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Adaptações celulares

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PATOLOGIA GERAL - DB-301, UNIDADE I, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
ADAPTAÇÕES CELULARES 
 
 Após a formação de um tecido as células podem continuar a se dividir continuamente, 
(células lábeis), eventualmente (células estáveis), ou perdem esta capacidade (células 
permanentes). Esta capacidade está geralmente associada a diferenciação celular. As células 
nervosas não se dividem, enquanto que as do epitélio de revestimento e sangüíneas são 
constantemente renovadas. Fibroblastos e hepatócitos se dividem rapidamente apenas quando 
são estimulados. As células podem sofrer modificações bioquímicas e morfológicas quando 
submetidas a estímulos fisiológicos e patológicos, dependendo de sua capacidade de resposta e 
adaptação. 
 Deve-se também considerar que os cânceres mais freqüentes são oriundos de células 
lábeis, ou seja, são carcinomas da pele, cervix, boca, pulmão, próstata e mama. 
 
Hipertrofia 
 Hipertrofia é o aumento do tamanho das células e consequentemente do tecido ou 
órgão. A hipertrofia é causada por demanda funcional maior ou estimulação hormonal. As 
fibras musculares estriadas cardíacas e esqueléticas aumentam de tamanho quando estimuladas 
por maior demanda. O aumento da massa muscular do halterofilista, ou do coração em 
hipertensos ou com valvopatias são bons exemplos. Em pacientes hipertensos o coração 
bombeia o sangue para a aorta com maior força, sofrendo hipertrofia. O peso normal do 
coração é 350g, podendo atingir até 700-800g no indivíduo hipertenso. Na gravidez, o útero 
sofre concomitantemente hipertrofia e hiperplasia das células musculares lisas pelos hormônios 
estrogênicos. 
A hipertrofia do músculo masseter pode ser confundida clinicamente com aumentos 
tumorais da glândula parótida. O aumento de volume gengival, causado pela fibromatose 
gengival hereditária ou pelo tratamento com ciclosporina ou dilantina sódica, não se caracteriza 
bem como hipertrofia ou hiperplasia. Nestes casos acontece ao mesmo tempo um aumento no 
número de fibroblastos gengivais e da matriz extracelular que os circunda. 
 
Hiperplasia 
 Crescimento de um tecido ou órgão pelo aumento do número de células. Ocorre em 
células com capacidade de mitose, quando estimuladas para maior atividade. As células lábeis e 
estáveis, como da epiderme e fibroblastos, podem sofrer intensa hiperplasia. As permanentes 
como as musculares cardíacas e esqueléticas respondem com hipertrofia. A hiperplasia fibrosa 
inflamatória é uma das alterações mais freqüentes da mucosa bucal. Deve ser ressaltado que a 
hiperplasia, ao contrário da neoplasia, regride uma vez cessado o estímulo causador. 
 
Hiperplasia hormonal 
 Proliferação do epitélio glandular da mama na puberdade e gravidez. Como citado 
anteriormente, proliferação e hipertrofia das células musculares lisas ocorrem 
concomitantemente no útero grávido. Na gravidez também há maior produção de TSH, 
resultando em hiperplasia da tireóide. No ciclo menstrual há hiperplasia das glândulas do 
endométrio. 
 
Hiperplasia compensatória 
 Como na regeneração hepática que ocorre após a hepatectomia parcial. No rato a 
regeneração total ocorre em 2 semanas, após remoção de 2/3 da massa hepática. Quando há 
remoção de um rim, o outro sofre hiperplasia ("Prometeu - roubou o fogo dos deuses e trouxe 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
aos mortais - foi preso a uma montanha, o seu fígado era diariamente devorado por abutres, e se 
regenerava a cada noite"). 
 
Hiperplasia nodular 
 A hiperplasia geralmente afeta o órgão como um todo, entretanto pode ocorrer em 
nódulos, podendo ser considerado como processo patológico, e se necessário pode ser 
removido cirurgicamente. Ocorre na próstata, tireóide, adrenal e mama. 
 
