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Empresarial - Títulos de Crédito 1º bimestre

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TÍTULOS DE CRÉDITO
Tem o objetivo de substituir uma grande quantidade de dinheiro por uma cártula/papel.
É um documento no qual se inscreve o direito de alguém a algo, tornando-o titular da obrigação, ou seja, é um documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo, mencionado no bem móvel. É indispensável para a comprovação da existência de um crédito. Só é título de crédito aquilo que a Lei diz. Os títulos de crédito são considerados documentos de apresentação, ou seja, a obrigação vai ser cumprida mediante apresentação do título. Se nãohouver os requisitos previstos em Lei, não é título de crédito. Art. 887, CC: “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
Atributos do título de crédito – negociabilidade: é o poder de circulação, transferência do título de uma pessoa para outra por meio do endosso ou tradição; executividade: trata-se da possibilidade de execução imediata da obrigação visando a eficiência e a celeridade da cobrança do título de crédito, ou seja, caso a pessoa não cumpra com a obrigação, ela é executada.
Características:
Cartularidade – é o documento necessário para o exercício do título. Necessidade de emissão do título, que deve estar vinculado a uma apresentação, porque traz uma segurança jurídica e negocial para a circulação do título de crédito.
Documento perdido pode ser substituído por cópia autenticada? Se sua autenticidade for impugnada, deve ser apresentada a original, art. 223, CC: “A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original”
Exceção: a) valor elevado do título e a vara não puder garantir a segurança: então, ao invés de executar o título original, utiliza-se cópia autenticada; b) quanto não puder ser juntado ao processo, pois está vinculado a outro processo; c) título original se perdeu, deteriorou-se, foi extraviado: não há impugnação quanto à legitimidade; d) protesto por indicação: o credor indica as características da duplicata para o cartório de protesto, quando então se torna possível a execução apenas com o protesto da duplicata e com o comprovante da entrega da mercadora.
Não existe boa-fé nos títulos de crédito.
Credor putativo é a pessoa que, estando na posse do título obrigacional, passa aos olhos de todos como sendo o verdadeiro titular do crédito. “Parece mas não é”.
Desmaterialização do título de crédito: art. 889, §3º: “Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”, enunciados 461 e 462: “As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias ou de prestação dos serviços”, “Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, endossados ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação digital, respeitadas as exceções previstas em lei”. 
Literalidade – todos os elementos do crédito devem estar contidos na cártula ou ele deve recorrer de norma jurídica. Vale no título apenas o que nele está escrito. Tem a finalidade de proteção das partes, proteção do 3º de boa-fé, e facilitar a circulação do título. 
Resp. 204.626-STJ: O ministro relator destaca que se o título tivesse sido transferido à terceiro de boa-fé, a situação seria distinta, já que o direito cambiário visa assegurar a circulação do título, motivo pelo qual o devedor não poderia opor ao terceiro, regramentos oriundos do negócio base, como o pagamento parcial que não foi anotado no título. Se o credor é um terceiro que nada sabe, o pagamento do valor do título que lhe é devido exclusivamente por ser ele o portador. 
Autonomia – não está vinculada ao negócio base, porque todas as regras estão contidas na cártula com características da literalidade e finalidade. As obrigações contraídas no título são autônomas e não se ligam. As coobrigações (endosso, aval, etc.) que se estabelecem são autônomas, ou seja, não se ligam, nem vinculam, não há dependência com relação às demais obrigações.
Princípio da abstração: visa garantir a autonomia da cártula, abstraindo o negócio que deu origem, a obrigação inscrita no título de crédito não depende de qualquer outro documento para ser válido. 
Exceção: a) Súmula 258, STJ: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou” – está vinculado ao contrato de abertura de crédito, nota promissória vinculada ao contrato não pode receber sem o contrato; b) Súmula 27, STJ: “Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio” – a execução pode fundar-se em meio de um título de crédito extrajudicial; c) Súmula 26, STJ: “O avalista do titulo de credito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário”; d) art. 55, §2º, CPC: “Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.§ 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo” – ações conexas (mesmo pedido e causa de pedir), ex: ação de execução, ação de anulação de título. 
