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Febre e Hipertermia

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Pablo Barbosa – FAMP – 2015/2
Febre e Hipertermia
A febre é um sinal que está presente em inúmeras síndromes; 1/3 dos pacientes internados apresentam febre durante a hospitalização sendo que em muitos casos as febres estão relacionadas a infecções virais. 
Febre: é a elevação da temperatura corporal acima de 37,2OC pela manhã e 37,7OC à tarde, essa elevação de temperatura deve ocorrer junto com o aumento do ponto de ajuste hipotalâmico. A febre pode ser classificada em 3 fases: febre leve ou febrícula de 37OC a 37,5; febre moderada 37,5OC a 38,5; febre elevada acima de 38,5OC. O valor para se considerar febre pode variar de um autor para outro, no entanto o mais comum é a temperatura oral igual ou superior a 38,3OC e a axilar acima de 37,8OC.
Temperatura: a temperatura retal é 1OC acima da temperatura axilar. Hipotermia é a temperatura axilar abaixo de 35,5OC; a temperatura axilar normal varia de 35,5OC a 37OC. 
Diferença entre febre e hipertermia: a hipertermia é caracterizada pelo aumento da temperatura corporal que vai alem da capacidade do corpo de perder calor, o “set point” do hipotálamo está normal; a hipertermia não esta envolvida com propriedades pirogênicas sendo que normalmente é causada por exposição ao calor externo e produção de calor endógeno. Já a febre é o aumento da temperatura corporal alem da variação diária habitual, a febre está relacionada a um reajuste no “set point” do hipotálamo. A febre pode ter dois “starts” 1O uma infecção, toxinas microbianas, mediadores de inflamação ou reações imunes irão causar estímulos nos monócitos/macrófagos e células endoteliais, estes irão ativar as citocinas pirogênicas (IL-1, IL-6, TNF e IFN) que entrarão na circulação até chegar ao endotélio hipotalâmico, ele então irá produzir PGE2 -> AMP cíclico que irá elevar o “set point” termorregulador que irá conservar o calor ou produzir o calor causando a febre; a outra maneira é iniciada por toxinas microbianas que irão agir diretamente no endotélio hipotalâmico que produz PGE2 -> AMP cíclico, elevação do set point, aumento do calor e febre.
Tipos de febre: 
Febre continua: é a febre diária com variações de até 1OC sem períodos de apirexia.
Febre remitente: é a febre diária com variações de mais de 1OC sem períodos de apirexia.
Febre irregular: picos muito elevados intercalados por períodos de apirexia ou hipotermia.
Febre intermitente: picos de febre intercalando com períodos de apirexia de no máximo 2 ou 3 dias.
Febre recorrente ou ondulante: períodos de temperatura normal que dura dias ou semanas, mas são interrompidos por períodos de temperatura elevada.
Observações: a febre só esta presente quando os mecanismos de geração, manutenção e dissipação de calor estão normofuncionantes e responsivos ao hipotálamo. Idosos, neonatos, pacientes com azotenia (aumento de compostos nitrogenados), imunocomprometidos e insuficiência cardíaca descompensada podem não fazer febre.
Febre de origem obscura/indeterminada (FOO): refere-se a temperaturas abaixo de 38,3 em varias ocasiões em um período definido sem causa aparente.
FOO clássica: febre com duração menor que 3 semanas sem que a causa seja descoberta em 3 consultas ambulatoriais ou 3 dias de internação hospitalar ou 1 semana de investigação ambulatorial pertinente e invasiva.
FOO hospitalar/nosocomial: no mínimo 3 dias de investigação e 2 dias de incubação de cultura sem elucidação da causa em um paciente hospitalizado sem sinais de infecção por ocasião de sua admissão.
FOO neutropênica: no mínimo 3 dias de investigação e 2 dias de incubação de cultura sem elucidação da causa da febre em paciente hospitalizado cuja contagem global de neutrófilos seja inferior a 500/uL ou com expectativa de cair abaixo deste nível nos próximos 1 ou 2 dias.
FOO associada a HIV: febre em um paciente infectado com HIV há mais de 4 semanas em pacientes ambulatoriais e 3 dias para pacientes hospitalizados tendo uma investigação apropriada incluindo 2 dias de incubação nas culturas e mesmo assim não revelar uma causa.
Hiperpirexia: são temperaturas acima de 41,5OC que podem ocorrer nas infecções graves, mas são mais frequentes nas hemorragias no SNC.
Abordagem ao paciente com febre: não existe uma rotina com exames obrigatórios; a anamnese e exame físico são voltados para as particularidades clinicas e epidemiológicas; o medico deve se policiar na questão de custos e solicitações sem fundamento.
Tratamento da febre: não há protocolo, pois ela pode ter inúmeras origens; deve ter atenção na questão de efeitos colaterais de medicamentos; atenção com o paciente, pois pode haver uma piora no prognóstico; em situações especificas tem que se levar em consideração o grande desconforto do paciente, ICC, desidratação, risco de convulsão e temperatura acima de 41OC.
Fármacos: como dito anteriormente não há um padrão a ser seguido, no entanto os medicamentos mais receitados para o tratamento da febre são: Acido acetilsalicílico de 325mg até 1.000 mg de 6/6 ou 4/4 horas não superando 3,5g/dia; Dipirona de 320 até 1.000mg de 6/6 horas; Ibuprofeno de 200 a 300mg de 6/6 horas tendo como limite 1.200mg/dia; Paracetamol de 325 a 750mg de 6/6 ou 4/4 horas no máximo 3g/dia.

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