Metaplasia 
 É a transformação de uma célula ou tecido em outro com características diferentes. A 
metaplasia pode ser considerada como uma adaptação da célula a estímulos adversos. Ocorre 
nas vias respiratórias quando por irritação crônica (fumo), o epitélio pseudo-estratificado 
ciliado se transforma em epitélio escamoso. Cálculos dos ductos excretores das glândulas 
salivares, pâncreas ou vias biliares podem causar a substituição do epitélio colunar por 
escamoso. Na bexiga, a presença de cálculo estimula o epitélio de transição (células cuboidais) 
a se tornarem escamosas. A metaplasia escamosa pode favorecer a formação de carcinomas de 
células escamosas (neoplasia maligna originada nas células escamosas). 
 A metaplasia é menos comum nas células mesenquimais. Fibroblastos podem 
transformar-se em osteoblastos e material calcificado pode ser encontrado em tecidos moles 
como a gengiva (metaplasia óssea). 
Os fatores que controlam as respostas celulares como hiperplasia, hipertrofia e 
metaplasia não são bem conhecidos, sendo diferentes em cada tipo de tecido. Provavelmente os 
fatores de crescimento participam deste processo, como EGF (“epidermal growth factor”), FGF 
(“fibroblast growth factor”) e TGFβ (“tumor growth factor”). Estes, através de seus respectivos 
receptores celulares, ativam proto-oncogenes, que por sua vez que têm a capacidade de 
estimular a proliferação celular. 
 
Displasia (formação anormal, mal formado, desenvolvimento desordenado) 
 São alterações citológicas atípicas no tamanho e forma das estruturas celulares. É 
comum no epitélio do cervix uterino, no carcinoma "in situ". As células basais sofrem 
hiperplasia, com maturação desorganizada das células nas camadas mais superficiais. Estas 
alterações são consideradas como precursoras do carcinoma. Displasia também ocorre no 
epitélio metaplásico das vias respiratórias devido ao tabagismo. As displasias são consideradas 
como alterações pré-cancerosas. Há perda da arquitetura do tecido epitelial e da uniformidade 
das células. 
 
Anaplasia 
 Reversão da célula a sua forma mais primitiva e indiferenciada. Anaplasia é o termo 
usado para células cancerosas que não sofreram diferenciação a partir das células que se 
originaram. 
 
Neoplasia (crescimento novo) 
 Crescimento celular desordenado e autônomo, sem finalidade biológica. 
 
Agenesia 
 Ausência de formação de um órgão ou tecido. Agenesia dentária. 
 
 
Aplasia 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 Formação rudimentar de um órgão (atrofia congênita). Usado às vezes como sinônimo 
de agenesia. 
 
Hipoplasia 
 Formação deficiente de um órgão ou tecido que pode ou não funcionar. Ex: Hipoplasia 
de esmalte 
 
Distrofia (nutrição difícil) 
Qualquer desordem causada por falta de nutrição. Ex: Distrofia muscular. 
 
Teratoma 
 Formação de tecido por células das três camadas germinativas, a partir de células 
totipotenciais, como as das gônadas. Formam vários tecidos, como pele, músculo, gordura e 
dente. É comum o teratoma dermóide cístico do ovário (cisto dermóide) que contém pele com 
pelos, secreções sebáceas, e estruturas dentárias. 95% dos teratomas ovarianos são benignos, 
mas 1% sofre transformação maligna de um de seus elementos, geralmente para carcinoma 
epidermóide. Ocorrem em mulheres jovens. Os teratomas encontrados em crianças são do tipo 
sólido e imaturo e geralmente malignos. 
 
Hamartoma 
 Formação excessiva de células e tecidos normais, com arquitetura diferente do normal. 
Os hamartomas muitas vezes são considerados neoplasias benignas, mas devem ser 
considerados como alterações do desenvolvimento, como os hemangiomas e linfagiomas 
congênitos. Os hemangiomas congênitos podem sofrer regressão espontânea. 
 
Coristoma 
 Células e tecidos normais em localizações não habituais (Heterotópico). Resto de tecido 
pancreático na parede do estômago ou intestino, ou células da supra-renal nos rins, ou ainda 
formação de tecido ósseo na língua. Raramente causam problemas. 
 