Requisitos 
Agente capaz – maior de 18 anos ou emancipado. Título de crédito por representação: é possível, desde que tenha poderes específicos. Art. 892, CC: “Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que têm, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado”. Súmula 60, STJ: “É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste”. Resp. 147.350/ES-STJ: não tem qualidade jurídica o cambial emitido a partir do mandato outorgado do devedor no contrato de mútuo, em favor de integrante do mesmo grupo financeiro do credor. 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável – obrigatoriamente previsto em Lei. A utilização de moeda estrangeira somente é feita nos seguintes casos: contratos e títulos referentes à importação e exportação de mercadorias; contratos de financiamento ou de prestação de garantia relativos às operações de exportação de bens de produção nacional vendido a crédito para o exterior; contratos de compra e venda de câmbio em geral; empréstimo a quaisquer outras obrigações, cujo credor ou devedor seja residente e domiciliada no exterior, exceto contratos de locação de imóveis situados no território nacional; contratos que tenham por objeto a cessão, transferência, assunção ou modificação das obrigações referidas no item anterior, ainda que ambas as partes contratantes sejam residentes e domiciliadas no país.
Forma prevista ou não proibida em lei – todos os títulos devem estar vinculados com a lei, sob pena de invalidar o documento. 
Data de emissão – todo título de crédito é obrigado a conter a data, sob pena de ser invalidado o documento.
Indicação precisa dos direitos que confere – princípio da literalidade, todos os elementos devem estar no título.
Assinatura do emitente – no caso de analfabeto deve ser feita uma procuração por meio de instrumento público.
Outros elementos qualificadores do título de crédito: a) vencimento da obrigação: não é obrigatório, não tendo o vencimento, é considerado à vista, art. 889, §1º, CC: “É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento”; b) local de emissãoe local de pagamento? Não é obrigatório, considera-se o domicílio do emitente, art. 889, §2º, CC: “Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente”. 
Título em branco: art. 891, CC: “O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé”. Súmula 387, STF: “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”.
Vedações genéricas aos títulos de crédito – art. 890, CC: “Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações”. Não pode conter fixação de juros no próprio título. É vedado proibir o endosso (beneficiário da cártula ordenar o pagamento do título de crédito à outra pessoa), exceto nota promissória e cheque, em que o endosso é proibido. O possuidor é obrigado a pagar o título, não pode isentar-se do pagamento em nenhuma hipótese. Enquanto o título não for pago, não se exime nenhuma responsabilidade. Os termos e formalidades previstos em Lei devem ser respeitados. Não é permitido excluir direitos e obrigações além dos limites da Lei, entretanto, o que quiser colocar além disso, pode ser estipulado em contrato. 
O que acontece com o título com cláusulas proibidas? Depende. Se forem cláusulas proibições essenciais, ou seja, se o título está incompleto em sua essência, o título é nulo, e deve entrar com ação de cobrança; se for um problema não essencial, o título será mantido e entra-se com ação de execução. 
Circulação dos títulos de crédito – para a circulação, deve ter: devedor (pessoa certa), cártula (define as obrigações cambiais) e credor (que é cambiável, ou seja, circula e muda, é uma pessoa incerta).
Regras para que o título circule 
Art. 223, parágrafo único, CC: “A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original. Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição”
Art. 386, CC: “A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir”
Art. 894, CC: “O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega do título devidamente quitado”
Art. 983, CC: “A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes”.
Espécies de título de crédito 
Título ao portador – arts. 904 a 907, CC. É o título sem identificação quanto ao credor. Aquele que estiver com a posse do título é o credor. Se houver algo que proíbe a circulação sem identificação, deve-se adequar. A mudança do portador ocorre apenas com a tradição, enquanto não houver a entrega da cártula, o credor não muda. Art. 904: “A transferência de título ao portador se faz por simples tradição”; Art. 905: “O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor. Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente”, Art. 906. “O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação”, Art. 907. “É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial”.
