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EDP_041_Educacao_Especial_Inclusiva_1_Ed

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DOE INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO ESPECIAL
E INCLUSIVA
Autor:
Maria Augusta Bolsanello
CURITIBA
2010
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
Diretor
Celso José da Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Reitor
Zaki Akel Sobrinho
Vice-Reitor
Rogério Andrade Mulinari
Pró-Reitora de Graduação - PROGRAD
Maria Amélia Sabbag Zainko
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação - PRPPG
Sérgio Scheer
Pró-Reitora de Extensão e Cultura - PROEC
Elenice Mara Matos Novak
Pró-Reitora de Gestão de Pessoas - PROGEPE
Laryssa Martins Born
Pró-Reitor de Administração - PRA
Paulo Roberto Rocha Krüger
Pró-Reitora de Planejamento, Orçamento e Finanças - PROPLAN
Lucia Regina Assumpção Montanhini
Pró-Reitora de Assuntos Estudantis - PRAE
Rita de Cássia Lopes
Contatos
CIPEAD
Fone: (41) 3310.2761
e-mail: cipead@ufpr.br
www.cipead.ufpr.br
Coordenação do Curso de Pedagogia
Fone: (41) 3360.5141 3360.5139
e-mail: pedagogiaead@ufpr.br
www.educacao.ufpr.br
SETOR DE EDUCAÇÃO
Diretora
Andrea do Rocio Caldas
Vice-Diretora
Deise Cristina de Lima Picanço
Coordenação do Curso de Pedagogia - Magistério da Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Sonia Maria Chaves Haracemiv
Veronica Branco
Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância - CIPEAD
Coordenadora EaD - UFPR e UAB
Marinelli Joaquim Meier
Coordenadora Adjunta UAB
Gláucia da Silva Brito
Coordenadora de Recursos Tecnológicos
Sandramara Scandelari Kusano de Paula Soares
Equipe CIPEAD
Carlos A. Roballo, Inês Azevedo, José Eduardo K. Ribeiro, 
Maria Elvira M. Santos, Melissa R. Formigoni, Rosangela L.
Silva, Silvia Teresa S. Reich, Vanessa R. Belão.
Revisão Didático-Pedagógica
Sonia Maria Chaves Haracemiv
Veronica Branco
Revisão Textual
Prof. Altair Pivovar
Produção de Material Didático
Rosangela Luiz da Silva
Inês Azevedo
Julia de Mello Abdul-Hak
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Prezado(a) acadêmico(a)!
Este material constitui um importante instrumento para que cumpramos com 
nossos propósitos em relação à disciplina Educação Especial e Inclusiva.
Por se tratar de um curso a distância, você encontra aqui um texto que pretende 
dialogar com você. Ele o orientará e o auxiliará em seus estudos. O conteúdo da 
disciplina está dividido em sete unidades. Em cada parte você encontrará, de forma 
sucinta, aspectos centrais e de contexto mais significativos do conteúdo sugerido para 
o estudo.
As sete unidades foram pensadas de forma sequencial e lógica, considerando 
tanto a discussão/reflexão sobre a Educação Especial e inclusiva quanto as 
características pessoais, afetivas e sociais dos alunos.
A Unidade 1 visa esclarecer o significado de expressões como necessidades 
educacionais especiais, educação especial, educação inclusiva e adaptações 
curriculares, entre outros.
Nas Unidades 2, 3, 4 e 5, abordam-se sucessivamente as diferentes 
deficiências: intelectual, auditiva, visual e física.
A Unidade 6 é dedicada ao estudo de algumas características gerais dos 
Transtornos Globais do Desenvolvimento.
Finalizando, a Unidade 7 versa sobre o alunado com Altas 
Habilidades/Superdotação.
Esperamos que esta disciplina seja também um processo de experimentação, 
investigação, formação. Ao se apropriar dos conteúdos da disciplina, esperamos que 
você o faça de modo progressivo, com postura interativa. Você deve proceder à leitura 
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
compreensiva dos textos, isto é, refletindo sobre as possibilidades de aplicação dos 
conhecimentos adquiridos na sua própria realidade.
Aproveite ao máximo esta oportunidade: consulte as fontes complementares 
indicadas, elabore sínteses e esquemas, realize as atividades propostas.
Desejamos a você um excelente estudo!
Professora Maria Augusta Bolsanello
PEDAGOGIA Conteúdo, Metodologia E Avaliação Do Ensino Das Artes
PLANO DE ENSINO
1 DISCIPLINA
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
2 CÓDIGO
EDP-041
3 CARGA HORÁRIA TOTAL
60 HORAS
3.1 CARGA HORÁRIA PRESENCIAL
3.1.1 Com professor formador: 6 horas.
3.1.2 Com o tutor presencial no polo: 6 horas.
3.2 CARGA HORÁRIA A DISTÂNCIA
Quarenta e oito (48) horas de estudos com orientação presencial e a distância dos 
tutores do polo presencial e/ou tutores da UFPR. Esses estudos incluem a participação 
em fóruns, chats e outros espaços virtuais.
4 EMENTA
História da Educação Especial. Fundamentos filosóficos, teóricos e legais que norteiam 
o funcionamento da Educação Especial. Princípios da Educação Inclusiva. Áreas das 
deficiências: visual, mental, auditiva, múltipla, física, condutas típicas, altas 
habilidades, autismo, surdo-cegueira. Planejamento e metodologias diferenciadas 
com ênfase no atendimento às necessidades e especificidades. Adaptações 
curriculares.
5 OBJETIVOS 
5.1 OBJETIVO GERAL
Estudar as especificidades do alunado da Educação Especial, relacionadas ao 
atendimento educacional de alunos com necessidades educacionais especiais, na 
proposta da Educação Inclusiva.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ÿ Apresentar as principais características do alunado da Educação Especial.
Ÿ Discutir noções fundamentais sobre métodos, técnicas e estratégias utilizadas pelo 
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
professor na perspectiva da Educação Inclusiva.
Ÿ Compreender a importância das adaptações curriculares no processo ensino-
aprendizagem de alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades/superdotação.
Ÿ Refletir sobre a importância da Educação Inclusiva no combate a atitudes 
discriminatórias e preconceituosas, na criação de comunidades acolhedoras e no 
desenvolvimento de uma sociedade inclusiva.
6 PROGRAMA
UNIDADE 1
UNIDADE 5
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA/NEUROMOTORA
UNIDADE 6
ALUNOS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO
UNIDADE 7
ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
7 ORIENTAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
O presente material está organizado em sete unidades. Essas unidades estão divididas 
em subunidades, que visam detalhar melhor alguns dos tópicos apresentados. Em 
cada uma das subunidades, o aluno encontrará uma apresentação básica da temática, 
sugestões de textos de leitura complementares, bem como recomendações de acesso 
a sites especializados.
As unidades didáticas apresentam os seguintes elementos:
Texto de base – O texto de base procura introduzir o suporte conceitual que auxiliará 
na realização das demais atividades de leitura e de produção de texto, apresentando 
uma exposição teórica dos principais conceitos e concepções a serem tratados na 
respectiva unidade.
Leitura Complementar – Compreende sugestões de textos complementares e serve 
como aprofundamento do que foi discutido no texto de base. O aluno poderá 
aprofundar sua análise do texto de leitura complementar, identificando novas 
possibilidades de interpretação e outros mecanismos ali presentes, e também indicar 
novos textos para a leitura que também oferecem exemplos sobre os assuntos em 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
UNIDADE 2
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
UNIDADE 3
ALUNOS COM SURDEZ
UNIDADE 4
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
PEDAGOGIA Conteúdo, Metodologia E Avaliação Do Ensino Das Artes
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantile Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
questão.
Atividades práticas e de pesquisa – Destina-se a promover a reflexão criativa e a 
aplicação dos conceitos discutidos nas unidades. O aluno poderá propor novos textos 
de seu interesse e variações das atividades realizadas nessa seção, de forma a ampliar 
seu repertório de ferramentas conceituais.
Atividades de produção de texto – Destina-se a produzir pequenos textos, com a 
finalidade de aprofundamento e aplicação criativa dos mecanismos textuais estudados 
na unidade.
Atividades de avaliação – É muito importante que elas sejam realizadas, para 
garantir a melhor compreensão e aprofundamento dos temas abordados.
8 AVALIAÇÃO
8.1 Atividades nos encontros presenciais com 100% de frequência (aula na UFPR e 
tutoria no polo), desenvolvidas e fundamentadas nos textos e materiais de apoio.
8.2 Atividades a distância na Plataforma Moodle, como leituras, fóruns, pesquisa, 
produção de textos e outras necessárias ao entendimento e encaminhamentos, com 
registro de análise crítica.