Adaptações do epitélio 
 1 - Ortoqueratina - queratina de aspecto homogêneo,hialino e acelular, normalmente 
encontrada no epitélio da pele e mucosa mastigatória da boca. Geralmente é simplesmente 
chamada de queratina. O aumento de espessura da camada de queratina, como ocorre nas 
leucoplasias e "calos", é chamado de Hiperqueratose. A hiperqueratose também pode ocorrer 
em epitélios paraqueratinizados. 
 
 2 – Paraqueratina - em epitélios de mucosa móvel, como da bochecha, ventre de 
língua e assoalho bucal, a queratina tem uma maturação menos completa, com presença de 
núcleos na camada córnea. É então chamada de paraqueratina, e o aumento da espessura de 
hiperparaqueratose. 
 
3 - Disqueratose ( dis- ruim, difícil) 
 Termo usado, às vezes, para descrever queratinização precoce e atípica das células 
epiteliais. Ex.: disqueratose focal acantolílica. 
 
4 – Espongiose - Edema intercelular da epiderme. 
 
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5 – Acantose (Akantha - espinho - Ake - pontiagudo - acupuntura) - aumento de 
espessura da camada espinhosa do epitélio. 
 
6 – Acantólise - perda de adesão das células do epitélio, como no pênfigo. 
 
7 – Coilocitose (coil - concêntrico, anel) - células epiteliais vacuolizadas, com núcleo 
picnótico, hipercromático, citoplasma ligeiramente hialino devido a infecção viral. Ex. 
condiloma ou verruga devido a infecção viral. 
 
8 – Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa - proliferação epitelial acentuada e irregular 
com projeções profundas no conjuntivo subjacente, lembrando epitelioma. Ex.: 
paracoccidioidomicose, glossite rombóide. 
 
9 - Exocitose - presença de leucócitos infiltrando o epitélio. 
 
10 - Lentiginoso - proliferação de melanócitos na camada basal do epitélio. 
 
ACÚMULO DE PIGMENTOS 
 
 Os pigmentos são substâncias coradas, de origem endógena ou exógena, que se 
acumulam dentro e eventualmente fora das células. 
 
Carvão 
 Partículas de carvão inaladas, se acumulam nos pulmões (antracose) e são transportadas 
pelos macrófagos aos nódulos linfáticos da região traqueobrônquica. Os pulmões normalmente 
são róseos, mas invariavelmente tem coloração escura nos habitantes de cidades com poluição 
ambiental. 
 
Tatuagem 
 A tatuagem é uma pigmentação da pele por pigmentos exógenos. Os pigmentos são 
fagocitados por macrófagos. 
 
Lipofuscina (fuscus - marrom) 
 A lipofuscina é um pigmento marrom associado ao desgaste celular. Representa 
resíduos de vacúolos autofágicos contendo complexos lipoprotéicos que se acumulam nas 
regiões perinucleares, onde não há miofibrilas. Ocorre principalmente em células cardíacas e 
hepáticas devido ao envelhecimento, desnutrição, e câncer. O coração e o fígado podem estar 
atróficos (atrofia parda). A lipofuscina não prejudica as funções celulares. 
 
Melanina (melan - preto) 
 A melanina é um pigmento endógeno formado pela oxidação da tirosina em 
diidroxifenilanina nos melanócitos. 
 
Vitiligo 
 Manchas claras na pele. Ocorre em cerca de 1% da população. Sugere-se que há 
acúmulo de enzima tetrahidrobiopterina que regula a ação da tirosina. Não há cura para o 
vitiligo. Para estimular a repigmentação usa-se a luz ultravioleta e esteróides. 
 
PATOLOGIA GERAL - DB-301, UNIDADE I, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
Hemossiderina 
 Derivada da hemoglobina e de coloração amarelo-marrom. Microscopicamente pode ser 
corada em azul pela técnica do Azul da Prússia. Em áreas hemorrágicas há acúmulo de 
hemossiderina dentro ou fora de macrófagos. A área passa por várias tonalidades - VRAVA - 
Vermelho, Roxo, Azul, Verde e Amarelo. A hemoglobina é transformada em biliverdina, 
bilirrubina e hemossiderina. As hemácias são destruídas no baço, fígado e medula óssea, e 
hemossiderina pode ser detectada nestes órgãos. A hemossiderina também se acumula na 
hemossiderose (hemocromatose). 
 
