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Direito da Personalidade: Conceitos e Tutela

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FERNANDEZ, cortez alexandre. Direito Civil Introdução: pessoas e bens. Caxias do Sul, RS: Editora Educs, 2012
A obra insere-se no campo do direito da personalidade, abordando assuntos tais como: Caracterização, classificação, estrutura da tutela geral, direitos da personalidade no código civil.
O autor utiliza-se de fontes secundárias extraídas de revistas, livros e artigos.
O autor divide a conceituação das características em partes:
I. O que caracteriza a pessoa humana é sua consciência do mundo, é sua possibilidade de a esse mundo se contrapor dominando-o.
II. Direitos da personalidade são os direitos atinentes à tutela da pessoa humana considerados essenciais à sua dignidade e integridade.
III. A personalidade para o direito surge de maneira imediata na pessoa humana e configurada como objeto de direitos e deveres..
Ainda diz que há duas correntes que dão os fundamentos jurídicos do direito da personalidade: Uma positiva e outra jusnaturalista.
A primeira defende que os direitos da personalidade tem sua força jurídica reconhecida pelo Estado, ou seja, devem embasar seu fundamento na forma positivada. 
A segunda indica que os direitos da personalidade constituem-se nas faculdades exercidas naturalmente pela pessoa, sendo um atributo da condição humana e o estado deveria tão somente ocupar-se em reconhecê-los, dotando-os de proteção. 
É importante diferenciar direito da personalidade e direitos fundamentais. O ponto em comum entre eles é que ambos são projeções da dignidade da pessoa humana. Mas, o que as diferenciam é que os direitos fundamentais são públicos, enquanto os da personalidade são direitos subjetivos privados. 
O princípio da dignidade da pessoa humana funciona como uma clausula geral da tutela da personalidade, permitindo diversos instrumentos jurídicos para tutelar.
Sobre a estrutura da tutela geral da personalidade: 
I. Numa síntese, podem ser tomadas como direito absoluto, relativamente indisponíveis, vitalícios, extrapatrimoniais, imprescritíveis, necessários e respeitantes a dignidade da pessoa humana.
II. Os direitos da personalidade são direitos absolutos. Possuem em face disso eficácia. Quer dizer que o titular pode atuá-lo em qualquer sentido, entretanto, note-se que tal direito deve ser necessariamente restrito e limitado.
III. São direitos relativamente indisponíveis, o titular não pode dispor, embora eventualmente possa ceder temporariamente o exercício de alguns direitos, mas só cede a titularidade. 
Vale a advertência de que não é simples a adequada identificação desses limites, uma vez que se demonstram de forma absoluta, com conceitos jurídicos indeterminado. 
São vitalícios, extinguindo-se a morte. Há os lesados indiretos, que são legitimados para reclamar a proteção do direito da personalidade de parentes mortos até quarto grau. 
IV. A titularidade dos direitos da personalidade é do ser humano. Convém destacar que alcança os nascituros, que, mesmo sem personalidade jurídica, têm seus direitos ressalvados pela lei desde a concepção. A ressalva inclui, por certo, os direitos da personalidade.
Quanto a classificação, por não ter um valor, não é possível restringir a tutela apenas a uma pluralidade de direitos tipificados. O direito geral da personalidade objetiva tornar clássica a tutela que a personalidade clama, uma vez que tende a permitir a proteção dos bens jurídicos, em face das renovadas ameaças que a pessoa humana sofre os acréscimos de situações novas que ´´ o progresso econômico social poderá dar origem também no futuro, a outras hipóteses a serem tipificadas em norma. ´´
II. Vejam-se alguns direitos da personalidade: examinem-se aqueles que preservam a integridade física, como direito ao corpo, à inteireza corporal, à saúde, ao cadáver, exemplificadamente. 
III. Outra proposta classificatória diz respeito a integridade psicofísica. ´´ Por integridade psicofísica pode-se entender o direito a não sofrer violações do corpo ou em qualquer aspecto da sua personalidade. 
IV. Também pode-se pensar numa classificação acerca da integridade intelectual, autoria científica, literária, à liberdade religiosa, tópico que protege o elemento criativo da inteligência. 
A classificação pode também derivar para a integridade moral ou psíquica , como no caso da questão da privacidade, o direito ao nome, a imagem.
É de se referir que tal direito à privacidade também encontra limites legais não podendo ser arguido, por exemplo, como fundamento para desobedecer a alguma ordem judicial, encontrando uma barreira em seu exercício diante de imperativos de segurança da sociedade e, até mesmo, na repreensão final.
Já a identidade é um valor como qualidade humana ocorrente quando cada individuo se aceita como tal, conhecendo-se, identificando-se, assumindo sua identidade pessoal. almejando seu desenvolvimento, o do próximo e da própria sociedade.
O direito da personalidade situa cada homem como centro autônomo de interesse, reconhecendo o seu particular modo de ser e de se afirmar, o que impede impor ao outro o reconhecimento da sua identidade. A tutela dessa identidade incide sobre a configuração psicossomática de cada qual particularmente. 
Os direitos da personalidade do Código Civil: 
O artigo 11 do CC, tem por objetivo determinar as características atribuídas aos direitos da personalidade, como a intransmissibilidade, a impossibilidade de limitação voluntária de seu exercício, a irrenunciabilidade etc... Tais características não raras vezes são trabalhadas como forma de distinguir os direitos da personalidade, dos demais direitos subjetivos.
II. O art 12 do CC, refere-se à integral projeção por direitos da personalidade, através da tutela inibitória e de responsabilidade civil. Não se pode referir que a colocação da responsabilidade civil para tutelar os direitos da personalidade revela o despreparo e a insuficiência do direito civil na promoção, proteção e tutela desses direitos. 
O parágrafo único do art. 12 do CC, indica a legitimidade para pleitear a tutela dos direitos da personalidade, em caso de pessoa falecida. A lei indica uma listagem de legitimados possíveis: cônjuge, qualquer parente em linha reta sem distinção de grau e/ou colaterais até o quarto grau.
A proteção dos direitos da personalidade se dá através de alguns mecanismos como o artigo 5º, X, da CR, art. 12 do CC - tutela preventiva ou repressiva, tutela específica do art.46 do CPC, tutela específica do art. 84 do CDC, e possibilidade de autotutela. Percebe-se que a proteção constitucional da personalidade não implica na sua definição e seu regime jurídico constitucionalizado, outras leis ordinárias poderão dispor sobre os mesmos. 
III. O art. 13 do CC, tem aplicação dos atos de disposição das partes do corpo que se renovam, daí estavam regradas. A mesma reafirma a ideia de intangibilidade do corporal; assim, como se lê, proíbe a disposição do corpo quando gerar diminuição permanente do direito da personalidade ou contrariar os bons costumes. 
IV. O art.14 do CC, aborda a disposição gratuita d corpo. Essa norma formaliza a possibilidade de disposição do próprio corpo para depois da morte. Dessa maneira, veda-se a exploração econômica do corpo. As finalidades da disposição estão bem clarificadas, serão para fins científicos ou fins altruístas. 
V. No art. 15 do CC, encontra-se disciplina sobre o tratamento médico de risco. Tal norma deve ser compreendida de acordo com a ética médica. 
VI. O art.20 do CC, versa sobre o direito da imagem, na ótica chamada imagem-retrato. 
VII. O art. 21 do CC, dá proteção a intimidade. O dispositivo está concentrado também no art. 5º, X da CR

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