8.3 Avaliação escrita ao término da disciplina, na modalidade presencial e sem 
consulta, na UFPR.
SUMÁRIO
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA .....................................
2 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............................................
3 ALUNOS COM SURDEZ ..........................................................................
4 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL ......................................................
5 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA/NEUROMOTORA ............................
6 ALUNOS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO ............
7 ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO ...........................
REFERÊNCIAS ........................................................................................
17
31
45
59
73
87
99
109
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
UNIDADE
Maria Augusta Bolsanello
1
EDUCAÇÃO ESPECIAL
 E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
17
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Esta unidade trata de questões básicas sobre a especificidade de alunos com 
necessidades especiais na Educação Especial, na proposta da Educação Inclusiva, e 
sua implicação na aprendizagem escolar. Visa conceituar expressões como 
necessidades educacionais especiais, educação especial e educação inclusiva. Discute 
os benefícios da Educação Inclusiva e a importância das adaptações diferenciadas no 
currículo, nas metodologias e nos critérios e procedimentos de avaliação. Reflete 
também sobre alguns encaminhamentos possíveis de serem adotados na escola, bem 
como oferece subsídios para auxiliar na construção de uma escola inclusiva de 
qualidade.
O que significa alunos com necessidades educacionais especiais (NEE)?
Antes de se falar sobre alunos com necessidades educacionais especiais, é 
importante saber que:
TODOS os alunos têm necessidades 
educacionais COMUNS, que são atendidas pelos 
professores e se relacionam às aprendizagens 
dos conteúdos escolares.
TODOS os alunos têm necessidades 
educacionais INDIVIDUAIS, uma vez que 
possuem diferentes capacidades, interesses, 
níveis, ritmos e estilos de aprendizagem.
ALGUNS alunos tem necessidades educacionais 
especiais, exigindo tanto uma atenção 
diferenciada quanto recursos e metodologias 
educacionais adicionais.
18
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
Quem seriam esses alunos com necessidades educacionais especiais?
Muitos professores definem esses alunos como aqueles que possuem 
deficiências. No entanto a conceituação atual é muito mais ampla:
ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS são aqueles que 
apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de 
desenvolvimento, decorrentes de circunstâncias que podem ser de ordem biológica, 
psicológica, social e cultural, exigindo uma atenção mais específica e maiores 
recursos sociais e educacionais para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Na Educação Especial, os alunos com necessidades especiais seriam aqueles 
que apresentam:
· Deficiências.
· Transtornos globais do desenvolvimento (antes denominados de 
condutas típicas).
· Altas Habilidades/Superdotação.
Alunos com DEFICIÊNCIAS são aqueles que têm impedimentos de longo prazo, 
de natureza física, mental ou sensorial, podendo ter restringida sua participação plena 
e efetiva na escola e na sociedade. São alunos que apresentam deficiência intelectual, 
visual, física ou surdez.
Alunos com TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO são aqueles que 
apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na 
comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e 
repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com síndromes do espectro do autismo e 
psicose infantil.
Alunos com ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO demonstram potencial 
elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, 
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande 
criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu 
interesse.
19
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
O que é educação especial?
A Educação Especial pode ser definida como:
uma modalidade de educação escolar que visa promover o 
desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam 
necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das 
aprendizagens curriculares correspondentes à idade, necessitando de 
recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas 
(BRASIL, 2007).
A Educação Especial deixa de centrar-se nos déficits de aprendizagem e 
dificuldades dos alunos, como em décadas passadas, para centrar-se no 
desenvolvimento de suas potencialidades.
Cabe à Educação Especial oferecer um conjunto de recursos educativos que 
devem ser colocados à disposição dos alunos, a fim de facilitar ao máximo sua 
participação nas situações educativas, objetivando a busca de um ambiente o menos 
restritivo possível para dar respostas às suas necessidades educacionais. Essas 
respostas devem estar o mais próximo possível de cada situação individual de 
aprendizagem, convertendo-se assim a escola em um marco educativo no que condiz 
ao respeito à diversidade, visando uma escola inclusiva.
O que é educação inclusiva?
O conceito de escola inclusiva advém de um consenso emergente de que alunos 
com necessidades educacionais especiais devem ser incluídos em arranjos 
educacionais na escola regular. Inserir tais arranjos nas escolas é um passo crucial no 
sentido de modificar atitudes preconceituosas e discriminatórias, de criar 
comunidades acolhedoras e desenvolver uma sociedade inclusiva, fazendo com que as 
diferenças entre as pessoas não se transformem em desigualdades.
De acordo com o artigo 8º da Declaração de Salamanca:
Dentro das escolas inclusivas, crianças com necessidades educacionais especiais 
deveriam receber qualquer suporte extra requerido para assegurar uma educação 
afetiva. Educação inclusiva é o modo mais eficaz para a construção de solidariedade 
entre crianças com necessidades educacionais e seus colegas. O encaminhamento 
da criança a escolas especiais ou a classes especiais ou a seções especiais dentro da 
escola em caráter permanente deveriam constituir exceções, a ser recomendado 
somente naqueles casos infrequentes onde fique claramente demonstrado que a 
educação na classe regular seja incapaz deatender às necessidades educacionais ou 
sociais da criança ou quando sejam requisitados em nome do bem-estar da criança 
ou de outras crianças.
20
Você conhece a Declaração de Salamanca? Já ouviu falar nela?
A Declaração de Salamanca foi proclamada em assembleia durante a 
Conferência Mundial de Educação Especial, pelos delegados representantes de 88 
governos, entre eles o Brasil, e 25 organizações internacionais. Essa conferência 
ocorreu na cidade de Salamanca, na Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, 
tornando-se um importante referencial para a Educação Inclusiva.
Na perspectiva da Educação Inclusiva, a Educação Especial passa a integrar a 
proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento às necessidades 
educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos globais de 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nesses casos e outros, que 
implicam transtornos funcionais específicos, a Educação Especial atua de forma 
articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades 
educacionais especiais desses alunos.
A Educação Especial direciona suas ações para o atendimento às 
especificidades desses alunos no processo educacional e, no âmbito de uma atuação 
mais ampla na escola, orienta a organização de redes de apoio, a formação 
continuada, a identificação de recursos e serviços e o desenvolvimento de práticas 
colaborativas.
Quando tem início a educação inclusiva?
O acesso à educação tem início na Educação Infantil, na qual se desenvolvem as 
bases necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do 
aluno. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a 
riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e 
sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o 
respeito e a valorização da criança.
Conheça a Declaração de Salamanca, sobre princípios, políticas e práticas na 
área das necessidades educativas especiais, na sua íntegra, no endereço: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
21
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
Na Educação Superior, a Educação Especial se efetiva por meio de ações que 
promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Essas ações envolvem 
o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da 
acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de informação, nos 
materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos 
seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a 
pesquisa e a extensão.
Quais os benefícios da escola inclusiva?
TODOS são BENEFICIADOS quando se incluem alunos com necessidades 
especiais na escola regular.
Conheça a política nacional de Educação Especial na perspectiva da educação 
inclusiva no endereço abaixo:
 http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf.
Esse documento, elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 
555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007, 
apresenta as concepções sobre a Educação Especial na perspectiva da Educação 
Inclusiva e orienta a organização dos sistemas de ensino para o atendimento ao aluno 
com necessidades educacionais.
(BRASIL, Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.)
§ Agrupamentos heterogêneos: todos os alunos com e sem 
necessidades educacionais especiais (NEE) são educados 
juntos. Os estudos mostram que os alunos se desenvolvem melhor, 
em uma proporção natural, em presença física, social, emocional e 
intelectual. Por sua vez, alunos sem NEE perdem o medo e o 
preconceito em relação ao colega e desenvolvem a cooperação. 
Desde cedo aprendem a conviver com as diferenças.
§ Sentimentos de pertencer a um grupo. Todos os alunos devem 
se considerar membros do grupo. Dentro do grupo, o aluno com NEE 
deve sentir-se bem recebido e assim desenvolver o sentimento de 
pertença a esse grupo.
§ Planejamento de atividades de distinto nível de dificuldade. 
Os alunos recebem experiências educativas diferenciadas (aulas, 
22
Como promover a aprendizagem do aluno com necessidades especiais?
Fazendo adaptações diferenciadas no currículo, nas metodologias e nos 
critérios e procedimentos de avaliação. Para atender o aluno com necessidades 
especiais, é preciso ter objetivos diferentes.
Adaptações curriculares
Para que o sistema educacional favoreça a todos os alunos, e, dentre eles, os 
que apresentam necessidades educacionais especiais, deverá fornecer respostas 
educativas que tanto facilitem o acesso ao currículo, a participação integral, efetiva e 
bem sucedida em um programa da escola regular quanto levem em consideração as 
peculiaridades e necessidades especiais dos alunos no processo de elaboração do 
planejamento escolar. Essas respostas educativas são chamadas ADAPTAÇÕES 
CURRICULARES (BRASIL, 2002b).