Bilirrubina 
 A bilirrubina é encontrada normalmente na bile, não contendo ferro. Em casos de 
obstrução à saída da bile, a bilirrubina é encontrada nos sinusóides biliares, células de Kupfer e 
hepatócitos, como um pigmento verde amarronzado. A hiperbilirrubinemia (concentração 
excessiva de bile no sangue) associada à deposição de bilirrubina na pele, mucosas e 
esclerótica ocular, resultando em aparência amarelada do paciente, é chamada de icterícia. Se a 
icterícia for intensa e prolongada, o pigmento pode se depositar inclusive dentina (dentes com 
coloração esverdeada). 
 
Amálgama 
 Partículas de amálgama são freqüentes na mucosa bucal devido as restaurações 
dentárias. A coloração é preta, e são encontradas em macrófagos e tecidos perivasculares. 
 
 
DEPÓSITOS INTRA E EXTRA CELULARES 
 
Lipídeos 
 O termo metamorfose gordurosa (esteatose) significa o acúmulo anormal de gordura 
(triglicerídeos derivados de ácidos graxos) nas células parenquimatosas. Muitas células 
normalmente contém gordura no citoplasma: células adiposas, córtex da supra renal, corpo 
amarelo do ovário, intersticial do testículo. A esteatose ocorre em órgãos que metabolizam 
gordura, como o fígado, coração e rins. O mais freqüentemente afetado é o rim. Os lipídios, do 
tecido adiposo na forma de ácidos graxos e da dieta na forma de quilomicrons (triglicerídio, 
fosfolipídio e proteína), são esterificados em triglicerídios no fígado. O triglicerídio é secretado 
pelo fígado na forma de lipoproteína. De um modo geral qualquer alteração do metabolismo 
lipídico pode causar acúmulo intracelular, como nos exemplos abaixo. Dependendo da 
gravidade a alteração é reversível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diabete Ac. graxo 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 
 Jejum 
 
 
 esterificação de Acúmulo de 
 FFA para triglic. Triglic. 
Etanol 
 
 oxidação de FFA 
 para acetil-CoA 
 
Hipóxia 
Toxinas (CCl4, clorofórmio, etanol) apoproteina 
Malnutrição 
 
(FFA = “free fat acid”; ácido graxo livre) 
 
Álcool 
 Altera as funções dos hepatócitos de forma múltipla. É a causa mais comum de 
esteatose. Ocorre devido a deficiência de proteínas. O álcool é uma hepatotoxina, e as mulheres 
parecem ser mais suscetíveis. A toxicidade do etanol é devida provavelmente ao acetaldeído 
formado. Se a ingestão for de grande quantidade pode desenvolver hepatite, com necrose 
celular e aumento de transaminases, processo também reversível. A esteatose pelo álcool é 
reversível. 
 
Hialinização 
 Hialinização é a transformação de proteínas intra e extracelulares em material 
homogêneo, vítreo e róseo, nos cortes corados com H E. 
 
Hialinização intracelular 
- gotículas nas células renais em casos de proteinúria 
- corpúsculo de Russell. São inclusões eosinofílicas dos plasmócitos, dentro de vesículas do 
RER. São oriundos do acúmulo de anticorpos não secretados. 
- inclusões citoplasmáticas ou nucleares (corpos esonofílicos envolvidos por halo claro, 
vistos em infecções virais) 
- corpúsculo de Mallory – alcoolismo – acúmulo de filamentos de queratina e outras 
proteínas, observados como inclusões citoplasmáticas eosinofílicas nos hepatócitos. 
- corpúsculo de Councilman -– corpúsculos arredondados e acidófilos, presentes nos 
hepatócitos de pacientes portadores de hepatite viral e febre amarela 
- corpúsculo de Negri - na raiva (causada por um vírus RNA de fita simples com envelope, 
da famíla Rhabdoviridae) - inclusões citoplasmáticas redondas ouovais, vistos no 
citoplasma e às vezes nos prolongamentos celulares de células nervosas (neurônios do 
tronco cerebral, particularmente no hipocampo, e células de Purkinje do cerebelo). 
 
