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Anatomia II Aula 03 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE. Uso consciente do papel. Cause boa impressão, imprima menos. Aula 03: Artrologia OBJETIVOS: Perceber a importância do estudo das articulações, que é a aproximação dos ossos do esqueleto com a possibilidade de movimentos, para a compreensão do aparelho locomotor, bem como o movimento do corpo humano. Figura 1. Algumas articulações do corpo humano. Funções A função da articulação é aproximar os ossos do esqueleto e permitir mobilidade, seu estudo é chamado de artrologia. Tipos de articulações Embora as articulações apresentem consideráveis variações entre elas, possuem aspectos estruturais em comum, mas diferem principalmente, em material interposto, podendo assim serem agrupadas em três tipos principais: fibrosas, cartilagíneas e sinoviais. a) Fibrosa (sinartrose) A aproximação dos ossos é dada por tecido conjuntivo fibroso e apresenta pequeno ou nenhum movimento. i) Sutura (sutura = costura) São articulações típicas do crânio. Apresentam pequena quantidade de tecido fibroso e são pouco móveis. (1) Plana1 As margens dos ossos que se articulam apresentam superfícies planas. (2) Escamosa2 As margens dos ossos que se articulam apresentam superfícies planas ásperas em forma de bisel. (3) Serrátil3 As margens dos ossos que se articulam apresentam superfícies com a forma de dentes finos de uma serra. Figura 2. Suturas. SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. 2 vol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 1 Saiba Mais: Sutura internasal. 2 Saiba Mais: Sutura temporoparietal. 3 Saiba Mais: Sutura interparietais. ii) Gonfose (gonfos = prego) União das raízes dos dentes com as paredes dos alvéolos dentais. iii) Sindesmose4 Articulações estabelecidas entre ossos afastados, unidos por grande quantidade de tecido conjuntivo. – membrana interóssea Figura 3. Articulações fibrosas. HOLLINSHED, W. H. Livro-texto de anatomia humana. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980. b) Cartilagínea O elemento de união entre os ossos é dado por cartilagem hialina ou fibrocartilagem. i) Sincondrose (articulação cartilagínea primária) Articulações temporárias constituídas por cartilagem hialina. A cartilagem hialina que aproxima e une os ossos é um remanescente do esqueleto 4 Saiba Mais: Sindesmose radioulnar, tibiofibular e da coluna vertebral (ligamento interespinais). cartilagíneo do embrião, funcionando como uma zona de crescimento para um ou para ambos os ossos que a mesma une. ii) Sínfise5 Articulações constituídas por tecido de natureza fibrocartilagínea, cujo elemento de ligação é um disco. (sínfise = crescido junto) ou anfiartrose (articulação cartilagínea secundária) Figura 4. Sincondrose e sínfise. SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. 2 vol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. c) Sinovial (diartrose) São articulações que apresentam grande amplitude de movimento. A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível quando entre eles há interposto tecido conjuntivo fibroso ou cartilagíneo. As articulações sinoviais caracterizam-se por apresentarem componentes essenciais: • Face articular6 5 Saiba Mais: Sínfise púbica e intervertebral. 6 Saiba Mais: Região específica do osso que entra em contato com o outro osso. • Cartilagem articular7 • Cápsula articular 8 • Cavidade articular 9 • Líquido sinovial 10 • Ligamentos 11 • Componentes acessórios: discos e meniscos 12 Figura 5. Articulação sinovial do ombro. SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. 2 vol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 7 Saiba Mais: Cartilagem hialina que reveste a face articular para deixar a região de contato mais lisa, polida e esbranquiçada. A cartilagem articular não apresenta vascularização e inervação; sua nutrição ocorre principalmente nas áreas centrais, o que torna a regeneração em caso de lesões, mais difícil e lenta. 8 Saiba Mais: Membrana conjuntiva que envolve as extremidades dos ossos, aproximando- os. Apresenta duas camadas: a membrana fibrosa (externa), que é mais resistente e pode estar reforçada em alguns pontos por ligamentos capsulares e a membrana sinovial (interna), que é muito vascularizada e inervada, responsável pela produção do líquido sinovial. 