Negar pagamento: art. 906, CC – no caso de direito pessoal e nulidade da obrigação. Ex: estado de necessidade (direito pessoal), formatação não respeitada (nulidade da obrigação).
Título inviável: se o título for roubado, furtado, estragado, etc., pode haver a substituição do título de forma administrativa (art. 908, CC) ou judicial (art. 909, CC), se não for possível pelo meio administrativo, utiliza-se o judicial. Art. 908: “O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas”. Art. 909: “O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se provar que ele tinha conhecimento do fato”.
Título pago ao ladrão portador: se o devedor não souber da situação, está de boa-fé, e ocorre a exoneração do devedor (art. 909, parágrafo único). Se tiver conhecido do fato, paga novamente. 
Título à ordem (endosso) – arts. 910 a 920. É o título de crédito que traz o nome do beneficiário do título, “pague a fulano ou à sua ordem”. Pode circular por meio do endosso, promovendo a circulação desse título. Art. 910: “O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. § 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.§ 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.§ 3o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente”, Art. 911: “Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco. Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas”, Art. 912: “Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante. Parágrafo único. É nulo o endosso parcial”, Art. 913: “O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso”, Art. 914: “Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título. § 1o Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário. § 2o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores”, Art. 915: “O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação”, Art. 916: “As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé”, Art. 917: “A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída. § 1o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. § 2o Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato. § 3o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante”, Art. 918: “A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes aotítulo. § 1o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador. § 2o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé”, Art. 919: “A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil”, *Art. 920: “O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior”.
Título nominativo – são considerados nominativos sempre que o nome do beneficiário for mencionado expressamente na cártula. São emitidos em favor de pessoa certa e determinada, cujo nome consta do título. Arts. 921 à 926, CC. Art. 921: “É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente”, Art. 922: “Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente”, Art. 923: “O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário. § 1o A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante. § 2o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes. § 3o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente”, Art. 924: “Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa”, Art. 925: “Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes”, Art. 926: “Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro do emitente”.
ENDOSSO (TÍTULO À ORDEM) – arts. 910 à 920, CC.
É uma declaração cambiária acessória pela qual o credor do título de crédito (endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É o meio próprio de transferência dos títulos de crédito. Seu principal efeito é fazer o título circular. O endosso transfere a propriedade do título e do crédito, bem como responsabiliza o endossante, que passa a ser codevedor do título. Se o endosso seguir acompanhado da cláusula sem garantia, o endossante fica exonerado de responsabilidade pela obrigação constante do título, servindo o endosso, nesse caso, apenas como transferência do título. 
O endossante não se obriga pelo pagamento do título, salvo cláusula expressa em contrário (art. 914, CC). As leis especiais cambiárias devem prevalecer sobre as disposições do CC, conforme o art. 903: “Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código”. Todas as normas cambiárias especiais determinam a corresponsabilidade do endossante.
É nulo o endosso parcial ou limitado a certo valor da dívida. O título não pode ser separado para permitir o endosso parcial (transferência de parte do crédito) e a manutenção de parte do crédito em favor do endossante parcial. O endosso parcial é impossível, o que não impede a transferência do título por seu valor parcial, ante a quitação parcial dele, dada por algum beneficiário.
Em regra, o endosso deve ser anotado no verso do título. Entretanto, é admitido no anverso, desde que haja menção expressa acerca da intenção de endossar. 
O endosso pode ser em preto, quando indicar o endossatário, ou em branco, quando não indicar o endossatário, em que, então, passará a ter características de título ao portador em relação à circulação.