Hialinização extracelular 
 Geralmente consiste na deposição de material fibrilar protéico, em substituição ao 
parênquima tecidual. São exemplos: 
 - cicatrizes antigas 
 - arterioesclerose, arterioloesclerose 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 - hialinização de glomérulos renais em lesões crônicas 
 - necrose por coagulação 
 - órgãos atróficos - substituição do parênquima por tecido fibroso hialinizado, como no 
ovário. 
- fibrina 
 
Calcificações 
 
Calcificação distrófica 
 Deposição de sais de cálcio em tecidos atrofiados ou necrosados. Macroscopicamente 
aparecem como grânulos brancos. Histologicamente se coram num tom azulado com a 
hematoxilina. 
 São comuns na polpa dental e na ateroesclerose. No carcinoma papilar da tiróide 
formam-se esférulas calcificadas laminadas chamadas de Corpúsculo de Psamoma, devido a 
semelhança com grãos de areia (Psammos, do grego, significa areia). 
 Na Arteriosclerose de Mönckeberg há calcificação da camada média das artérias 
musculares. Não tem maior significado clínico. 
 
Calcificação Metastática 
 Ocorre em tecidos normais em casos de hipercalcemia, como hiperparatireoidismo, 
hipertireoidismo, hipercalcemia idiopática da infância, doença de Addison, aumento do 
catabolismo ósseo associado a tumores intra-ósseos (ex: mieloma múltiplo, metástases), e 
leucemia. A calcificação metastática pode ocorrer em qualquer parte do corpo, afetando 
principalmente vasos sanguíneos, rins, pulmões e mucosa gástrica. Os sais de cálcio 
precipitados têm aspecto semelhante aos da calcificação distrófica. Normalmente não há 
conseqüências clínicas graves em decorrência das calcificações metastáticas. Entretanto, um 
grave envolvimento pulmonar pode causar insuficiência respiratória e nos rins pode haver falha 
renal. 
 
Calcinose – termo usado para descrever a calcificação na pele. 
 
Amiloidose 
 
 O termo amilóide foi usado por Rudolph von Virchow em 1853 quando observou no 
reino animal uma substância que reagia com o iodo, de forma semelhante ao amido. A 
substância amilóide é de natureza protéica, homogênea e vítrea. Cora-se em róseo com o 
vermelho congo, apresentando birrefringência de cor esverdeada. Na microscopia eletrônica 
tem aspecto fibrilar. A amiloidose pode ser encontrada sem causar manifestações clínicas, ou 
pode causar a morte. O prognóstico da amiloidose generalizada não é bom. 
 
Composição química 
 90% do amilóide são proteínas fibrilares, e o restante é glicoproteína. 
 Amilóide Leve (AL), Amilóide Associada (AA). A AL é sintetizada por linfócitos B, 
correspondendo a cadeias leves de imunoglobulinas, como ocorre no mieloma múltiplo. A AL 
é derivada das cadeias leves circulantes, sendo chamada de proteína de Bence-Jones. 
 A AA consiste de 76 amino ácidos e é sintetizada no fígado. 
 Outras proteínas podem estar presentes no amilóide: 
 - transtiretina - proteína sérica normal que transporta tiroxina e retinol. 
 - β2- microglobulina - componente do MHC - I 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 - Proteína β2 amilóide - na doença de Alzheimer (A5 - amilóide senil) 
 - componente P - constitui 10% do amilóide 
 - proteína prion celular (PrPc) – se deposita na forma de amilóide quando se transforma 
em prion “scrapie” ou infeccioso (PrPsc), nas doenças neurodegenerativas associadas aos 
prions. 
 
Classificação 
 Amiloidose Sistêmica - envolve vários órgãos 
 Amiloidose Localizada - limita-se a um único órgão 
 
A sistêmica pode estar associada a doenças como: 
Mieloma múltiplo - proteína principal é AL. No soro as cadeias leves da Imunoglobulina são 
chamadas de Proteína de Bence-Jones, e são excretadas pela urina. Todos os pacientes com 
mieloma têm proteína Bence-Jones no soro e na urina, mas apenas 10% amiloidose. 
 
Amiloidose primária - quando há deposição de amilóide do tipo AL, em vários órgãos, mas 
aparentemente sem doença associada. 
 