Adaptações curriculares consistem em qualquer ajuste ou modificação que se faça 
no currículo (nos objetivos, conteúdos, metodologias ou critérios e procedimentos de 
avaliação), para atender aos alunos com necessidades educacionais especiais. Elas 
podem ser de grande porte e de pequeno porte.
Ÿ
As adaptações curriculares de grande porte são aquelas que extrapolam a área 
específica do professor e que são da competência formal dos órgãos superiores 
Adaptações de grande porte
grupos de trabalho, grupos de aprendizagem) ao mesmo tempo. 
Alunos com NEE demonstram crescente responsabilidade e melhor 
aprendizagem por meio de trabalhos em grupos.
§ Uso de ambientes compartilhados. Ambientes frequentados 
igualmente por alunos com e sem NEE favorecem o entrosamento 
social e o combate a atitudes discriminatórias.
Ÿ Experiências educativas compartilhadas. A educação inclusiva 
deve estabelecer um equi l íbrio entre os aspectos 
acadêmicos/funcionais e os componentes sociais/pessoais dos 
alunos com e sem NEE.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
23
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
da política e da administração educacional.
Muitas são as modalidades de adaptações curriculares de grande porte. 
Exemplos:
· aquisição de equipamentos específicos para alunos cegos, que 
favorecerão a sua comunicação escrita e sua participação nas 
diversas atividades escolares;
· construção de rampas, barras de apoio, banheiros adaptados 
para o aluno com deficiência física;
· aquisição de computadores, softwares específicos, para o 
aluno com altas habilidades/superdotação;
· provisão do ensino de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) 
para professores e alunos, que contribuirá para a 
comunicação do aluno surdo;
· adequações nos objetivos, conteúdos, metodologia e 
organização didática, avaliação e temporalidade no nível do 
projeto pedagógico (currículo escolar).
Ÿ Adaptações de pequeno porte
As adaptações de pequeno porte são modificações promovidas no currículo, 
pelo professor, a fim de que seus alunos com necessidades especiais participem 
produtivamente do processo ensino-aprendizagem, na escola regular, junto aos 
demais colegas de turma.
São chamadas de pequeno porte porque sua implementação decorre da 
responsabilidade e ação exclusivas dos professores, independendo de autorização ou 
ação de qualquer outra instância superior.
O professor pode implementar adaptações curriculares de pequeno porte em 
várias áreas e em váriosmomentos de sua atuação:
Ø na promoção do acesso ao currículo;
Ø nos objetivos de ensino;
Ø no método de ensino;
Ø no processo de avaliação;
Ø na temporalidade.
24
Ajustes que cabem ao professor realizar:
· criar condições físicas, ambientais e materiais para a 
participação do aluno com necessidades especiais na sala de 
aula;
· favorecer os melhores níveis de comunicação e de interação 
do aluno com as pessoas com as quais convive na 
comunidade escolar;
· favorecer a participação do aluno nas atividades escolares;
· atuar para a aquisição dos equipamentos e recursos materiais 
específicos necessários;
· adaptar materiais de uso comum em sala de aula;
· adotar sistemas alternativos de comunicação, para os alunos 
impedidos de comunicação oral, tanto no processo de ensino 
e aprendizagem quanto no processo de avaliação;
· favorecer a eliminação de sentimentos de inferioridade, de 
menos valia ou de fracasso.
Há alunos que podem necessitar somente de adaptações curriculares de grande 
porte. Outros podem necessitar somente de adaptações de pequeno porte. E outros 
podem necessitar das duas formas de adaptações curriculares.
Avaliação pedagógica na educação inclusiva
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o 
conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto as 
possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica processual 
e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso 
individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as 
intervenções pedagógicas do professor.
No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que 
alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e 
o uso da língua de sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva 
como uma prática cotidiana.
Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a Educação Especial na perspectiva 
da Educação Inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de 
LIBRAS e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com 
necessidades de apoio nas atividades de higiene, alimentação e locomoção, entre 
outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
25
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
Características do professor na escola inclusiva
Para atuar na Educação Especial, o professor deve ter como base da sua 
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e 
conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no 
atendimento educacional especializado e aprofunda o caráter interativo e 
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, 
nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade 
das instituições de Educação Superior, nas classes hospitalares e nos ambientes 
domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de Educação Especial.
Atitudes preconceituosas
O maior obstáculo à educação de alunos com necessidades educacionais 
especiais são as atitudes preconceituosas.
ALEIJADO, EXCEPCIONAL, DEFICIENTE...
PROFESSOR, saiba que uma atitude positiva de sua parte é um 
primeiro passo para uma educação inclusiva:
§ A inclusão depende das atitudes dos professores em face dos alunos 
com necessidades especiais, da sua capacidade para melhorar as 
relações sociais, das suas formas de perceber as diferenças na sala 
de aula e da sua capacidade para gerir eficazmente essas 
diferenças.
§ Para responder eficazmente a essa diversidade no seio das salas de 
aula, os professores precisam dispor de um conjunto de 
competências, de conhecimentos, de abordagens psicológicas e 
pedagógicas, de métodos, de materiais e de tempo.
§ Os professores têm necessidade de apoio tanto dentro quanto fora 
da escola. A liderança do diretor da escola, da comunidade e dos 
governos é crucial. A cooperação regional entre serviços e pais 
constitui um pré-requisito para uma efetiva inclusão.
§ Os governos devem expressar, claramente, o seu ponto de vista 
sobre a inclusão e facultar condições adequadas, que permitam 
uma utilização flexível dos recursos.
Apesar das conquistas, as pessoas com deficiências ainda se deparam com 
termos que são quase sempre pejorativos e carregados de preconceitos. Por exemplo, 
pessoas com deficiência intelectual muitas vezes são designadas como burras, idiotas, 
imbecis, loucas, mongoloides. Pessoas com deficiência física ainda são chamadas de 
aleijadinhas. Ceguinho, mudinho, surdinho também são termos usados para alunos 
surdos ou cegos. Essas designações geram exclusões de pessoas com necessidades 
especiais das atividades, privilégios e facilidades da sociedade.
Expressões como portadores de deficiências estão sendo substituídos na 
nomenclatura atual por PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS.
A importância da parceria família, escola e comunidade
Não se pode esquecer a importância da família, da escola e da comunidade para 
o sucesso do processo ensino-aprendizagem. A Declaração de Salamanca, em seus 
artigos 57, 58 e 59, preconiza:
Ø Art. 57. A educação de crianças com necessidades educacionais 
especiais é uma tarefa a ser dividida entre pais e profissionais. Uma 
atitude positiva da parte dos pais favorece a integração escolar e 
social. Pais necessitam de apoio para que possam assumir seus 
papéis de pais de uma criança com necessidades especiais. O papel 
das famílias e dos pais deveria ser aprimorado através da provisão 
de informação necessária em linguagem clara e simples. O enfoque 
na urgência de informação e de treinamento em habilidades 
paternas constitui uma tarefa importante em culturas onde a 
tradição de escolarização seja pouca.
Ø Art. 58. Pais constituem parceiros privilegiados no que concerne às 
necessidades especiais de suas crianças e, dessa maneira, eles 
deveriam, o máximo possível, ter a chance de poder escolher o tipo 
de provisão educacional que eles desejam para suas crianças.
Ø Art. 59. Uma parceria cooperativa e de apoio entre administradores 
escolares, professores e pais deveria ser desenvolvida, e pais 
deveriam ser considerados enquanto parceiros ativos nos processos 
de tomada de decisão. Pais deveriam ser encorajados a participar 
em atividades educacionais em casa e na escola (onde eles 
poderiam observar técnicas efetivas e aprender como organizar 
atividades extracurriculares), bem como na supervisão e apoio à 
aprendizagem de suas crianças.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
26
Atendimento educacional especializado
De acordo com o Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, considera-se 
atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de 
acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma 
complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.
O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica 
da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as 
demais políticas públicas.
São objetivos do atendimento educacional especializado: prover condições de 
acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos com necessidades 
especiais; garantir a transversalidade das ações da Educação Especial no ensino 
regular; fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que 
eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e assegurar condições 
para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino.
O atendimentoeducacional especializado tem como função identificar, elaborar 
e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a 
plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As 
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se 
daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. 
Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à 
autonomia e independência na escola e fora dela.
Entre as atividades de atendimento educacional especializado, são 
disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e 
códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de 
todo o processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a 
proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional especializado é 
acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação 
da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento 
educacional especializado públicos ou conveniados.
Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se 
expressa por meio de serviços de estimulação precoce, que objetiva otimizar o 
processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviços de saúde e 
assistência social.
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
27
Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento 
educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, 
constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino. Deve ser realizado no turno 
inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse 
serviço educacional.
Na modalidade de Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional, as 
ações da Educação Especial possibilitam a ampliação de oportunidades de 
escolarização, formação para ingresso no mundo do trabalho e efetiva participação 
social.
A interface da Educação Especial na Educação Indígena, do Campo e 
Quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional 
especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com base nas 
diferenças socioculturais desses grupos.
Acesse o endereço: http://www.mec.gov.br/seesp
Nele você terá acesso aos dados sobre Educação Especial, legislação específica nacional 
e documentos internacionais e também a um catálogo de publicações importantes para o 
trabalho pedagógico do professor, como, por exemplo, saberes e práticas da inclusão 
(Educação Infantil e Ensino Fundamental) e portal de ajudas técnicas.
Acesse o SciELO (Biblioteca Científica Eletrônica on Line) no endereço: 
http://www.scielo.org/php/index.php
Em “Pesquisa de artigos”, digite: “educação inclusiva”. Selecione um dos artigos 
elencados, à sua escolha, e após leitura cuidadosa elabore um texto de até duas 
páginas, contendo:
Ø Síntese principal das ideias, dos resultados e das conclusões feitas pelo autor do 
artigo.
Ø Uma conclusão sua sobre o artigo lido.
Não esqueça de incluir a referência completa do artigo.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
28
UNIDADE
2
ALUNOS COM 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Maria Augusta Bolsanello
31
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
2 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A deficiência intelectual se manifesta em diferentes graus, desde aqueles 
indivíduos que possuem condições de desenvolver-se sem grandes dificuldades para 
responder às exigências da vida atual até os que têm uma autonomia limitada e 
precisam de apoios mais ou menos permanentes.
Esta unidade trata de questões básicas sobre a deficiência intelectual, como a 
evolução da terminologia, as diferenças entre deficiência intelectual/doença 
mental/problemas de aprendizagem, suas causas, seu conceito atual. Também são 
fornecidos indicadores para a prática profissional do professor, levando-o a 
compreender o processo ensino-aprendizagem de seu aluno com deficiência 
intelectual e oferecer subsídios para auxiliar na construção de uma escola inclusiva de 
qualidade.
Deficiência intelectual ou deficiência mental?
Antes de 1980, muitos termos foram utilizados para designar o aluno com 
deficiência intelectual: idiota, imbecil, oligofrênico, débil mental, mongoloide, 
excepcional. Gradativamente, por conta dos estereótipos que geravam, esses termos 
foram substituídos por “deficiência mental”. Atualmente, a Association on Intellectual 
and Developmental Disabilities – AAIDD (2010) recomenda a utilização do termo 
deficiência intelectual. O principal motivo dessa modificação decorre do caráter 
pejorativo que o significado de deficiência mental foi ganhando com o tempo e também 
porque esse termo fica reduzido ao diagnóstico na perspectiva psicopatológica. Outra 
razão é a semelhança que tem com a expressão doença mental. Por conta de 
trazerem o adjetivo mental, essas expressões foram e ainda são consideradas, muitas 
vezes, como sendo sinônimos, o que é um grave engano.
Deficiência intelectual não é o mesmo que doença mental?
É importante não confundir deficiência intelectual com doença mental. A pessoa 
com deficiência intelectual mantém a percepção de si mesma e da realidade que a 
cerca, interessa-se pelo meio, relaciona-se afetivamente e seu desenvolvimento é 
persistente, lento, mas harmônico. Já na doença mental a pessoa perde o senso da 
realidade, costuma apresentar delírios e alucinações, o desenvolvimento é cíclico, com 
32
presença de surtos, ocorrendo desinteresse pelo ambiente e embotamento afetivo.
Todo aluno com dificuldades de aprendizagem tem deficiência intelectual?
Embora se possa afirmar que alunos com deficiência intelectual possuem 
dificuldades de aprendizagem, não é verdadeiro afirmar que aqueles com dificuldades 
de aprendizagem possuam deficiência intelectual. Entretanto, essa diferença algumas 
vezes não é muito clara entre os educadores. Basta ver o número de alunos 
classificados como “deficientes” pelos seus professores, porque não apresentam bom 
aproveitamento escolar e/ou não seguem as normas disciplinares da escola.
É necessário compreender que existem alunos que, embora apresentem 
inteligência, visão, audição, capacidade motora e equilíbrio neuropsicológico 
adequados, manifestam dificuldades para aprender conteúdos escolares. Isso significa 
que esses alunos aprendem muitas coisas no cotidiano, na sua vida diária. Suas 
dificuldades de aprendizagem situam-se no âmbito escolar. Esses alunos geralmente 
podem ser denominados “alunos com dificuldades de aprendizagem” (DELVAL, 2001).
Por outro lado, existem alunos que apresentam dificuldades de aprender não só 
conteúdos escolares, mas também um desenvolvimento lento e tardio na aquisição de 
conhecimentos e habilidades sociais e da vida diária, apresentando um ritmo de 
aprendizagem mais lento, maior dificuldade em abstrair e generalizar e uma 
adaptação mais lenta a novas situações. Esses alunos podem ser denominados “alunos 
com deficiência intelectual”.
Quais são as causas da deficiência intelectual?
As causas e os fatores de risco que podem ocasionar a deficiência intelectual 
são muitos e complexos, sendo que em 40 a 50% dos casos ela não chega a ser 
identificada. Dentre as alterações cromossômicas de maior ocorrência, destaca-se a 
Síndrome de Down. Fatores pré, peri e pós-natais destacam-se como relevantes 
causadores de deficiência intelectual, na realidade brasileira, como infecções e 
intoxicações na gravidez, problemas no parto, prematuridade e infecçõese 
traumatismos após o nascimento. Dentre os fatores sociais e educacionais, destacam-
se o abuso e a negligência infantil, falta de estimulação adequada e indisponibilidade 
dos apoios educativos que possam promover o desenvolvimento mental e maior 
capacidade adaptativa.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
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Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
Acesse os endereços:
Ÿ http://www.down21.org/latinoamerica/brasil/marco.htm
Ÿ http://sindromedownpuc.blogspot.com/ 
Elabore um texto básico contendo as informações principais sobre a pessoa com 
Síndrome de Down (causas, características físicas e psicológicas, necessidades 
educativas).
Como a deficiência intelectual é diagnosticada?
Por muito tempo (e ainda hoje isso ocorre), o diagnóstico de deficiência 
intelectual era baseado fundamentalmente em resultados de testes de QI (quociente 
de inteligência), focalizando a deficiência como um traço absoluto, invariável, de uma 
pessoa, o que contribuiu para rotular o aluno e levar o professor a ter poucas ou 
nenhuma expectativa em relação ao progresso de seu desenvolvimento.
Atualmente se preconiza uma avaliação psicológica assistida, dinâmica ou 
interativa, com o objetivo de conhecer o potencial de aprendizagem do aluno com 
deficiência intelectual, sua capacidade de tirar proveito da instrução oferecida, saber o 
tipo de ajuda que lhe é útil, indicando o papel e a atuação do professor (TZURIEL; 
HAYWOOD, 1992).
Conheça mais sobre a avaliação assistida! Leia o texto “Avaliação assistida 
para crianças com necessidades educacionais especiais: um recurso auxiliar na inclusão 
escolar”, da professora Sônia Regina Fiorim Enumo. Você pode acessá-lo na Internet:
http://www.scielo.br/pdf/rbee/v11n3/v11n3a03.pdf
(ENUMO, S. R. F. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 11, n. 3, 
março/setembro, 2005.)
Mas o que é deficiência intelectual?
Historicamente, o conceito de deficiência intelectual tem sofrido inúmeras 
mudanças no que concerne à terminologia, às pontuações de QI (quociente de 
inteligência) e ao papel relacionado à conduta adaptativa. Essas mudanças resultam 
da necessidade de se compreender melhor essa deficiência e de se criarem métodos de 
34
classificação, investigação, educação e reabilitação mais confiáveis e eficazes.
A conceituação da deficiência intelectual evoluiu nos últimos anos e hoje 
representa uma mudança significativa do paradigma tradicional.
Segundo a nova conceituação, a deficiência intelectual é definida por limitações 
significativas tanto no funcionamento intelectual (raciocínio, aprendizagem, resolução 
de problemas) quanto no comportamento adaptativo do indivíduo, que se expressam 
nas habilidades conceituais, práticas e sociais e ocorrem antes dos 18 anos de idade 
(AAIDD, 2010).
