultante da soma vetorial dos momentos de dipolo das ligações da molécula (depende da geometria e da simetria da molécula). Ex.: H2O Obs.: Notar a diferença entre momento de dipolo da ligação e momento de dipolo da molécula. → Ligações covalentes polares: ligações em que há cargas parciais nos átomos; forma-se entre átomos com diferentes eletronegatividades: µ ≠ 0 Obs.: tem contribuição do caráter iônico na ligação → Ligações covalentes apolares: ligações em que não há cargas parciais nos átomos; forma-se entre átomos com a mesma eletronegatividade: µ = 0 Obs.: contribuição do caráter iônico é nula As ligações covalentes podem então ser classificadas quanto à polaridade em: Porém, observar que essa classificação é mais apropriada para ligações entre elementos não metálicos Obs.: notar que há diferença entre polaridade de uma ligação química e polaridade de uma molécula. Polaridade da molécula é encontrada a partir do momento de dipolo resultante da molécula (que depende da geometria e da simetria da molécula) Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos da ligação, maiores as cargas parciais nos átomos da ligação Maior o caráteriônico da ligação Escala de eletronegatividade de Mulliken (Robert Mulliken) χχχχ = ½(E.I. + A.E.) Eletronegatividade (χχχχ) : Medida do poder de atração de um átomo sobre o par de elétrons da ligação. E.I. = Energia de Ionização A.E. = Afinidade Eletrônica Escala de eletronegatividade de Pauling (Linus Pauling) χχχχ A - χχχχ B = 0,102{D(A-B)-1/2[D(A-A) = D(B-B)]}1/2 D = energia de dissociação Eletronegatividades de elementos dos blocos s e p Ligação química Δχ Covalente apolar 0 Covalente polar > 0 e < 1,5 Intermediária entre ligação covalente polar e iônica 1,5 a 2 Predominantemente iônica > 2 Δχ Tipo de ligação Grau de caráter covalente Grau de caráter iônico 0 Grande Covalente apolar Covalente polar predominantemente iônica a u m e nta dim in ui Relação entre Δχ e o tipo de ligação química Ex.: Ligação C-O ∆χ = χ(O) – χ(C) = 3,4 - 2,6 = 0,8 ligação covalente polar Ligação Ca-O ∆χ = χ(O) – χ (Ca) = 3,4 – 1,3 = 2,1 ligação iônica Autoteste: Em qual dos seguintes compostos as ligações têm o maior caráter iônico: (a) P4O10 ou (b) PCl3? Autoteste: Em qual dos seguintes compostos as ligações têm o maior caráter iônico: (a) CO2 ou (b) NO2? Porcentagem do caráter iônico da ligação química em função da diferença de eletronegatividade Correção do modelo iônico: polarizabilidade Sempre existe caráter covalente na ligação iônica. Como isso se manifesta? Como as cargas positivas dos cátions atraem os elétrons do ânion, ocorre distorção da nuvem eletrônica do ânion na direção do cátion. Essa distorção seria a formação incipiente de uma ligação covalente. Raio iônico Cátion polarizante ânion polarizável nuvem eletrônica distorcida Considere um ânion monoatômico como cloreto, próximo a um cátion, como o sódio: Átomos e íons facilmente distorcíveis: Polarizáveis. Características: Raios iônicos grandes e baixa carga. Justificativa: Nessa condição, o efeito de atração do núcleo sobre os elétrons mais externos é diminuído, a eletrosfera fica mais “solta”. Exs.: iodeto, telureto, etc... Contrapartida: Átomos e íons polarizantes - alto poder de polarização (capacidade de distorção da nuvem eletrônica de átomos/íons vizinhos). Características: raios iônicos pequenos e carga elevada. Justificativa: nessa condição, incrementa-se o efeito de atração do núcleo do cátion sobre os elétrons de átomos/íons vizinhos. Exs.: Al(III), Be(II), etc... 2+ Semelhanças de propriedades entre vizinhos diagonais nos grupos principais da Tabela Periódica A polarizabilidade e o poder de polarização ajudam a explicar as relações diagonais da Tabela Periódica. Conseqüência imediata: Ligações em compostos que contenham íons altamente polarizáveis associados a íons polarizantes, acabam possuindo elevado caráter covalente. Exemplo: No período, cátions diminuem da esquerda para a direita, e também aumentam de carga nesse sentido. Portanto aumenta poder polarizante. Com isso: Be2+ > Li+ ; Mg2+ > Na+ No grupo, cátions aumentam de tamanho ao descer, diminuindo poder polarizante, Com isso: Mg2+ < Be2+ ; Na+ < Li+ Então, como o poder polarizante segue a ordem crescente Li+ , Be2+ e a ordem decrescente Be2+ , Mg2+, então devemos esperar que Li+ ≈ Mg2+. 1. Escrever a estrutura de Lewis do SF4 2. Escrever a estrutura de Lewis para o ácido acético, CH3COOH, um exemplo comum de um ácido carboxílico. No grupo COOH, ambos os átomos de O estão ligados ao mesmo átomo de C, e um deles está ligado ao H, que é terminal. Os dois átomos de C ligam-se entre si. 3. Escreva a estrutura de Lewis para a molécula de uréia, (NH2)2CO 4. Qual é a estrutura mais plausível para o íon tiocianato . 5. Qual é a estrutura para o gás fosgênio, COCl2 e para o íon arseniato, AsO43- 6. Em que composto NaBr ou MgBr2, as ligações devem ter o maior caráter covalente? 7. Em que composto, CaS ou CaO, as ligações devem ter o maior caráter covalente? Teste seu conhecimento
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