Reativa - (ou Amiloidose Secundária) - a proteína principal é AA. É secundária a 
inflamações crônicas (tuberculose, osteomielite, artrite reumatóide) e cânceres (carcinoma de 
célula renal e doença de Hodgkin). Vários órgãos são envolvidos, como fígado, baço, rins, 
gânglios e supra-renais. A amiloidose renal é a principal causa de morte, envolvendo 
principalmente os glomérulos. 
 
Amilóide das doenças causadas por prions - a degeneração e a deposição de material 
amilóide no sistema nervoso central são características comuns de algumas doenças que 
atingem o homem (kuru, doença de Creutzfeldt-Jakob - CJD, doença de Gerstmann-
Sträussler-Scheinker - GSS e insônia familial fatal - FFI) e animais (scrapie, encefalopatia 
bovina espongiforme, encefalopatia transmissível do visão e doença debilitante crônica). 
Destas, CJD, GSS e FFI são os únicos exemplos conhecidos até o momento de doenças 
humanas hereditárias e ao mesmo tempo infecciosas. 
 Embora a etiologia deste grupo de doenças tenha permanecido obscura durante muitos 
anos, sendo atribuída à infecção por vírus ou viróides, sabe-se hoje que elas são causadas pelo 
acúmulo intracerebral progressivo de uma proteína extremamente insolúvel conhecida como 
prion. O prion infeccioso (PrPsc) é uma isoforma da proteína prion celular (PrPc), expressa 
normalmente em diversos tecidos, principalmente no tecido nervoso (neurônios e células 
gliais). É também extremamente insolúvel, com características típicas de amilóide (coloração 
pelo vermelho Congo e PAS e birrefringência sob microscopia de luz polarizada). A função 
do PrPc é ainda desconhecida, embora sua participação em processos como interação célula-
célula, célula-matriz extracelular ou mesmo na regulação da expressão de receptores para 
neurotransmissores já tenha sido sugerida. 
 
 
 Doenças causadas por prions: 
 Scrapie: O scrapie é uma doença neurodegenerativa causada por prions, conhecida há 
mais de 200 anos, que afeta cabras e ovelhas. Os animais comprometidos por esta doença 
apresentam excitabilidade, coceira, ataxia e paralisia, morrendo em pouco tempo. 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 Encefalopatia espongiforme bovina: Também conhecida como “doença da vaca 
louca”) é uma doença do sistema nervoso central de bovinos provocada por prions, que surgiu 
no Reino Unido por volta de 1986. Em 1987 foram confirmados 9 casos da doença, enquanto 
que até o final de 1994 já tinham sido registrados 138.359 casos. A epidemia provavelmente 
se iniciou no ano de 1981, quando foram introduzidas vísceras de carneiros e ovelhas na ração 
do gado britânico. A possibilidade de transmissão desta doença do gado para o homem 
provocou uma grande redução na importação de carne britânica, principalmente pela França e 
Alemanha, causando sérios problemas econômicos para o Reino Unido. A hipótese mais 
plausível para a etiologia da BSE é a exposição do gado ao prion proveniente de ovelhas e 
carneiros portadores de scrapie, embora exista a possibilidade de ocorrência natural da 
doença. Trabalhos analisando o risco de ocorrência de BSE estão sendo atualmente 
conduzidos nos EUA, Argentina e Espanha, tendo-se em vista alguns relatos esporádicos da 
doença fora do Reino Unido. 
 Kuru: Doença neurológica que atingiu, na década de 50, nativos do grupo lingüístico 
Fore e tribos vizinhas, em Papua Nova Guiné. A palavra kuru significa tremer, no dialeto 
Fore. A maioria das evidências indica que o kuru se disseminou neste conjunto de tribos 
devido a prática de rituais canibalísticos, principalmente por mulheres e crianças, que tinham 
o costume de comer as vísceras (inclusive o cérebro) de seus parentes mortos comodemonstração de respeito. Provavelmente, durante os rituais canibalísticos ocorreu a ingestão 
de vísceras de algum portador de CJD, o que provocou a epidemia. Histologicamente o kuru é 
semelhante as outras doenças deste grupo, caracterizando-se pela presença de alterações 
espongiformes, astrogliose e deposição de placas amilóides na maioria dos casos (“kuru 
plaques”), principalmente no cerebelo. Com a extinção do canibalismo nestas tribos por volta 
de 1960, houve uma rápida redução na incidência do kuru. 
 Doença de Creutzfeldt-Jakob: Os primeiros casos de uma doença neurodegenerativa 
humana chamada de doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD), foram relatados em 1920 por H.G. 
Creutzfeldt e em 1921 por A. Jakob. A transmissibilidade da CJD entre seres humanos já foi 
descrita: uma paciente com 55 anos de idade se infectou através de um transplante de córnea 
proveniente de um doador com CJD, apresentando dezoito meses depois, letargia, ataxia e 
rápida deterioração neurológica. 
Aproximadamente 15% dos casos de CJD têm caráter familial autossômico dominante, sendo 
os demais casos esporádicos. Portanto, a CJD é, ao mesmo tempo, uma doença hereditária e 
infecciosa. 
Insônia familial fatal: A insônia familial fatal foi descrita pela primeira vez em 1986 
e está associada a uma mutação no codon 178 do gene que codifica a proteína prion. 
Clinicamente a FFI é caracterizada por distúrbios do sono e do sistema autônomo. A doença 
se manifesta em média aos 48 anos de idade e a sua duração é de cerca de 13 meses. 
 Doença de Gerstmann-Sträusller-Scheinker: A doença de Gerstmann-Sträussler-
Scheinker é uma alteração autossômica dominante rara do sistema nervoso central, 
caracterizada principalmente por anormalidades motoras e intelectuais. Histologicamente se 
caracteriza pela deposição de uma substância amorfa, com características de amilóide no 
cérebro. Buracos no córtex cerebral (alteração espongiforme) são também freqüentemente 
observados. A análise microscópica de material proveniente de pacientes portadores de GSS 
demonstrou que a deposição de material amilóide é um achado constante, ao contrário da 
degeneração espongiforme. Estas placas amilóides reagem positivamente com anticorpo anti-
prion em reações imunohistoquímicas. 
 
