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Alexandra Petry Taynara Gomes ENSAIOS PRELIMINARES E MARCHA ANALÍTICA DOS CÁTIONS DO GRUPO I Palhoça, 2017 Alexandra Petry Taynara Gomes ENSAIOS PRELIMINARES E MARCHA ANALÍTICA DOS CÁTIONS DO GRUPO I Relatório apresentado a Disciplina de Química Analítica Qualitativa do Curso de Engenharia Química Professora: Daiana Cardoso de Oliveira UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Palhoça, 2017 SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO.............................................................................................04 2) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................05 2.1) ÍONS.........................................................................................................05 2.2) MARCHA ANALÍTICA...............................................................................06 3) MATERIAIS E REAGENTES.......................................................................07 4) PROCEDIMENTOS.....................................................................................08 5) RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................09 6) CONCLUSÃO..............................................................................................14 7) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................15 1) INTRODUÇÃO A marcha analítica consiste num método de análise química qualitativa para o reconhecimento de íons por via úmida, que se baseia na formação de compostos insolúveis mediante a adição sucessiva de diversos reagentes a uma amostra em solução. Uma vez filtrado o precipitado que se obtém em cada caso, contendo um número reduzido de íons, torna a dissolver-se em reagentes adequados, juntando-lhe novos reagentes para formar novos precipitados com um número cada vez menor de íons, até se obter um líquido no qual se podem identificar os diferentes íons por meio de reações específicas (FERNANDES 1982). Íons átomos apresentam a capacidade de ganhar ou perder elétrons, formando novos sistemas, eletricamente carregados, denominados íons. Os átomos, ao ganharem ou perderem elétrons, originam dois tipos de íons: íons positivos = cátions; íons negativos = ânions (USBERCO, SALVADOR, 2002). Os cátions formam-se quando um átomo perde um ou mais elétrons, resultando num sistema eletricamente positivo, em que o número de prótons é maior que o número de elétrons (USBERCO, SALVADOR, 2002). O presente relatório tem como objetivo analisar a caracterização dos cátions, bem como suas sucessões de reações que permitem separar os cátions que se encontram em uma mistura. 2) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1) ÍONS De acordo com Feltre (1990), os átomos dos elementos químicos encontrados na Tabela Periódica são partículas isentas de carga elétrica, isto é, apresentam mesmo número de prótons e de elétrons em sua estrutura. Entretanto, a maioria dos elementos químicos, excetuando-se os gases nobres, não existem naturalmente conforme são representados na Tabela Periódica. Assim, qualquer átomo ou agrupamento atômico que apresentar desequilíbrio de cargas elétricas, isto é, apresentar diferenças entre o número de prótons e o de elétrons, será denominado de íon. Os íons são as unidades estruturais de todos os sais, tanto orgânicos como inorgânicos, e continuam a existir mesmo ao se dissolver o retículo do sal. A própria água pura está dissociada em íons, embora apresente um baixo grau de dissociação, ou seja, uma quantidade pequena de íons. Os íons também se apresentam no estado gasoso em altas temperaturas, sendo devido a eles o brilho das chamas em uma combustão (USBERCO, SALVADOR, 2002). Dependendo da partícula excedente, prótons ou elétrons, os íons podem ser positivos e negativos, sendo os primeiros originados pela remoção de elétrons de seus átomos e os segundos, pelo acréscimo. Os íons positivos (que apresentam mais prótons do que elétrons) são denominados cátions e os negativos (que apresentam menos prótons do que elétrons), são denominados ânions (USBERCO, SALVADOR, 2002). Ainda conforme Usberco, Salvador (2002) no caso de uma solução, os íons positivos migram para