A importância desse novo conceito é que ele deixa de identificar a deficiência 
intelectual como um atributo exclusivo do indivíduo, para entendê-la como um estado 
de funcionamento da pessoa na sua interação com o contexto social em que vive.
Cinco dimensões essenciais para a efetiva aplicação desse conceito são 
preconizadas pela AAIDD (American Association on Intellectual and Developmental 
Disabilities):
Como se pode observar, as dimensões propostas envolvem aspectos 
diferenciados da pessoa e do ambiente, com vistas a melhorar os apoios que 
permitam, por sua vez, um melhor funcionamento individual.
A avaliação do funcionamento intelectual é um aspecto crucial para 
diagnosticar a deficiência intelectual e deve ser feita por um psicólogo especializado e 
a) As limitações do funcionamento intelectual devem ser consideradas 
nos contextos ambientais da comunidade típicos dos indivíduos 
iguais em idade e cultura.
b) A avaliação deve considerar a diversidade cultural e linguística, 
assim como as diferenças na comunicação e nos aspectos 
sensoriais, motores e comportamentais.
c) Em um indivíduo, as limitações coexistem com as potencialidades.
d) Ao se levantarem as limitações do indivíduo, é muito importante 
traçar um perfil de apoios necessários.
e) Com apoios apropriados e personalizados durante um período 
prolongado, o desenvolvimento (pessoal, social, educacional) da 
pessoa com deficiência intelectual será beneficiado.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
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Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
suficientemente qualificado. Deve levar em conta as dimensões descritas acima e 
considerar que, em alguns casos, vai requerer a colaboração de outros profissionais. 
Essa avaliação tem a intenção de eliminar o reducionismo e a excessiva confiança no 
diagnóstico feito pelo uso de testes psicométricos, como, por exemplo, os testes de QI.
Por sua vez, a conduta adaptativa pode ser entendida como o conjunto de 
habilidades conceituais, sociais e práticas que as pessoas aprendem para seu 
desempenho na vida diária. Limitações significativas no comportamento adaptativo 
afetam tanto as atividades da vida diária quanto as habilidades para responder às 
situações particulares, educacionais e ambientais (AAIDD, 2010).
Alguns exemplos dessas habilidades:
A conceituação de deficiência intelectual da AAIDD também enfatiza a 
importância de se avaliarem as interações com as demais pessoas e o papel social 
desempenhado pela pessoa com deficiência mental. De acordo com Navas, Verdugo e 
Gómez (2008), a participação se avalia por meio da observação direta das interações 
do indivíduo com seu mundo material e social nas atividades de vida diária. Os papéis 
sociais se referem a um conjunto de atividades consideradas como normais para um 
grupo específico de idade e podem orientar-se para os aspectos pessoais, escolares, 
laborais, comunitários, de lazer e outros.
Vale lembrar que a falta de recursos e serviços comunitários, assim como a 
existência de barreiras físicas e sociais, podem limitar significativamente a 
participação e interações das pessoas com deficiência intelectual. Essa falta de 
oportunidades terá um impacto decisivo no desempenho de um papel social 
valorizado.
Ÿ Habilidades conceituais: linguagem (receptiva e expressiva); 
leitura e escrita; conceitos de dinheiro, tempo e número.
Ÿ Habi l idades soc ia is: re lac ionamento interpessoa l; 
responsabilidade; autoestima; certa desconfiança; seguimento de 
regras; obediência das leis; evitar de ser enganado ou manipulado.
Ÿ Habilidades práticas: atividades de vida diária e cuidados pessoais 
(comer, vestir-se, fazer a higiene, preparação de comida, limpeza 
da casa); uso de dinheiro, remédios, transporte, viagens; rotinas, 
horários, uso do telefone.
Ÿ Habilidades ocupacionais (qualificação profissional).
36
Os suportes ou apoios são definidos como os recursos e estratégias 
individuais necessários para promover o desenvolvimento, educação, interesses e 
bem-estar da pessoa com deficiência intelectual. Esses apoios podem ser 
providenciados pela família, pelos professores, por outros profissionais envolvidos ou 
por instituição apropriada. São importantes na promoção do desenvolvimento pessoal, 
da autodeterminação e da qualidade de vida. Constituem-se no caminho para o acesso 
à educação, ao emprego, à recreação, entre outros, e, sobretudo, para a inclusão 
escolar e social.
Com essa nova compreensão, já não é suficiente classificar a deficiência 
intelectual em leve, moderada, severa ou profunda, mas sim especificar o grau de 
comprometimento funcional adaptativo. É importante determinar, por exemplo, em 
que áreas (habilidades sociais ou de comunicação, entre outras) a pessoa com 
deficiência intelectual necessita de mais apoios.
Essasconsiderações não esgotam o assunto, mas podem auxiliar professores e 
profissionais a discernir características da conceituação da deficiência intelectual e seu 
diagnóstico.
A escola e o aluno com deficiência intelectual
Os primeiros anos de vida da criança são determinantes para um 
desenvolvimento físico e psicológico harmonioso, bem como para a formação das 
faculdades intelectuais e o desenvolvimento da personalidade.
Pesquisas atuais sobre a plasticidade do sistema nervoso central demonstram 
que um ambiente estimulador, nos três primeiros anos de vida, é capaz de modificar a 
função e a estrutura cerebral de forma muito positiva (DIERSSEN, 1994).
Dessa maneira, prevenir e detectar possíveis atrasos já na Educação Infantil e a 
pronta intervenção são algumas das funções dos professores em colaboração com 
equipes psicopedagógicas.
A estimulação da criança pequena que já apresenta atrasos no 
desenvolvimento é de fundamental importância, e se deve levar em consideração que: 
(a) esta criança necessita de estimulação maior e/ou diferente das outras crianças; (b) 
além da escola, é necessário que ela conte com atendimento especializado 
(estimulação precoce), com envolvimento familiar.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
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Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
Programas educacionais direcionados à criança de zero a seis anos centrados 
na participação da família e da comunidade podem:
a) promover ganhos de desenvolvimento; 
b) reduzir sentimentos de isolamento, estresse e frustração 
vivenciados pelos familiares; 
c) reduzir custos futuros com Educação Especial.
Leia o documento publicado pela Secretaria de Educação Especial do MEC 
sobre temas específicos da Educação Infantil, que contribui para a formação docente e 
elaboração de projetos pedagógicos.
Acesse o endereço:
 http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dificuldadesdeaprendizagem.pdf
(BRASIL. Ministério da Educação. Educação Infantil: Saberes e Práticas da Inclusão. 
Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de 
desenvolvimento. Brasília: MEC/SEESP, 2006c.)
Atitudes do professor em relação ao aluno com deficiência intelectual
As percepções dos professores podem condicionar sua atuação e levar a 
comportamentos como a superproteção ou expectativas limitadas sobre o aluno com 
deficiência intelectual. Quando o professor pensa que as dificuldades de aprendizagem 
são de responsabilidade exclusiva do aluno, isso pode influenciar negativamente seu 
trabalho na sala de aula. Nesse sentido, a etiqueta de “retardado” pode se traduzir em 
menor empenho do professor no progresso do aluno e consequentemente resultará 
em um pobre rendimento.
Esse modo de pensar, bastante frequente, mostra a importância de o professor 
refletir sobre sua atuação e rever suas percepções e preconceitos sobre as 
necessidades especiais dos alunos, suas capacidades para aprender e a importância de 
sua mediação na aprendizagem deles.
Docentes também podem, assim como os pais, superproteger o aluno com 
deficiência intelectual, propondo-lhe tarefas repetitivas ou pouco relevantes para sua 
aprendizagem ou então lhe dando atividades muito diferenciadas das realizadas pelos 
38
demais alunos, a fim de “poupá-los”.
Professor, a sua atuação na sala de aula, seu modo de gerenciar a 
classe, de orientar a comunicação e as interações que nela se produzem 
geram um clima social que pode ou não comprometer a aprendizagem que 
nela se desenvolve!
Ø Se o professor estimula a participação na aula, melhora o interesse dos 
alunos em aprender e eleva o autoconceito deles.
Ø As tarefas, quando estão claramente planejadas, com objetivos 
concretos, melhoram o rendimento dos alunos.
Ø A criatividade e o interesse dos alunos são prejudicados quando o clima 
da aula é competitivo e controlador.
Ø Alunos com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem 
desenvolver muitas habilidades, além de revelar potencialidades;
Ø Podem ter comprometimentos em sua saúde com a utilização de medicamentos, o que 
pode influenciar o seu processo de aprendizagem;
Ø Deficiência intelectual não é uma doença! Não é contagiosa! A convivência com o aluno 
não provoca nenhum prejuízo nas pessoas sem deficiências!