PATOLOGIA GERAL - DB-301, UNIDADE I, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
Objetivos - Adaptações Celulares 
 
1. Comente e exemplifique células lábeis, estáveis e permanentes. 
2. Conceitue e exemplifique hipertrofia. 
3. Conceitue hiperplasia. 
3. Exemplifique hiperplasia hormonal e compensatória. 
4. Discuta hiperplasia nodular de próstata, mama e tireóide. 
5. Que é metaplasia? Exemplifique. 
6. Que são células displásicas? 
7. Conceitue e exemplifique- anaplasia, neoplasia, agenesia, aplasia, hipoplasia, distrofia. 
8. Descreva as características de teratoma do ovário. 
9. Discuta se hemangioma e linfangioma congênito são hamartomas. 
10. Que é coristoma? 
11. Explique as principais adaptações do epitélio- ortoqueratina, paraqueratina, disqueratose, 
espongiose, acantose, acantólise, coilocitose, hiperplasia pseudo-epiteliomatosa, exocitose, 
lentiginose. 
12. Comente as características clínicas e microscópicas e exemplifique - antracose, tatuagem, 
tatuagem por amálgama, pigmentação melânica na gengiva. 
13. Descreva a evolução clínica e microscópica de um hematoma. 
14. Dê as principais características do vitiligo. 
15. Comente o acúmulo de bilirrubina na icterícia. 
16. Conceitue e exemplifique metamorfose gordurosa. 
17. Discuta a metamorfose gordurosa no alcoolismo. 
17. Conceitue hialinização e descreva os aspectos morfológicos. 
18. Exemplifique e explique hialinização intracelular. 
19. Exemplifique e explique hialinização extracelular. 
20. Descreva como ocorre descalcificação distrófica. 
21. Que é calcificação metastática. 
22. Conceitue amiloidose. 
23. Discuta a formação de amiloidose no mieloma múltiplo. 
24. Que é amiloide leve e associada? 
25. Que é amiloidose sistêmica, localizada, primária e reativa? 
26. Quais as características morfológicas da substância amilóide? 
27. Comente hipertrofia do masseter. 
28. Discuta se o aumento de volume gengival hereditário ou causado pela ciclosporina ou 
dilantina é hiperplasia ou hipertrofia. 
29. Que é hiperplasia fibrosa da mucosa bucal? 
30. Descreva o amilóide encontrado nas doenças causadas por prions.

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