o polo negativo de uma corrente elétrica de polaridade constante que esteja mergulhada na solução. Como os íons positivos chamam-se cátions, o polo negativo pode ser chamado de cátodo. O polo positivo será então chamado de ânodo e, da mesma forma, receberão os ânions. Geralmente um íon é caracterizado pela remoção ou acréscimo de um baixo número de elétrons, quatro ou ainda menos. Os polímeros, as macromoléculas, podem apresentar íons com inúmeras cargas positivas ou negativas, mas estes não podem ser simbolizados como os símbolos atômicos comuns, e ainda são muito difíceis de se determinar com precisão. Em geral, as cargas iônicas, como foi dito, vão de um a quatro, podendo ser negativas ou positivas. Entretanto, pode haver íons com valores cinco, seis e até sete, que quase sempre são positivos (FERNANDES 1982). As cargas de um íon podem ser representadas de muitas maneiras, mas geralmente utiliza-se o símbolo atômico e sobrescritos os sinais mais ou menos, ou, ainda, números junto com os sinais mais e menos para indicar as cargas. Por exemplo, o íon sódio é representado por Na+ (partícula que perdeu um elétron; cátion), já o íon sulfeto é representado por S2- (partícula que ganhou dois elétrons; ânion) (FELTRE, 1990). 2.2) MARCHAS ANALÍTICAS A marcha analítica consiste num método de análise química qualitativa para o reconhecimento de íons por via úmida, que se baseia na formação de compostos insolúveis mediante a adição sucessiva de diversos reagentes a uma amostra em solução, uma vez filtrado o precipitado que se obtém em cada caso. Cada precipitado, contendo um número reduzido de íons, torna a dissolverem-se em reagentes adequados, juntando-se lhe novos reagentes para formar novos precipitados com um número cada vez menor de íons, até se obter um líquido no qual se podem identificar os diferentes íons por meio de reações específicas (LIRA, 2013). Ainda conforme Lira (2013), para a separação de cátions (íons positivos) existem diversos métodos que se distinguem por diferirem em algum dos reagentes que se juntam à solução a analisar para precipitar os diferentes grupos de compostos insolúveis. A maior parte destes utiliza o sulfureto de hidrogênio para precipitar determinado número de cátions na forma de sulfuretos insolúveis. Os cátions precipitam seletivamente como sais insolúveis, divididos em cinco grupos. A separação dos ânions (íons negativos) é mais complexa e requer um certo número de ensaios prévios. Baseia-se na solubilidade ou insolubilidade dos sais de bário e de prata (FERNANDES, 1982). 3) MATERIAIS E REAGENTES Foram utilizados os materiais contidos na Tabela 1 juntamente com os reagentes descritos na Tabela 2. Tabela 1. Materiais MATERIAIS CAPACIDADE QUANTIDADE Béquer 50 ml 2 Béquer 100 ml 2 Conta gotas *** *** Funil *** 1 Papel filtro *** 1 Pera de sucção *** 1 Pipeta volumétrica 5 ml 2 Tubo de ensaio *** 12 Tabela 2. Reagentes REAGENTES QUANTIDADE Ácido clorídrico 3 gotas Ácido nítrico 3 gotas Cromato de potássio 3 gotas Hidróxido de amônio 8 ml Hidróxido de sódio 8 ml Mercúrio 8 ml Nitrato de chumbo 3 gotas Nitrato de prata 3 gotas 4) PROCEDIMENTOS Ensaios preliminares dos cátions do grupo I. I. Nitrato de prata Em quatro tubos de ensaio foram colocados 2 ml de nitrato de prata 0,1 M. Ao primeiro tubo foram adicionadas 3 gotas de ácido clorídrico e a solução foi levada a banho-maria. Ao segundo tubo também foram adicionadas 3 gotas de ácido clorídrico junto com 3 gotas de hidróxido de amônio e 3 gotas de ácido nítrico. Então o pH foi verificado. Ao terceiro tubo foi adicionado apenas 3 gotas de cromato de potássio. Ao quarto tubo, 3 gotas de ácido clorídrico foram adicionadas juntamente com 3 gotas de hidróxido de sódio. II. Nitrato de chumbo Repetiu- se procedimento usando solução de nitrato de chumbo ao invés de solução de nitrato de prata. III. Mercúrio Novamente repetiu-se o procedimento substituindo o nitrato de chumbo por solução de mercúrio. Marcha analítica dos cátions grupo I. Foi preparada uma amostra de 60 ml contendo 20 ml de nitrato de prata, 20 ml de nitrato de chumbo e 20 ml de mercúrio. Várias gotas de ácido clorídrico foram adicionadas a solução que foi filtrada. Após filtrar, foi adicionada a solução mais gotas de ácido clorídrico para ver se a solução precipitava. O precipitado que estava no filtro foi lavado com água destilada quente. A solução que foi filtrada foi dividida em dois béqueres. Ao primeiro béquer foi adicionado cromato de potássio, e ao segundo foi adicionado hidróxido de sódio. O precipitado que continuava no filtro foi lavado com 10 ml hidróxido de amônio quente. A solução filtrada foi acidificada com ácido nítrico. 