O planejamento da aula
A adaptação do currículo tem uma importância fundamental e vale a pena que 
professores dediquem um tempo a se perguntar:
A partir do conhecimento que agora tenho sobre as necessidades 
de meus alunos, incluindo os que possuem deficiência intelectual, 
quais mudanças tenho de fazer em minha classe para que todos 
possam ter suas necessidades atendidas?
O tempo dedicado a essa reflexão levará o professor a tomar decisões mais 
adequadas, sobretudo no Ensino Infantil e séries iniciais.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
Priorizar determinados objetivos e conteúdos
O professor deve priorizar os objetivos e conteúdos que, sendo importantes 
para todos os alunos, resultem especialmente relevantes para aqueles que 
apresentem deficiência intelectual. Por exemplo, nas séries iniciais, é interessante 
ressaltar os objetivos ou conteúdos relacionados com:
a) desenvolvimento da comunicação como elemento facilitador da 
interação com os demais e a adaptação social do aluno; 
b) desenvolvimento da leitura e da escrita, levando em conta que os alunos 
com deficiência intelectual não somente apresentam dificuldades no 
processo de decodificação como também na compreensão do texto e na 
expressão escrita; 
c) habilidade para usar os números e as operações básicas, nas diferentes 
situações da vida cotidiana; 
d) desenvolvimento das relações interpessoais e adaptação social dos 
alunos.
Muitas vezes, esses objetivos e conteúdos podem exigir decisões no âmbito das 
adaptações curriculares individuais, como, por exemplo, na questão da temporalidade.
Metodologia
A metodologia implica a organização do trabalho pedagógico em torno dos 
conteúdos selecionados, para que os alunos atinjam os objetivos propostos.
Andrés; Vilar (s.d.) propõem algumas sugestões para adequar a metodologia 
para os alunos com deficiência intelectual:
· Ao planejar uma nova unidade didática, determinar e atualizar os 
conhecimentos prévios dos alunos. Assim, será possível determinar com 
mais precisão se as tarefas previstas são adequadas ou se é necessário 
incluir ou excluir uma ou outra.
· Globalizar os conteúdos em torno de centros de interesse que se conectem 
com experiências ou interesses dos alunos.
· Usar estratégias que incluam experiências diretas e a reflexão sobre elas.
· Utilizar técnicas que permitam a colaboração entre os alunos e a adoção 
da aprendizagem cooperativa ou do ensino tutelado.
Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
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· Adequar a linguagem ao nível de compreensão dos alunos, utilizando 
sempre perguntas para verificar se o aluno com deficiência intelectual é 
capaz de entender o que lhes é dito e para ter segurança de que sabe o que 
tem que fazer e como vai realizá-lo.
Outras sugestões que podem ser de grande ajuda ao professor em relação às 
atividades a serem desenvolvidas na aula consistem em planejar atividades que 
possam ser trabalhadas em distintos graus de dificuldade sobre um mesmo conteúdo.
Quase sempre livros de texto e cadernos de trabalho iniciam as atividades com 
menor dificuldade, que vão aos poucos se tornando mais complexas. Porém, em 
muitas ocasiões, é necessário modificar esse repertório de tarefas para facilitar a 
aprendizagem do aluno com deficiência intelectual, sendo necessário: (a) Incorporar 
algumasatividades prévias às propostas pelo livro de texto; (b) substituir algumas das 
atividades do texto por outras mais adequadas ao aluno; (c) modificar algumas 
atividades propostas (por exemplo, na proposição de um problema que exija o uso de 
duas operações combinadas, cabem várias modificações: simplificar e reduzir o texto, 
substituir as quantidades por outras mais familiares, propor, sobre o mesmo conteúdo, 
atividades individuais ou em grupo); (d) prever atividades de livre execução, de 
interesse dos alunos, a serem feitas na aula, em casa, no bairro.
Avaliação da aprendizagem
A avaliação dos alunos com deficiência intelectual visa conhecer os seus 
avanços no entendimento dos conteúdos curriculares durante o ano letivo de trabalho, 
seja ele organizado por série ou ciclos. O mesmo é válido para os demais alunos, para 
que não sejam feridos os princípios da inclusão escolar. O que é importante para que 
um novo ano de estudos se inicie é o quanto o aluno com ou sem deficiência intelectual 
aprendeu no ano anterior, pois nenhum conhecimento é aprendido sem base no que se 
conheceu anteriormente.
Pode ser que o aluno com deficiência intelectual não atinja todos os conteúdos 
propostos pela grade curricular do ensino regular, por ter apresentado outras 
necessidades no decorrer da escolaridade. Assim, é importante que, ao final dos 
estudos concluídos, ele saia da escola com um termo de terminalidade específico, no 
qual serão relatadas as suas condições atuais de aprendizagem, nele constando ainda 
os possíveis encaminhamentos. Esse processo só é possível quando se realizou a 
adaptação curricular e uma avaliação responsável em toda a sua vida escolar.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
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Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
Alunos com severas limitações intelectuais devem ter garantido o direito à 
convivência na escola, entendida como espaço privilegiado de formação das novas 
gerações.
Acesse o endereço: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf.
Leia o capítulo “A escola comum diante da deficiência mental: o que era/o que 
precisa ser”, no documento publicado pela Secretaria de Educação Especial do MEC 
sobre Educação Inclusiva e Deficiência Intelectual.
Organize um esquema com as principais ideias do texto.
(BRASIL. Ministério da Educação. Educação Inclusiva: Atendimento Educacional 
Especializado para a Deficiência Mental. Brasília: MEC/SEESP, 2006m.)
O aluno com deficiência intelectual e os colegas da escola
Os demais alunos sem deficiência devem receber orientações dos professores 
sobre como acolher e tratar adequadamente o colega com deficiência mental em suas 
necessidades.
Pesquisas mostram que o aluno com deficiência intelectual tem benefícios no 
seu desenvolvimento quanto convive com alunos sem deficiências. Por sua vez, alunos 
sem necessidades especiais perdem o medo e o preconceito em relação ao diferente e 
desenvolvem a cooperação.
Incentive cada aluno a construir um recorte de sua história pessoal (utilizando 
fotografias e desenhos para atrair o interesse), onde todos deverão identificar uma 
característica que fazem bem e outra na qual tenham dificuldade. Ressaltar que todos 
têm diferenças e, cada um com sua história, é importante para a família, para os 
amigos, para a sociedade.
42
A parceria da escola com a família
O professor deve explicar aos pais a importância da participação deles na 
aprendizagem do filho, pois é no ambiente familiar que a criança tem maior liberdade 
de se expressar.
Deve, também, criar o caderno pedagógico (ou portfólio), para se comunicar 
com a família, onde, por exemplo, poderão ser colocadas fotografias das aulas e os pais 
poderão relatar experiências com os filhos em casa ou como foi realizada a tarefa 
solicitada pelo professor.
É muito importante que os pais tenham a oportunidade de se reunirem 
frequentemente com o professor, participando de modo ativo no desenvolvimento do 
programa e compartilhando responsabilidades.
A parceria da escola com outros profissionais
Crianças com deficiência intelectual necessitam, na maioria das vezes, de 
atendimento especializado, com equipe interdisciplinar (fisioterapia, fonoaudiologia, 
medicina, psicologia e terapia ocupacional, entre outros). É extremamente relevante a 
parceria entre essa equipe interdisciplinar e a escola, em um trabalho conjunto com o 
professor, informando e auxiliando de forma prática nas dificuldades motoras, de 
linguagem, sociais e cognitivas que influenciam o desenvolvimento global do 
educando.
Elabore um texto acadêmico de duas páginas, respondendo à seguinte questão:
Em que medida eu posso contribuir para uma escola inclusiva, na promoção do 
desenvolvimento do aluno com deficiência intelectual?
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
UNIDADE
Maria Augusta Bolsanello
3
ALUNOS COM SURDEZ
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Curso de Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR
3 ALUNOS COM SURDEZ
Esta unidade trata de questões básicas sobre a surdez e suas implicações na 
aprendizagem escolar. Visa conhecer as necessidades linguísticas diferenciadas de 
alunos surdos e refletir sobre alguns encaminhamentos possíveis de serem adotados 
em sala de aula, bem como oferecer subsídios para auxiliar na construção de uma 
escola inclusiva de qualidade.
Pessoas e vários animais percebem sons com o sentido da audição, o que 
permite saber a distância e a posição da fonte sonora. Os sons são usados de várias 
maneiras, muito especialmente para comunicação por meio da fala ou da música, por 
exemplo. A percepção do som também pode ser usada para adquirir informações sobre 
o ambiente.