9 Saiba Mais: Espaço formado no interior da cápsula articular, preenchido pelo líquido sinovial. 10 Saiba Mais: Material que preenche a cavidade articular, está entre os ossos e permite melhor deslizamento. É um ultrafiltrado do plasma com adição de ácido hialurônico, que confere a viscosidade necessária à sua função lubrificadora. 11 Saiba Mais: Componente da articulação que confere proteção contra movimentos impróprios e amplitudes exageradas. O ligamento é extremamente resistente, inelástico e esbranquiçado. 12 Saiba Mais: Em várias articulações sinoviais, mas não em todas, encontram-se interpostas às superfícies articulares formações fibrocartilagíneas chamadas de discos ou meniscos. Esses componentes servem tanto para melhorar a adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as mais congruentes) como também para receber violentas pressões (agindo como amortecedores). Meniscos possuem formato de meia-lua. Figura 6. Estrutura básica de uma articulação sinovial. HOLLINSHED, W. H. Livro- texto de anatomia humana. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980. As articulações sinoviais podem ser classificadas de acordo: 1) Quanto ao número de eixos a) Monoaxial13 b) Biaxial (permite movimentos em um único eixo) 14 (permite movimentos em dois eixos) c) Triaxial15 (permite movimentos em três eixos) 2) Classificação morfológica (de acordo com a forma das superfícies articulares) a) Plana16 13 Saiba Mais: Por exemplo: atlantoaxial. 14 Saiba Mais: Por exemplo: punho. 15 Saiba Mais: Por exemplo: glenoumeral (ombro). 16 Saiba Mais: Por exemplo: entre ossos do carpo, entre ossos do tarso, articulação sacroilíaca, entre os processos articulares das vértebras, entre a cabeça da costela e o corpo da vértebra, entre o esterno e a clavícula. As superfícies articulares são planas, apresentam movimentos de deslizamento e não tem eixo definido de movimento. b) Cilíndrica i) Trocóidea17 As superfícies articulares são semicilíndricas. Realiza movimento de rotação ao redor do eixo longitudinal do osso que se desloca, são classificadas como monoaxiais. (ou em pivô) ii) Gínglimo18 As superfícies articulares apresentam saliência em forma de polia ou tróclea (carretel) em um osso e concavidade no outro. O eixo de movimento é transversal, permitemovimentos de flexão e extensão. É classificada como monoaxial. (ou em dobradiça) c) Bicondilar19 As superfícies articulares apresentam saliência ovoide em um osso e concavidade correspondente no outro. Permite movimentos de flexão/extensão e abdução/adução em torno de dois eixos. São classificadas como biaxiais. (ou condilar) d) Selar20 As superfícies articulares são côncavas em uma direção e convexas em outra, com encaixe recíproco. São biaxiais e permitem movimentos de flexão/extensão e abdução/adução. 17 Saiba Mais: Por exemplo: articulação radioulnar e articulação atlantoaxial. 18 Saiba Mais: Por exemplo: úmero-ulnar (cotovelo), interfalângicas, joelho e entre as extremidades distais de tíbia, fíbula e o tálus. 19 Saiba Mais: Por exemplo: articulação temporomandibular. 20 Saiba Mais: Por exemplo: carpometacárpica do polegar. e) Elipsóidea21 As superfícies articulares apresentam saliência elipsóidea em um osso e concavidade correspondente em outro. São também biaxiais e permitem movimentos de flexão/extensão e abdução/adução. f) Esferóidea22 As superfícies articulares são esféricas. Possui três eixos de movimentos e permite a execução isolada dos movimentos de flexão/extensão, abdução/adução e rotação e o movimento combinado destes (circundução). 21 Saiba Mais: Por exemplo: articulação radiocárpica (punho) e entre os côndilos do occipital e o atlas. 22 Saiba Mais: Por exemplo: articulação glenoumeral (ombro). Figura 7. Articulações sinoviais. TORTORA, G. T. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. REFERÊNCIAS D’ANGELO, J. G.; FATTINI, CA. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. FREITAS, V. Anatomia: conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004. HOLLINSHED, W. H. Livro-texto de anatomia humana. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. 2 vol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991. TORTORA, G. T. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
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