5) RESULTADOS E DISCUSSÕES Ensaios preliminares dos cátions do grupo I I. Nitrato de prata Quando adicionado ácido clorídrico ao primeiro tubo de ensaio que continha 2 ml de nitrato de prata, foi obtido como produto o cloreto de prata com a coloração branca e ácido nítrico totalmente dissolvido, conforme reação I. Para testar a solubilidade à quente, a solução foi colocada em banho-maria. Após um determinado período notou-se que o sal da solução havia reduzido. Reação I AgNO3 + HCl = AgCl + HNO3 O segundo tubo de ensaio também continha 2 ml de solução de nitrato de prata. Quando adicionado ácido clorídrico, novamente ocorreu a reação I. Em seguida, quando hidróxido de amônio foi adicionado, obteve-se como produto o complexo cloro diamino argentato, conforme reação II. Após adição de ácido nítrico, a solução ficou ácida e formou precipitado branco (reação III). O pH verificado foi 3. Reação I AgNO3 + HCl = AgCl + HNO3 Reação II AgCl + NH3OH = [Ag(NH3)2] Cl + H2O Reação III [Ag(NH3)2] Cl + 2HNO3 = AgCl + 2NH4NO3 Quando adicionado gotas de cromato de potássio ao terceiro tubo que continha 2 ml de solução nitrato de prata, obteve-se como produtos cromato de prata na forma de precipitado vermelho e nitrato de potássio diluído, conforme reação IV. Reação IV 2AgNO3 + K2CrO4 = Ag2CrO4 + 2KNO3 Ao quarto tubo que continha 2 ml de solução de nitrato de prata, quando adicionado ácido clorídrico, ocorreu novamente a reação I. Logo após adicionar hidróxido de sódio, formou-se um precipitado marrom. Os produtos obtidos foram hidróxido de prata e cloreto de sódio, conforme reação V. Reação I AgNO3 + HCl = AgCl + HNO3 Reação V AgCl + NaOH = AgOH + NaCl II. Nitrato de chumbo Ácido clorídrico foi adicionado ao primeiro tubo de ensaio que continha 2 ml de solução de nitrato de chumbo. Obteve-se como produto cloreto de chumbo, precipitado branco e ácido nítrico totalmente dissolvido, conforme mostra a reação VI. Após aquecido o sal precipitado solubilizou-se, tornando a solução totalmente incolor. Reação VI Pb(NO3)2 + 2HCl = PbCl2 + 2HNO3 Ao segundo tubo de ensaio que também continha 2 mL de solução de nitrato de chumbo 0,1M adicionou-se ácido clorídrico e ocorreu novamente a reação VI. Em seguida, adicionou-se hidróxido de amônio ocorrendo a reação VII. Foi obtido como produto o hidróxido de chumbo na forma de precipitado branco e cloreto de amônio totalmente diluído. O pH verificado foi 4. Reação VI Pb(NO3)2 + 2HCl = PbCl2 + 2HNO3 Reação VII PbCl2 + 2NH3OH = Pb(OH) 2 + 2NH3Cl Ao terceiro tubo contendo 2 mL de solução de nitrato de chumbo, foi adicionado gotas de cromato de potássio, ocorrendo a reação VIII. Obteve-se como produtos cromato de chumbo na forma de precipitado amarelo e nitrato de potássio diluído na solução que ficou amarela. Reação VIII Pb(NO 3 ) 2 + K2CrO4 = (PbCrO4) + 2KNO3 Quando ácido clorídrico foi adicionado ao quarto tubo que continha 2 ml de nitrato de chumbo, ocorreu a reação VI. Logo após adição de hidróxido de sódio, obteve-se como produtos, hidróxido de chumbo, na forma de precipitado branco e cloreto de sódio diluído, conforme reação IX. Reação VI Pb(NO3)2 + 2HCl = PbCl2 + 2HNO3 Reação IX PbCl2 + 2NaOH = Pb(OH)2 + 2NaCl III. Mercúrio Adicionou-se ácido clorídrico ao primeiro tubo de ensaio que continha 2 ml de solução de mercúrio, obtendo-se como produto cloreto de mercúrio como precipitado branco e íons H+ totalmente dissolvidos, conforme mostra reação X. Ao ser aquecida a solução não se solubilizou. Reação X Hg2+2 + 2HCl = Hg2Cl + 2H+ Ao segundo tubo de ensaio que também continha 2 ml de solução de mercúrio, adicionou-se ácido clorídrico, ocorrendo a reação X. Em seguida, quando adicionado hidróxido de amônio, obteve-se como produto o