Uma pessoa ouve quando é capaz de captar estímulos vibratórios, arquivá-los e 
interpretá-los. Para que a pessoa entenda a mensagem veiculada ao estímulo auditivo, 
necessita de uma aprendizagem prévia (ouvimos um inglês falar, porém não 
entendemos nada se previamente não estudamos esse idioma). Por último, uma 
pessoa escuta quando dirige sua atenção de modo voluntário para a fonte emissora do 
som (podemos estar ouvindo o rádio, porém não escutamos se estamos imersos na 
leitura de um livro).
No ser humano, a audição é normalmente limitada por frequências entre 20 Hz 
(hertz) e 20.000 Hz (20 kHz), embora esses limites não sejam absolutos. Frequência é 
o número de vibrações por segundo que a onda provoca no meio gasoso, líquido ou 
sólido. Quando uma onda sonora é emitida em baixa frequência, o som é mais grave; 
sons de alta frequência são mais agudos.
O decibel (dB) é a unidade usada para medir a intensidade de um som. O ouvido 
humano é capaz de ouvir sons entre 0 e 120 dB.
Alguns sons e seus índices de decibéis:
Ÿ 0 dB: limiar da sensação sonora;
Ÿ 20 dB: conversa em voz baixa, cochicho;
Ÿ 40 dB: tom de voz normal, som rádio;
Ÿ 65 dB: voz muito alta.
Ÿ 80 dB: tráfego intenso.
46
Ÿ
Ÿ 120 dB: limiar sensação dolorosa.
Qual exame avalia a audição?
A audiometria é um exame que avalia a audição. Ao detectar qualquer 
anormalidade, permite medir o grau e tipo de alteração e orientar as medidas 
preventivas ou curativas a serem tomadas. É realizada pelo fonoaudiólogo ou pelo 
otorrinolaringologista. A audiometria é feita com a pessoa dentro de uma cabine 
acústica (sem ruído) e utiliza um equipamento chamado audiômetro.
Quais são os tipos de surdez?
Não há consenso entre os estudiosos, muitas vezes, quanto à utilização de 
termos como deficiência auditiva, surdez, hipoacusia. Muitos consideram os três 
termos como sinônimos (ALONSO et al., 1991). Transcrevemos a seguir a classificação 
adotada pelaSecretaria de Educação Especial/MEC (BRASIL, 2006f), com suas 
principais características.
110 dB: show de rock ou motor de avião a jato.
1 – PARCIALMENTE SURDO: compreende a surdez leve e moderada
n Surdez leve – perda auditiva entre 20 e 40 dB
A pessoa tem dificuldade em ouvir voz baixa ou distante e em perceber igualmente 
todos os fonemas das palavras. Exige frequentemente a repetição do que lhe falam e 
parece ser desatenta. Aprende a linguagem oral, com bom domínio do português, mas 
pode apresentar problema articulatório na leitura e/ou escrita.
n Surdez moderada: perda auditiva entre 40 e 70 dB
A pessoa desenvolve a linguagem oral, mas apresenta dificuldades frente à fala normal, 
sendo comum o atraso na linguagem e dificuldades articulatórias. Na criança pequena, 
é necessário o uso de prótese e apoio fonoaudiológico precoce, para que possa adquirir 
a linguagem e evitar discordâncias fonoarticulatórias e sintáticas, com dislalias 
frequentes.
2 – SURDO: compreende a surdez severa e a profunda
n Surdez severa: perda auditiva entre 70 e 90 dB
A pessoa percebe palavras amplificadas e não adquire a linguagem de forma natural. A 
criança pequena vai necessitar de ajuda técnica e intervenção fonoaudiológica, 
podendo apresentar dificuldades na construção da linguagem oral. Geralmente, nesse 
grau se incluem alunos com implante coclear, com possibilidade de desenvolver uma 
audição de até 30 ou 40 dB.
n Surdez profunda: perda auditiva superior a 90 dB
A pessoa não percebe nem identifica a voz humana, o que a impede de adquirir a 
linguagem oral. Geralmente utiliza uma linguagem gestual e pode ter pleno 
desenvolvimento linguístico por meio da língua de sinais.
Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões 
logo desaparecem, à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator 
da máxima importância para a aquisição da linguagem oral.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
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É surdo ou surdo-mudo?
A expressão surdo-mudo é denominação incorreta para pessoas surdas. A 
pessoa surda não fala porque não ouve os sons que a circundam, tanto que há surdos 
que falam quando recebem treinamento específico. São muito poucos os surdos que 
também apresentam mudez (incapacidade fonoarticulatória de produzir a fala).
Quais são as causas da surdez?
Conhecer as causas da surdez pode ser importante para prevenir dificuldades, 
prever possibilidades evolutivas e planejar estratégias de intervenção e educação. As 
principais causas da surdez são: genéticas, pré-natais (como, por exemplo, rubéola, 
toxoplasmose, sífilis, medicamentos, incompatibilidade Rh), perinatais (como 
traumatismos de parto, falta de oxigênio), pós-natais (como traumatismos, infecções, 
medicamentos).
Implante coclear: o que é isso?
É um tipo de prótese que transforma sons e ruídos do meio ambiente, 
desencadeando uma sensação auditiva na pessoa. O implante coclear requer 
intervenção cirúrgica para substituir a cóclea prejudicada, e a reabilitação é 
necessária, pois a criança necessita aprender a decodificar os sons.
Veja o que é implante coclear, seu funcionamento, para quais pessoas é 
recomendado, acessando:
http://www.implantecoclear.com.br/index.php?pagina=oquee
Comportamentos do aluno que podem evidenciar perda auditiva:
v Falta evidente e crônica de atenção;
v Falta frequente de resposta em situação de comunicação;
v Acentuado atraso ao iniciar a fala ou articulação muito defeituosa;
v Atraso escolar evidente;
v Queixas de dores de ouvido, desconforto ou assobios, zumbido;
v Secreção\acúmulo de cera;
v Má articulação, sobretudo de sons consonantais;
v Aumentar exageradamente o som para ouvir;
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v Colocar as mãos em concha nos ouvidos para ouvir ou virar a cabeça em 
direção aos sons.
v Pedir frequentemente para repetir o que acabou de ser dito;
v Não responder ou ser desatento ao se falar com ele;
v Relutar em participar de atividades orais, parecendo não entender as 
instruções verbais das atividades.
Para saber mais, acesse o endereço da FENEIS (Federação Nacional de 
Educação e Integração dos Surdos): http://www.feneis.com.br/page/
Métodos e abordagens de ensino para alunos surdos
No decorrer dos séculos, muitas abordagens e métodos foram propostos para a 
educação de alunos surdos. Na realidade, não existe um único método para todas as 
crianças com surdez. Crianças que possuem resíduos auditivos podem ter acesso ao 
código da fala dentro de uma abordagem oral. Já para as que têm pouco resíduo ou 
dificuldades em desenvolver a oralidade, a educação bilíngue pode ser a mais indicada.
Na atualidade, os métodos de ensino dividem-se em três abordagens 
principais: oralismo, comunicação total e bilinguismo.
O oralismo tem por objetivo integrar a criança surda na comunidade de 
ouvintes, e para tanto preconiza o desenvolvimento da linguagem oral, leitura orofacial 
e amplificação sonora, enquanto se expressa por meio da fala. Gestos, língua de sinais 
e alfabeto digital não são permitidos (GOLDFELD, 1997). Essa abordagem exige 
intensa dedicação por parte da criança e da família, a participação de profissionais 
especializados e requer o uso de aparelhos específicos, como a amplificação sonora 
individual.
A comunicação total defende o uso de qualquer recurso linguístico, seja a língua 
de sinais, seja a linguagem oral ou códigos manuais para propiciar a comunicação com 
as pessoas surdas.
Já o bilinguismo é a abordagem que vem ganhando força na última década no 
Brasil.
PEDAGOGIA Educação Especial e Inclusiva
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Bilinguismo – educação bilíngue
Defende que o surdo deve adquirir a língua de sinais como a sua primeira língua 
(língua materna), a fim de facilitar o desenvolvimento de conceitos e sua relação com 
o mundo. A língua portuguesa é ensinada como segunda língua, na modalidade 
escrita e, quando possível, na modalidade oral.
A educação bilíngue tem como maior função dar suporte ao pensamento e 
estimular o desenvolvimento cognitivo e social da pessoa surda (FERNANDES, 2003). 
Por outro lado, pesquisas evidenciam que essa educação é a mais adequada, 
sobretudo, para o ensino de alunos surdos profundos.
É muito importante que a criança já tenha contato com a LIBRAS desde o 
nascimento e também conviva com pessoas que dominem a língua de sinais. Se os pais 
forem ouvintes, há necessidade de que eles aprendam também a LIBRAS, a fim de 
garantir um ambiente linguístico adequado à criança surda nos diferentes contextos 
onde ela vive.