Endosso-mandato – o endossante indica o endossatário como seu procurador, outorgando-lhe poderes para cobrar, executar, protestar e receber o título. O mandato proveniente do endosso não se extingue com a morte ou sobrevinda de incapacidade legal do mandante. Se o endossatário pretender ajuizar ação com base no título a ele endossado, deverá fazê-lo em nome do endossante, e não no seu próprio nome, na medida em que careceria de legitimidade para demandar em nome próprio. Art. 18, LUG: “Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar", "para cobrança", "por procuração”, ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. Os co-obrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram oponíveis ao endossante. O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário” 
Endosso-caução ou endosso-garantia – o título é transferido ao endossatário apenas como garantia de alguma obrigação. O endossatário recebe, além do título como documento, os poderes para cobrar e receber o valor do título. Não se transmite a propriedade do título nem os direitos dele emergentes, mas apenas a posse do título, para garantia do crédito ao endossatário e para cobrança. Art. 19, LUG: “Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração. Os co-obrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.”
Uma assinatura, sem identificação da finalidade, realizada no dorso do título será um endosso. No caso em que duas assinaturas forem anotadas no verso do título, sem declarar expressamente a finalidade, uma delas representará endosso em branco, e a outra, aval. 
Art. 923, CC: “O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário. § 1o A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante. § 2o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes. § 3o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente”. Art. 924: “Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa”.
Principais características do endosso – declaração unilateral de vontade; meio próprio de transferência dos títulos de crédito; pode ser em branco ou em preto; em preto, pode ser à ordem ou não à ordem; não pode ser parcial; eventual condição considera-se não escrita, inexistente; endosso-mandato ou caução são impróprios; é válida cláusula proibitiva de novo endosso; coobriga o endossante, salvo cláusula “sem garantia”.
AVAL
É uma declaração cambial onde o signatário assume responder pelo pagamento da obrigação mencionada no título de crédito, nas mesmas condições do obrigado que ele avaliza. Você se compromete a pagar dívida de outra pessoa. É uma declaração de vontade que vida garantir o pagamento caso o devedor não o faça.
Partes – avalizado (devedor principal) e avalista (garantidor).
Diferença entre aval e fiança – o aval encontra-se na teoria dos títulos de crédito, é cambiário, deve ser escrito no próprio título, a obrigação do avalista é substancialmente autônoma em relação à obrigação do avalizado, é um ato unilateral e solidário; já a fiança, encontra-se nateoria dos contratos, por ser contratual, pode ser escrito em qualquer documento, a obrigação do fiador é acessória portanto segue a sorte da obrigação principal, é um ato bilateral em benefício de ordem.
Características – é um ato unilateral; é autônomo (tem força por si só, independentemente do negócio base, pode-se escolher se executa o avalizado ou o avalista); pode ser dado a qualquer tempo, mesmo que o prazo já tenha decorrido (antes ou depois do vencimento); não precisa ser justificado (não é necessário justificar o motivo que se tornará avalista); o aval é total (art. 897, CC: “O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único. É vedado o aval parcial”), exceto na letra de câmbio e cheque; o aval pode ser dado no verso ou anverso da cártula.
O aval deve ser escrito no próprio título ou em uma folha anexa. Quando não couberem mais assinaturas no título, poderá ser colada uma folha a ele, alongando o espaço para as declarações cambiárias. Além da assinatura, o aval deverá conter expressões como “por aval”, “em garantia de fulano”, “por aval de fulano”, etc. 
O aval pode ser efetivado por procurador com poderes especiais para dar aval. Nulo será o aval lançado por mandatário sem poderes especais, conferidos pelo instrumento de procuração
E se o avalista for casado? Regra geral – art. 1.647, III, CC: “...nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: III - prestar fiança ou aval”; Exceção – enunciado 114: “O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu”. Não se trata de uma invalidade total da garantia, mas apenas de uma ineficácia parcial, tão somente com relação ao cônjuge que não anuiu. O aval pode ser mantido sem a concordância do cônjuge, se provar que o cônjuge estava de má-fe, entretanto, pode ser cancelado, assim como se a pessoa encontrava-se incapaz no momento da assinatura. 