amido cloreto de mercúrio na forma de precipitado preto e cloreto de amônio totalmente diluído, conforme mostra a reação XI. O pH verificado foi 9. Reação X Hg2+2 + 2HCl = Hg2Cl + 2H+ Reação XI Hg2Cl2 + 2NH30H = Hg + Hg(NH2) Cl + NH4Cl + OH- Gotas de cromato de potássio foram adicionadas ao terceiro tubo de ensaio que continha 2 ml de solução de mercúrio. Obteve-se como produtos cromato de mercúrio na forma de precipitado alaranjado e íons potássio diluídos na solução que ficou alaranjada, conforme reação XII. Reação X Hg2+2 + 2HCl = Hg2Cl + 2H+ Reação XII Hg2+2+ K2CrO4 + 2K+ Ao quarto tubo que continha 2 ml de solução de mercúrio, foi adicionado ácido clorídrico, ocorrendo a reação X. Em seguida, gotas de hidróxido de sódio foram adicionadas, obtendo-se como produtos óxido de mercúrio na forma de precipitado cinza e cloreto de sódio diluído em água líquida (reação XIII). Reação X Hg2+2 + 2HCl = Hg2Cl + 2H+ Reação XIII Hg2Cl2 + 2NaOH = Hg2O + 2NaCl + H2O Marcha analítica dos cátions grupo I. Adicionou-se ácido clorídrico a amostra preparada, ocorrendo as reações I, VI e X, já demonstradas nos ensaios preliminares. A solução foi filtrada, obtendo-se um filtrado que, após adicionado ácido clorídrico, não precipitou, indicando que não havia mais vestígios dos cátions do grupo I. O resíduo branco que estava no filtro foi lavado com água destilada quente. Conforme mostrou-se nos ensaios preliminares, o cloreto de chumbo é o único solúvel em água quente. Então obteve-se no filtrado uma solução contendo cloreto de chumbo e no resíduo que estava no filtro um precipitado contendo cloreto de mercúrio e cloreto de prata. Dividiu-se o filtrado em dois tubos. Ao primeiro tubo, adicionou-se cromato de potássio, onde ocorreu a reação XIV, formando um precipitado amarelo assim como o encontrado na reação VIII preparada nos ensaios preliminares, o que indicou presença de chumbo na forma de cromato de chumbo. Ao segundo tubo, foi adicionado hidróxido de sódio, ocorrendo a reação IX. A solução apresentou uma turvação leitosa, indicando a presença de chumbo na forma de hidróxido de chumbo. Reação XIV PbCl2 + K2CrO4 = PbCr04 + 2KCl No precipitado que continha cloreto de mercúrio e cloreto de prata, adicionou-se 10 ml de hidróxido de amônio à quente, formando as reações II e XI, já preparadas nos ensaios preliminares. Obteve-se um precipitado negro, indicando presença de mercúrio na forma de amido de cloreto de mercúrio. Já com o filtrado obteve-se uma solução contendo cloro diamino argentato. Adicionou-se, ao filtrado, ácido nítrico para testar a presença de prata. Infelizmente a solução não precipitou. 6) CONCLUSÃO O presente relatório abordou a separação e identificação dos Cátions do Grupo I, utilizando-se de propriedades características dos elementos, como a solubilidade em água, seus respectivos reagentes e concentrações. A prática para testar a presença dos cátions mostrou coerente com a bibliografia consultada. Os complexos puderam ser identificados por suas cores e formação de precipitados observados. Com essa sequência de experimentos foi possível comprovar a viabilidade do uso da marcha analítica na identificação dos cátions. Também foi possível ao grupo uma agregação de conceitos referentes à solubilidade das substâncias e formação de precipitado nas misturas. Conclui-se que os testes experimentais realizados em laboratório foram satisfatórios, pois somente um não agiu de acordo com o resultado esperado. Embora não seja uma prática comum dos nosso dia-a-dia, a identificação de cátions é útil, por exemplo, em fábricas de preparação de fogos de artifício, cujas cores são obtidas com o emprego de sais de metais alcalinos e/ou alcalino-terrosos que proporcionam o espetáculo de cores e luzes típicos desses fogos. 7) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FELTRE, Ricardo; Fundamentos da Química, vol. Único, Ed. Moderna, São Paulo/SP – 1990. FERNANDES, Jaime; Química analítica qualitativa, São Paulo: Hemus, 1982. LIRA, Júlio César Lima; Marcha Analítica in Artigos de apoio, Porto Editora, 2003. USBERCO, João, SALVADOR, Edgard; Química, vol. Único, 5ª Edição, 2002.
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