Pesquisas mostram que bebês e crianças pequenas com surdez, filhos de pais 
surdos, que estiveram desde cedo expostos à língua de sinais, têm um 
desenvolvimento linguístico, cognitivo, afetivo e social adequados, demonstrando 
melhores resultados acadêmicos, em relação àquelas que não tiveram acesso à língua 
de sinais na infância. Crianças surdas, cujos pais são ouvintes, mas submetem os filhos 
à língua de sinais precocemente, também demonstram desenvolvimento simbólico-
cognitivo satisfatório.
As etapas de aquisição da língua de sinais são semelhantes àquelas 
apresentadas por crianças ouvintes com a língua oral, demonstrando que para o 
cérebro não importa se a língua é oral-auditiva ou visual-espacial para o 
desenvolvimento da linguagem. Ou seja, a capacidade de representação, a 
simbolização e a formação de conceitos ocorrem tanto em alunos ouvintes quanto em 
alunos surdos expostos à língua de sinais (MARCHESI, 1995).
A proposta bilíngue visa assegurar o acesso dos surdosàs duas línguas no 
contexto escolar, e é dever da escola oferecer à criança surda oportunidade de adquirir 
a sua primeira língua e de se constituir como sujeito linguístico, da mesma maneira 
como essa oportunidade é oferecida à criança ouvinte (LODI; HARRISON, 1998).
50
Acesse o endereço: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf
Elabore um texto básico de duas páginas contendo as informações principais sobre a 
educação bilíngue, sua importância e suas principais características.
(QUADROS, R. M.; SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar português para 
alunos surdos. Brasília: MEC/SEESP, 2006.
Você conhece as diferentes línguas de sinais?
As línguas de sinais são línguas de modalidade visual-espacial utilizadas pelas 
comunidades surdas e apresentam um conjunto de regras fonológicas, morfológicas e 
sintáticas, isto é, uma gramática própria.
Cada país tem a sua própria língua de sinais, que decorre das variações 
linguísticas da cultura e das tradições de cada povo. Conheça algumas delas:
LIBRAS Língua Brasileira de Sinais
LGP Língua Gestual Portuguesa
ASL Língua Americana de Sinais
LSF Língua Francesa de Sinais
HSE Hausa Sian Language (Nigéria)
LIS Língua Italiana dei Segni
LSA Lengua de Senas Argentina
JSL JSL – Japanese Sign Language
Você conhece a língua brasileira de sinais – LIBRAS?
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma língua visual-espacial articulada 
por meio das mãos, das expressões faciais e do corpo.
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FONTE: http://aprendoLIBRAS.blogspot.com/2009/02/por-onde-comecar-
alfabeto-manual-e.html
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Possui regras gramaticais próprias, como por exemplo:
Ÿ Grafia: sempre em letra maiúscula: CASA, AMOR, BRASIL.
Ÿ Verbos: representados no infinitivo: GOSTAR, USAR, FALAR.
Ÿ Frases: EU GOSTAR MORANGO. EU QUERER AJUDA.
Ÿ Pronomes pessoais: representados pelo sistema de apontação.
DICIONÁRIO DE LIBRAS DIGITAL
Para conhecer melhor os sinais e as palavras correspondentes, consulte o dicionário 
digital de LIBRAS, acessando:
http://www.acessobrasil.org.br/LIBRAS/
Alfabeto manual como recurso da LIBRAS
O alfabeto manual (ou dactilologia) é a representação, por meio das mãos, das 
letras das línguas orais e dos seus principais caracteres. É um recurso para o aluno 
surdo soletrar nomes próprios ou empréstimos da língua portuguesa.
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É muito importante que o professor e os alunos tenham o apoio de um 
intérprete de LIBRAS em sala de aula, auxiliando na mediação da comunicação em 
todas as situações em que estejam envolvidos surdos e ouvintes.
Quem é o intérprete de língua de sinais?
É o profissional que traduz e interpreta a língua de sinais para a língua falada e 
vice-versa na modalidade oral e escrita. No Brasil, o intérprete deve dominar a LIBRAS 
(Língua Brasileira de Sinais) e a língua portuguesa. Precisa também ter qualificação 
específica em tradução e interpretação e formação específica na área onde atua (por 
exemplo, na Educação). A atuação do intérprete está prevista na legislação federal, já 
disponível para muitos surdos da rede pública de ensino. Muito recentemente, a Lei 
o o
Federal de n 12.319, de 1 de setembro de 2010, regulamentou a profissão de Tradutor 
e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Porque o intérprete de língua de sinais é importante?
Porque, na sua ausência, a interação entre surdos e pessoas que não dominam 
a LIBRAS fica prejudicada. Assim, os surdos acabam não participando de várias 
atividades sociais, culturais, educacionais; não conseguem avançar em termos 
educacionais; ficam desmotivados para participarem de situações sociais; não tendo 
acesso aos veículos de língua falada, ficam excluídos das interações sociais e da 
própria cidadania.
O professor e o aluno surdo
Ø Estratégias organizativas
Algumas das principais adaptações para o desenvolvimento da comunicação 
relacionadas com o planejamento das aprendizagens são as estratégias organizativas 
que o professor deve providenciar.
§ O aluno deve sentar onde melhor possa perceber, por meio de seus 
resíduos auditivos, leitura labial e ter acesso visual à informação (perto 
do professor e com uma visão geral da classe).
§ Ministrar a aula de forma flexível, de modo que nas situações interativas 
grupais todos os alunos possam ver-se entre si.
§ Situar o aluno surdo longe de áreas ruidosas.
§ Evitar reflexos no quadro-negro.
§ Seguir um horário fixo de rotinas e informar o aluno das modificações 
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que se realizam.
Ø Favorecendo as relações entre alunos surdos e ouvintes
Ÿ Informar aos alunos as características dos colegas surdos, a maneira 
como devem chamá-los, porque possuem dificuldades para falar, o que 
são próteses e sua utilidade etc.
Ÿ Tentar evitar qualquer comportamento de superproteção.
Ÿ Mostrar a inadequação em zombar do colega surdo pelo uso de prótese 
auditiva, pela sua maneira de falar ou de sua não compreensão em 
situações comunicativas.
Ÿ Ensinar estratégias comunicativas aos alunos surdos e ouvintes.
Ÿ Ensinar aos demais alunos um sistema de comunicação alternativo ou 
complementar.
Ÿ Ensinar aos alunos surdos normas de jogos comuns, como futebol, 
voleibol, entre outros, e realizar jogos de socialização na escola.
Ÿ Trabalhar com as famílias para que favoreçam as relações entre os 
alunos surdos e ouvintes fora da escola (convites de aniversário, saírem 
juntos ao parque etc.).
Ø Facilitando regras e normas
Para facilitar a assimilação de regras e normas pelo aluno surdo, o professor 
pode adotar as seguintes medidas: 
a) as regras devem ser poucas, formuladas positivamente e serem escritas, 
desenhadas e sublinhadas; 
b) devem ser colocadas em cartazes à vista de todos; 
c) regras cumpridas devem ter um efeito positivo.
Ø Estratégias para o desenvolvimento da comunicação
Ÿ O professor deve utilizar uma linguagem clara e fácil de compreender 
(articular de forma pronunciada e com velocidade moderada).
Ÿ Não deve ficar de costas para a luz e nunca falar de costas para a classe. 
O uso de barba espessa, bigodes, mascar chicletes ou falar com objetos 
diante da boca podem prejudicar a leitura labial pelo aluno surdo.
Ÿ Diante de explicações que necessitam do código escrito, escrever 
primeiro no quadro-negro e logo continuar a explicação olhando para os 
alunos.
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Ÿ
ilustrações ou diagramas sempre que possível.
Atividades complementares em salas de recurso
A criança surda que frequenta a escola regular provavelmente vai necessitar de 
atendimento em outro turno, em salas de recursos, para o desenvolvimento da 
LIBRAS, da língua portuguesa e para complementar as informações obtidas na classe 
comum. Poderá também necessitar de atendimento especializado para sua 
reabilitação, com fonoaudiólogo, pedagogo, professor especializado e psicólogo. 
Muitas vezes é preciso reforço escolar para acompanhar os conteúdos escolares.
A parceria da escola com a família
A parceria da escola com a família tem um papel essencial no processo 
educativo do aluno surdo, uma vez que são os pais que deverão ir tomando decisões 
sobre os filhos. Os pais, quando apoiados, percebem a importância do ensino em 
LIBRAS, empenham-se em aprender a língua de sinais e engajam-se na busca de 
melhor qualidade de ensino.
A parceria da escola com outros profissionais
Muitas vezes o aluno surdo deve contar com apoio de profissionais como 
fonoaudiólogo, apoio pedagógico ou intérprete de

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