O aval pode ser cancelado? Pelo portador, pode ser cancelado a qualquer tempo, pelo avalista pode ser cancelado somente até a entrega do título ao portador, não cabe desistência posterior. 
Solidariedade passiva – o devedor e o avalista ocupam a mesma posição perante o credor, que pode livremente escolher se processará o avalizado, o avalista ou ambos. O credor poderá simplesmente desconhecer o devedor principal e avançar contra o patrimônio do avalista. 
Aval se transmite a herdeiros? A obrigação transfere-se aos herdeiros no limite da herança – Resp 260.004/SP. 
Aval em preto – é aquele que indica o avalizado e pode ser lançado em qualquer lugar no título.
Aval em branco – não indica o avalizado, contudo presume-se que foi realizado em favor do sacador, na letra de câmbio; do emitente na nota promissória ou no cheque e do sacado na duplicata. É a assinatura não identificada na face do título. 
Aval do aval – também conhecido como aval sucessivo, ocorre quando a pessoa avaliza outro avalista, tendo o mesmo grau de responsabilidade do avalizado. 
Ação de regresso – o avalista garantidor poderá cobrar o valor pago do devedor principal ou do coobrigado (aval/endosso), desde que o faça em relação aos coobrigados anteriores. 
Principais características do aval – declaração de vontade unilateral; é garantia cambiária fidejussória; pode ser em preto ou branco; em preto, pode ser total ou parcial; pode ser dado de forma antecipada; pode ser plural ou singular; pode ser dado por meio de procurador com poderes especiais; tem que estar escrito no título.
PROTESTO
É um ato formal e solene pelo qual se provam a inadimplência e o descumprimento da obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. 
Características – a) caracterizar a impontualidade do devedor que não paga no vencimento, não devolve o título ou não aceita a obrigação constante da cártula; b) garantir o direito de regresso contra os coobrigados no título de crédito; e c) provar a existência da mora.
Tipos de protesto – facultativo: intenta-se ação cambial contra o obrigado principal da letra: aceitante e seu avalista. pode ser feito a qualquer tempo até o dia do vencimento (respeitado o prazo prescricional); necessário: quando se pretende acionar os coobrigados: sacador, endossantes e seus avalistas, no caso de falência. Ocorre a partir do 1º dia útil seguinte ao vencimento, até um ano após a emissão; A perda do prazo para o protesto acarreta a perda do direito de cobrar dos coobrigados do título.
Procedimento – o credor vai até o cartório e apresenta o título. Lei 9.492/97.
Credor apresenta o título ao cartório, se há vício de forma, ocorre a devolução do título e o protesto não é feito; se não há vício, ocorre a intimação do devedor para pagar no prazo de 3 dias úteis, sendo que se houver o pagamento, o credor retira o dinheiro em cartório; se não há pagamento no prazo de 3 dias úteis, ocorre o protesto. 
LETRA DE CÂMBIO
É uma ordem dada por uma pessoa à outra, por escrito, para que pague a um beneficiário indicado, determinada importância em dinheiro. Ex: A deve R$ 500,00 para X, que deve para Y. X manda A pagar para Y.
Partes – sacador: dá a ordem de pagamento; sacado: a quem a ordem é dirigida; tomador ou beneficiário: em favor de quem o pagamento deve ser feito. 
Requisitos
Essenciais: a) denominação “letra de câmbio”: deve estar escrito na cártula “letra de câmbio”, ex, X manda A por essa única via de LETRA DE CÂMBIO pagar Y; b) garantia certa: o valor da letra de câmbio deve ser definido, exato, deve estar por extenso e em algarismo. Se o valor em algarismo é diferente do por extenso, vale o por extenso. Se houver dúvida entre os valores, prevalece o menor; c) nome do sacado: o nome do sacado deve ser indicado expressamente; d) nome do beneficiário: obrigatoriamente deve ser indicado o nome de quem vai receber, pois trata-se de um título à ordem; e) local e data de emissão: são requisitos indispensáveis, se não houver, a letra de câmbio é considerada inválida, se não há local de emissão mas há endereço do sacador, presume-se que este é o local; f) assinatura do sacador: é obrigatória, o sacador comprova com a assinatura que ele deu a ordem.
