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Bloqueadores Neuromusculares Antes de se entender o mecanismo de ação dos Bloqueadores Neuromusculares (BNM’s), deve-se retomar um pouco da Fisiologia da placa motora. Uma vez deflagrado o Potencial de ação no terminal nervoso motor, ocorre um influxo de cálcio iônico para esta fibra nervosa. A presença do cálcio no interior da fibra nervosa determinará alterações de cargas elétricas na superfície externa das vesículas que contem o neurotransmissor acetilcolina (ACh). Com isso, ocorrerá uma migração das vesículas no sentido da face interna da membrana pré-sináptica, culminando com a fusão de suas membranas com a membrana pré-sináptica, caracterizando o processo de exocitose. Essa ACh, caindo na fenda sináptica, poderá ser hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase, tendo como produtos o acetado e a colina, ou ligar- se aos receptores colinérgicos nicotínicos, levando a um aumento da permeabilidade da membrana pós-juncional ao íon sódio, caracterizando, dessa forma, despolarização de membrana da fibra muscular estriada esquelética que se traduz como contração muscular. (FANTONI 2003). Os fármacos BNM’s utilizados atualmente, tiveram origem no curare, potente veneno utilizado por índios na America do Sul, tal veneno tinha agia paralisando o inimigo e matando-o por asfixia. No ano de 1857, Claude Bernard mostrou que a paralisia estava relacionada a o que conhecemos hoje por junção neuromuscular. BMN’s agem basicamente interferindo na ligação da ACh com os receptores colinérgicos, impedindo assim, a transmissão do impulso nervoso para o músculo esquelético. Na rotina anestésica, os BNM’s já foram de grande valia, pois muito ajudavam no processo de intubação endotraqueal, relaxando os músculos faríngeos. Hoje com o advento de anestésicos gerais mais potentes, obtêm-se este relaxamento às custas de outros fármacos ,Barbitúricos de ultra-curta duração e Propofol por exemplo. Na pratica cirúrgica, os BNM’s são de grande importância em procedimentos em que se requer respiração artificial (Toracotomias e Redução de hérnia diafragmática). BNM’s podem ser farmacologicamente divididos em dois grupos: Os despolarizantes, que atuam na nos receptores pós-sinápticos de ACh, possuem efeito agonista sobre os receptores colinérgicos, produzindo uma despolarização semelhante a da ACh. Após sua administração podem ocorrer pequenos espasmos musculares localizados, seguidos de despolarização persistente da fibra muscular. Já os BNM’s não-despolarizantes atuam como antagonistas competitivos dos receptores da ACh na junção neuromuscular, evitando assim que ocorra a despolarização da fibra muscular causando assim paralisia flácida temporária. Propriedades farmacológicas dos BNM’s: Succinilcolina: Atua como um sintético a ACh, ligando-se ao mesmo receptor que esta, causando assim um despolarização persistente, a paralisia inicia-se na região ocular, terminando no diafragma. Lumb e Jones (1984) afirmam que o fármaco pode provocar tanto taquicardia como bradicardia, acompanhadas de aumento do potássio plasmático. Em doses suficientes para produzir apneia, pode ocorrer hipermotilidade intestinal, micção e salivação, sem produzir, contudo, hipotensão e liberação de histamina. A Succinilcolina pode ter seus efeitos revertidos com a administração de neostigmina. As doses normalmente utilizadas são: -Cão: 0,3 mg/kg IV - para 30 min de apneia -Eqüinos: 0,1 a 0,2 mg/kg IV – para 10 a 15 minutos de apneia
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