Não essenciais: a) data de vencimento: na ausência da data de vencimento considera-se pagamento à vista; b) lugar de pagamento: se não tiver lugar do pagamento, vale o endereço do sacado; c) lugar do saque: se não estiver designado o local de saque, prevalece o local próximo ao nome do sacador. 
Aceite – o instituto do aceite existe quando o sacado obriga-se ao pagamento de quantia especificada no título na data do vencimento sob pena de protesto. Se não existir o aceite, o credor deverá cobrar do sacador. Ocorre o vencimento antecipado do título se o sacado não aceitar. Se o portador não apresentar o título no prazo definido (dentro do vencimento), ele perde o seu direito de ação contra o sacador, endossantes e avalistas, executando apenas o sacado, pois o portador descumpriu a ordem do sacador. O aceite é indispensável na letra de câmbio. 
Cancelamento do aceite: até a restituição do título o sacado pode se arrepender e cancelar o aceite. Pode fazer uma rasura no título, riscando sua assinatura, assim não será considerado aceite. 
Características: facultativo (se aceitar, torna-se devedor solidário), irretratável, e pode recorrer sem justificativa.
Aceite parcial: o sacado pode limitar o valor do aceite, desde que esteja expresso na letra de câmbio.
Aceite limitativo: limita o valor da letra a um valor menor, aceita parcialmente o valor.
Aceite-modifica: pode modificar juros, data de vencimento, forma de pagamento. Aceita, “mas...”.
*Cláusula não aceitável – o tomador só pode procurar o sacador para o aceite na data de vencimento, evitando assim o vencimento antecipado. Deve estar definido na letra de câmbio. Art. 22, LUG: “O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, com ou sem fixação deprazo. Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicilio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista. O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data. Todo endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador”.
Aceite por intervenção – 3º compromete-se ao pagamento. Ex: a dívida é minha e outra pessoa aceita pagar no meu lugar, um 3º aceita com interesse ou não na obrigação. 
*Prescrição – 3 anos a partir do vencimento contra aceitantes e avalistas; 1 ano a partir do protesto ou vencimento contra sacador ou endossante e avalista; e 6 meses a partir do pagamento contra endossantes uns contra os outros ou sacador. 
NOTA PROMISSÓRIA
É uma promessa de pagamento onde o devedor principal declara que pagará uma quantia determinada a uma pessoa intitulada beneficiária. 
Partes – subscritor/tomador/proemitente/emitente: quem promete o pagamento; tomador/beneficiário: em favor de quem a promessa é feita. 
Requisitos
Essenciais: a) identificação: deve estar escrito “nota promissória”; b) declaração cambiária: promessa de pagamento de determinada quantia, sem condições ou encargos. Deve constar, obrigatoriamente “eu me comprometo...”; c) quantia certa: o valor deve estar especificado na nota promissória; d) nome do beneficiário: o nome de quem tem o direito deve estar na nota, sob pena de descaracterização da nota promissória. Não se admite nota promissória ao portador; e) data de emissão: deve conter a data para contar o prazo prescricional, bem como avaliar a capacidade do emitente ao tempo da emissão. Título de crédito sem data de emissão é abuso de poder; f) assinatura do emitente: de próprio punho ou por intermédio de procurador com poderes especiais. 
Não essenciais: a) data de vencimento: na ausência da data de vencimento considera-se pagamento à vista; b) lugar de pagamento: se não tiver lugar do pagamento, vale o endereço do sacado; c) lugar do saque: se não estiver designado o local de saque, prevalece o local próximo ao nome do sacador
Características – art. 77, LUG – são aplicáveis às notas promissórias as regras da letra de câmbio, no que couber. 
Prescrição – 3 anos contra emitente e seus avalistas; 1 ano contra endossantes e avalistas; 6 meses para endossante contra endossantes e avalistas.

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